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Enéas Carneiro: diferenças entre revisões

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Enéas nunca foi a favor da união homoafetiva. Só assistir ao programa roda viva 1994.
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Em [[2000]] candidatou-se à prefeitura de São Paulo, obtendo 3% dos votos,<ref name="g1" /> e conseguiu reunir votos para a eleição de sua candidata a [[vereador]]a [[Havanir Nimtz]]. Em [[2002]] candidatou-se a [[deputado federal]] por São Paulo, obtendo a maior votação da história brasileira para aquele cargo: cerca de 1,57 milhão de votos, recorde que permanece não superado.<ref name="tiririca=2">[http://noticias.r7.com/eleicoes-2010/noticias/com-1-35-mi-de-votos-tiririca-quase-bate-recorde-para-deputado-federal-20101003.html Com 1,35 mi de votos, Tiririca quase bate recorde para deputado federal]</ref><ref name="g1" /> Seu partido obteve votos suficientes para, através do sistema proporcional, eleger mais cinco deputados federais, todos homens fundadores do partido,<ref>{{citar web|URL = http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0810200255.htm|título = Bancada do Prona será de fundadores|data = 08/10/2002|acessadoem = |autor = Folha de S. Paulo|publicado = Reportagem Local}}</ref> para atuação em Brasília (mesmo com votações inexpressivas, abaixo dos mil votos). Este episódio ficou marcado pela polêmica de que alguns destes candidatos teriam mudado de colégio eleitoral de forma ilegal apenas para serem eleitos pelo princípio da proporcionalidade, confiando nos votos conferidos ao partido através de Enéas. Enéas também participou ativamente das eleições para prefeitos e vereadores em [[2004]], ajudando a eleger vereadores em várias capitais, como Rio e São Paulo, e prefeitos em pequenas cidades.
Em [[2000]] candidatou-se à prefeitura de São Paulo, obtendo 3% dos votos,<ref name="g1" /> e conseguiu reunir votos para a eleição de sua candidata a [[vereador]]a [[Havanir Nimtz]]. Em [[2002]] candidatou-se a [[deputado federal]] por São Paulo, obtendo a maior votação da história brasileira para aquele cargo: cerca de 1,57 milhão de votos, recorde que permanece não superado.<ref name="tiririca=2">[http://noticias.r7.com/eleicoes-2010/noticias/com-1-35-mi-de-votos-tiririca-quase-bate-recorde-para-deputado-federal-20101003.html Com 1,35 mi de votos, Tiririca quase bate recorde para deputado federal]</ref><ref name="g1" /> Seu partido obteve votos suficientes para, através do sistema proporcional, eleger mais cinco deputados federais, todos homens fundadores do partido,<ref>{{citar web|URL = http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0810200255.htm|título = Bancada do Prona será de fundadores|data = 08/10/2002|acessadoem = |autor = Folha de S. Paulo|publicado = Reportagem Local}}</ref> para atuação em Brasília (mesmo com votações inexpressivas, abaixo dos mil votos). Este episódio ficou marcado pela polêmica de que alguns destes candidatos teriam mudado de colégio eleitoral de forma ilegal apenas para serem eleitos pelo princípio da proporcionalidade, confiando nos votos conferidos ao partido através de Enéas. Enéas também participou ativamente das eleições para prefeitos e vereadores em [[2004]], ajudando a eleger vereadores em várias capitais, como Rio e São Paulo, e prefeitos em pequenas cidades.


Enéas Carneiro apresentava-se como um político nacionalista e radicalmente contrário ao [[aborto]] e à [[legalização de drogas]].<ref name="agencia.camara" /> Muitos o acusavam de ser contra a união civil homoafetiva, fato que ele próprio desmentiu publicamente em uma de suas entrevistas.<ref>Arquivo do Pânico - Entrevista de Enéas - Pânico na Jovem Pan - Janeiro. (2006). ''Entrevista'' (Rádio)</ref> Outros críticos, ainda, tentaram associá-lo a uma espécie de novo símbolo do [[Integralismo|Movimento Integralista]].{{Carece de fontes}} Analistas enxergam Enéas como um fruto da democracia moderna, alegando que sua imagem excêntrica e seu bordão ("Meu nome é Enéas") se sobrepõem ao seu discurso hermético e intelectualizado frente às classes mais pobres da sociedade brasileira.{{Carece de fontes}}
Enéas Carneiro apresentava-se como um político nacionalista e radicalmente contrário ao [[aborto]], à [[legalização de drogas]] e à união de duas pessoas do mesmo sexo (referência programa roda viva de 1994). Alguns creditaram a uma espécie de novo símbolo do [[Integralismo|Movimento Integralista]].{{Carece de fontes}}Analistas enxergam Enéas como um fruto da democracia moderna, alegando que sua imagem excêntrica e seu bordão ("Meu nome é Enéas") se sobrepõem ao seu discurso hermético e intelectualizado frente às classes mais pobres da sociedade brasileira.{{Carece de fontes}}


No início de [[2006]], Enéas passou por sérios problemas de saúde, uma [[pneumonia]] e uma [[leucemia mieloide aguda]], fazendo com que ele optasse por retirar sua emblemática barba, antes que a quimioterapia o fizesse. Ainda em função de seus problemas de saúde, em junho de 2006 Enéas anunciou que desistiria de sua candidatura à Presidência da República e que concorreria novamente à [[Câmara de Deputados]]. Na nova campanha, mudou seu bordão para "Com barba ou sem barba, meu nome é Enéas". Foi reeleito com a quarta maior votação no estado de São Paulo, atingindo 386 905 votos, cerca de 1,90% dos votos válidos no estado.<ref name="agencia.camara" /><ref>[http://eleicoes.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/eleicoes/sp1df-1.html Folha Online: Apuração - São Paulo - Deputado Federal]</ref>
No início de [[2006]], Enéas passou por sérios problemas de saúde, uma [[pneumonia]] e uma [[leucemia mieloide aguda]], fazendo com que ele optasse por retirar sua emblemática barba, antes que a quimioterapia o fizesse. Ainda em função de seus problemas de saúde, em junho de 2006 Enéas anunciou que desistiria de sua candidatura à Presidência da República e que concorreria novamente à [[Câmara de Deputados]]. Na nova campanha, mudou seu bordão para "Com barba ou sem barba, meu nome é Enéas". Foi reeleito com a quarta maior votação no estado de São Paulo, atingindo 386 905 votos, cerca de 1,90% dos votos válidos no estado.<ref name="agencia.camara" /><ref>[http://eleicoes.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/eleicoes/sp1df-1.html Folha Online: Apuração - São Paulo - Deputado Federal]</ref>

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Enéas Carneiro
Enéas Carneiro
Deputado Enéas Carneiro falando à Comissão da Amazônia, em 2004
Deputado federal por  São Paulo
Período 1 de fevereiro de 2003
até 6 de maio de 2007
Dados pessoais
Nome completo Enéas Ferreira Carneiro
Nascimento 5 de novembro de 1938
Rio Branco,  Acre
Morte 6 de maio de 2007 (68 anos)
Rio de Janeiro,  Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Mina Ferreira Carneiro[1]
Pai: Eustáquio José Carneiro[1]
Alma mater Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (atual Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)
Partido Prona (1989–2006)
PR (2006–2007)
Profissão Médico cardiologista
Serviço militar
Anos de serviço 1959 - 1965
Graduação Sargento
Condecorações Medalha Marechal Hermes

Enéas Ferreira Carneiro (Rio Branco, 5 de novembro de 1938Rio de Janeiro, 6 de maio de 2007)[2] foi um médico cardiologista[3] e político brasileiro.[4] Como político, fundou o extinto Partido de Reedificação da Ordem Nacional, o Prona.[2][4]

Após se candidatar três vezes à Presidência da República (1989, 1994 e 1998), e uma vez à prefeitura de São Paulo (2000)[2], em 2002, foi eleito Deputado Federal pelo estado de São Paulo, recebendo votação recorde: mais de 1,57 milhão de votos, a maior votação já registrada no país.[5] Tornou-se muito famoso em todo o Brasil a partir de 1989 (em sua candidatura à Presidência da República daquele ano), por seu bordão "Meu nome é Enéas!", usado sempre ao término de seus pronunciamentos no horário eleitoral gratuito brasileiro.

Biografia

Infância e vida profissional

Enéas Ferreira Carneiro nasceu na cidade de Rio Branco, no estado Acre, em 1938. Filho de Eustáquio José Carneiro, barbeiro, e Mina Ferreiro Carneiro, dona de casa[1]. Perdeu o pai aos nove anos de idade, sendo obrigado a trabalhar desde essa idade para sustentar a si e à sua mãe[6].

Em 1958 iniciou seus estudos no Rio de Janeiro, na Escola de Saúde do Exército. Em 1959 formou-se terceiro-sargento auxiliar de anestesiologia, sendo primeiro lugar de sua turma.[6]

Em 1960 iniciou seus estudos na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.[6]

Em fevereiro de 1962 prestou exame vestibular para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Estado da Guanabara(atual UERJ), curso de licenciatura em matemática e física. Aprovado em primeiro lugar. No mesmo ano iniciou atividade como professor destas disciplinas, preparando alunos para vestibulares.[7]

Em 1965 formou-se médico pela já citada Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, pedindo então baixa do Exército, após 8 anos de serviço ativo no Hospital Central do Exército, onde auxiliou os médicos em mais de 5.000 anestesias, já tendo recebido a medalha Marechal Hermes.[6]

Em 1968 diplomou-se licenciado em Matemática e Física pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Estado da Guanabara e fundou o Curso Gradiente, pré-universitário, do qual foi diretor-presidente e onde lecionou matemática, física, química, biologia e português.[6]

Em 1969 fez o curso de especialização em cardiologia na 6ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e, a partir daí, foi integrado como assistente naquele Serviço de Cardiologia.[6]

De 1973 a 1975 fez um mestrado em cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse período ministrou também aulas de fisiologia e semiologia cardiovascular na mesma universidade. Em 1975 apresentou a primeira versão de seu famoso curso O Eletrocardiograma, no Rio de Janeiro, mais tarde ministrado em São Paulo (1983), Quito - Equador (1985) e novamente no Rio de Janeiro (1986), dessa vez como curso nacional, ocorrido no Copacabana Palace.[6]

Em 1976 defendeu sua dissertação de mestrado, "Alentecimento da Condução AV", e recebeu o título de mestre em cardiologia pela UFRJ. Ainda em 1976 escreveu o livro O Eletrocardiograma, referência no gênero.[6] Publicado em 1977 e reeditado em 1987 como O Eletrocardiograma: 10 anos depois, essa obra é conhecida no meio médico como a "bíblia do Enéas".[8]

Carreira política

Enéas fundou, em 1989, o Prona, lançando-se imediatamente candidato à presidência nas primeiras eleições diretas do Brasil, após o período da Ditadura Militar. O seu tempo na propaganda eleitoral gratuita era de dezessete segundos. Todavia, sua aparência exótica (um homem pequeno, calvo, com enorme barba cerrada e grandes óculos), aliada a uma fala rápida e a um discurso inflamado e ultranacionalista (terminado sempre por seu bordão: "Meu nome é Enéas"), fez com que o então desconhecido político angariasse mais de 360 mil votos,[2] colocando-o em 12º lugar entre 21 candidatos. A propaganda vinha sempre acompanhada pela Sinfonia n.º 5 de Ludwig van Beethoven.

Percebendo a penetração de sua imagem junto ao eleitorado, Enéas voltou a se candidatar em 1994, dispondo então de 1 minuto e 17 segundos no horário eleitoral. Mesmo sendo o Prona um partido ainda sem expressão, o resultado surpreendeu os especialistas em política. Enéas foi o terceiro mais votado, com mais de 4,6 milhões de votos (7%),[2][4] posicionando-se à frente de políticos consagrados, como o então governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola e o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, ficando atrás apenas de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.[4]

Em 1998, com 35 segundos disponíveis no horário eleitoral[9] — na soma total, um tempo menor do que em 1989 —, Enéas expôs seu discurso em que defendeu questões polêmicas como a construção da bomba atômica, a ampliação do efetivo militar[4] e a nacionalização dos recursos minerais do subsolo brasileiro. Nas eleições presidenciais daquele ano, foi o quarto colocado,[4] com um total de 1.447.090 votos.[2][4]

Em 2000 candidatou-se à prefeitura de São Paulo, obtendo 3% dos votos,[2] e conseguiu reunir votos para a eleição de sua candidata a vereadora Havanir Nimtz. Em 2002 candidatou-se a deputado federal por São Paulo, obtendo a maior votação da história brasileira para aquele cargo: cerca de 1,57 milhão de votos, recorde que permanece não superado.[5][2] Seu partido obteve votos suficientes para, através do sistema proporcional, eleger mais cinco deputados federais, todos homens fundadores do partido,[10] para atuação em Brasília (mesmo com votações inexpressivas, abaixo dos mil votos). Este episódio ficou marcado pela polêmica de que alguns destes candidatos teriam mudado de colégio eleitoral de forma ilegal apenas para serem eleitos pelo princípio da proporcionalidade, confiando nos votos conferidos ao partido através de Enéas. Enéas também participou ativamente das eleições para prefeitos e vereadores em 2004, ajudando a eleger vereadores em várias capitais, como Rio e São Paulo, e prefeitos em pequenas cidades.

Enéas Carneiro apresentava-se como um político nacionalista e radicalmente contrário ao aborto, à legalização de drogas e à união de duas pessoas do mesmo sexo (referência programa roda viva de 1994). Alguns creditaram a uma espécie de novo símbolo do Movimento Integralista.[carece de fontes?]Analistas enxergam Enéas como um fruto da democracia moderna, alegando que sua imagem excêntrica e seu bordão ("Meu nome é Enéas") se sobrepõem ao seu discurso hermético e intelectualizado frente às classes mais pobres da sociedade brasileira.[carece de fontes?]

No início de 2006, Enéas passou por sérios problemas de saúde, uma pneumonia e uma leucemia mieloide aguda, fazendo com que ele optasse por retirar sua emblemática barba, antes que a quimioterapia o fizesse. Ainda em função de seus problemas de saúde, em junho de 2006 Enéas anunciou que desistiria de sua candidatura à Presidência da República e que concorreria novamente à Câmara de Deputados. Na nova campanha, mudou seu bordão para "Com barba ou sem barba, meu nome é Enéas". Foi reeleito com a quarta maior votação no estado de São Paulo, atingindo 386 905 votos, cerca de 1,90% dos votos válidos no estado.[4][11]

Após o primeiro turno das eleições presidenciais de 2006, seu partido, o Prona, se funde com o PL e então é fundado um novo partido, o Partido da República.

Morte

No dia 6 de maio de 2007, aos 68 anos, Enéas Carneiro faleceu em sua casa, vitimado pela leucemia mieloide aguda, após ter desistido do tratamento quimioterápico e abandonado o hospital onde era tratado, o Hospital Samaritano, por acreditar que seu tratamento não mais surtiria efeito. Seu corpo foi velado na manhã do dia 7 de maio no Memorial do Carmo (que fica no Cemitério São Francisco Xavier), e cremado, na tarde do mesmo dia, no crematório da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. O último pedido de Enéas foi que sua família jogasse suas cinzas na Baía de Guanabara[2][12]. Sua suplente na Câmara foi Luciana Castro de Almeida (PR, candidata pelo Prona), que conseguira apenas 3.980 votos na eleição de 2006[13].

Referências

Ligações externas

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