Basílica da Natividade
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Património Mundial da UNESCO | ||||
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Basílica da Natividade em Belém, Israel | ||||
País | Predefinição:Território Palestino Ocupado | |||
Tipo | Cultural | |||
Critérios | iv, vi | |||
Referência | 1433 | |||
Região** | Ásia e Oceania | |||
Coordenadas | 31° 42′ 15,67″ N, 35° 12′ 27″ L | |||
Histórico de inscrição | ||||
Inscrição | 2012 (36ª sessão) | |||
* Nome como inscrito na lista do Património Mundial. ** Região, segundo a classificação pela UNESCO. |
A Basílica da Natividade (em hebraico: כנסיית המולד, e em árabe: كنيسة المهد), também conhecida como Igreja da Natividade, localizada em Belém, no Estado da Palestina, é uma das mais antigas igrejas ainda em uso no mundo. Sua estrutura foi construída sobre uma caverna que a tradição cristã marca como o local de nascimento de Jesus. Em razão de os muçulmanos considerarem Jesus como sendo o segundo maior profeta islâmico, o local é considerado sagrado tanto para o cristianismo como para o islamismo.
Sua construção data do ano de 326, quando teria sido ordenada por santa Helena, mãe do imperador romano Constantino. Não se tem muita certeza de que a igreja é o local onde Jesus Cristo nasceu, mas sabe-se que a igreja foi disputada ao longo dos anos. Atualmente ela pertence às Igrejas Católica, Ortodoxa e Armênia.
História[editar | editar código-fonte]
O local sagrado conhecida como a Gruta da Natividade, em que a Igreja da Natividade fica no topo, é hoje associado com a caverna em que o nascimento de Jesus de Nazaré ocorreu. Em 135 d.C., o imperador romano Adriano ordenou a construção de um local de culto para Adônis, o deus grego da beleza e do desejo. Um padre da Igreja, Jerônimo, observou antes de sua morte, em 420 d.C., que a caverna da natividade estava em um ponto consagrado pelos pagãos ao culto de Adônis, e que um bosque agradável foi plantado lá, a fim de acabar com a memória de Jesus Cristo. Embora alguns estudiosos modernos disputem este argumento e insistam que o culto de Adônis originou o santuário e que foram os cristãos que assumiram o controle, a associação do local com o nascimento de Jesus é atestada pelo apologista cristão Justino, o Mártir (c. 100-165 d.C.), que observou em sua obra Diálogo com Trifão que a Sagrada Família (José, Maria e o menino Jesus) se refugiou em uma caverna fora da cidade:
"José pegou seus aposentos em uma determinada caverna perto da aldeia (Belém), e enquanto eles estavam lá Maria deu à luz o Cristo e colocou-o numa manjedoura, e aqui os Magos que vieram da Arábia encontraram ele." (capítulo LXXVIII).
Além disso, o filósofo grego Orígenes de Alexandria (185 d.C. - cerca de 254 d.C.) escreveu a respeito do local:
Em Belém, a caverna é apontado onde nasceu, e a manjedoura na caverna onde ele foi envolto em panos. E o boato é nesses lugares, e entre os estrangeiros da fé, que na verdade Cristo nasceu em uma caverna que é adorada e venerada pelos cristãos. (Contra Celso, livro I, capítulo LI).
A primeira basílica neste local foi iniciada por Helena de Constantinopla, mãe do Imperador Constantino, o Grande. Sob a supervisão do bispo Macário de Jerusalém, a construção começou em 327 e foi concluída em 333. A construção desta igreja primitiva era realizada como parte de um projeto maior após o Primeiro Concílio de Niceia, durante o reinado de Constantino a construir nos locais supostamente relacionados à vida de Jesus Cristo. O projeto da basílica foi centrado em torno de três grandes seções arquitetônicas: uma rotunda octogonal sobre a área onde acredita-se que Jesus de Nazaré nasceu, um átrio quadrado de 45×28 m; e adro duas edificações de 29×28 m. A estrutura foi incendiada e destruída em uma rebelião entre os judeus e os samaritanos na Palestina Prima em 529 ou 556. A basílica que existe atualmente é a que foi reconstruída pelo imperador romano Justiniano I. Quando o persas, comandados por Cosroes II invadiram Jerusalém e a Palestina em 614, não chegaram a destruir a estrutura. Segundo a lenda, seu comandante foi movido pela representação no interior da igreja os Três Reis Magos vestindo roupas persas, e ordenou que o edifício fosse poupado da destruição. Os cruzados no século XI fizeram mais reparos e adições ao edifício durante o Reino de Jerusalém com a permissão e ajuda dada pelo imperador bizantino, e o primeiro rei de Jerusalém que foi coroado na igreja. Ao longo dos anos, o composto foi ampliado e hoje abrange cerca de 12 mil metros quadrados. A igreja foi uma das causas diretas para a participação francesa na Guerra da Crimeia contra a Rússia. Em 2002, Israel invadiu Belém (que fica em território palestino) em busca de militantes muçulmanos. Um grupo deles se refugiou dentro da basílica da Natividade e acabou ficando por lá com um alguns civis por 39 dias – enquanto os israelenses fizeram um cerco à igreja exigindo a rendição dos militantes muçulmanos – que acabaram sendo exilados na Europa e na faixa de Gaza.
Em 2012 foi classificada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- «A Basílica da Natividade». www.italiamiga.com.br