Agostino Steffani

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Agostino Steffani
Agostino Steffani
Litografía de 1816
Nascimento 25 de julho de 1654
Castelfranco Veneto (República de Veneza)
Morte 12 de fevereiro de 1728 (73 anos)
Frankfurt am Main
Cidadania República de Veneza, Ducado de Brunsvique-Luneburgo
Ocupação compositor de música clássica, diplomata, padre, teórico musical, cantor, organista, bispo católico
Empregador(a) Universidade de Heidelberg
Obras destacadas Henrico Leone, Servio Tullio, Niobe, regina di Tebe, Orlando generoso, Tassilone
Movimento estético barroco, música barroca
Instrumento órgão, cravo
Religião Igreja Católica

Agostino Steffani (Castelfranco Veneto, 25 de julho de 1654Frankfurt am Main, 12 de fevereiro de 1728) foi um cantor, compositor, organista, diplomata e bispo-titular católico da Itália.

Nasceu no seio de uma família pobre. Cresceu e foi educado em Pádua. Iniciou sua carreira musical como cantor do coro da Basílica de São Marcos em Veneza, e dali foi contratado pelo conde Tattenbach, indo para Munique, onde sua educação foi completada às expensas do eleitor Fernando Maria da Baviera (1636 - 1679), para quem trabalharia depois, como músico da corte. Após receber uma instrução adicional de Johann Kaspar Kerll, o mestre de capela da corte, que também garantia seu sustento, Steffani transfere-se para Roma em 1672, a fim de estudar com o organista e compositor Ercole Bernabei, o qual, mais tarde, seria apontado como o sucessor de Kerll em Munique.[1] Nessa época compôs, entre outros trabalhos, seis motetos, cujos manuscritos originais se encontram atualmente no Fitzwilliam Museum, em Cambridge. Na sua volta a Munique, em 1674, publica sua primeira obra, Psalmodia vespertina, parte da qual seria republicada no Saggio di contrappunto, de Giovanni Battista Martini, em 1774. Em 1675, Steffani é nomeado organista da corte e, provavelmente em 1680, é ordenado padre.[2][3] Isso não impediu que Steffani voltasse sua atenção para a música de teatro, escrevendo óperas, num estilo claramente influenciado por Legrenzi e por compositores venezianos, excercendo significativa influência sobre toda a música dramática do período. De sua primeira ópera, Marco Aurelio, escrita para o carnaval de Munique, em 1681, existe apenas uma cópia manuscrita conhecida, que se encontra na biblioteca do Palácio de Buckingham. A essa primeira ópera, seguiram-se Solone, em 1685; Audacia e rispetto, Prerogative d'amore e Servio Tulio, em 1686; Alarico em 1687, e Niobe, regina di Tebe, em 1688.

Não obstante a deferência com que era tratado pelo eleitor Maximiliano II Emanuel da Baviera, em 1688 Steffani aceita a nomeação de mestre de capela na corte de Hanover, onde rapidamente estreitou uma relação que datava de 1681 com Ernesto Augusto, duque de Brunswick-Lüneburg (Celle; depois eleitor de Hanover), estabelecendo também uma relação amigável com a filha de Ernesto Augusto, Sofia Carlota (depois Eleitora de Brandemburgo e Rainha da Prússia), e também com o filósofo Leibniz, o libretista Ortensio Mauro e com muitas outras personalidades, incluindo o jovem Händel (1685 — 1759), que conheceu em 1710, quando este apenas iniciava a sua gloriosa carreira.

Em Hanover, Steffani obteve uma longa série de êxitos como compositor. Para a abertura do novo teatro de ópera em 1689, compôs Enrico Leone, inspirada na vida de Henrique, o Leão, cuja produção grandiosa lhe rendeu excelente reputação. Para o mesmo teatro, compôs La Lotta d'Ercole con Achilleo, em 1689, La Superbia d'Alessandro, em 1690; Orlando generoso, em 1691; Le Rivali concordi, em 1692; La Liberia contenta, em 1693; I trionfi del fato e I Baccanali, em 1695, e Briseide (também atribuída a Pietro Torri[4] [5] ), com libretto de Francesco Palmieri, em 1696.

Em 1688 aceitou uma colocação em Hanover e assumiu a função de mestre de capela, sendo favoravelmente recebido na corte. Inicia então uma longa série de triunfos musicais na ópera local. Em 1692 é enviado a diversos principados alemães na condição de diplomata, e saiu-se tão bem que o Papa Inocêncio XI o sagrou Bispo de Spiga (atual Biga, Turquia). Em 1698, é mais uma vez enviado em missão diplomática a Bruxelas, e, após a morte de seu patrono, no mesmo ano, passou a trabalhar para o Eleitor do Palatinato em Dusseldorf, ocupando os cargos de conselheiro privado e protonotário apostólico da Santa Sé. Nestas altas funções já não podia apresentar óperas sem quebra no decoro, mas usando o nome de seu secretário continuou a produzir obras dramáticas. Em 1724 a Academia de Música Antiga de Londres o elegeu membro honorário vitalício, e em agradecimento ele lhes enviou um grande Stabat Mater e três madrigais, que exibem características vanguardistas. Visitou a Itália pela última vez em 1727, e logo após seu retorno à Alemanha faleceu em Frankfurt. Além de várias óperas, deixou composições sacras, obras câmara, coros e peças orquestrais. Steffani fez muito pela popularização da ópera no norte da Europa, combinando o estilo veneziano com elementos do estilo francês de Lully.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Tassilone, ópera (Tragédia musical) 1709. O libreto foi escrito Stefano Pallavicini Benedetto (1672-1742).
  • Alarico il Baltha, cioè l’Audace, Re de’ Gothi. Drama musical em três actos (estréia em Munique, 18 de janeiro de 1687)
  • Niobe, Regina di Tebe. Drama musical em três actos. Libreto de Luigi Orlandi (estréia em Munique, 1680 )
  • Enrico Leone, Drama em três actos (Estreia em 30 de janeiro 1689 Teatro Hanôver)
  • Stabat Mater para 6 cantores, e 7 instrumentistas
  • Spezza amor, l´arco e li strali, cantata para soprano, oboé, fagote e baixo contínuo

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • Duetti da camera, Alan Curtis, (dir), Daniela Mazzucato, Carolyn Watkinson, Paul Esswood, John Elwes, Archiv Produktion, 1982, reedição 2012
  • Stabat Mater, Diego Fasolis, I Barocchisti, Cecilia Bartoli, Daniel Behle, Franco Fagioli, Julian Prégardien, Salvo Vitale, Coro della Radiotelevisione Svizzera, Decca, 2013
  • Alarico Il Baltha. (1687). Libreto : Luigi Orlandi. Direção: Dieci Sara. Alarico: Stefania Maiardi (mezzo), Sanina: Maria Carla Curia (soprano), Honorio: Lee Ji Young (mezzo), Pisone: Luca Casagrande (barítono), Semiamira: Loretta Liberato (contralto), Placidia: Won Mi Jung (soprano), Stilicone: Guerino Pelaccia (tenor), Lidoro: Marco Democratico (baixo). Camerata Scarlatti Ensemble. Gravação: julho de 2004. Produção: 28 de abril de 2009. Edição: Concerto.
  • Niobe, Regina di Tebe. (1688).Libreto: Luigi Orlandi, a partir das Metamorfoses de Ovídio. Direção: Paul O'Dette & Stephen Stubbs. Niobe: Karina Gauvin, Anfione, Rei de Tebas: Philippe Jaroussky, Manto: Amanda Forsythe, Tiresia: Christian Immler, Clearte: Aaron Sheehan, Creonte: Terry Wey, Poliferno: Jesse Blumberg, Tiberino: Colin Balzer, Nerea: José Lemos. Boston Early Music Festival Orchestra. Produção: 2015. Edição: Erato.

Referências

  1. (em inglês) Biografia de Agostino Steffani. Por Robert Cummings. AllMusic.
  2. Timms, Colin. Polymath of the Baroque : Agostino Steffani and His Music. Oxford University Press, 2003.
  3. Catholic Hierarchy. Bishop Agostino Steffani
  4. Briseide : dramma per musica da recitarsi alla Carte Elettorale d'Hannover per il carnevale dell' anno 1696.
  5. Timms, Colin Ronald. The Chamber Duets of Agostino Steffani (1654-1728), with Transcriptions and Catalogue. Dissertation submitted for the degree of Doctor of Philosophy in the Faculty of Music. University of London King's College, 1976, p. 20-21.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Agostino Steffani».
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