Ronaldo Miranda

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Ronaldo Miranda
Ronaldo Miranda
Informação geral
Nome completo Ronaldo Coutinho de Miranda
Nascimento 26 de abril de 1948
Origem Rio de Janeiro, RJ
País  Brasil
Gênero(s) Música erudita
Música de câmara
Música contemporânea
Ocupação(ões) compositor
Afiliação(ões) Universidade de São Paulo
Página oficial ronaldomiranda.com

Ronaldo Coutinho de Miranda, conhecido como Ronaldo Miranda (Rio de Janeiro, 26 de abril de 1948), é um compositor brasileiro. Foi professor do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP).[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Foi aluno de composição na Escola de Música da UFRJ. Seu primeiro trabalho foi como crítico de música no Jornal do Brasil. Iniciou sua carreira como compositor em 1977, ao receber o 1º Prêmio no Concurso de Composição para a II Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Sala Cecília Meireles, na categoria de música de câmara.

No ano seguinte, representou o Brasil na Tribuna Internacional de Compositores da Unesco. Foi condecorado com o título de Cavaleiro da Ordem de Artes e Letras, pelo ministério da cultura da França em 1984 e recebeu numerosos prêmios durante toda sua carreira.

Escreveu a Sinfonia 2000, sob encomenda do Ministério da Cultura, para as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil.

Foi também vice-diretor do Instituto Nacional de Música da Funarte, diretor da Sala Cecília Meireles e professor de composição da UFRJ e da USP.

Em maio de 1992, estreou, no Theatro Municipal de São Paulo, a sua primeira ópera - Dom Casmurro -, baseada no romance de Machado de Assis, com libreto de Orlando Codá.[2]

Em 22 de setembro de 2006, estreou sua segunda ópera, A Tempestade, com libreto do próprio compositor, baseado na peça The Tempest de William Shakespeare. A récita aconteceu no Theatro São Pedro de São Paulo, com a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, sob regência e direção musical de Abel Rocha.[3]

Ronaldo Miranda recebeu vários prêmios em concursos brasileiros de composição, tais como o Troféu Golfinho de Ouro (1981), o Prêmio APCA (Melhor Obra Orquestral de 1982) e o Prêmio Carlos Gomes (2001). Laureado no Concurso Internacional de Composição de Budapeste (1986) e condecorado com a Ordem das Artes e das Letras pelo governo francês (1984), participou de inúmeros festivais internacionais, dentre os quais o World Music Days (Aarhus, 1983 e Budapeste, 1986), a X Bienal de Música de Berlim (1985), o Aspekte Festival (Salzburgo, 1992), a série Musiques Del Nostre Temps (Palma de Mallorca, 1992), a série Sonidos de las Américas/Brasil (Nova York, 1996) e a Semana de Música Brasileira (Karlsruhe, 2000).

Os maestros estrangeiros que regeram a obra do compositor foram Thomas Conlin, Miltiades Carides, Mendi Rodan, Zsolt Nagy, Lavard Skou Larsen, Armando Krieger, Darko Butorak, Odaline de la Martinez, Isabel Costes, Andrew Constantine, Gustav Frielinghaus.[4]

Em 1990, pelo Projeto de Incentivo à Criação Musical Brasileira, recebeu encomenda da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo para compor a Suíte Tropical.

Em 2003, participou do projeto Amazônia Deslendada (Berlim/Bayreuth), e foi compositor residente na Brahmshaus de Baden-Baden. Em 2004, estreou seu Concerto para 4 Violões e Orquestra com a Baltimore Symphony e o Brazilian Guitar Quartet, durante o I World Guitar Congress (Baltimore).[5] Em 2008, esteve presente à série Kläng der Welt ('Sons do Mundo'), na Deutsche Oper Berlin.

Em 2013, no Theatro São Pedro de São Paulo, estreou a ópera O Menino e a Liberdade com libreto de Jorge Coli baseado no conto de Paulo Bonfim. A regência foi de Roberto Duarte.[6]

Em 2014, compôs as Variações Temporais - Beethoven Revisitado, para a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP). A obra foi apresentada na Sala São Paulo, sob a regência do maestro Marcelo Lehninger.[7]

Em 2009, compôs, também por encomenda da OSESP, o Concerto para Violino e Orquestra, que estreou em abril de 2010, para comemorar os 25 anos de Cláudio Cruz, como spalla da orquestra.[8]

Compôs o Tríptico do Tietê, com texto de Mário de Andrade, para o CD encartado no livro Águas do Rio Tietê.[9] A obra estreou na Biblioteca Mário de Andrade, interpretada por Ricardo Ballestero, Ricardo Bologna, Luiz Afonso Montanha e Luciana Bueno.

Em 2017 participou da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, com uma obra para flauta e orquestra.

Em 2022 compôs o balé Macunaíma[10], inspirada na obra de Mário de Andrade, para o Ballet e Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 2023 a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais fez um concerto em comemoração aos 75 anos do compositor interpretando a obra Horizontes de 1992. A orquestra vai gravar uma série de obras do autor, lançadas na coleção Música do Brasil, do selo Naxos. A regência é do diretor artístico Fabio Mechetti.[11]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Macunaíma - balé - (2022)[12]
  • Fragmentos de um Inverno Solar - 2015[13]
  • Variações Temporais – Beethoven Revisitado - 2014
  • O Menino e a Liberdade (ópera) - 2013
  • Concerto para Violino e Orquestra (2009)
  • Missa brevis: o sagrado em celebração da capela real - coro e orquestra - 2007
  • A Tempestade (ópera) - 2006
  • Valsa Só (2005) para piano
  • Frevo (2004) para piano a quatro mãos
  • Variações Asorovarc (2002) para piano
  • Três Micro-Peças (2001) para piano [14]
  • Sinfonia 2000
  • Horizontes - para orquestra sinfônica - 1992
  • Dom Casmurro (ópera) - 1992
  • Variações Sérias sobre um tema de Anacleto de Medeiros (1991) para quinteto de sopros
  • Tango (1991) para piano a 4 mãos
  • Suíte Tropical (1990) para banda sinfônica
  • Concertino para Piano e Orquestra de Cordas (1986)
  • Appassionata1984 para violão
  • Estrela Brilhante (1984) para piano
  • Concerto para Piano e Orquestra (1983)
  • Toccata (1982) para piano
  • Prólogo, Discurso e Reflexão (1980)
  • Suíte nº 3 (1973) para piano - 4 movimentos
  • Cantares (1969) para canto e piano
  • Prelúdio e Fuga (1965) para piano

Gravações[editar | editar código-fonte]

Em 2000, a cantora Sandra Félix e a pianista Scheila Glaser gravaram o CD Canções Brasileiras onde interpretaram a obra Cantares de Ronaldo Miranda.

Em 2001, o Brazilian Guitar Quartet gravou as Variações Sérias, com arranjo do guitarrista escocês Paul Galbraith.

Em 2003 a pianista Clélia Iruzun gravou o Concertino, de Ronaldo Miranda, no CD Brazilian Mosaic.

Em 2013, a pianista Patrícia Bretas gravou o CD Patrícia Bretas no qual interpreta obras de Ronaldo Miranda, para piano.[15]

Em 2015, o quarteto de violões Quaternaglia gravou a Suíte nº 3 (1973), de Ronaldo Miranda, no CD Xangô. No mesmo ano, o Trio Tokeshi-Rosas-Bazarian (Eliane Tokeshi, violino; Giuliano Rosas, clarinete, e Lidia Bazarian, piano) lançou o CD Fragmentos de um Inverno Solar, com a obra Seis Fragmentos de um Inverno Solar, também de Miranda.[16]

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • Canções Brasileiras (2000) - Sandra Félix (canto) e Scheila Glaser (piano). Paulus Editora.[17]
  • Encantamento (2001) - Brazilian Guitar Quartet [18]
  • Brazilian Mosaic (2003) - Clélia Iruzun [19]
  • Patrícia Bretas interpreta Ronaldo Miranda (2013)
  • Xangô (2015) - Quaternaglia [20]
  • Fragmentos de um Inverno Solar (2015) - Trio Tokeshi-Rosas-Bazarian

Referências

  1. «Homenagem aos docentes Cristina Costa e Ronaldo Miranda». ECA - Escola de Comunição e Artes (em inglês). Consultado em 4 de agosto de 2021 
  2. «Dom Casmurro». Consultado em 3 de abril de 2017 
  3. «Banda Sinfônica encena ópera baseada em "A Tempestade"». Folha de S.Paulo. 21 de setembro de 2006. Consultado em 28 de março de 2020 
  4. «Ronaldo Miranda: Não sou muito chegado a abraçar um determinado movimento. Alguns teóricos da música, na Europa, afirmam que a criação musical atual se divide entre a nova simplicidade e a nova complexidade». Tribuna Imprensa Livre. 26 de junho de 2021. Consultado em 27 de junho de 2021 
  5. Brazilian Guitar Quartet (2002). «Brazilian Guitar Quartet». Consultado em 5 de maio 2016 
  6. «O Menino e a Liberdade». Theatro São Pedro. 2013 
  7. OSESP (2014). «Variações Temporais – Beethoven Revisitado». Consultado em 28 de abril de 2014 
  8. «Osesp em uma noite eletrizante». O Estado de S.Paulo. Consultado em 14 de outubro de 2016 
  9. «Lançamento do livro 'Águas do Alto Tietê' acontece hoje em São Paulo». Diário de Suzano. 2016. Consultado em 17 de dezembro de 2016 
  10. «Balé 'Macunaíma' estreia no Teatro Municipal do Rio». O Globo. 2022. Consultado em 13 de setembro de 2022 
  11. concerto (2023). «Filarmônica de Minas Gerais interpreta Ronaldo Miranda, Gnattali e Tchaikovsky». Consultado em 4 de junho de 2023 
  12. conexão ufrj (20 de setembro 2022). «Balé Macunaíma tem estreia mundial em 22/9, no Theatro Municipal do Rio». Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  13. movimentocom (2013). «Fragmentos de um inverno solar». Consultado em 24 de setembro de 2019 
  14. Bemelmans (2013). «Patrícia Bretas interpreta Ronaldo Miranda». Consultado em 17 de abril de 2014 
  15. O Estado de S.Paulo (2013). «Patrícia Bretas lança CD com músicas de Ronaldo Miranda». Consultado em 4 de julho de 2014 
  16. «Lançamento de CD - Trio Tokeshi-Rosas-Bazarian». USP. 2015. Consultado em 25 de outubro de 2018 
  17. name= duo felix glaser>Duo Félix Glaser (2000). «CD Canções Brasileiras». Consultado em 8 de fevereiro de 2016 
  18. Brazilian Guitar Quartet (2014). «Encantamento». Consultado em 9 de janeiro de 2014 
  19. Clélia Iruzun (2003). «CD Brazilian Mosaic». Consultado em 14 de outubro de 2016 
  20. Quaternaglia (2015). «XangôEncantamento». Consultado em 30 de março de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]