Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores: diferenças entre revisões
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{{quote2|"''Em seus versos, Vandré cita a luta armada e a imobilidade das pessoas que defendiam a diplomacia, critica os movimentos que pregavam |
{{quote2|"''Em seus versos, Vandré cita a luta armada e a imobilidade das pessoas que defendiam a diplomacia, critica os movimentos que pregavam 'paz e amor', mostrando que de nada adiantava 'falar de flores' àqueles que atacam com armas''".<ref name="UEFS">[http://www2.uefs.br/dla/graduando/n2/n2.75-85.pdf uefs.br/] Artigo "''O contexto e o intertexto na música Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré''", por Adriana Alves Santana; Joseane de Jesus Pereira Araujo; Laila Kelly Almeida Jesus; e Telma de Oliveira Santana. Publicado na Revista Graduando nº2, de jan./jun. 2011 (ISSN 2236-3335)</ref>|Artigo "''O contexto e o intertexto na música Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré''"}} |
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O sucesso da canção, que incitava o povo à resistência, levou os militares a proibí-la, usando como pretexto a "ofensa" à instituição contida nos versos "Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem razão". |
O sucesso da canção, que incitava o povo à resistência, levou os militares a proibí-la, usando como pretexto a "ofensa" à instituição contida nos versos "Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem razão". |
Revisão das 23h17min de 20 de junho de 2017
"Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores" | |
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Canção de Geraldo Vandré do álbum Geraldo Vandré no Chile | |
Publicação | 1968 |
Lançamento | 1968 |
Duração | 6:49 |
"Pra não dizer que não falei das flores" (também conhecida como "Caminhando") é uma canção escrita e interpretada por Geraldo Vandré. Ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1968[1]. Teve sua execução proibida durante anos, após tornar-se um hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura militar brasileira, e ser censurada.[2] A canção ficou em vigésimo oitavo lugar na lista das 100 Maiores Músicas Brasileiras de todos os tempos pela revista Rolling Stone Brasil.[3]
A classificação da música em segundo lugar, sendo a favorita disparada do público, rendeu episódios de fúria popular contra os jurados, xingados e com seus carros danificados à saída do evento. A atriz Bibi Ferreira, uma das juradas que tiveram seu carro atacado, deu a maior nota da noite à canção e saiu do estádio do Maracanãzinho decepcionada com o resultado. Ziraldo, por exemplo, outro dos jurados, deu nota 10 para "Caminhando" e 5 para as outras músicas, inclusive a vencedora. Apenas em 1991, Walter Clark, diretor-geral da Rede Globo de Televisão na época, a organizadora e transmissora do festival, revelou em sua autobiografia que a direção da emissora recebeu ordens do comando do I Exército para que nem "Caminhando" nem "América, América", de César Roldão Vieira, extremamente críticas ao governo, vencessem o festival. Boni, o segundo em comando da rede, anos depois declarou que o júri tinha sido soberano e não sofrera nenhuma pressão, desconhecendo o fato narrado por Walter Clark. O festival foi vencido por Sabiá de Chico Buarque de Hollanda e Tom Jobim. Anos mais tarde, Boni confessou que "ver Tom e Chico sendo vaiados era doloroso e Vandré ter perdido dava uma sensação de vazio".[4]
Informação
A melodia da canção tem o ritmo de um hino, e sua letra possui versos de rima fácil (quase todos terminados em ão), que facilitam memorizá-la, logo era cantada nas ruas.
“ | "Em seus versos, Vandré cita a luta armada e a imobilidade das pessoas que defendiam a diplomacia, critica os movimentos que pregavam 'paz e amor', mostrando que de nada adiantava 'falar de flores' àqueles que atacam com armas".[1] | ” |
O sucesso da canção, que incitava o povo à resistência, levou os militares a proibí-la, usando como pretexto a "ofensa" à instituição contida nos versos "Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem razão".
A primeira cantora a interpretar "Caminhando" após o período em que a canção esteve censurada foi Simone, em 1979,[5] conquistando enorme sucesso de crítica e público. A canção também foi regravada por Luiz Gonzaga[6], Ana Belén, Zé Ramalho e Charlie Brown Jr, sendo a versão deste último presente na trilha sonora da minissérie Plano Alto..
Referências
- ↑ a b uefs.br/ Artigo "O contexto e o intertexto na música Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré", por Adriana Alves Santana; Joseane de Jesus Pereira Araujo; Laila Kelly Almeida Jesus; e Telma de Oliveira Santana. Publicado na Revista Graduando nº2, de jan./jun. 2011 (ISSN 2236-3335)
- ↑ uol.com.br/
- ↑ Marques Luiz, Thiago. «AS 100 MAIORES MÚSICAS BRASILEIRAS». Rolling Stone Brasil. Consultado em 9 de março de 2017
- ↑ Nuzzi, Vitor. «Uma noite em 1968». RedeBrasil Atual. Consultado em 24 de abril de 2014
- ↑ «Simone». Clique music. Cliquemusic.uol.com.br
- ↑ «Luiz Gonzaga». Pra não Dizer que não Falei das Flores. Luizluagonzaga.com.br
Ver também
Ligações externas
- «"Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores"». no site Letras