Eleições legislativas na Itália em 1994

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Eleições legislativas na Itália em 1994
Itália
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630 lugares da Camera dei Deputati
316 assentos necessários para maioria
Comparecimento 86.31 Baixa1.04
Partido Líder(es) % Ass. ±
Centro-direita Silvio Berlusconi 46.35
47.21
366
Progressistas Achille Occhetto 34.34
32.81
213
Pacto pela Itália Mario Segni 15.75
15.63
46
Popular Sul Tirolês 0.60
0.49
3
Liga de Acção Meridional 0.15
0.13
1
Vale de Aosta -
0.11
1
Lista com partidos que ganharam assentos. Confira o resultado abaixo.
Primeiro-Ministro anterior Primeiro-Ministro eleito
Carlo Azeglio Ciampi
Independente
Silvio Berlusconi
Forza Italia


As eleições legislativas na Itália em 1994 foram realizadas a 27 de Março e, serviram para eleger os 630 membros da Câmara dos Deputados e os 315 membros do Senado da República.[1]

Sistema eleitoral[editar | editar código-fonte]

Em 1994, um novo sistema eleitoral, substituto do sistema proporcional em vigor desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foi utilizado pela primeira vez. Aprovado num referendo realizado no ano anterior, o novo sistema, conhecido como Mattarellum (em homenagem a seu proponente, o então deputado Sergio Mattarella), previa que 75% dos deputados seriam eleitos por pluralidade dos votos, enquanto os 25% restantes seriam escolhidos por representação proporcional para partidos com, pelo menos, 4% dos votos a nível nacional. O sistema no Senado era ainda mais complicado: 75% dos senadores seriam eleitos pelo método uninominal, enquanto que os 25% restantes seriam escolhidos por um método proporcional especial que na prática garantia assentos para os partidos menores.[1]

Contexto[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Operação Mãos Limpas

Estas eleições foram as primeiras realizadas após o fim da Primeira República e, acima de tudo, as primeiras eleições após o colapso de partidos históricos como a Democracia Cristã, que dominou a política italiana após a Segunda Guerra Mundial. Os cinco partidos pró-Ocidente que governavam a Itália desde 1981 – Democracia Cristã, Partido Socialista Italiano, Partido Socialista Democrático Italiano, Partido Republicano e Partido Liberal – perderam muito de sua força eleitoral do dia para a noite graças a um grande número de investigações judiciais acerca da corrupção financeira envolvendo seus membros mais proeminentes. Isto levou à expectativa geral de que a eleição seguinte seria vencida pelo Partido Democrático de Esquerda, herdeiro do antigo Partido Comunista Italiano, e sua coalizão, a Aliança dos Progressistas.

Em 26 de janeiro de 1994, no entanto, o magnata da mídia Silvio Berlusconi anunciou sua decisão de entrar na política, inaugurando seu próprio partido político, o Forza Italia, com uma plataforma focada em derrotar os comunistas. Seu objetivo político era convencer os eleitores do Pentapartito (os cinco partidos dominantes da década anterior), que estavam chocados e confusos com os escândalos da Operação Mãos Limpas, de que o Forza Italia oferecia-lhes tanto uma novidade quanto a continuação das políticas de livre mercado pró-Ocidente seguidas pela Itália desde o final da Segunda Guerra Mundial. Logo após ele ter decidido entrar na arena política, investigadores da Mãos Limpas estavam próximos de lançar mão de mandados requisitando sua prisão e a prisão de altos executivos de seu grupo de mídia. Durante sua carreira política, Berlusconi repetidamente afirmou que as investigações da Mãos Limpas haviam sido lideradas por promotores comunistas que queriam estabelecer na Itália um governo soviético.[2][3]

Para vencer a eleição, Berlusconi formou duas alianças eleitorais separadas: o Polo das Liberdade (Polo delle Libertà) com a Liga Norte (Lega Nord) nos distritos eleitorais do norte da Itália e o Polo do Bom Governo (Polo del Buon Governo) com a pós-fascista Aliança Nacional (Alleanza Nazionale), herdeira do Movimento Social Italiano, nas regiões do centro e do sul do país.[4] Numa perspicaz jogada pragmática, ele não se aliou a este último partido no norte devido ao atrito que a Liga Norte possuía com seus partidários. Como resultado, o Forza Italia esteva coligado com dois partidos que não estavam coligados entre si.

Berlusconi lançou uma massiva campanha de anúncios eleitorais em seus três canais de televisão. Consequentemente, ele venceu a eleição, com seu partido recebendo, sozinho, 21% do voto popular, o maior percentual entre os partidos que participaram daquela eleição. Uma de suas promessas mais significativas para assegurar a vitória foi a de que seu governo criaria "mais de um milhão de empregos.[5] Por outro lado, a centro-esquerdista Aliança dos Progressistas (também conhecida como Máquina de Guerra Alegre), liderada por Achille Occhetto e composta pelos dois partidos nascidos da dissolução do Partido Comunista Italiano (o Partido Democrático de Esquerda e o Partido da Refundação Comunista), estava segura de sua vitória e baseou sua campanha nas denúncias do abuso que Berlusconi fazia de seus veículos de comunicação para vencer a disputa.

Análise eleitoral[editar | editar código-fonte]

O grande vencedor da eleição foi Berlusconi. Suas coligações de centro-direita conquistaram 42,8% dos votos e 366 deputados,[1] obtendo 5,1 milhões de votos a mais do que a Alainça dos Progressistas de Occhetto. Sozinho, o Forza Italia conseguiu 21% dos votos,[1] ajudado em parte pelos meios de comunicação controlados pelo magnata.[1] O Polo das Liberdades venceu no Norte – sendo os partidos mais votados dessa região a Liga Norte e o Forza Italia –, enquanto que o Polo do Bom Governo venceu no Sul, graças à liderança da Aliança Nacional naquela região. O partido de Berlusconi conseguiu ser o mais votado em todas as regiões da Sicília.

A Aliança dos Progressistas, formada por ex-comunistas, teve seu melhor resultado nas regiões localizadas no centro e no sul do país, antigos redutos eleitorais do Partido Comunista. Obteve 34,3% dos votos e 213 deputados. Frustrando expectativas, o Partido Democrático de Esquerda falhou em conquistar o poder na Itália, assim como seu antecessor.[1]

O Partido Popular Italiano, sucessor da Democracia Cristã venceu em apenas uma região (seu aliado, o Pacto Segni, venceu em outra), obtendo 11,1% dos votos e apenas 29 deputados, uma queda significativa em relação aos 29,7% e 206 deputados que os democrata-cristãos haviam conquistado no peito anterior.[1]

Apesar de sua evidente vitória, o Polo das Liberdades falhou em obter a maioria dos assentos no Senado. Berlusconi foi eleito como primeiro-ministro da Itália no Senado após quatro senadores do Partido Popular que apoiavam-no (em violação à decisão da legenda) decidirem abster-se da votação. Dentre os senadores vitalícios, as abstenções também favoreceram o magnata, visto que três votaram a favor do governo (Gianni Agnelli, Francesco Cossiga e Giovanni Leone) e três abstiveram-se (Carlo Bo, Norberto Bobbio e Amintore Fanfani). Os outros cinco votaram a favor do líder do Forza Italia (Giulio Andreotti, Francesco De Martino, Giovanni Spadolini, Paolo Emilio Taviani e Leo Valiani). No total, 159 senadores votaram a favor de Berlusconi e 153 votaram contra ele.[6]

O governo de Berlusconi, no entanto, duraria apenas sete meses. Em dezembro de 1994, após ser informado pela imprensa de que estava sendo investigado por juízes de Milão, Umberto Bossi, líder da Liga Norte, desertou da coalizão de Berlusconi, afirmando que o pacto eleitoral não havia sido respeitado e forçando o então-primeiro ministro a renunciar após perder a maioria na Câmara dos Deputados. Bossi também ressentia-se do fato de que muitos de seus deputados juntaram-se ao Forza Italia, atraídos pelas promessas de cargos políticos mais vantajosos. Berlusconi foi substituído por um governo tecnocrático liderado por seu ex-ministro Lamberto Dini e apoiado pelo Partido Democrático de Esquerda, pela Liga Norte e pelo Partido Popular Italiano.[7]

Resultados Oficiais[editar | editar código-fonte]

Câmara dos Deputados[editar | editar código-fonte]

Partido Método Proporcional Método Uninominal Total +/-
Votos % +/- Deputados Votos % Deputados
Força Itália-Centro Cristão Democrático 8 136 135 21,01 Novo
30 / 155
18 179 279 47,21
102 / 475
132 / 630
Novo
Aliança Nacional 5 214 133 13,47 Aumento8,10
23 / 155
87 / 475
110 / 630
Aumento76
Liga Norte 3 235 248 8,36 Baixa0,29
11 / 155
107 / 475
118 / 630
Aumento63
Lista Panella 1 359 283 3,51 Aumento2,30
0 / 155
6 / 475
6 / 630
Baixa1
Polo das Liberdades - Polo do Bom Governo 17 944 799 46,35 Novo
64 / 155
18 179 279 47,21
302 / 475
366 / 630
Novo
Partido Democrático da Esquerda 7 881 646 20,36 Aumento4,25
38 / 155
12 632 680 32,81
86 / 475
124 / 630
Aumento17
Partido da Refundação Comunista 2 343 946 6,05 Aumento0,43
11 / 155
27 / 475
38 / 630
Aumento3
Federação dos Verdes 1 047 268 2,70 Baixa0,09
0 / 155
11 / 475
11 / 630
Baixa5
Partido Socialista Italiano 849 429 2,19 Baixa11,43
0 / 155
14 / 475
14 / 630
Baixa78
Movimento pela Democracia - A Rede 719 841 1,86 Estável
0 / 155
8 / 475
8 / 630
Baixa4
Aliança Democrática 456 114 1,18 Novo
0 / 155
18 / 475
18 / 630
Novo
Aliança dos Progressistas 13 298 244 34,34 Novo
49 / 155
12 632 680 32,81
164 / 475
213 / 630
Novo
Partido Popular Italiano 4 287 172 11,07 Baixa18,59
29 / 155
6 019 038 15,63
4 / 475
33 / 630
Baixa173
Pacto Segni 1 811 814 4,68 Novo
13 / 155
0 / 475
13 / 630
Novo
Pacto pela Itália 6 098 986 15,75 Novo
42 / 155
6 019 038 15,63
4 / 475
46 / 630
Novo
Partido Popular Sul Tirolês 231 842 0,60 Aumento0,09
0 / 155
188 017 0,49
3 / 475
3 / 630
Estável
Liga de Acção Meridional 59 873 0,15 Novo
0 / 155
46 820 0,13
1 / 475
1 / 630
Novo
Coligação Vale de Aosta 43 700 0,11
1 / 475
1 / 630
Votos Inválidos 2 825 397 6,80 Aumento1,42
Total 41 546 290 100
155 / 155
100
475 / 475
630 / 630
Eleitorado/Participação 48 135 041
86,31 / 100,00
Fonte [8]

Senado da República[editar | editar código-fonte]

Partido Votos % Senadores
Polo das Liberdades 6 570 468 19,87
82 / 315
Polo do Bom Governo 4 544 573 13,74
64 / 315
Aliança Nacional 2 077 934 6,28
8 / 315
Lista Panella 767 765 2,32
1 / 315
Força Itália - Centro Cristão Democrático 149 965 0,45
1 / 315
Polo das Liberdades - Polo do Bom Governo (Total) 14 110 705 42,66
156 / 315
Aliança dos Progressistas 10 881 320 32,90
122 / 315
Pacto pela Itália 5 519 090 16,69
31 / 315
Liga Alpina Lombarda 246 046 0,74
1 / 315
Listas Autónomas 233 361 0,71
1 / 315
Partido Popular Sul Tirolês 217 137 0,66
3 / 315
Outros 1 866 890 5,64
1 / 315
Votos Inválidos 2 798 826 7,80
Total 35 873 375 100
315 / 315
Eleitorado/Participação 41 795 730 85,83
Fonte [9]

Resultados por Distrito Eleitoral[editar | editar código-fonte]

Câmara dos Deputados (Método Proporcional)[editar | editar código-fonte]

Distrito

Eleitoral

% D % D % D % D % D % D % D % D % D % D % D % D % D D Votantes
FI PDS AN PPI LN PRC PS LP FdV PSI LR AD SVP
Piemonte 1 25,8 1 20,0 2 9,0 1 10,2 1 11,8 1 5,9 - - - 5,1 - 2,3 - 1,6 - 3,4 - 1,7 - - - 6 1 702 818
Piemonte 2 27,3 1 13,1 1 7,5 1 13,9 1 19,8 1 5,8 1 - - 5,1 - 3,2 - 1,7 - 1,1 - 1,7 - - - 6 1 595 931
Lombardia 1 28,2 2 14,9 3 6,4 1 8,3 1 17,4 1 5,7 1 4,4 - 5,6 - 2,8 - 1,3 - 1,7 - 1,8 - - - 10 2 890 681
Lombardia 2 23,6 2 9,0 2 5,1 1 13,2 2 28,2 2 4,1 1 5,5 1 3,6 - 2,3 - 1,2 - 1,1 - - - - - 11 2 894 663
Lombardia 3 26,6 1 18,4 1 5,9 - 13,6 1 18,7 1 6,5 - - - 4,3 - - - 2,1 - 0,9 - 1,3 - - - 4 1 086 822
Trentino-Alto Ádige 15,6 1 6,6 - 9,0 - 11,6 1 7,6 - 2,3 - - - - - 4,5 - 0,9 - 2,5 - - - 36,8 - 2 674 718
Veneto 1 23,2 2 10,8 1 8,3 1 15,1 2 20,8 1 3,9 1 7,9 1 - - 3,5 - 1,3 - - - 1,3 - - - 8 2 032 006
Veneto 2 24,3 1 14,2 1 6,9 1 16,2 1 22,9 1 5,2 - - - - - 4,4 - 2,3 - - - - - - - 5 1 373 502
Friuli-Veneza Júlia 24,3 - 12,0 1 14,2 1 15,6 1 16,9 - 6,0 - - - 4,4 - 4,1 - 1,8 - - - - - - - 3 936 368
Ligúria 22,6 1 22,3 2 8,0 1 8,0 1 11,4 1 8,2 - 5,9 - 5,6 - 2,7 - 1,7 - 1,0 - 1,4 - - - 6 1 293 425
Emília-Romanha 16,5 2 36,6 3 9,0 1 8,3 1 6,4 1 6,6 1 5,8 - 3,8 - 2,7 - 1,7 - 0,8 - 1,2 - - - 9 3 164 509
Toscana 16,4 3 33,7 3 10,9 1 8,3 1 2,2 1 10,1 1 6,0 1 3,8 - 2,4 - 2,5 - 1,3 - 1,4 - - - 11 2 754 561
Úmbria 15,3 1 35,7 - 16,5 1 9,9 - - - 8,9 - 5,9 - - - 2,4 - 2,7 - 0,8 - 1,4 - - - 2 627 054
Marche 19,7 1 28,9 1 15,7 1 17,2 1 - - 8,7 - - - - - 3,7 - 2,4 - 1,6 - 2,2 - - - 4 1 087 016
Lazio 1 19,3 - 24,3 4 26,0 1 6,3 1 - - 6,4 2 5,6 2 4,0 - 3,5 - 1,3 - 0,9 - 1,7 - - - 10 2 834 144
Lazio 2 24,3 1 20,4 1 23,1 - 14,6 1 - - 7,3 - - - 4,2 - - - 2,9 - - - 2,0 - - - 3 1 025 341
Abruzzo 17,8 1 20,2 - 20,8 1 15,4 1 - - 7,4 - - - 8,5 - 3,0 - 3,5 - 2,1 - - - - - 3 914 272
Molise 15,4 - 17,5 - 19,1 - 15,8 1 - - 5,5 - 5,1 - - - 2,7 - 2,6 - 2,2 - 1,5 - - - 1 229 098
Campânia 1 20,0 2 23,2 2 19,1 2 6,7 1 - - 8,2 - 5,2 1 3,9 - 4,1 - 2,3 - 1,3 - 1,5 - - - 8 1 881 660
Campânia 2 19,7 2 15,7 1 21,6 2 13,0 1 - - 5,5 - 6,3 1 3,2 - 3,7 - 3,9 - - - 1,3 - - - 7 1 743 159
Apúlia - - 19,9 3 27,5 1 13,8 3 - - 7,0 2 7,0 1 4,7 - 3,1 - 2,8 - 1,3 - 1,4 - - - 10 2 694 922
Basilicata 11,6 - 23,2 - 17,0 1 19,6 1 - - 7,5 - - - - - 3,2 - 8,6 - 3,5 - - - - - 2 410 090
Calábria 19,0 1 22,2 1 17,2 1 11,9 1 - - 9,3 1 6,6 1 - - 1,9 - 3,9 - 1,4 - 1,3 - - - 6 1 266 849
Sicília 1 34,9 2 16,7 2 11,0 - 8,9 1 - - - - 5,1 1 3,4 - - - 3,0 - 12,2 - 0,9 - - - 7 1 538 584
Sicília 2 32,4 2 16,2 2 16,7 1 7,8 1 - - - - 5,9 1 3,4 - - - 2,6 - 10,7 - - - - - 7 1 686 790
Sardenha 21,2 1 19,7 1 11,9 - 9,9 1 - - 6,1 - 17,4 1 2,8 - 2,1 - 3,2 - 0,7 - 2,3 - - - 4 1 207 307
Itália 21,0 30 20,4 38 13,5 23 11,1 29 8,4 11 6,1 11 4,7 13 3,5 - 2,7 - 2,2 - 1,9 - 1,2 - 0,6 - 155 41 546 290

Referências

  1. a b c d e f g scrip (19 de maio de 2015). «Elezioni politiche del 1994: cinque fatti e conseguenze che non ricordate - Cinque cose belle». Cinque cose belle (em italiano) 
  2. «As Italy Votes, Golden Career Of Berlusconi Is at Crossroads». Wall Street Journal. 30 de março de 2006 
  3. «Italian Election, The Prelude». The American. 1º de abril de 2006 
  4. Griffin, Roger (1996). «The 'Post-Fascism' of the Alleanza Nazionale: A Case Study in Ideological Morphology». Journal of Political. Ideologies. 1 (2): 123–145. doi:10.1080/13569319608420733. ’AN’s ideological tap-root is still thrust deep into historical Fascism... retaining many Fascist core values 
  5. «Elezioni della Camera dei Deputati del 27 Marzo 1994» (em italiano). Câmara dos Deputados da Itália. Consultado em 12 de abril de 2019. Arquivado do original em 12 de junho de 2009 
  6. Il Sole 24 Ore - Nel 1994 decisivi per Berlusconi tre senatori a vita.
  7. Cervi, Mario; Montanelli, Indro (28 de junho de 2013). L'Italia di Berlusconi - 1993-1995: La storia d'Italia #21 (em italiano). [S.l.]: Bur. ISBN 8858643054 
  8. «::: Ministero dell'Interno ::: Archivio Storico delle Elezioni - Camera del 27 Marzo 1994». elezionistorico.interno.it (em italiano). Consultado em 15 de janeiro de 2018 
  9. «::: Ministero dell'Interno ::: Archivio Storico delle Elezioni - Senato del 27 Marzo 1994». elezionistorico.interno.it. Consultado em 6 de janeiro de 2017