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Moisés Espírito Santo

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Moisés Espírito Santo
Nascimento 1934
Batalha, Portugal
Nacionalidade Portuguesa
Escola/tradição École des Hautes Études en Sciences Sociales e Universidade Nova de Lisboa
Principais interesses Etnologia
Arqueologia em Portugal
História de Portugal
Psicologia analítica
Sociologia Rural
Sociologia da Religião
Culturas do Mediterrâneo
Línguas semitas
Toponímia

Moisés Espírito Santo Bagagem (Batalha, 1934) é um professor universitário, etnólogo, sociólogo, filólogo e linguista português. É também especialista em estudos de toponímia.

É um especialista relevante na análise etnológica e sociológica e no estudo científico da Igreja Católica, cuja obra em Sociologia e Etnologia das Religiões está classificada, pela Biblioteca Nacional de França, como "forme savante à valeur internationale", portadora da herança científica da tradição sociológica da escola de Émile Poulat (EHESS) na análise da Igreja Católica, que demonstra, em termos científicos, que o Catolicismo Romano (Igreja Católica/Vaticano) é um sistema artificial e arbitrário, sem fundamentos que lhe dêem validade ontológica,[1] descrevendo, na linha de Alain Peyrefitte, que esteve e continua a estar no fundamento do atraso estrutural dos países católico-romanos em relação aos países cristãos protestantes.[2]

É professor catedrático jubilado em Sociologia e Etnologia das Religiões do Departamento de Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa, onde foi professor de Etnologia e de Sociologia, entre o ano de 1980 e de 2004 e onde foi um dos fundadores principiais de quatro pequenas unidades de investigação etnológica e sociológica, que dirigiu. Doutor em sociologia das religiões pela École des Hautes Études en Sciences Sociales(1976-1979), cuja linha de investigação evoluiu para uma orientação científica de Etnologia Comparada, de Etnologia Histórica e de Sociologia e Etnologia das Religiões, com uma visão etnológica das sociedades, que privilegia a observação e a investigação etnológica de terreno, sendo mais um etnólogo do que, propriamente, um sociólogo, com contributos científicos fundamentais para a reformulação, quase completa, dos estudos que se fizeram nas áreas da Sociologia e Etnologia das Religiões, da arqueologia, da historiografia, dos estudos de toponímia e da origem da língua portuguesa, que se debruçam sobre a identidade étnica das populações do território português e sobre a História de Portugal, apurada a partir da identidade cultural dos cultos religiosos populares, ou seja, foi a partir da identidade étnica e da origem da 'religião popular' que Moisés Espírito Santo começou a reformular os estudos tradicionais que se fizeram, em Portugal, nas áreas da Sociologia e Etnologia das Religiões, da Arqueologia, da História, dos estudos de toponímia e da origem da língua portuguesa.

É, na actualidade, director do programa de mestrado em Etnologia Portuguesa Contemporânea e da Pós-graduação em Ciências Sociais (Sócio-Etnologia): “Sociedade, Culturas e Patrimónios” da Universidade Lusófona e ainda ensina no mestrado e no doutoramento em Sociologia da FCSH - UNL, para além de ser o responsável pelo curso "O Sagrado em Sociologia e na Literatura" da FCSH, com Ana Paula Guimarães.

Biografia e actividade académica

Nasceu, em 1934, na freguesia da Batalha, numa família de agricultores. Estudos liceais; serviço militar cumprido em hospitais militares; animador cultural nas cadeias centrais (1955-1958), após curso ministrado pela Direcção-Geral dos Serviços Prisionais; funcionário das Caixas de Previdência (1958-1963); emigrante em França (1963-1981). Curso de jornalismo no Instituto Francês da Imprensa, do Instituto de Ciências Políticas (Paris), a que não apresentou relatório final. Animador cultural (1966-1977), na Liga Francesa de Ensino e de Educação Permanente, do Ministério francês da Educação, encarregada do sector imigrante. Formador de animadores culturais para imigrantes em França. Fundador das primeiras associações portuguesas em França e da Liga Portuguesa do Ensino e da Cultura Popular. Professor de Língua Portuguesa no ensino secundário francês (1977-1980).

Entretanto, em 1973, era admitido na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (Paris), na área da Sociologia Rural. Frequentes estudos de campo na zona de Leiria (1973-1976). Diplomado por aquela Escola com o trabalho final La Freguesia / Comune Rurale Portugaise: Vie Communautaire et Conflits (1976), editado em Portugal sob o título de Comunidade Rural ao Norte do Tejo - Estudo de Sociologia Rural(1980). Matrícula (1976) na mesma Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (Paris) para doutoramento, sob a orientação dos professores Placide Rambaud e Émile Poulat [3]. Doutoramento na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (Paris) com a tese La Religion Paysaine dans Le Nord du Portugal (1979), editada em Portugal com o título de 'A Religião Popular Portuguesa' (1984)[4]. Foi, a partir da análise etnológica da Região do Noroeste Português, região dos castros, das cividades, das citânias: cultura castreja, que Moisés Espírito Santo começou a sistematizar a origem étnica das populações do território português:

"Os conflitos minhotos são o reflexo das contradições no interior da nossa cultura. Tudo o que temos de mais valioso - a nossa cultura - vem do Minho, aceite-o ou não o nosso racionalismo sulista. Do norte, veio-nos a língua, a religião, a nacionalidade, a aristocracia. Os escritores e poetas, desejosos de se inspirarem nas fontes, fixam-se no norte. Os países do hemisfério norte conhecem geralmente este conflito norte-sul: o norte domina o sul. As culturas nacionais difundiram-se do norte para o sul. No nosso caso, a deslocação da capital política do norte (Guimarães) para o sul podia ter remediado o problema; no entanto, ela não desfez essa denominação; as maiores fortunas concentram-se no norte; o norte continua a dominar o sul através das opções políticas, da religião e dos valores em geral.", como descreve no artigo de 1982 'A propósito da abertura da Portela do Homem', defendendo, mais tarde, a origem judaica da nobreza portuguesa [5], proveniente, sobretudo, do Noroeste da Peninsula Ibérica: Minho, Galiza e uma parte das Astúrias, na investigação muito preliminar O Brasonário Português e a Cultura Hebraica (trata-se de um trabalho de Etnologia História muito preliminar, não definitivo, sobre este assunto...), onde demonstra a relação da cultura judaica, clãs familiares judeus, da região do Noroeste Peninsular, com o brasonário português antigo: os nomes dos brasões familiares eram em hebraico/caldaico.[6] As investigações mais recentes, realizadas com métodos rigorosos e científicos, revelam que o Judaísmo sefardita antigo, ritual português, é uma cultura do Entre-Douro-e-Minho [7], da Galiza e de uma parte das Astúrias.[8]: das famílias patriarcais ligadas à propriedade senhorial da terra.

A carreira académica de Moisés Espírito Santo em Portugal começa, no ano de 1980/81, quando foi contratado pela Universidade Nova de Lisboa para leccionar Sociologia Rural no Departamento de Sociologia da FCSH, como professor auxiliar convidado. Actualmente, é professor catedrático jubilado dessa instituição, tendo sido responsável, ao longo da sua vida académica, pelas cadeiras de Sociologia da Vida Religiosa, Sociologia Rural Aprofundada, Sociologia da Vida Quotidiana e Etno-Sociologia das Sociedades Mediterrânicas. Leccionou nos vários mestrados em Sociologia, mas também em Estudos Portugueses. Dirigiu o curso de pós-graduação em Sociologia do Simbólico e do Pensamento Religioso.

Foi o primeiro etnólogo a demonstrar, de modo sistemático, com conceitos científicos, racionais e explicativos, na descrição etnológica da realidade social do território português, a origem Fenícia/Púnica/Cananeia [9]), das suas populações: populações matriarcais, matrifocais, matricêntricas e matrilineares, através dos estudos de toponímia, da origem da língua e da análise dos cultos religiosos, num ambiente académico ainda moldado, nos anos 80 e 90 do século XX[10], pela imposição escolástica e caciquista de erudição greco-latina e católico-romana (cosmovisão católico-romana), próprias da Europa medieval e da Contra-Reforma, dos países do sul da Europa: Portugal, Espanha e Itália. O saber universitário, em Portugal, esteve, desde as sua origens, divorciado da sociedade envolvente: consistiu, em boa parte, até à metade da década de 90 do século XX, salvo algumas excepções, na transmissão de Cultura Greco-Latina, com tiradas em Grego e Latim e através de sebentas repetitivas, absolutizando a cosmovisão católico-romana, não se tendo preocupado com a descrição e a análise científica da Cultura Portuguesa com conceitos racionais e explicações científicas rigorosas, validadas pela observação e pela investigação empírica no terreno. Ou seja, os conceitos racionais não iluminavam os fenómenos da sociedade envolvente: não havia saber científico sistemático da Cultura Portuguesa, sobre a sua origem e sobre a sua identidade étnica e social. Era, genericamente, um tipo de saber «alheado do Mundo», um racionalismo escolástico (conceitos que não se referiam à realidade social), taciturno, que se sedimentou durante quase um milénio, que se preocupava com a análise escolástica de fenómenos fantasiosos típicos da tradição católico-romana e para validar, racionalmente, o sistema filosófico católico-romano, como a questão greco-latina do «ente» e do «ser», a problemática da «morte» ou o 'não-sentido' da «existência», que não existem, por exemplo, nas Culturas Semitas, que glorificam os valores da Vida, da frugalidade e o bem-estar, que são tão ou mais importantes que a Cultura Grega e Romana (e todas as grandes culturas têm origem no espaço cultural do Mediterrâneo...[11]), mas que nunca foram institucionalizadas nas estruturas universitárias: o ensino do Hebraico, por exemplo, nunca tinha sido institucionalizado em Portugal e ainda hoje é muito incipiente: a Cultura Judaica, talvez a cultura mais erudita e letrada da História da Humanidade, é ainda hoje bastante desconhecida pelas elites eruditas greco-latinistas (católico-romanas) das universidades portuguesas[12], visto que foram configuradas pela Igreja Católica durante séculos, apesar de ser uma cultura autóctone do Noroeste Português (mesmo que fosse comum essas famílias terem sacerdotes da Igreja Católica), mas cujo temperamento é vivido, na actualidade, de modo espontâneo: esse passado judaico foi herdado como um legado familiar, mas, neste momento, não é vivido de modo consciente, apesar do temperamento dos estratos superiores das populações da região do Noroeste Português e que foi transposto para o Brasil, dada a forte e antiga ligação entre o Noroeste Português e o Brasil, de fechamento e união familiar, ser aquele que melhor incorpora a idiossincrasia do Judaísmo antigo (a cultura perpetua-se durante milénios), do qual a família Gonçalves de Menezes é um exemplo.

Foi um dos principais fundadores e presidente da Associação de Estudos Rurais da Universidade Nova de Lisboa, do Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões e do Instituto Mediterrânico, além de ainda ser investigador do Centro de Estudos de Sociologia também daquela universidade. Foi um dos fundadores e dirige as revistas Fórum Sociológico, editada pelo Instituto de Estudos e Divulgação Sociológica, do qual também foi um dos fundadores, e dirigiu a revista Mediterrâneo – Revista de Estudos Pluridisciplinares sobre as Sociedades Mediterrânicas, que congregam, na FCSH, vários colaboradores, internos e externos à FCSH. Continua, por sua iniciativa, a fazer frequentes visitas de estudo a países mediterrânicos, europeus e africanos. Co-fundador da Associação Portuguesa de Sociologia; membro da Association Internationale de Sociologues de Langue Française (Toulouse), do International Institute of Sociology (Washington) e do International Research Comitte 22 - Sociology of Religion (Roma).

Moisés Espírito Santo é uma das referências académicas e científicas do Departamento de Sociologia da FCSH - UNL, fundado e configurado por Vitorino Magalhães Godinho, sendo o único professor catedrático português na área de Sociologia e Etnologia das Religiões, partindo, de modo estrutural, na análise das religiões, da validade ontológica da Halachá, da cosmovisão e da práxis do Judaísmo e das letras hebraicas de natureza criacionista, e, a partir dessa validade, opondo-o, como verdadeiro, por oposição a todas as outras religiões, que são, nesse sentido, produtos artificiais, construções humanas e fantasias, arbitrárias e localizadas, produtos temporais e efémeros de uma determinada cultura localizada: um dos seus contributos científicos mais importantes foi o ter demonstrado, em termos científicos, que o Catolicismo Romano (Igreja Católica/Vaticano) é um sistema artificial e arbitrário, sem validade ontológica, uma fusão de símbolos, rituais, valores e elementos provenientes de várias culturas, que muito pouco tem a ver com a cultura bíblica (que é a cultura mediterrânica dos valores de exaltação da vida, da frugalidade e do bem estar) bem como do Cristianismo original, do qual o Protestantismo está muito mais próximo com a descoberta do sentido original da Bíblia Hebraica, através da sua interpretação individual, por meio da fé, sem a mediação caciquista de uma instituição religiosa (devido a uma certa ignorância massiva, advinda do facto da Igreja Católica ter-lhe vedado o saber durante milénios, os portugueses, um povo muito pouco religioso, continuam ainda a confundir o Cristianismo unicamente com o Catolicismo Romano e as práticas religiosas unicamente com as da Igreja Católica Romana, devido à influência de controlo social da Igreja Católica durante séculos).

Contributos científicos mais relevantes : Abordagem Etnológica das Sociedades e da História de Portugal

As áreas de investigação pelas quais se interessou, quanto aos temas e modos de abordagem, podem ser classificadas no que convenciona chamar-se Etnologia Histórica, Etnologia Comparada e Sociologia e Etnologia das Religiões. Moisés Espírito Santo foi dos primeiros investigadores a utilizar conceitos e métodos racionais e científicos no conhecimento dos fenómenos religiosos, das culturas e da História de Portugal, nas décadas de setenta e de oitenta do século XX (visto que a Historiografia, os estudos de Toponímia, a Arqueologia e a Etnografia tradicionais, em Portugal, eram mitogénicas, baseadas, quase sempre, em apódos e mitos locais, não havendo, até a essa altura, estudos relevantes na área de Sociologia e Etnologia das Religiões), e fez das primeiras investigações, em Portugal, de Etnologia Histórica científica (mais precisa que os métodos tradicionais da Historiografia/História,que eram baseados, sobretudo, em documentos escritos: havia uma "tirania" do documento para a explicação dos factos históricos e não se considerava, por exemplo, o legado da oralidade, da transmissão oral da Cultura (nos estudos de Toponímia e nos estudos da Língua Portuguesa) para a explicação dos fenómenos) influenciado, em termos estruturais, sobretudo, pela Sociologia Histórica e Comparada de Vitorino Magalhães Godinho, na abordagem etnológica que faz da História de Portugal. Em Sociologia e Etnologia das Religiões, adopta, sobretudo, uma abordagem etnológica e socio-psicanalítica (psicologia analítica jungiana) dos fenómenos religiosos, com a observação e a investigação no terreno dos fenómenos religiosos. Os contributos científicos mais importantes de Moisés Espírito Santo são:

Um peixe: o símbolo original do Cristianismo. Não é, portanto, uma cruz, que tem origem nos Sírios, na Cultura Síria: trata-se de um bom indicador simbólico da pouca relação do Catolicismo Romano e da Igreja Católica com o Cristianismo. Jesus de Nazaré foi um judeu praticante até morrer: não alterou uma única letra da Torá: respeitava o Shabat e comemorava as Festas outorgadas pela Torá, como a Pessach e o Shavuot. Portanto, o Catolicismo Romano carece de fundamentos que lhe dêem validade ontológica: é uma imposição de alguns (muito poucos...) elementos do Cristianismo na antiga estrutura do Império Romano, que recuperou os antigos cultos autóctones, como os cultos marianos, os cultos dos santos e das santas e as religiões naturais (a religião popular). No caso do território português, o Catolicismo Romano, de origem norte-africana, implantou-se a partir do Sul, onde o Império Romano melhor se estruturou e onde, mais tarde, a Inquisição se consolidou e foi mais violenta: em Lisboa, em Évora e em Coimbra, ao contrário do sucedeu, mais tarde, no caso específico do Noroeste Português, em que o Império Romano impôs-se pela via administrativa, mas nunca conseguiu dominar as culturas autóctones: púnica/fenícia (cultura dos castros, das citânias e das cividades) e judaica (cultura dos senhorios rurais, casas-grandes e paços), território do brasonário português antigo. Daí que se justifique que a Inquisição do Porto tenha durado muito pouco tempo e os valores da liberdade, económica, política e religiosa tenham sido sempre um baluarte dos portuenses e das gentes das redondezas.

1)A Desconstrução socio-psico-etnológica dos mitos, ritos e símbolos da Igreja Católica / Catolicismo Romano / Igreja Católica Romana / Igreja Católica Apostólica Romana / Vaticano Trata-se do seu contributo científico mais importante, que tem alguma ressonância, pelo seu valor científico, a nível europeu e internacional, que deu origem, na Universidade Nova de Lisboa, à criação do Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões, com a realização dos estudos de terreno dos fenómenos religiosos milenares (religião popular, religiões naturais, pré-católicas: cultos marianos, como o de Nossa Senhora de Fátima, de origem berbere [13]: uma repetição contemporânea dum antigo culto berbere da facção dos Fatimidas (Norte de África Berbere)[14], dos santos e das santas, superstições religiosas populares etc., que constituem o arcaboiço estrutural, o fundamento mítico, simbólico e ritual do Catolicismo Romano/Igreja Católica, reapropriadas inclusive pelas facções mais eruditas e ortodoxas da Igreja Católica como o Opus Dei ou os Jesuítas) em várias regiões de Portugal e Norte de África Berbere (no Entre-Douro-e-Minho, nas Beiras, na Estremadura e em Marrocos), que, em parte, constituem, portanto, a verdadeira origem do Catolicismo Romano português / Igreja Católica / Vaticano, exposta, de modo substancial, na 3ªedição da obra "Origens do Cristianismo Português precedido de A Deusa Síria de Luciano de Samoçata"[15][16](onde demonstra que os mitos, os símbolos e os rituais estruturais da Igreja Católica derivam de um aglomerado de elementos sociais de várias culturas do Mediterrâneo ( Sul da Europa, Norte de África Berbere e Médio Oriente ) misturadas com conceitos jurídicos do Império Romano, porque, na realidade, a Igreja Católica é a substituição, algo arbitrária, do Império Romano por uma religião institucional: o Catolicismo Romano, que construiu um culto artificial de feição simbólica e mítica matriarcal (a símbólica da Igreja-Mãe [17], dos sacerdotes celibatários para se dedicarem à 'Igreja-Mãe', à 'Grande-Mãe' castradora : um arquétipo matriarcal) que é a fusão dos milenares cultos populares com alguns (poucos) símbolos cristãos (por exemplo, o símbolo original do Cristianismo não é uma cruz, que tem origem nos Sírios, mas um peixe), misturado com arquétipos matriarcais, obscurantistas e irracionalistas da Idade Média (por exemplo, o «ódio ao Mundo»/em termos fenomenológicos o ódio ao «Mundo da Vida») e da Teologia greco-latina dos vários teólogos e padres da Igreja Católica (padronizados, com laivos irracionais e demoníacos, por exemplo, pelo norte-africano Agostinho de Hipona com a sua doutrina do pecado original, de ver o corpo, o sexo e a fruição da vida como pecaminosos, de ver a sociedade civil como 'Mundo'/'Século' (cosmovisão que alguns pensadores do Ocidente tornaram erudita e requintada, para actualizar essas bases do Catolicismo nas sociedades contemporâneas: por exemplo, com a obra 'Ser e Tempo' de Martin Meidegger, com a noção de 'Mundo da Vida', para designar a trama da sociedade envolvente e de ver os seres humanos como 'seres-para-a-morte' que, imersos na sociedade, tomam "o ser por Deus" - a noção de «Mundo» como 'pecado' - sistema malévolo que se tornou requintado e actualizado na contemporanaeidade com o sistema do poder e do dinheiro do Opus Dei, por exemplo), considerada também entidade social pecaminosa, com um tipo de rituais em que a «salvação» do crente só se atinge numa situação de opróbrio e alheada da «confusão do Mundo», impondo a noção medieval, pré-moderna, pré-iluminista, de que o «Mundo não tem solução»), ficando, assim, na realidade, sem qualquer tipo de validade ontológica, sem fundamento, porque se demonstra que, na realidade, o Catolicismo Romano é um sistema arbitrário e autofágico, caudilheiro, caciquista, ditatorial, gregário, que se mantém e reproduz através dos símbolos, das crenças e dos rituais que lhe servem de fundamento - a denominada 'religião popular', cuja identidade é muito diferente da Teologia Católico-Romana, apesar da 'religião popular' ser, de modo permanente, reapropriada pela Igreja Católica, numa repetição secular que é um reflexo do modo como o Império Romano se impôs : controlava as populações autóctones através da sua estrutura política, administrativa e jurídica. Por exemplo, o termo popular 'missa' para designar a 'eucaristia' advém do termo jurídico do magistrado romano: "Ite, missa est"(Ide, a sentença já está dada). Portanto, o Catolicismo Romano é um produto arbitrário de fenómenos sociais e culturais artificiais, uma fusão arbitrária de elementos sociais díspares (porque não é um sistema com elementos identitários unívocos, com uma relação identitária entre os seus símbolos os seus rituais...) proveniente de várias culturas díspares do Mediterrâneo, ao qual se acrescenta um conjunto de valores irracionais, medievos, os valores da morte ( a Mãe-Igreja: uma Mulher Velha ) contra os valores da vida ( o Pai Jovem e Saudável - Judaísmo, a Torá, que escolhe a Vida ): desprezo e flagelação do corpo, advindo da construção artificial de uma antropologia filosófica de oposição entre a alma e o corpo: a dualidade entre o corpo e a mente não existe na cultura bíblica, que, por sua vez, exalta a saúde, a frugalidade e o bem estar do corpo; adopção intransigente da Bíblia latinista/vulgata católico-romana obscurantista e traduzida com muitas falácias e erros por São Jerónimo; valores malévolos, de opóbrio, cujo sistema, praticado ao extremo, deu origem à Inquisição nos países ibéricos, que se implantou, sobretudo, no Sul e no Centro de Portugal, onde estava implantado o Império Romano, e que teve fraca expressão no Noroeste Peninsular. O Catolicismo Romano português tem origem norte-africana, foi sistematizado, sobretudo, por Agostinho de Hipona, e implantou-se a partir do Sul, onde a Inquisição melhor se alicerçou, onde estava implantado o Império Romano e muito pouco tem a ver com a cultura bíblica original, com o Judaísmo: está quase nos antípodas, apesar de se reivindicar do monoteísmo e dos valores bíblicos da Torá, que a Teologia Greco-Latina desfigurou e adulterou quase por completo. A Inquisição, se a considerarmos em termos de arquétipos, corresponde à Mãe-Igreja, uma mulher velha, os valores obscurantistas e irracionais da Idade Média «de fuga ao Mundo», a perseguir os valores da Modernidade, a Democracia Parlamentar, os Direitos Humanos, o Estado-nação moderno e o Estado Social, o Capitalismo, a Ciência e a Tecnologia - os valores do Pai (o Pai Jovem e Saudável - Judaísmo, a Torá, que escolhe a Vida), os valores frugais da Modernidade, orientados para a Era Messiânica, para um futuro melhor, de aperfeiçoamento do Mundo (o conceito judaico de 'Tikum Olam'). Portanto, os fundamentos do Catolicismo Romano são artificiais e, mesmo que possam tornar-se requintados e atraentes, com a 'injecção' de poder e de dinheiro das suas facções mais poderosas como o Opus Dei (as pessoas, na contemporaneidade, aderem ao Catolicismo Romano por causa, no caso do Opus Dei, do dinheiro, do prestígio social ou do poder, apesar de, por paradoxo, se reivindicarem como cidadãos não-mundanos ) ou com técnicas místicas e de controlo psicológico, serão sempre perniciosos quer para o seu aderente quer para um país massivamente católico, visto que os seus valores axiomáticos não permitem o dealbar da Modernidade ou de uma Modernidade com a consistência dos países protestantes.

Mulher da região de Belém, Palestina, com um traje semelhante aos trajes tradicionais das mulheres portuguesas da região de Entre-Douro-e-Minho: a cultura portuguesa tem origem, em termos estruturais, púnica (fenícia), com maior incidência na região dos castros, das citânias e das cividades: cultura castreja, no noroeste peninsular, onde, ainda hoje, a zona de implantação desta cultura púnica corresponde às zonas de maior densidade populacional da Península Ibérica.

2)Os Estudos Científicos de Toponímia - «Método da Constelação Local», também denominado «Método Etnológico de Terreno» Os únicos estudos científicos de toponímia feitos em Portugal, com o «método da constelação local» criado pelo francês Victor Bérard [18] que aperfeiçoa, também chamado “ método etnológico de terreno”, que consiste em descobrir a significação do nome a partir do seu envolvimento geográfico e da sua relação com os nomes/sítios vizinhos. Os nomes significavam qualquer coisa que existia ou se fazia no local; não eram poéticos nem postos ao acaso das aparências. Significavam o que lá existia ou se fazia: ‘fonte’, ‘encosta’, ‘rio’, ‘porto’, ‘mina’, ‘palácio’, ‘santuário’, ‘feira’… As populações viviam em autarcia. Esses sítios/nomes não necessitavam de outros atributos, uma vez que as populações que os nomearam eram isoladas e podiam não conhecer mais nenhum sítio com esse nome. O método etnológico exige, portanto, a observação do terreno ou, pelo menos, o uso duma cartografia minuciosa e alguma informação etnológica sobre os sítios. Foi, em grande parte, a partir dos estudos científicos de toponímia, com o Método da Constelação Local (o único método científico conhecido na análise dos topónimos: visto que os outros de feição latinista e germanófila estão errados na sua totalidade), que permite a descoberta de regularidades e de configurações sociais que permanecem durante milénios e que privilegia a análise do nome dos rios e dos cursos de água, que Moisés Espírito Santo apurou a identidade fenícia (púnica) das populações do território português, ao descobrir os várias tipos de funções sociais dos sítios numa constelação que, habitualmente, se repete, noutra zona do território português.

Santiago Mata-Mouros : um nobre guerreiro em cima de um cavalo: símbolo unificador e protector dos exércitos espanhóis e do exército Português até à crise de 1383-1385. Santiago/Jacob é uma espécie de símbolo unificador dos judeus, das casas senhoriais, clãs familiares que se expandiram do Noroeste Peninsular para o Centro e para o Sul do território.A propósito, por exemplo, do brasão do Paço de Calheiros, no Minho, é descrito a natureza nobre e guerreira de Tiago:"...adoptando as Vieiras e Bordões de Santiago de Compostela. O nome do apóstolo era o grito de guerra nas frequentes algazarras contra os Sarracenos e depois da vitória os indómitos guerreiros, empunhando o bordão dos peregrinos, iam agradecer ao padroeiro das Espanhas, visitando o seu túmulo, os lauréis alcançados e penitenciaram-se dos excessos cometidos.Assim, um dos mais honrosos distintivos da armaria peninsular era, no Noroeste Peninsular, a Vieira Compostelana." O São Tiago do Noroeste Peninsular é, na realidade, Jacob, símbolo dos marranos ibéricos (da Tribo de Judá) das casas senhoriais do Noroeste da Península Ibérica, ligadas à propriedade da terra, que se expandiram para o Brasil, para África e para a Ásia: as Casas Grandes Minhotas e os Pazos da Galiza. Ao contrário do que defendiam os historiadores tradicionais, verifica-se, com rigor científico, que o Judaísmo Sefardita antigo era uma cultura do Noroeste Peninsular e não do Centro e do Sul da Ibéria: muitas das antigas sinagogas deram origem às Igrejas, às Confrarias e Irmandades da Misericórdia, nas regiões do Entre-Douro-e-Minho e Galiza, fomentadas e dinamizadas pelas famílias senhoriais, mesmo que essas famílias tivessem, frequentemente, sacerdotes da Igreja Católica. No entanto, é de realçar que a Comunidade Judaica de Belmonte, por causa do seu fechamento durante séculos, também conseguiu preservar as tradições judaicas anteriores ao período da Inquisição, o que justifica o facto do orago de Belmonte ser, precisamente, São Tiago, ou seja, Jacob.

3)O Enquadramento Étnico dos Portugueses nas Culturas do Mediterrâneo: Culturas Fenícia(Púnica) / Hebraica(Judaica) / Romana e Berbere Para além disso, deve-se a Moisés Espírito Santo, o enquadramento étnico das populações do território português nas Culturas do Mediterrâneo, em conjunturas e processos socio-culturais milenares, na sequência da advertência geográfica feita, por exemplo, por Orlando Ribeiro. Recentemente, como que a corroborar estes estudos etnológicos, os cientistas do Genographic Project também identificaram um padrão genético associado à expansão dos fenícios, comprovando que este povo deixou a sua marca genética em muitos outros da orla mediterrânica, e está na origem dos portugueses: um novo método de análise genética revela que deixaram a sua marca genética em muitos povos mediterrânicos — e os portugueses estão entre os que mais se podem gabar de ter a marca fenícia no seu ADN. Um em cada 17 homens que hoje vivem nas costas do Norte de África e no sul da Europa podem ter tido um antepassado fenício, que tinha como ponto de partida o actual Líbano, terra de Canaã, conclui um estudo publicado na revista científica "American Journal of Human Genetics".Os cientistas do "Genographic Project"[19](que estuda a forma como a humanidade se espalhou pelo planeta) identificaram um padrão genético associado à expansão dos fenícios, tal como as fontes históricas a revelam. Depois, estudaram o cromossoma Y de 1330 homens nesses locais, para verificar a frequência desse padrão. Assim, descobriram os locais da bacia do Mediterrâneo onde é mais provável haver descendentes masculinos dos fenícios, e, sobretudo, na costa atlântica portuguesa, com a consequente expansão para o todo o território português: os Fenícios ou Púnicos, que é um povo similar, em alguns aspectos, aos hebreus, ambas civilizações do Mundo Mediterrânico: Europa do Sul, Mediterrânica, Norte de África e Médio-Oriente, não são, portanto, culturas invasoras do território português, mas as culturas locais, originais, indígenas, das zonas de mar, de serra, de planície, das encostas e dos vales, de tal modo que as únicas culturas invasoras do território português são, a partir do Sul, a romana e, posteriormente, a berbere, que teve líderes representativos como Tarique. As Culturas que deram origem aos portugueses são, portanto, a Púnica/Fenícia/Cananeia, comum a todo o território [20], a Hebraica/Judaica, sobretudo no Noroeste Peninsular, que são culturas indígenas, sendo a Romana e, posteriormente, a Berbere, culturas invasoras do território a partir do Sul: todos os outros povos derivam da mitologia dos historiadores e arqueólogos tradicionais, que utilizavam métodos rudimentares e pré-modernos na análise da realidade social. Assim, quase a totalidade dos povos pré-romanos são povos míticos, inventados pelos historiadores e arqueólogos tradicionais, como os Cónios, Brácaros, Célticos, Coelernos, Equesos, Gróvios, Interamicos, Leunos, Luancos, Límicos, Narbasos, Nemetatos, Gigurri, Pésures, Quaquernos, Seurbos, Tamagani, Taporos, Zoelas ou os Turodos, derivados de uma abordagem mítica, não racional, pré-científica, sem conceitos racionais, sem métodos racionais e e sem uma explicação racional, na análise das populações do território português, baseada, sobretudo, em documentos escritos latinistas católico-romanos ou de um crioulo latinista. A influência celta, goda, sueva, visigoda ou moçárabe é inexistente em Portugal e na Galiza: aquilo que os historiadores tradicionais de Portugal e Espanha chamaram celtas são, na realidade, os púnicos ou fenícios: uma cultura autóctone. Constata-se, portanto, que os púnicos/fenícios são os portugueses antigos, os lusitanos, a cultura estrutural mais antiga, comum a todo o território português desde o Minho ao Algarve, de onde derivam as várias gerações de portugueses e os portugueses actuais, mas melhor estruturada na civilização das citânias, castros e cividades, no Noroeste Peninsular, cuja organização social se baseava em torno do conceito jurídico e social de 'Berit' ou de 'Kan Berit': pacto, aliança, onde, de modo concomitante, a Cultura Judaica (que é uma cultura indígena, autóctone, similar à Púnica/Fenícia, mas com carácter patriarcal, patrilinear e patrifocal) se sedimentou e que está na origem da nobreza portuguesa, famílias senhoriais, os morgadios, as famílias troncais, do Noroeste Peninsular: Galiza, Astúrias e Entre-Douro-e-Minho, sendo as antigas sinagogas sefarditas [21] uma parte considerável das Misericórdias do Noroeste Peninsular, de onde se expandiu a Cultura Portuguesa para os vários continentes do Mundo.[22][23].Exemplo claro deste facto é a Igreja da Misericórdia de Vila Real, em Trás-os-Montes, fundada em 1532 por D. Pedro de Castro, centro de fé aristocrático : uma antiga sinagoga judaica [24]. O Judaísmo antigo, sefardita, da Tribo Judá, clãs familiares patriarcais, está no fundamento da nobreza do Noroeste Peninsular (à semelhança do que acontece com a maioria das velhas monarquias europeias [25])e que é anterior à nacionalidade portuguesa, como se pode deduzir a partir da análise preliminar do Brasonário Português[26] e dos nomes familiares, típicos da região de Entre-Douro-e-Minho[27][28]

O nobre Vímara Peres(820-873): O estudos de Etnologia Histórica de Moisés Espírito Santo revelam, em termos científicos, pela análise do brasonário, que a nobreza portuguesa, anterior à nacionalidade, tem origem judaica e é proveniente do Noroeste Português (culturas púnica/fenícia e hebraica/judaica), de onde se expandiu a cultura portuguesa quer para o Sul do território quer para os vários continentes. O Noroeste Português sempre foi a zona mais povoada do território e de maior densidade populacional desde a formação da nacionalidade e não, como pretendem os historiadores tradicionais, Lisboa e a zona da Estremadura (culturas romana e berbere (moura)): Lisboa ainda hoje é uma cidade de temperamento berbere e com elites católico-romanas, com uma identidade étnica muito similar às cidades do Norte de África, cujo aumento da população decorreu a partir da constituição do Estado Moderno e do centralismo administrativo e burocrático da contemporaneidade. Os valores do Judaísmo estão no fundamento da intencionalidade cultural de modernidade, de expansão, desencadeadora da sofisticação e do requinte urbano e racional de aperfeiçoamento e de domínio do Cosmos da Civilização Ocidental: cultura que foi esquecida pelo Ensino Greco-Latinista das Universidades Europeias, configuradas pela Igreja Católica. O Centro e o Sul do território português foi romano e, posteriormente, berbere (mouro). Foi no Centro e no Sul, em particular em Lisboa, que a Inquisição foi mais violenta: as sete colinas de Lisboa, em termos proféticos, relacionam-se com as sete colinas de Roma/Vaticano e não com as sete colinas de Jerusalém. No Noroeste Peninsular, falava-se púnico/fenício e hebraico, de onde deriva, em grande parte, a língua portuguesa, similar ao galego. No Porto, a Inquisição funcionou apenas durante dois anos e houve apenas um auto-de-fé, sendo hostilizada pelas populações locais, dada a forte e muito antiga implantação de famílias judaicas na cidade (precisamente, porque o Judaísmo antigo sefardita é uma cultura endógena do território português e não exógena, com uma consistência milenar), onde existiram várias sinagogas, bem como em toda a região de Entre-Douro-e-Minho (que deram origem a uma parte das Irmandades e Confrarias da Misericórdia), o que justifica o espírito empreendedor dos portuenses e das gentes dos concelhos limítrofes, para além da identidade da cidade do Porto, com o seu velho temperamento liberal, estar próxima da identidade das cidades protestantes dos países do Centro e do Norte da Europa, laboriosas e racionais, que recuperaram os valores do Judaísmo. A diferenciação cultural entre as populações do Noroeste Português (maioritariamente de origem Púnica/Fenícia e Hebraica/Judaica, território senhorial do brasonário português) e as do Centro e do Sul (maioritariamente de origem Romana e Berbere) ainda hoje é acentuada. A Cultura estrutural, a mais antiga, comum a todo o território português, é a Púnica (Fenícia).

4)A demonstração de que a Língua Portuguesa deriva, em grande parte, do Hebraico e do Púnico (Fenício) A demonstração científica de que grande parte da Língua Portuguesa, para além da sua componente Latina, deriva do Hebraico e das várias cambiantes do Fenício/Púnico, língua muito similar ao Hebraico, facto que começou a ser sistematizado a partir dos estudos de terreno dos fenómenos religiosos e de toponímia, influenciado por uma das primeiras investigações que se fizeram sobre o assunto: a do Cardeal Saraiva (Universidade de Coimbra) que se tinha apercebido no século XIX, ainda que de modo muito rudimentar, sobretudo na obra "Memória em que se pretende demonstrar que a língua portuguesa não he filha da língua latina, nem esta foi em algum tempo vulgar dos lusitanos"(1837), que grande parte da Língua Portuguesa deriva do Púnico e do Hebraico e que tem origem no Noroeste da Península Ibérica: Entre-Douro-e-Minho, Galiza e Astúrias[29]. A língua original das populações do Noroeste Português era o Fenício (Púnico) e o Hebraico, visível nos inúmeros topónimos terminados em ' im ' (a forma plural do Púnico e do Hebraico), na pronúncia do ditongo ' ão ' sulista como ' om ' (tal como no hebraico e no púnico/fenício) e na pronúncia do ' v ' como ' b ', forma mais arcaica e mais correcta, visto que as línguas semitas não possuem o ' v ' latino, que é muito pronunciado, e visto que os judeus sefarditas pronunciavam e pronunciam o 'vab' hebraico como 'b', o que justifica o facto dos nortenhos pronunciarem 'b' para o 'v' latino. O Fenício é uma das Línguas semíticas Ocidentais, Centrais, do Noroeste, do subgrupo das Canaanitas; o Hebreu ou hebraico é, dentro das línguas vivas, a mais próxima do fenício. A região onde, originalmente, se falava o fenício é aquela onde ficam hoje o Líbano, o litoral da Síria, o norte de Israel, Malta. Contudo, a Cultura Fenícia tornou-se uma cultura endógena do espaço cultural do Mediterrâneo, localizada, sobretudo, na Península Ibérica: trata-se da cultura matricial/estrutural mais antiga de onde descendem os portugueses. O Latim é a língua da civilização romana, a língua do ocupante do território português, muito mais recente que os Fenícios/Púnicos, proveniente do Sul do território, que nunca dominou o Noroeste Português: impôs-se pela via administrativa. Grande parte das palavras púnicas/hebraicas passaram à escrita em caracteres latinos: a escrita do ocupante, proveniente do Sul, que nunca dominou as povoações do Noroeste Peninsular, cuja civilização púnica era, estruturalmente, baseada na oralidade, apesar de terem sido os inventores da escrita, que era utilizada, sobretudo, nas trocas comerciais : civilização dos castros, das citânias e das cividades, conhecida por cultura castreja. Muitas teses demonstram que a língua original do Noroeste da Ibéria era o hebraico e o fenício/púnico (língua similar ao hebraico) e que o termo Sefarad, que é o termo judaico para Portugal e Espanha, se relaciona com a palavra hebraica Sefer (Livro), que, por sua vez, se relaciona com o termo Safira (há uma relação entre 'Sêfer' e 'Safira'), visto que, originalmente, segundo a tradição judaica, o livro da Torá existia numa espécie de livro em Safira azul: a cor da nobreza europeia, da qual os judeus sefarditas antigos, os 'marranos' ibéricos do Noroeste Peninsular, estarão na sua origem, das Casas Grandes e dos Pazos da Galiza, cujo símbolo era «Santiago Mata-Mouros», que é, na realidade, a latinização de 'Jacob':Tiago, o símbolo unificador dos judeus da Diáspora [30], Santiago 'O Mata-Mouros', símbolo unificador dos clãs familiares do Noroeste da Península Ibérica (que não eram os 'senhores da guerra' cristãos, mas a nobreza da Tribo de Judá, clãs familiares de origem judaica) em oposição ao Centro e Sul romano e berbere, e que, depois, conquistaram, de modo progressivo, o Centro e o Sul romano e berbere pela via administrativa de conquista territorial e pela guerra. Os antigos judeus sefarditas da Tribo de Judá, uma cultura de domínio do Cosmos e de Expansão, de aperfeiçoamento do Mundo e de edificação territorial de obras, desencadeadora do requinte urbano e racional de aperfeiçoamento do Cosmos, referem-se às classes nobres no Noroeste Peninsular [31], mas, como é óbvio, não tinham sinagogas estruturadas de um modo tão funcional como na contemporaneidade nem os judeus usavam kipá ou talit... Os estudos linguísticos mais recentes, sobretudo os estudos de Isaac Mozesson[32] e de Matityahu Glazerson [33], demonstram que, na realidade, todas as línguas derivam das possibilidades infinitas do Hebraico, das letras hebraicas de natureza criacionista[34]: um tipo de língua que, a partir de qualquer vocábulo composto, variando os caracteres nas suas infinitas possibilidades, forma novos vocábulos, que se referem a todo o tipo de fenómenos que existem no Universo: a evolução do Universo é um derivado da combinação infinita das letras da Torá, que criaram, em potência, todos os fenómenos que existem e os formam, progressivamente, até à denominada 'Era Messiânica'.[35]. O Hebraico é, segundo os estudos mais recentes, a língua original do Homem.[36]

Principais Livros Publicados (e edições actualizadas)

  • Comunidade Rural ao Norte do Tejo seguido de Vinte Anos Depois (1999), Lisboa: Associação de Estudos Rurais da Universidade Nova de Lisboa (UNL).
Integra o estudo Freguesia Rural do Norte do Tejo – Estudo de Sociologia Rural (1980), Lisboa: Instituto de Estudos para o Desenvolvimento, bem como o artigo Dois Modelos de Educação Familiar (1985), Contexto - Revista de Estudo Multidisciplinar da Família, Volume 1, n.º 2, Lisboa, pp.135–147.
  • A Religião Popular Portuguesa (1984); 2.ª edição, revista e aumentada, Lisboa: Assírio & Alvim, 1990. ISBN 9723702452.
  • Origens Orientais da Religião Popular Portuguesa seguido de Ensaio sobre Toponímia Antiga (1988), Lisboa: Assírio & Alvim.
  • Origens do Cristianismo Português, precedido de A Deusa Síria de Luciano de Samoçata (1993); 3.ª edição, revista e aumentada, Lisboa: Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões (ISER) da UNL, 2001.
  • Dicionário Fenício-Português: 10 000 vocábulos das línguas e dialectos falados pelos Fenícios e Cartagineses desde o século XXX a.C., englobando o fenício, o acadiano, o assírio e o hebraico bíblico (1993); 2.ª edição: Lisboa: ISER da UNL, 1994.
  • Os Mouros Fatimidas e as Aparições de Fátima (1995); 5.ª edição, revista e aumentada: Lisboa: Assírio & Alvim, 2006. ISBN 9723709325.

Existe uma tradução parcial desta obra em italiano por Marcello Saco: Fátima Magica — Le Apparizioni di Fátima fra Cristianesimo Popolare e Misticismo Islamico, Le Nardo: BESA Editrice, 1999.

  • O Brasonário Português e a Cultura Hebraica (1997), Lisboa: ISER da UNL.
  • A Religião na Mudança: A Nova Era (2002), Lisboa: ISER da UNL.
  • Cinco Mil Anos de Cultura a Oeste — Etno-História da Religião Popular numa Região da Estremadura (2004), Lisboa: Assírio & Alvim. ISBN 9723709503.

Principais Artigos Publicados

  • 1983 - “La Religion des Paysans Portugais”, Paris, Archive du Centre Culturel Portugais de la Fundation Calouste Gulbenkian, pp. 49–78.
  • 1983 - “Langages réligieux et spacialités” em Espaces et Culture (coordenação de Pierre Pellegrino), Berne, Éditions Georgi, Saint Saphorin, pp. 23–77.
  • 1984 - “Sobre a visão e os costumes no que respeita à regionalização e à descentralização : regionalização e desintegração social. em Regionalização e Desenvolvimento, Lisboa, Imprensa Nacional/Casa da Moeda, pp.77–89
  • 1987 - "Sexualidade e Religião", em Sexologia em Portugal, Volume 2, Lisboa, Texto Editora, pp. 23–54.
  • 1990 - "Cidade ou campo: onde se vive melhor?", em Revista «Problemas e Práticas», N.º8, Lisboa, ISCTE, Setembro de 1990.
  • 1992 -“Apresentação- Mediterrâneo : porquê e para quê?”; -“A Escrita Ibérica - interpretação da escrita e da língua ‘pré romanas’ ” em Revista Mediterrâneo - Revista Pluridisciplinar sobre as Socidades Mediterrânicas, nº1, Lisboa, Instituto Mediterrâneo da Universidade Nova de Lisboa e Gráfica 2000, pp.3–5 e pp.179–220.
  • 1993 -“O que é um Judeu?” estudo prévio à reedição da obra de Samuel Schwarz de 1925, Os Cristãos-Novos em Portugal no século XX, Lisboa, Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões da Universidade Nova de Lisboa e Gráfica 2000, pp. IX-XXII.(duas edições).
  • 1995 - "O touro na Bíblia: símbolo de Deus e vítima sacrificial.” em Revista Mediterrâneo -Revista Pluridisciplinar sobre as Sociedades Mediterrânicas, nº5/6, Lisboa, Instituto Mediterrânico da Universidade Nova de Lisboa e Gráfica 2000, Julho/Dezembro 1994, Janeiro/Junho 1995, pp. 11–21.
  • 1996 - “A chamada escrita ibérica: decifração de três inscrições púnicas de Espanha” em Revista Mediterrâneo - Revista Pluridisciplinar sobre as Sociedades Mediterrânicas, nº8/9, Lisboa, Instituto Mediterrânico da Universidade Nova de Lisboa e Gráfica 2000, 1996, pp. 289–309.
  • 1998 - -“Emergência do Indivíduo na Sociedade Pós-Moderna” em A Vivência do Sagrado - (Núcleo de Psicologia Transpessoal da Universidade de Lisboa), Lisboa, Editora Hugin, pp. 19–28.
  • 2009 - “Segredos da Festa” em A Festa The Feast : "ed oi layla yadura" (org. de Pedro Abreu Henriques Paixão e Rui Moreira), Lisboa, Fundação Carmona e Costa/Assírio & Alvim, 2009, pp. 91–107.
  • 2009 - "Pecado e crime" em Justiça e sociedade, AJPC -Associação de Juízes pela Cidadania, Coimbra, Almedina, pp. 83–89.

Obra Etnológica On-Line

Referências

  1. «Os Fundamentos Culturais e Sociais, Arbitrários e Artificiais e com Carácter Malévolo e Demoníaco da Igreja Católica, Apostólica e Romana» 
  2. «Alain Peyrefitte e a Sociedade de Confiança: Catolicismo e Protestantismo» 
  3. Biografia de Émile Poulat
  4. Livros de Moisés Espírito Santo na Editora Assírio & Alvim - Lisboa
  5. Tese corroborada pelas investigações mais recentes: o Judaísmo sefardita antigo é uma Cultura do Noroeste da Península Ibérica
  6. brasões familiares eram em hebraico/caldaico
  7. O Porto e os Judeus 1-5
  8. O Judaísmo Sefardita antigo é uma Cultura autóctone do Entre-Douro-e-Minho, da Galiza e uma parte das Astúrias. O Centro e o Sul foi Romano e, posteriormente, Berbere
  9. Matriz Fenícia/Púnica/Cananeia das populações do território português, corroborada pelos métodos da Arqueologia contemporânea
  10. [A este propósito, ver a Conclusão de Fontes Remotas da Cultura Portuguesa, 1989, Assírio & Alvim]
  11. As grandes culturas da Civilização Humana têm origem no espaço cultural do Mediterrâneo
  12. Marlène Zarader: o ensino universitário europeu esqueceu uma das Culturas mais importantes da Humanidade : a Cultura Judaica
  13. Culto de Nossa Senhora de Fátima tem origem num antigo culto de origem berbere
  14. Fátima Católica ou Fátima Islámica
  15. Origens do Cristianismo Português (Igreja Católica Romana/Catolicismo Romano)
  16. As Origens da Igreja Católica Romana / Catolicismo Romano Português
  17. O Carácter Matriarcal e Matrifocal do Catolicismo Romano na Contemporaneidade
  18. O Método da Constelação Local na análise dos topónimos portugueses, sistematizado por Victor Bérard, na obra 'Os Fenícios e a Odisseia'
  19. Conclusões do Genographic Project / National Geographic : Origem Fenícia (Púnica) das populações do território português
  20. A Cultura Fenícia/Púnica/Cananita/Cananeia é a Cultura estrutural, mais antiga, comum a todo o território português
  21. Foi descoberta, no ano de 2005, uma antiga sinagoga no Porto, datada dos finais do século XVI
  22. A origem judaica dos portugueses que colonizaram o Brasil, Sul da América
  23. Os primeiros judeus de Nova Iorque eram portugueses e de famílias do Noroeste Português
  24. A Igreja da Misericórdia de Vila Real de Trás-os-Montes: antiga sinagoga sefardita
  25. A origem judaica das monarquias europeias
  26. O Brasonário Português tem origem Judaica, no Noroeste Peninsular: região de Entre-Douro-e-Minho, Galiza e Astúrias
  27. As Famílias Sefarditas Antigas: os nobres da Tribo de Judá - nomes típicos da região de Entre-Douro-e-Minho
  28. As Famílias Aristocratas Sefarditas no Israel Actual: Samech-Tetim
  29. A Língua Portuguesa deriva, em grande parte, do Hebraico, transmitido pela oralidade, durante milénios e que é muito similar ao Púnico
  30. O Caracter Guerreiro de Santiago - Paço de Calheiros - Ponte de Lima (Calheiros:nome judaico, à semelhança de quase todos os nomes das famílias brasonadas do Noroeste Peninsular)
  31. Lista de famílias judaicas sefarditas da região de Entre-Douro-e-Minho, que eram a antiga nobreza, a nobreza de raíz. Não adoptaram, portanto, as armas da nobreza cristã ou foram acolhidos por nobres, como defendem, de modo errado, os historiadores tradicionais ou é referido neste artigo da Jewish Enciclopedia, baseado nos estudos errados dos historiadores tradicionais
  32. A Origem Hebraica das Línguas: Língua Original dos Seres Humanos
  33. O Hebraico: Fonte de todas as Línguas
  34. Todas as línguas do Mundo contêm elementos do Hebraico: os estudos de Isaac Mozeson
  35. A validade científica da Torá e do Criacionismo Hebraico: Professor Gerald L. Schroeder
  36. O Hebraico é, segundo os estudos mais recentes, a língua original do Homem

Ligações externas