Heliconius erato phyllis

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Fotografia de H. erato phyllis macho, vista superior.
Fotografia de H. erato phyllis macho, vista superior.
H. erato petiverana, vista superior (esquerda) e inferior (direita), uma subespécie mexicana de Heliconius erato[1] similar a H. erato phyllis.
H. erato petiverana, vista superior (esquerda) e inferior (direita), uma subespécie mexicana de Heliconius erato[1] similar a H. erato phyllis.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Subordem: Papilionoidea
Família: Nymphalidae
Subfamília: Heliconiinae[1]
Tribo: Heliconiini
Género: Heliconius
Kluk, 1780[1]
Espécie: Heliconius erato
Subespécie: H. erato phyllis
Nome binomial
Heliconius erato phyllis
(Fabricius, 1775)[1]
O mimetismo em borboletas Heliconiini é visto aqui, apresentando quatro formas de Heliconius numata, duas formas de Heliconius melpomene e as duas formas de imitação, correspondentes, de Heliconius erato.
Sinónimos
Papilio phyllis Fabricius, 1775
Papilio roxane Cramer, 1775
Heliconius phyllidis Grose-Smith & Kirby, 1892
Heliconius anacreon Grose-Smith & Kirby, 1892
Heliconius amatus Staudinger, [1897][1]
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Heliconius erato phyllis é uma subespécie de inseto; uma borboleta neotropical da família Nymphalidae e subfamília Heliconiinae,[1] encontrada na região de floresta tropical e subtropical úmida atlântica do nordeste, sudeste e sul do Brasil, entre o Ceará e o Rio Grande do Sul e chegando, a sua distribuição geográfica, até o Pantanal, a Bolívia e a Argentina. No Brasil, ela pode receber a denominação vernácula de Maria-boba, Castanha-vermelha,[2][3][4] Alemã ou Crista-de-galo,[5] tendo sido classificada por Johan Christian Fabricius, com a denominação de Papilio phyllis, no ano de 1775, a partir de um espécime-tipo com proveniência do Brasil, no texto Systema Entomologiae, Sistens Insectorum Classes, Ordines, Genera, Species, Adiectis Synonymis, Locis, Descriptionibus, Observationibus.[1]

Heliconius erato[editar | editar código-fonte]

Heliconius erato phyllis é uma das variações cromáticas, ou subespécies, de Heliconius erato (Linnaeus, 1758), uma espécie que habita a América Central e do Sul, entre o nível médio do mar a até 2.300 metros de altitude,[6] do México até a Argentina[1] e que é geograficamente variável e envolvida em padrões de mimetismo mülleriano com Heliconius melpomene na maior parte de sua região de ocorrência.[6] Seus indivíduos podem atingir até os seis ou oito centímetros de envergadura.[7]

Hábitos e habitat[editar | editar código-fonte]

Esta borboleta geralmente voa de forma errática e a uma altura baixa, em habitats de beira de floresta como clareiras e trilhas;[6] mas também sendo comum em vários tipos de ambientes antrópicos como jardins e parques de cidades, onde procuram o néctar de flores[8] como as de Lantana camara (gênero Lantana) e Stachytarpheta cayennensis (gênero Stachytarpheta).[9] No acasalamento, machos sentam-se nas crisálidas de fêmeas um dia antes de seu surgimento, com a fecundação ocorrendo na manhã seguinte, antes que a fêmea tenha eclodido completamente.[6] Os adultos dormem durante a noite em pequenos grupos empoleirados.[8]

Aposematismo e mimetismo[editar | editar código-fonte]

Suas lagartas se alimentam de plantas do gênero Passiflora (família Passifloraceae), incluindo Passiflora organensis. São brancas e espinescentes, com pintas negras e tendências canibalísticas, sendo evitadas por predadores devido às substâncias tóxicas que assimilam de sua planta-alimento.[8] Os adultos também são evitados, apresentando suas asas moderadamente longas e estreitas, de coloração predominante em negro aveludado, vistas por cima, com a presença de uma mancha vermelha nas asas anteriores e uma faixa longitudinal amarelada em suas asas posteriores.[4][10][11][12] Através de seleção natural, outras espécies do mesmo habitat as mimetizam a partir do Rio de Janeiro até o norte e a região centro-oeste do Brasil, como Heliconius melpomene burchelli[13] e Heliconius melpomene nanna,[14] tornando a correta identificação mais criteriosa. Outra espécie que imita Heliconius erato phyllis, na região sudeste e sul, é Eresia lansdorfi (Nymphalidae, Nymphalinae), que apresenta o ápice das asas anteriores menos arredondado.[15][16]

Diferenciação entre H. erato phyllis e H. besckei[editar | editar código-fonte]

Na região centro-oeste, sudeste e sul do Brasil, Heliconius erato phyllis difere de Heliconius besckei pela ausência de pequena área em amarelo nas asas dianteiras, bem acima da mancha vermelha, assim como na presença de uma faixa vermelha margeando as asas posteriores, em beskei, quando a borboleta é vista por baixo.[17][18]

Referências

  1. a b c d e f g h Savela, Markku. «Heliconius erato» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 19 de janeiro de 2018 
  2. PALO JR., Haroldo (2017). Butterflies of Brazil / Borboletas do Brasil, volume 2. Nymphalidae 1ª ed. São Carlos, Brasil: Vento Verde. p. 934-937. 1.728 páginas. ISBN 978-85-64060-10-4 
  3. Marcelino, Dianes G. «Que bicho é? Você conhece a borboleta castanha-vermelha?». Natureza e Conservação. 1 páginas. Consultado em 19 de janeiro de 2018 
  4. a b Lameiras, Marcus Vinicius (16 de junho de 2012). «Borboleta Castanha-vermelha (Heliconius erato phyllis) - Red Postman». flickr. 1 páginas. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  5. SANTOS, Eurico (1985). Zoologia Brasílica, vol. 10. Os Insetos 2ª ed. [S.l.]: Itatiaia. p. 35-43. 244 páginas 
  6. a b c d Beltrán, Margarita; Brower, Andrew V. Z. (12 de agosto de 2008). «Heliconius erato» (em inglês). Tree of Life Web Project. 1 páginas. Consultado em 19 de janeiro de 2018 
  7. «Erato Heliconian - Heliconius erato (Linnaeus, 1758)» (em inglês). Butterflies and Moths of North America. 1 páginas. Consultado em 19 de janeiro de 2018 
  8. a b c OTERO, Luiz Soledade (1986). Borboletas. Livro do Naturalista (21 X 28cm) 1ª ed. Rio de Janeiro: Ministério da Educação - FAE. p. 73-74. 112 páginas. ISBN 85-222-0195-1 
  9. Giani, Érica Jaqueline de Melo; Barp, Elisete Ana; Moreira, Gilson Rudinei Pires (2006). «Preferência alimentar de Heliconius erato phyllis (Fabricius) (Lepidoptera; Nymphalidae) em relação à cor da flor e a concentração de sacarose no néctar» (PDF). Sociedade Botânica do Brasil - SBB. 1 páginas. Consultado em 19 de janeiro de 2018 
  10. Lamas, Gerardo. «Heliconius erato phyllis (Fabricius, 1775)» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 19 de janeiro de 2018 
  11. Gorá, João (17 de outubro de 2006). «Heliconius erato phyllis» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 19 de janeiro de 2018 
  12. Heliconius erato phyllis (fonte).
  13. PALO JR., Haroldo (Op. cit., p.950.).
  14. PALO JR., Haroldo (Op. cit., p.953.).
  15. PALO JR., Haroldo (Op. cit., p.1.276-1.278.).
  16. «Eresia lansdorfi (Godart, 1819)» (em inglês). Lepidoptera Brasiliensis. 1 páginas. Consultado em 19 de janeiro de 2018 
  17. PALO JR., Haroldo (Op. cit., p.926-927.).
  18. «Heliconius besckei Ménétriés, 1857» (em inglês). Lepidoptera Brasiliensis. 1 páginas. Consultado em 19 de janeiro de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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