Velho Oeste: diferenças entre revisões
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Revisão das 13h18min de 23 de setembro de 2015
Velho oeste, Oeste selvagem ou faroeste (em inglês: old west, wild west ou far west), são os termos com que se denomina popularmente o período e episódios históricos que tiveram lugar no século XIX (principalmente entre os anos de 1860 a 1890) durante a expansão da fronteira dos Estados Unidos para a costa do Oceano Pacífico. Embora a colonização do território tenha começado no século XVI com a chegada dos europeus, o objetivo de alcançar a costa oeste deveu-se principalmente à iniciativa governamental do presidente Thomas Jefferson, depois da Compra da Luisiana em 1803. A expansão da fronteira foi considerada como uma oportunidade de riqueza e progresso.
Esta incessante e prolongada migração de pessoas para o oeste deslocou culturas ancestrais e oprimiu minorias étnicas de ameríndios. Em contraste, o período suscitou importantes avanços na indústria, comunicações e agricultura, à custa em vários casos de uma intensa exploração dos recursos humanos e naturais.
Estes eventos históricos, origem de um mito nacional nos Estados Unidos, têm sido recriados por diversas manifestações de arte. No cinema, o género designa-se western e narra historias de cowboys, pioneiros, ameríndios, garimpeiros, empresários, etc. Histórias de pessoas de variadas condições que empreenderam a aventura do oeste com a esperança de alcançar o êxito pessoal mas que acabaram muitas vezes confrontados com a justiça ou com a fatalidade do destino. Os estudos atuais consideram que por trás desta mistificação esconde-se uma realidade complexa e que há a tendência de reconsiderar o papel de todos os atores que participaram naquela conjuntura social, econômica e cultural que foi a fronteira dos EUA no século XIX.
A fronteira na história dos EUA
A «fronteira» é um conceito que, na história dos Estados Unidos, faz alusão ao avanço para o oeste e à procura de oportunidades dentro de um território desconhecido. Nas palavras de um autor moderno:
A fronteira é aquele lugar onde a civilização pode avançar à custa do selvagem. É uma delgada linha geográfica onde o velho e o novo, o conhecido e o desconhecido se encontram e se colocam limites.[1]
Em princípios do século XIX, o Oeste era considerado um território selvagem e inóspito, com escassas possibilidades de ser habitado.[2] Para esta opinião não influía o fato de que os povos ameríndios estavam há vários milénios a viver lá. O avanço do Leste civilizado sobre o Oeste selvagem foi o encontro e choque entre dois mundos mutuamente exclusivos. A apropriação de territórios e o deslocamento dos nativos justificou-se com a doutrina do "destino manifesto", uma ideologia que afirmava que todos estes acontecimentos eram parte de um plano divino previsto para a América do Norte e para o mundo.[3] Em 1825, um político de Missouri chamado Thomas Hart Benton defendeu a colonização alegando que o seu propósito era levar a todos os povos «grandes e maravilhosos benefícios através da ciência, dos princípios liberais de governo e da verdadeira religião».[3] Em 1893, uma vez passado o período de expansão, Frederick Jackson Turner apresentou a sua tese «Significado da fronteira na história dos Estados Unidos», mais conhecida como Tese da Fronteira (Frontier Thesis) ou Tese de Turner (Turner Thesis). Nela destacou a mestiçagem de raças,[1] o logro da solidariedade entre as distintas regiões, a ação do governo ao impulsionar as comunicações e a criação de uma personalidade nacional. O mais importante, no entanto, foi:
…a promoção da democracia aqui e na Europa (…) o individualismo desde o começo tem promovido a democracia (…) significa o triunfo da fronteira.[1]
Com o tempo, a fronteira converteu-se num mito nos Estados Unidos.[4]Tudo o que aconteceu no oeste — bom ou mau — serviu para forjar a personalidade do país através de valores como a procura de oportunidades, a aplicação de soluções práticas, a atitude enérgica perante as dificuldades, a capacidade de inovação e o esforço orientado para o progresso. Em definitivo:
…um escape e um lugar de esperança para aqueles dispostos e capazes de tomar o futuro nas suas próprias mãos.[1]
Velho Oeste na Cultura popular
- Literatura
Os exemplos mais famosos são os romances James Fenimore Cooper, publicados no século XIX, também foram explorados na literatura popular e barata nos penny dreadfuls, dime novels, revistas pulp e livros de bolso.
- Cinema
Muitas vezes, os filmes de estão situados em territórios inexplorados ou indisciplinados sob a ameaça latente de ataque dos índios, ou cidades sem lei, onde os bandidos aterrorizam a população. Exemplo de personagens: Django, Durango Kid e Pistoleiro sem nome
- Histórias em quadrinhos
Normalmente, as histórias em quadrinhos possuem roteiros dramáticos sobre cowboys, pistoleiros, homens da lei, caçadores de recompensa, fora da lei, e os nativos americanos. Os desenhos retratam uma América rural preenchida com imagens icônicas tais como armas, chapéus de cowboy, coletes, cavalos, bares, fazendas e desertos. Ex: Black Rider, Blueberry e Tex Willer.[5]
Ver também
- Batalha de Little Bighorn
- Big Nose George
- Buffalo Bill
- Cavalo Louco
- General Custer
- Genocídio dos indígenas dos Estados Unidos
- George Crook
- Jane Calamidade
- Pony Express
- Touro Sentado
- Thomas Jefferson
- Wild Bill Hickok
Referências
- ↑ a b c d Compton´s Interactive Encyclopedia (1996), Frontier.
- ↑ Hakim, Joy (1999), A history of Us, book 5, pp. 14-15.
- ↑ a b Berkin, Carol, et. al., (2006), Making America, p. 373.
- ↑ Berkin, Carol, et. al., op. cit., p. 593.
- ↑ Marcus Ramone (18 de setembro de 2015). «Os implacáveis quadrinhos de faroeste». Universo HQ