Adelmar Rocha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Adelmar Rocha

Adelmar Rocha
Governador de Roraima
Período 1955
Antecessor(a) Auriz Coelho e Silva
Sucessor(a) José Maria Barbosa
Deputado federal pelo Piauí
Período 1935-1937
1946-1951
Dados pessoais
Nascimento 1 de janeiro de 1892
Bertolínia, PI
Morte 11 de janeiro de 1973 (81 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Alma mater Universidade Federal do Rio de Janeiro
Partido UDN (1945–1954)
PST (1954–1958)
Profissão médico, militar

Adelmar Soares da Rocha, mais conhecido como Adelmar Rocha, (Bertolínia, 1º de janeiro de 1892Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1973) foi um médico, militar, político e revolucionário brasileiro, outrora deputado federal pelo Piauí e governador de Roraima.[1][2][3]

Dados biográficos[editar | editar código-fonte]

Filho de Bertolino Alves da Rocha Filho e Matilde de Medeiros Soares Rocha. Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1916, ingressou no Serviço de Saúde do Exército nos anos seguintes. Partícipe do motim do 26º Batalhão de Caçadores em Belém, foi interventor militar em Óbidos e deu apoio às revoltas tenentistas como a Revolta Paulista de 1924 e a Comuna de Manaus, exilando-se na Argentina, Bolívia e Uruguai antes de ser anistiado pela Revolução de 1930 e reintegrado ao Exército Brasileiro.[1] Promovido a capitão, foi preso durante a Revolução Constitucionalista de 1932. No transcurso de suas atividades médicas, clinicou em Óbidos e na cidade maranhense de Colinas, foi cirurgião na Santa Casa de Misericórdia de Teresina, diretor do Hospital Militar de Bagé.[nota 1]

Secretário de Saúde do Piauí durante a interventoria de Landri Sales,[nota 2] elegeu-se deputado federal em 1934, tomou posse no ano seguinte e permaneceu na Câmara dos Deputados até que Getúlio Vargas impôs o Estado Novo em 10 de novembro de 1937.[2] De volta à caserna, fez o curso Estado-Maior do Exército em 1941 e um ano depois foi nomeado diretor do Hospital Militar em Campo Grande, fundador do Hospital São Vicente de Paula em Bela Vista e presidente da Cruz Vermelha Brasileira em Mato Grosso, visto que o estado de Mato Grosso do Sul ainda não existia.[1][4][nota 3][nota 1]

Eleito deputado federal pela UDN em 1945, assinou a Constituição de 1946[5] e embora não tenha sido reeleito em 1950 e perdido a eleição para senador em 1954, ocupava a patente de general de brigada quando foi nomeado governador de Roraima pelo presidente Café Filho em 13 de junho de 1955, mantendo o cargo até 23 de novembro, já sob a presidência interina de Nereu Ramos.[nota 4] Sua carreira política terminou em 1958 como candidato a senador pelo Piauí via PST, mas não foi eleito.[6]

Ocupou a cadeira 16 da Academia Piauiense de Letras, cujo patrono é Taumaturgo Sotero Vaz.[7] Membro da Associação Brasileira de Imprensa, supervisionou a junta de seleção da Força Expedicionária Brasileira, enviada para combater na Segunda Guerra Mundial junto aos Aliados. É autor do dispositivo constitucional que transferiu do domínio da União para o Piauí as fazendas de gado resultantes do confisco aos jesuítas no Brasil Colônia.[5][nota 1]

Notas

  1. a b c BASTOS, 1994, p. 491.
  2. Quando Adelmar Rocha ocupou esse cargo, o mesmo denominava-se "Diretoria de Saúde" ou "Departamento de Saúde".
  3. Desmembrado da parte meridional de Mato Grosso em 11 de outubro de 1977, o estado de Mato Grosso do Sul foi instalado em 1º de janeiro de 1979.
  4. O primeiro piauiense a governar Roraima (ou "Território Federal do Rio Branco", à época) foi Miguel Ximenes de Melo, nascido em Miguel Alves e nomeado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra em 1948, mantendo-se no cargo por dois anos.

Referências

  1. a b c BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Adelmar Rocha no CPDOC». Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  2. a b BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Adelmar Rocha». Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  3. BASTOS, Cláudio de Albuquerque. Dicionário Histórico e Geográfico do Estado do Piauí. Teresina; Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 1994.
  4. BRASIL. Presidência da República. «Lei Complementar n.º 31 de 11/10/1977». Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  5. a b BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1946». Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  6. BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  7. BRASIL. Academia Piauiense de Letras. «Cadeiras e Patronos». Consultado em 27 de janeiro de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Miranda, Reginaldo. Bertolínia: história, meio e homens. 2º Edição. Teresina: Comepi, 1996.
  • Revista da Academia Piauiense de Letras. N.º 68. Ano XCIII. Teresina: APL, 2010.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Academia Piauiense de Letras