Flamarion Portela

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Flamarion Portela
Flamarion Portela
Flamarion Portela
5.º Governador de Roraima
Período 6 de abril de 2002
a 10 de novembro de 2004
(2 mandatos consecutivos)[a]
Vice Salomão Cruz
Antecessor(a) Neudo Ribeiro Campos
Sucessor(a) Ottomar Pinto
3.º Vice-Governador de Roraima
Período 1º de janeiro de 1999
a 6 de abril de 2002
Governador Neudo Ribeiro Campos
Antecessor(a) Airton Cascavel
Sucessor(a) Salomão Cruz
Dados pessoais
Nascimento 13 de outubro de 1954 (69 anos)
Coreaú, CE
Prêmio(s) Ordem do Mérito Militar[1]
Esposa Ângela Portela
Partido PDT (2017–presente)
Profissão político

Francisco Flamarion Portela GOMM (Coreaú, 13 de outubro de 1954) é um político brasileiro filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Pelo Partido Progressista Brasileiro (PPB), foi governador de Roraima até ter seu mandato cassado por crimes eleitorais.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Flamarion Portela é formado em engenharia, tendo migrado do Ceará para Roraima, onde ingressou no política tendo ocupado diversos cargos públicos, sendo o mais importante deles o de governador do estado de Roraima.

Desde a Operação Praga do Egito que gerou o fato político chamado escândalo dos gafanhotos, ele não conseguiu mais obter grandes êxitos eleitorais, sendo, na atualidade, um comentarista político local em emissoras situadas no estado de Roraima.

Ele é casado com Ângela Portela, política que foi eleita deputada federal em 2006 pelo PTC e Senadora em 2010 pelo PT.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Foi vereador em Boa Vista (1993-1995), deputado estadual (1995-1998) e vice-governador de Roraima (1999-2002).

Flamarion assumiu o governo de Roraima em 2002, quando o titular Neudo Ribeiro Campos renunciou ao cargo para se candidatar ao Senado. Disputou nas Eleições estaduais em Roraima em 2002 e foi reeleito governador de Roraima pelo PSL, mas filiou-se ao PT em seguida. Em 2003, foi admitido pelo presidente Lula à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1]

Flamarion foi expulso do PT devido a seu envolvimento com o chamado "escândalo dos Gafanhotos". Juntamente com Mão Santa (Piauí, em 2001), Jackson Lago e Cássio Cunha Lima foi um dos poucos governadores cassados no Brasil. Em 2004 teve seu mandato de governador cassado devido a uso da máquina administrativa na campanha eleitoral e compra de votos. Em seu lugar assumiu o segundo colocado da eleição, Ottomar Pinto (PTB).

Em 2006, Flamarion, então filiado ao PTC, foi o 26º candidato mais votado, elegendo-se suplente[2] e assumindo vaga, após a cassação do deputado estadual Chico das Verduras (PRP).

Em 2010, foi reeleito deputado estadual à Assembleia Legislativa de Roraima.

Flamarion disputou as eleições de 2014, concorrendo novamente ao cargo de deputado estadual, contudo, não obteve votos suficientes para se eleger, ficando na suplência. Assim, no ano de 2015, ele foi nomeado Secretário de Infraestrutura do Governo Estadual de Roraima até o ano de 2016, quando deixou o Poder Executivo roraimense para assumir o mandato parlamentar na Assembleia Legislativa de Roraima, ao substituir o deputado Chicão da Silveira (PP), o qual deixou a Assembleia em virtude da nomeação para dirigir o DETRAN-RR.[3]

Escândalo dos gafanhotos[editar | editar código-fonte]

Desarticulado a partir da Operação Praga do Egito desenvolvida pela Polícia Federal, no dia 26 de novembro de 2003 em Roraima, o escândalo dos Gafanhotos consistiu na contratação de funcionários fantasmas que "comiam a folha de pagamento" do governo estadual.

Cerca de 30 autoridades estaduais do Poder Legislativo, Tribunal de Contas do Estado e do Executivo se beneficiaram do esquema que recebia por meio de procurações o pagamento de 6.000 servidores fantasmas, repassando aos titulares dos cargos (laranjas) apenas uma parte menor dos valores sacados. Estima-se o desvio de mais de R$ 230 milhões dos cofres públicos em Roraima.[4]

Na Assembleia Legislativa do estado foram envolvidos no escândalo funcionários de 18 do 24 gabinetes de Deputados Estaduais. Segundo reportagem de O Globo (O País, p. 8, 27 de novembro de 2003):

Algumas análises apontam que Flamarion fora vítima de pesada campanha, pois parte considerável da mídia do estado era tendente ao ex-governador Ottomar Pinto, derrotado por Flamarion, à época, a direção nacional do PT[5], então partido de Flamarion disse que os depoimentos contra o governador eram de pessoas que ele demitiu ou tirou do governo.

Em 2008, foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (Acórdão 1464/2008 – Plenário[ligação inativa]), juntamente com o ex-diretor geral do extinto Departamento de Estradas de Rodagem de Roraima (DER/RR), Carlos Eduardo Levischi, a pagar R$19.014.148,95. Auditoria do TCU constatou que os recursos destinados às obras de construção da BR-401/RR, no trecho entre Bonfim e Normandia, fronteira com a Guiana, foram desviados para uma conta que pagava funcionários "fantasmas" conhecidos como "gafanhotos". Em depoimento à Polícia Federal, Levischi contou que os funcionários fantasmas eram indicados por autoridades do governo, sob orientação do ex-governador.[6]

Notas

  1. Vice de Neudo Ribeiro Campos, assume como governador em 6 de abril de 2002 após sua renúncia para concorrer ao poder Legislativo nas eleições de 2002. Tem seu mandato cassado em 10 de novembro de 2004 por crimes eleitorais.

Referências

  1. a b BRASIL, Decreto de 25 de março de 2003.
  2. Magalhães, João Carlos; Reis, Thiago (3 de outubro de 2006). «Gafanhotos são campeões nas urnas». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  3. «Ex-secretário do governo de RR deixa cargo e assume vaga na Assembleia». G1. 12 de setembro de 2016. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  4. «Sinal amarelo». Congresso em Foco. 27 de setembro de 2010. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  5. «Genoino recebe Flamarion e volta a insistir em sua defesa» [ligação inativa] 
  6. Dantas, Iuri; Marques, Jairo; Figueiredo, Talita (27 de novembro de 2003). «PF prende ex-governador e mais 40 pessoas». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de dezembro de 2021 

Precedido por
Neudo Ribeiro Campos
Governador de Roraima
2002 — 2004
Sucedido por
Ottomar Pinto