Associação Desportiva Classista Bradesco Atlântica

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Associação Desportiva Classista Bradesco Atlântica
Voleibol
Cores branco e vermelho
Informações
Cidade Rio de Janeiro
País Brasil
Competição Campeonato Brasileiro (M)
Campeonato Brasileiro (F)
Fundação 19 de dezembro de 1980 (43 anos)
Dissolução 1986
Resultados
Títulos
conquistados
Campeonato Sul-Americano de Clubes (F)(1 vez)
Campeonato Sul-Americano de Clubes (M)(2 vezes)
Campeonato Brasileiro (M) (1 vez)
Uniformes
Cores do Time
Principal
Cores do Time
Alternativo
Cores do Time
Líbero

A Associação Desportiva Classista Bradesco Atlântica foi uma entidade desportiva, fundando em 1980, entre as modalidades que obtiveram destaque estavam os departamentos de futsal e voleibol. No voleibol conquistou um título nacional e dois continentais na variante masculina e no feminino um título continental.

História[editar | editar código-fonte]

O grupo Bradesco Seguros teve origem em 1935, no Rio de Janeiro, quando fundou-se a Atlântica Companhia Nacional de Seguros; já em 1971 compraram as ações do Grupo Boavista originando assim o Grupo Atlântica Boavista, no ano posterior, o grupo celebrou um acordo operacional com o conglomerado Bradesco[1].

Após a edição dos Jogos Olímpicos de Verão de 1980, o voleibol nacional deixava de ser amador e os atletas alcançaram a profissionalização; quando Carlos Arthur Nuzman apresentou a sugestão que o voleibol nacional adotasse o modelo que era empregado por Itália e Japão, ou seja, clube empresa, e o empresário Antônio Carlos de Almeida Braga, o “Braguinha”, foi um dos pioneiros que abraçaram a ideia, quando criou o departamento de voleibol no Clube Atlântica Boavista de Seguros, ou simplesmente, Atlântica Boavista[2], o clube foi fundado em 17 de julho de 1979, inscrito com CNPJ de número 30.464.598/0001-30, dissolvido em 14 de novembro de 1984, com sede no Rio de Janeiro, após êxito , outras empresas aderiram o formato, tais como: Hygia, Pirelli, Pão de Açúcar, Transbrasil, Sadia, Supergasbrás, Banespa e outras[3].

Um dos esportes financiados pelo empresário foi o futsal, e se tornou se tornou de fato um “clube esportivo” quando o Conselho Nacional de Desportes emitiu a deliberação nº 10/1983, que obrigava o estágio de um ano para os atletas que se transferirem para ADCs (Associações Desportivas Classistas) sem o consentimento dos clubes, isto prejudicaria o funcionamento da equipe, que teriam que aguardar um ano para utilizar seus novos contratados oriundos de clubes profissionalizados, imediatamente após tal deliberação organizou-se sendo acatados seus pedidos de filiação junto as federações de vôlei, vela, futebol de salão, natação e atletismo, tinha também o proposito ousado na formação de atletas para disputar os Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984[4].

O time de futsal da Atlântica-Boavista conquistaram o título da Taça Brasil de 1984 e no ano seguinte alcançara o vice-campeonato. Rebatizado com alcunha Bradesco Esporte Clube ainda alcançou os vice-campeonatos nos anos de 1986 e 1989[5], e a nível estadual conquistou seis títulos nos anos de 1983, 1985 , 1986, 1987, 1988 e 1989[6].

No início da década de 80, um dos principais clubes empresa no masculino eram Atlântica Boavista, posteriormente ocorreria a fusão já citada com Bradesco, surgindo assim o “Associação Desportiva Classista Bradesco Atlântica”, com CNPJ de número 30.918.460/0001-64, criada em 19 de dezembro de 1980 devido ao fato de manter no elenco os principais jogadores da seleção brasileira[3].O Conselho Nacional de Desportos decidiu regulamentar a utilização da propaganda nos uniformes[7].

A iniciativa de Braguinha ocasionou além da profissionalização a criação de duas ligas nacionais para os times patrocinados, dando retorno publicitário com as marcas veiculadas estampadas nos ginásios esportivos, além de jornais, revistas e televisão, trazendo vantagem aos atletas que tinham outra ocupação profissional durante o dia e ainda assim participavam dos treinamentos noturnos, passaram a ser remunerados e dedicar em tempo integral no voleibol, e um outro problema se resolveu, a qualidade e quantidade do material esportivo, viabilizando uma nova estrutura esportiva[8].

O time de voleibol masculino era treinado por Bebeto de Freitas conquistou o título do Campeonato Brasileiro de 1981[9], no elenco tinha Renan Dal Zotto. Bernardo Rezende, Bernard Rajzman, Mário Xandó e Amauri Ribeiro, após vencer duas partidas do playoff e perder uma, derrotaram no jogo decisivo em 18 de janeiro de 1982 no Maracanãzinho o time comandado por José Carlos Brunoro , ou seja, a Pirelli de Santo André que contava com José Montanaro Júnior, José Roberto Guimarães, Antônio Carlos Moreno e William Carvalho da Silva, cuja partida foi prestigiada por 13 150 expectadores. Um número expressivo na época[7].

Na edição do Campeonato Brasileiro de 1982. Perdeu para a Pirelli, terminando com vice-campeonato, ocorrendo o mesmo na edição de 1983 ao ser derrotado por 3-2 no dia 19 de dezembro de 1983[10], na edição de 1984, novamente termina com o vice-campeonato, desta diante do Fiat/Minas, perdendo a primeira partida por 3x2 no Ginásio do Mineirinho, 3-1(13-15, 15-11, 15-4 e 15-11)[11], na segunda partida ocorrida no Maracanãzinho venceu por 3-0(15-9, 15-8 e 15-4) e perderam em casa numa virada histórica a terceira partida realizada em 9 de janeiro de 1985 por 2x3 (15-11,15-13,9-15,6-15 e 9-15), o time mineiro era comandado pelo lendário Young Wan Sohn e tinha Pelé do Vôlei como uma das estrelas[12].

Em 1986 o time masculino terminou com o vice-campeonato no Campeonato Brasileiro de 1986 e novamente diante do Fiat/Minas, perdendo por 3-0 (16-14,16-14 e 15-10) na partida final em 31 de janeiro de 1987[13].Do grupo Bradesco, também foi criado em 24 de agosto de 1983 o Bradesco Esporte Clube cujo CNPJ era de número 28.017.457/0001-28, dissolvido em 1992, time feminino competi e depois foi montado o elenco feminino do Bradesco Atlântica, jogou nas categorias de base a atriz Christine Fernandes, dos 13 aos 18 anos[14].

Foi Bebeto de Freitas quem convenceu Braguinha a investir no time de voleibol, e exerceu um papel administrativo não só no referido departamento, como também no basquetebol e as demais modalidades patrocinadas pelo empresário no clube[15].

Na mesma década, o grupo Bradesco montou também um grande time de basquete no Rio, que enfrentava uma hegemonia há do basquete paulista, e faziam parte do elenco montado Carioquinha, Marquinhos Abdalla e Paulo Villas Boas. Em 1986 anunciou a dissolução do time masculino e feminino do voleibol, ambas líderes do ranking nacional. Em 1987 o interesse do grupo realmente era de investir no basquete, sob o nome de BCN (Banco de Crédito Nacional), pequeno banco que foi comprado pelo grupo, contratou um grupo de jogadoras talentosas, formando um grupo forte, entre elas estavam Magic Paula e Janeth Arcain, durando 13 anos o time conquistou todos os títulos possíveis nacionalmente e até conquistaram o título do Mundial de Clubes de 1998, mas o grupo anunciou no ano 2000 a dissolução de forma unilateral[16].

Uma das forças de 1984, era modelo para outros esportes, como o atletismo pela Ultracred[17] e na edição do Campeonato Brasileiro de 1984, variante feminina, o Bradesco Atlântica conquista pela primeira vez o título, perdendo a primeira partida dos playoffs para o Supergasbrás por 3-0 (15-3, 15-2 e 15-6), mas venceram a segunda partida por 3-2 (12-15, 6-15, 15-10, 17-15 e 15-3)[18] e de virada vencendo o último jogo em 22 de janeiro de 1985 por 3-2 (3-15,8-15,16-14,15-6 e 15-6)[19], época que eram treinadas por Marco Aurélio Motta e qualificaram-se para o Campeonato Sul-Americano de Clubes no mesmo ano, sediado em Santiago (Chile), interrompendo a sequência vitoriosa na competição do time peruano Deportivo Power obtendo esse inédito triunfo[20], um fato curioso aconteceu nesta conquista, as peruanas certas que iriam vencer, de alguma forma pintaram o troféu nas cores do clube, taç provocação irritou o time brasileiro e foi uma partida muito equilibrada , placar de 3-2 reflete bem a partida com parciais de: 15-13, 13-15, 15-12, 7-15, 17-15, atuação da atacante brasileira Isabel salgado foi salutar para a conquista e mantiveram as cores do troféu, exibindo-o com orgulho no dia 10 de junho ao desembarcar no aeroporto do Galeão[21]; os times das categorias de base conquistaram títulos estaduais, mas o elenco adulto não, ainda foram vice-campeãs do Campeonato Brasileiro de 1986[22].

O voleibol masculino ainda conquistou o título do Campeonato Carioca em 1982 como Atlântica Boa vista, além dos títulos como Bradesco no ano de 1983, outro como Atlântica em 1984 e novamente como Bradesco em 1985 e 1986[23], obteve resultados continentais expressivos

Na mais importante competição continental o time masculino conquistou a medalha de ouro no Campeonato Sul-Americano de Clubes de 1982 sediado no Rio de Janeiro, vencendo na final a Pirelli Esporte Clube, obtendo o vice-campeonato diante deste mesmo rival na final de 1983 em San Juan (Argentina), além de outro vice-campeonato diante do Fiat/Minas na edição de 1985 em Assunção e na revanche do ano seguinte consegue mais uma medalha de ouro na edição realizada em Santiago (Chile)[24].

Futsal[editar | editar código-fonte]

Títulos e resultados[editar | editar código-fonte]

Taça Brasil de Futsal
Campeonato Carioca de Futsal Masculino

Voleibol masculino[editar | editar código-fonte]

Títulos e resultados[editar | editar código-fonte]

Campeonato Sul-Americano de Clubes
Campeonato Brasileiro
Campeonato Carioca

Voleibol feminino[editar | editar código-fonte]

Títulos e resultados[editar | editar código-fonte]

Campeonato Sul-Americano de Clubes
Campeonato Brasileiro
  • Campeão: 1985[19]
  • Vice-campeão:1986[22]

Referências

  1. «Bradesco incorpora empresa de seguros e emite 363 mil ações». DCI (em portugues). 22 de fevereiro de 2005. Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 3 de janeiro de 2019 
  2. Flávia Ribeiro (3 de julho de 2017). «Braguinha: o maior fazedor de ídolos do esporte brasileiro». Exame (revista brasileira) (em portugues). Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  3. a b «A história do voleibol no Brasil». Trabalhos Para Escola (em portugues). 17 de junho de 2018. Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 3 de janeiro de 2019 
  4. «Histórias e Curiosidades-Atlântica-Boavista/Atlântica-Bradesco/Atlântica E.C./E.C. Bradesco/ARFAB». Almanaque do Futsal RJ (em portugues). 22 de março de 2017. Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 4 de janeiro de 2019 
  5. a b c d e «'O Salão do Rio' relembra os clubes cariocas no topo do futsal nacional». O Dia RJ (em portugues). 12 de maio de 2015. Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 4 de janeiro de 2019 
  6. a b c d e f g «Os campeões do Rio de Janeiro». Almanaque do Futsal RJ (em portugues). 22 de março de 2017. Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 4 de janeiro de 2019 
  7. a b «Renan tenta conquista título para cariocas depois de 17 anos». UOL (em portugues). 4 de abril de 1998. Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 3 de janeiro de 2019 
  8. Wanderley Marchi Júnior (2003). «XXII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA- TRÊS DÉCADAS DE HISTÓRIA DO VOLEIBOL BRASILEIRO» (PDF). ANPUH (em portugues). Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  9. a b Miguel Gonzalez (9 de maio de 2017). «VÔLEI Sada Cruzeiro é Tetracampeão da Superliga Masculina de Vôlei!». Ganhador.com. Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 1 de janeiro de 2019 
  10. a b c «Placar Magazine - Nº 712 - Pág.71». Placar. 13 de janeiro de 1984. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  11. «Placar Magazine - Nº 766 - Pág.81». Placar. 25 de janeiro de 1985. Consultado em 6 de maio de 2016 
  12. a b «Placar Magazine - Nº 767 - Pág. 65-67;75». Placar. 1 de fevereiro de 1985. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  13. a b «Placar Magazine - Nº 871 - Pág.70». Placar. 9 de fevereiro de 1987. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  14. Marta Fortuna (9 de agosto de 2016). «Ex-atleta, Christine Fernandes diz: 'O esporte me ensinou a ética'». O Globo (em portugues). Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 3 de janeiro de 2019 
  15. Álvaro José (9 de agosto de 2016). «Bebeto, adeus». Grupo Bandeirantes de Comunicação (em portugues). Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 3 de janeiro de 2019 
  16. «Caso 'Bradesco/Osasco': em defesa do esporte nacional». Vermelho.org] (em portugues). 24 de abril de 2009. Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 3 de janeiro de 2019 
  17. «Placar Magazine No 745-Pág.23». Placar (em portugues). 31 de agosto de 1984. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  18. «Placar Magazine - Nº 766 - Pág.81». Placar. 25 de janeiro de 1985. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  19. a b «Placar Magazine - Nº 767 - Pág.67 e 75». Placar. 1 de fevereiro de 1985. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  20. a b «Ranking - Piso». CSV (em espanhol). Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 8 de março de 2017 
  21. Sidrônio Henrique (14 de fevereiro de 2017). «Memória: brasileiras superam provocação peruana para levar título de clubes». Saída de Rede. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  22. a b «Placar Magazine - Nº 869 - Págs.60-62». Placar. 26 de janeiro de 1987. Consultado em 3 de janeiro de 2019 
  23. a b c d e f «Galeria de Campeões-GALERIA CAMPEÕES – ADULTO». FVR (em portugues). Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 4 de janeiro de 2019 
  24. a b c d e «Ranking - Piso». CSV (em espanhol). Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 16 de março de 2017