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[[Imagem:Bando de bugreiros.jpg|miniaturadaimagem|290x290px|Bando de bugreiros]]
'''Bugreiro''' era o indivíduo especializado em atacar e exterminar [[índio|indígenas]] [[brasil]]eiros e que era contratado pelos governos imperiais das províncias do [[Paraná]], [[Rio Grande do Sul]] e [[Santa Catarina]]. O termo se origina da palavra [[bugre]], como eram conhecidos pejorativamente os indígenas do sul do [[Brasil]].


Nome Científico: ''Lithraea molleoides'' (Anacardiaceae), Bugreiro.

Características: O Bugreiro é uma espécie arbórea com altura de 6-12 m e tronco com 30-40 cm de diâmetro. Folhas compostas imparipinadas, com 3-7 folíolos de 5-8 cm de comprimento por 1,5-2,5 cm de largura.

Locais de Ocorrência: Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul, em várias formações vegetais.

Madeira: Pesada, dura, compacta, pouco elástica, fácil de rachar, de longa durabilidade. É útil para a construção civil, marcenaria, obras de torno, esteios, lenha e carvão.

Aspectos Ecológicos: o bugreiro é uma perenifólia, heliófita, pioneira, característica da floresta situada em regiões de altitude, tanto em terrenos secos quanto úmidos. Apresenta dispersão ampla, porém irregular, ocorrendo principalmente nas formações secundárias. Sua produção de sementes é abundante todos os anos. Floresce durante os meses de agosto-setembro. A maturação dos frutos verifica-se nos meses de novembro-janeiro, contudo permanecem na árvore por mais algum tempo.

As espécies de árvores nativas como o BUGREIRO são muito indicadas para ações de reflorestamento, preservação ambiental, arborização urbana, paisagismos ou plantios domésticos. O reflorestamento, por exemplo, corresponde a implantação de florestas em áreas que já foram degradadas, seja pelo tempo, pelo homem ou pela natureza.

Já quando há a finalidade de arborização urbana ou paisagismo, é necessário avaliar o espaço em que a muda será plantada para que não haja problemas com a fiação elétrica ou rachaduras na calçada.

No viveiro do Instituto Brasileiro de Florestas é possível encontrar mudas de árvores nativas produzidas em tubetes plásticos de diversos tamanhos. Todas com a certificação no Registro Nacional de Mudas e Sementes – RENASEM.




Nos séculos XVI à XVIII, bugreiro era o indivíduo especializado em atacar e exterminar [[índio|indígenas]] [[brasil]]eiros e que era contratado pelos governos imperiais das províncias do [[Paraná]], [[Rio Grande do Sul]] e [[Santa Catarina]]. O termo se origina da palavra [[bugre]], como eram conhecidos pejorativamente os indígenas do sul do [[Brasil]].


Os bugreiros realizavam ataques de surpresa, arrasando aldeias com poucas chances de resistência aos indígenas. As tropas de bugreiros compunham-se por 8 a 15 homens [[caboclo]]s, conhecedores profundos da vida do sertão e geralmente aparentados entre si, que atuavam sob a ação de um líder com pleno poder de decisão. Os grupos também prestavam serviços de proteção a viajantes, [[tropeiro]]s e [[agrimensor]]es quando necessitavam atravessar ou permanecer em territórios onde a presença indígena era frequente.<ref>{{citar periódico |ultimo= Santos|primeiro= Sílvio Coelho dos |data= |title=Encontros de estranhos além do "mar oceano"|url= http://ceas.iscte.pt/etnografica/docs/vol_07/N2/Vol_vii_N2_431-448.pdf|periódico=Etnográfica |volume= VII|número= 2|páginas= 431-448|ano=2003|acessodata= 14 jan 2017}}</ref>
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* Bugreiro - Instituto Brasileiro de Florestas (ibflorestas.org.br)
* Muda de Bugreiro - Lithraea molleoides na Flora Londrina Viveiro
* Lithrea brasiliensis Marchand bugreiro,aroeira-branca, pau-de-bugre. | Compêndio Online Gerson Luiz Lopes (unicentro.br)

* SANTOS, Sílvio Coelho dos. Índios e brancos no sul do Brasil – a dramática experiência dos Xokleng. Florianópolis: Edeme, 1973. p.&nbsp;83-4.
* SANTOS, Sílvio Coelho dos. Índios e brancos no sul do Brasil – a dramática experiência dos Xokleng. Florianópolis: Edeme, 1973. p.&nbsp;83-4.
* SANTOS, Sílvio Coelho dos. Os Índios Xokleng: Memória Visual. Florianópolis: Editora UFSC, 1997. p.&nbsp;23-52.
* SANTOS, Sílvio Coelho dos. Os Índios Xokleng: Memória Visual. Florianópolis: Editora UFSC, 1997. p.&nbsp;23-52.

Revisão das 14h39min de 11 de outubro de 2021

Bando de bugreiros

Bugreiro era o indivíduo especializado em atacar e exterminar indígenas brasileiros e que era contratado pelos governos imperiais das províncias do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O termo se origina da palavra bugre, como eram conhecidos pejorativamente os indígenas do sul do Brasil.

Os bugreiros realizavam ataques de surpresa, arrasando aldeias com poucas chances de resistência aos indígenas. As tropas de bugreiros compunham-se por 8 a 15 homens caboclos, conhecedores profundos da vida do sertão e geralmente aparentados entre si, que atuavam sob a ação de um líder com pleno poder de decisão. Os grupos também prestavam serviços de proteção a viajantes, tropeiros e agrimensores quando necessitavam atravessar ou permanecer em territórios onde a presença indígena era frequente.[1]

As operações dos bugreiros para expedições de afugentamento do selvagem se assemelhavam a operações bélicas, como pode ser verificado no texto abaixo:

“Infinitas precauções tomam, pois é preciso surpreender os índios nos seus ranchos quando entregues ao sono. Não levam cães. Seguem a picado dos índios, descobrem os ranchos e, sem conversarem, sem fumarem, aguardam a hora propícia. É quando o dia está para nascer que dão o assalto. O primeiro cuidado é cortar as cordas dos arcos. Depois praticam o morticínio. Compreende-se que os índios acordados a tiros e a facão nem procuram defender-se, e toda heroicidade dos assaltantes consiste em cortar carne inerme de homens acobardados pela surpresa.[nota 1]

Ver também

Notas

Referências

  1. Santos, Sílvio Coelho dos (2003). «Encontros de estranhos além do "mar oceano"» (PDF). Etnográfica. VII (2): 431-448. Consultado em 14 jan 2017 
  • SANTOS, Sílvio Coelho dos. Índios e brancos no sul do Brasil – a dramática experiência dos Xokleng. Florianópolis: Edeme, 1973. p. 83-4.
  • SANTOS, Sílvio Coelho dos. Os Índios Xokleng: Memória Visual. Florianópolis: Editora UFSC, 1997. p. 23-52.