Paco de Lucía

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Paco de Lucía

Paco de Lucía antes de um show em Arles com John McLaughlin em 1982 ou 1983
Informação geral
Nome completo Francisco Sánchez Gomes
Nascimento 21 de dezembro de 1947
Local de nascimento Algeciras, Andaluzia
Espanha
Morte 25 de fevereiro de 2014 (66 anos)
Local de morte Cancún, Quintana Roo
 México
Gênero(s) Flamenco, jazz
Instrumento(s) Guitarra flamenca
Período em atividade 1965–2014
Página oficial www.pacodelucia.org

Paco de Lucía, nome artístico de Francisco Gustavo Sánchez Gomes (Algeciras, 21 de dezembro de 1947Cancún, 25 de fevereiro de 2014), foi um guitarrista espanhol de flamenco reconhecido internacionalmente. Fez carreira como compositor, produtor e guitarista.

Em 2004, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias, como "um músico que transcendeu fronteiras e estilos".

As suas principais influências, para além do seu pai, foram os guitarristas de flamenco Nino Ricardo, Miguel Borrull, Mario Escudero e Sabicas.

Em 20 de novembro de 2014, a viúva de Paco recebeu o prêmio póstumo do marido junto aos dois filhos do casal em Las Vegas, nos Estados Unidos, na 15ª edição do Grammy Latino. O prêmio foi de melhor álbum do ano por seu disco "Canción Andaluza".

Biografia[editar | editar código-fonte]

Paco era o mais novo de cinco irmãos, filhos do também violonista de flamenco Antonio Sánchez, com quem primeiro aprendeu a tocar violão. Tem ascendência portuguesa por parte de mãe.[1]

Os seus irmãos Pepe de Lucía e Ramón de Algeciras também são músicos de flamenco; Pepe é cantor e Ramón é, também, violonista.

Em Algeciras, e de uma forma geral na maior parte da Andaluzia, é costume os rapazes adotarem o nome da mãe por forma a serem corretamente identificados, por exemplo, "Paco de (la) Carmen," ou "Paco de (la) María". Deste modo, o seu nome artístico foi adotado em honra de sua mãe Lúcia Gomes, portuguesa e nascida em Castro Marim.[2]

Em 1958, com apenas onze anos, fez a sua primeira aparição pública na Rádio Algeciras e, no ano seguinte, recebeu um prémio especial numa competição de flamenco em Jerez de la Frontera, acompanhado pelo seu irmão Pepe num duo que se chamava Los chiquitos de Algecira. Como consequência desse êxito, entrou para a trupe de José Greco em 1961, com o qual realizou uma digressão. Entre 1968 e 1977, participou de uma frutuosa colaboração com Camarón de la Isla, outro músico inovador do novo flamenco; juntos, gravaram nove álbuns.

Em 1981, edita o álbum Castro Marín em memória da terra que viu a sua mãe nascer.

Em 1991, gravou o Concierto de Aranjuez, de Joaquin Rodrigo, com a Orquestra de Cadaques. O autor, presente nas gravações, teria dito que nunca ninguém tinha tocado a sua peça com tanta paixão e intensidade como Paco de Lucía.

Faleceu de ataque cardíaco em 25 de fevereiro de 2014 no México, onde passava férias.[3][4]

Al Di Meola & John McLaughlin[editar | editar código-fonte]

Realizou várias digressões e gravou com Al Di Meola e John McLaughlin os álbuns:

Paco de Lucía sextet[editar | editar código-fonte]

Criou o grupo Paco de Lucía sextet, que incluía os seus irmãos Ramón e Pepe, e era composto por:

  • Paco de Lucía, guitarra
  • Pepe de Lucía, vocal
  • Jorge Pardo, flauta
  • Carles Benavent, baixo
  • Rubem Dantas, percussão
  • Ramón de Algeciras, guitarra e que gravaram os álbuns:

A formação deste grupo viria a sofrer alterações. Manuel Soler, Duquende, José María Banderas e Joaquín Grilo foram outros músicos que tocam no grupo.

Editou muitos álbuns, tanto de flamenco como de guitarra clássica. Através da sua vasta discografia, mostrou uma nova forma de perceber o flamenco e lançou a sua música e o seu instrumento para um nível comparável ao dos modernos músicos do jazz.

Discografia[editar | editar código-fonte]

Bandas sonoras[editar | editar código-fonte]

Paco de Lucía compôs as bandas sonoras dos filmes:

Filmografia[editar | editar código-fonte]

No ano de 1983, participou como ele mesmo no filme "Carmen" de Carlos Saura , onde é o músico que toca nas apresentações no palco do filme.

Prémios[editar | editar código-fonte]

  • Prémio especial do júri do Concurso Internacional de Flamenco de Jerez de la Frontera (1959)
  • Prémio Príncipe das Astúrias na categoria de arte (2004)

Em Portugal[editar | editar código-fonte]

Paco de Lucía apresentou-se em Portugal por quatro vezes, em 1983, 1990, 2004, ( 'Cositas Buenas', em três espectáculos: 10 de Setembro (Coliseu de Lisboa), 11 (Casino da Figueira da Foz) e 12 (Coliseu do Porto) e 2007. A última vez que Paco De Lucía esteve em Portugal foi a 29 de Novembro de 2007, num concerto no Campo Pequeno, em Lisboa, num espetáculo em que apresentou temas do álbum "Cositas Buenas".

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Fernando Iñiguez (9 de junho de 1998). «Paco de Lucía presenta "Luzía", un trabajo dedicado a su madre» (html) (em espanhol). El País. Consultado em 19 de junho de 2016 
  2. Paco de Lucía. A rebelião do flamenco fez-se com estas seis cordas, Maria Espírito Santo, Jornal I, publicado em 27 de Fevereiro de 2014
  3. elmundo.es. «Fallece el guitarrista Paco de Lucía». Consultado em 25 de fevereiro de 2014 
  4. publico.pt. «Morreu o guitarrista Paco de Lucía». Consultado em 25 de fevereiro de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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