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Obesidade: diferenças entre revisões

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*[http://www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt PLATAFORMA CONTRA A OBESIDADE]
* [http://www.abeso.org.br/ ABESO] – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica
*[http://www.abeso.org.br/ ABESO] – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica
* [http://www.obesidade.med.br/ Obesidade.med.br]
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**[http://www.minsaude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/obesidade/default.htm Ministério da Saúde de Portugal - Informação sobre Obesidade]
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Revisão das 18h17min de 10 de dezembro de 2008

Obesidade
Obesidade
Silhuetas representando corpo saudável, com sobrepeso e obeso.
Especialidade endocrinologia
Classificação e recursos externos
CID-10 E66
CID-9 278
CID-11 149403041
OMIM 601665
DiseasesDB 9099
MedlinePlus 003101
eMedicine med/1653
MeSH D009765
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Obesidade, nediez ou pimelose (tecnicamente, do grego pimelē = gordura e ose = processo mórbido) é uma doença na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade.

Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, é visto, cada vez mais, como um sério e crescente problema de saúde pública: excesso de peso predispõe o organismo a uma série de doenças, em particular doença cardiovascular, diabetes mellitus tipo 2, apnéia do sono e osteoartrite.

Classificação

A obesidade pode ser definida em termos absolutos e relativos. Na prática, a obesidade é avaliada em termos absolutos pelo IMC (índice de massa corporal) e também pela sua distribuição na circunferência da cintura ou pela razão entre as circunferências da cintura e do quadril. Além disso, a presença de obesidade deve ser avaliada enquanto fator de risco cardiovascular e outras condições médicas que podem aumentar o risco de complicações.

IMC

IMC, ou índice de massa corporal, é um método simples e amplamente difundido de se medir a gordura corporal. A medida foi desenvolvida na Bélgica pelo estatístico e antropometrista, Adolphe Quételet.[1] É calculado dividindo o peso do indivídio em quilos pelo quadrado de sua altura em metros.

Equação:

Onde é o peso do indivíduo em quilogramas e é sua altura em metros.

As atuais definições estabelecem a seguinte convenção de valores, acordada em 1997 e publicada em 2000:[2]

  • IMC menor que 18.5 é abaixo do peso
  • IMC entre 18.5 e 24.9 é normal
  • IMC entre 25.0 e 29.9 é acima do peso
  • IMC entre 30.0 e 39.9 é obeso/a
  • IMC de 40.0 ou mais é severamente (ou morbidamente) 'obeso(a)'

Em analíses clínicas, medicos levam em consideração raça, etnicidade, massa muscular, idade, sexo e outros fatores que podem influenciar a interpretação do índice. O IMC superestima gordura corporal em indivíduos muito musculosos e pode subestimá-la naqueles que tiveram perda de massa corporal (ex. idosos). Para crianças e adolescentes, também se utiliza o IMC, observando-se os percentis para idade e sexo, como critério de adiposidade. Há uma grande variedade de critérios para definir sobrepeso e obesidade na infância o que dificulta as comparações entre os estudos de prevalência . O critério mais utilizados atualmente é aquele sugerido em 2000 pelo Center for Disease Control (CDC)3 quando revisando suas tabelas de crescimento que datam de 1977, incluíram as tabelas de IMC para indivíduos de 2 a 19 anos de idade, e recomendaram a utilização dos termos “risco de sobrepeso” para aqueles com IMC para idade e sexo em percentis > 85 e o termo “sobrepeso” para aqueles com IMC para idade e sexo em percentis > 95. Na prática clinica tais termos foram substituídos por sobrepeso e obesidade respectivamente. Procura-se encontrar um índice de pontos de corte de IMC que possa mostrar continuidade desde a infância `a idade adulta, com o objetivo de correlacionar a obesidade e comorbidades nestas diferentes faixas etárias. Nesse sentido, o estudo realizado por Cole et al (2000)4, em seis países (Inglaterra, Brasil, Hong Kong, Singapura, Holanda e EUA), tem sido aceito e recomendado pelo IOTF para estudos epidemiológicos populacionais. Os autores desenvolveram pontos de corte para sobrepeso e obesidade a partir da correlação entre os percentis de IMC > 85 e > 95 para idade e sexo na faixa etária pediátrica que, aos 18 anos, correspondem aos pontos de corte para sobrepeso (> 25 kg/m²) e obesidade (> 30 kg/m²) na faixa etária adulta.

Circunferência da cintura

O IMC não distingue entre diferentes tipos de adiposidade, alguns dos quais podem estar mais associados a doença cardiovascular. Estudos mais recentes dos diferentes tipos de tecido adiposo têm demonstrado, por exemplo, que a obesidade central (em forma de maçã, tipicamente masculina) tem uma correlação muito superior à doença cardiovascular que o IMC por si só.

A circunferência absoluta (>102 cm para homens e >88 cm para mulheres) e o índice cintura-quadril (>0.9 para homens e >0.85 para mulheres) são, ambos, utilizados como medidas da obesidade central..

Medição de gordura corpórea

Uma maneira alternativa de determinar obesidade é medindo a porcentagem de gordura corpórea. Médicos e cientistas, em geral, concordam que homens com mais de 25% de gordura e mulheres com mais de 30% de gordura são obesos. Porém, é difícil medir a gordura corporal com precisão. O método mais aceito é a pesagem do indivíduo debaixo d’água, mas só é possível em laboratórios especializados que dispõem do equipamento. Os dois métodos mais simples são o teste da dobra, no qual a pele do abdómen é pinçada e medida para determinar a grossura da camada de gordura subcutânea; e o teste de impedância bioelétrica, que só pode ser realizado em clínicas especializadas e não deve ser feito com freqüência. Outras formas de medir a gordura corporal incluem a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

Fatores de risco e co-morbidades

A presença de fatores de risco e outras doenças também é utilizada no diagnóstico da obesidade. Arteriosclerose coronariana, diabetes mellitus tipo 2 e apnéia do sono representam ameaças à vida do paciente que indicariam a urgência de tratamento clínico da obesidade.

Impacto na saúde

Um grande número de condições médicas e psicológicas estão associadas à obesidade. São categorizadas como sendo originadas por aumento da massa de gordura (osteoartrite, apnéia do sono obstrutiva e estigma social) ou pelo aumento no número de células adiposas (diabetes, câncer, doença cardiovascular e hepatite).

Enquanto a obesidade tem diversas implicações para a saúde, o sobrepeso não está associado a um aumento na taxa de mortalidade ou morbidade.

Causas e mecanismos

Ver também: Controle da ingestão de alimentos pelo sistema nervoso central.

Estilo de vida

Pesquisadores já concluíram que o do aumento da incidência de obesidade em sociedades ocidentais nos últimos 25 anos do século XX teve como principais causas o consumo excessivo de nutrientes combinado com crescente sedentarismo.

Embora informações sobre o conteúdo nutricional dos alimentos esteja bastante disponível nas embalagens dos alimentos, na internet, em consultórios médicos e em escolas, é evidente que o consumo excessivo de alimentos continua sendo um problema. Devido a diversos fatores sociológicos, o consumo médio de calorias quase quadruplicou entre 1977 e 1995.

Porém, a dieta, por si só, não explica o significativo aumento nas taxas de obesidade em boa parte do mundo industrializado nos anos recentes. Um estilo de vida cada vez mais sedentário teve um papel importante. Outros fatores que podem ter contribuído para esse aumento – ainda que sua ligação direta com a obesidade não seja tão bem estabelecida – o estresse da vida moderna e sono insuficiente.

Genética

Como tantas condições médicas, o desequilíbrio metabólico que resulta em obesidade é fruto da combinação tanto de fatores ambientais quanto genéticos. Polimorfismos em diversos genes que controlam apetite e metabolismo predispõem à obesidade, mas a condição requer a disponibilidade de calorias em quantidade suficiente, e talvez outros fatores, para se desenvolver plenamente. Diversas condições genéticas que têm a obesidade como sintoma já foram identificadas (tais como Síndrome de Prader-Willi, Síndrome de Bardet-Biedl, síndrome de MOMO e mutações dos receptores de leptina e melanocortina), mas mutações genéticas só foram identificadas em cerca de 5% das pessoas obesas. Embora acredite-se que grande parte dos genes causadores estejam por ser identificados, é provável que boa parte da obesidade resulta da interação entre diversos genes e que fatores não genéticos também sejam importantes.

Doenças

Determinadas doenças físicas e mentais e algumas substâncias farmacêuticas podem predispôr à obesidade. Além da cura dessas situações poder diminuir a obesidade a presença de sobrepeso pode agravar a gestão de outras. Males físicos que aumentam o risco de desenvolvimento de obesidade incluem diversas síndromes congênitas (acima mencionadas), hipotiroidismo, Síndrome de Cushing e deficiência do hormônio do crescimento.

Certas enfermidades psicológicas também podem aumentar o risco de desenvolvimento de obesidade, especificamente disfunções alimentares como bulimia nervosa.

Tratamento

O principal tratamento para obesidade é a redução da gordura corporal por meio de adequação da dieta e aumento do exercício físico. Programas de dieta e exercício produzem perda media de aproximadamente 8% da massa total (excluindo os que não concluem os programas). Nem todos ficam satisfeitos com esses resultados, mas até a perda de 5% da massa podem contribuir significativamente para a saúde.

Mais difícil do que perder peso, é manter o peso reduzido. Entre oitenta e cinco e noventa e cinco porcento daqueles que perdem 10% ou mais de sua massa corporal, recuperam todo o peso perdido em dois a cinco anos. O corpo tem sistemas que mantêm sua homeostase em certos pontos fixos, incluindo peso.

Existem cinco recomendações para o tratamento clínico da obesidade:

  1. Pessoas com IMC acima de 30 devem ser iniciadas num programa de dieta de redução calórica, exercício e outras intervenções comportamentais e estabelecer objetivos realístas de perda de peso.
  2. Se os objetivos não forem alcançados, terapia farmacêutica pode ser oferecida. O paciente deve ser informado da possibilidade de efeitos colaterais e da inexistência de dados sobre a segurança e eficácia de tais medicamentos no longo prazo.
  3. Terapia farmacêutica pode incluir sibutramina, orlistat, fentermina, dietilpropiona, fluoxetina e bupropiona. Para casos mais severos de obesidade, medicamentos mais fortes como anfetaminas e metanfetaminas podem ser usadas seletivamente(somente após consulta prévia ao seu medico responsável)
  4. Pacientes com IMC acima de 40 que não alcançam seus obejtivos de perda de peso (com ou sem medicamentos) e que desenvolvem outras condições derivadas da obesidade, podem receber indicação para realizarem cirurgia bariátrica. O paciente deve ser informado dos riscos e potenciais complicações.
  5. Nesses casos, a cirurgia deve ser realizada em centros que realizam grande número desses procedimentos já que as evidencias indicam que pacientes de cirurgiões que o realizam com frequência tendem a ter menos complicações no pós-cirúrgico.

Epidemiologia

A obesidade caracteriza-se também como um problema de natureza estética e psicológica, além de ser um grande risco para a saúde.

Segundo um estudo realizado pela OMS, cerca de 300 milhões de pessoas atualmente são obesas. Nauru, ilha no Pacífico apresenta os maiores problemas de obesidade (80% de sua população sofre de obesidade, sendo que o país onde há mais subnutrição é a Somália, onde 75,02% da população passa fome). Países como Barbados, EUA, Brasil também sofrem de sérios problemas com uma população acima do peso. Nos últimos vinte anos, a América Latina tem atravessado transição epidemiológica, demográfica e nutricional, refletindo em mudanças relacionadas à nutrição. Nesta população, tais alterações estão bem caracterizadas pelos levantamentos que demonstram a passagem da maior ocorrência de desnutrição para a maior ocorrência de obesidade Dá-se a esse fenômeno a denominação de Transição Nutricional 5.

No Brasil

De acordo com estudos do IBGE está aumentando o número de pessoas obesas. As pesquisas indicam que há cerca de 17 milhões de obesos no Brasil, o que representa 9,6% da população. Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS há 300 milhões de obesos no mundo e, destes, um terço está nos países em desenvolvimento. A OMS considera a obesidade um dos dez principais problemas de saúde pública do mundo, classificando-a como epidemia.

Ver também

Referências

Halpern, Alfredo. Obesidade São Paulo: Editora Contexto, 1998. ISBN 8-57-244064-X

Organização Mundial da Sáude. Obesidade: prevenindo e controlando a epidemia global São Paulo: Editora Roca, 2004. ISBN 8-57-241499-1

3 National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES). 2000 CDC Growth Charts: United States. www.cdc.gov/growthcharts.

4 Cole TJ, Bellizzi MC, Flegal km, Dietz WH. Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. Br. Med. J. 2000; 320: 1–6.

5.Monteiro CA, Mondini L, Souza ALM, Popkin B. Da desnutrição para a obesidade: a transição nutricional no Brasil. In: Monteiro CA, organizador. Velhos e Novos Males da Saúde no Brasil: a evolução do país e suas doenças. 2.ed. rev. e aumentada.- São Paulo: Hucitec, Nupens/USP; 2000. p. 247-55.

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  1. Quetelet LAJ. (1871). Antropométrie ou Mesure des Différences Facultés de l'Homme. Brussels: Musquardt.
  2. World Health Organization Technical report series 894: "Obesity: preventing and managing the global epidemic.". Geneva: World Health Organization, 2000. PDF. ISBN 92-4-120894-5.