Tribunal Federal de Recursos

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Sede do Tribunal Federal de Recursos, no Rio de Janeiro

O Tribunal Federal de Recursos (TFR) foi um dos órgãos máximos do Poder Judiciário do Brasil.

Criado pela Constituição de 1946 (arts. 103/105), tinha como função os julgamentos de ações em que constasse, como interessada, a União ou autoridade federal, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral e da Justiça Militar. [1]

Originalmente, era composto por nove juízes, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pelo Senado Federal, sendo seis deles dentre magistrados e três dentre advogados e membros do Ministério Público. [1] [2]

A partir de 1965, com a recriação da justiça federal de primeira instância, passou a julgar os recursos dali originários e, ainda, os conflitos de jurisdição entre os juízes federais.[2]

O Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965, emendando a Constituição, alterou sua composição para treze juízes, sendo oito entre magistrados e cinco entre advogados e membros do Ministério Público. [3]

Havia previsão constitucional de criação de outros Tribunais Federais de Recursos, através de lei, mediante proposta do próprio tribunal e aprovação do Supremo Tribunal Federal (STF), em diferentes regiões do país.

Com a Constituição de 1967, seus membros passaram a ser denominados de ministros e foi prevista a criação, por lei complementar, de mais dois tribunais, sediados em Pernambuco e em São Paulo, com um número menor de magistrados [4] (previsão esta retirada com a edição da Emenda Constitucional nº 1, de 1969 [5]).

A Emenda Constitucional nº 7, de 1977 alterou sua composição para vinte e sete ministros, sendo quinze dentre juízes federais, indicados em lista tríplice pelo próprio tribunal, quatro dentre membros do Ministério Público Federal, quatro dentre advogados e quatro dentre magistrados ou membros do Ministério Público dos Estados, do Distrito Federal [6] (e dos Territórios, de acordo com a Emenda Constitucional nº 16, de 1980 [7]).

Com a Constituição de 1988, foi extinto e, em seu lugar, criados cinco Tribunais Regionais Federais (TRF), ocorrendo a descentralização prevista desde 1965, passando os seus ministros a integrar o recém-criado Superior Tribunal de Justiça (STJ). [8]

O último membro do TFR em atividade, no STJ, foi o ministro Nilson Vital Naves, cujo limite de idade (70 anos) foi atingido em 28 de abril de 2010.

Ministros[editar | editar código-fonte]

Foram ministros do Tribunal Federal de Recursos:[9] [10]

Nome Naturalidade
Abner Carneiro Leão Vasconcellos  Ceará
Adhemar Raymundo da Silva Bahia Bahia
Afrânio Antônio da Costa (primeiro presidente - 1947/1949)  Rio de Janeiro
Aldir Guimarães Passarinho  Piauí
Alfredo Loureiro Bernardes  Rio de Janeiro
Álvaro Peçanha Martins Bahia Bahia
Amando Sampaio Costa  Alagoas
Amarílio Aroldo Benjamin da Silva Bahia Bahia
Américo Godoy Ilha  Rio Grande do Sul
Américo Luz  Minas Gerais
Antônio de Pádua Ribeiro  Minas Gerais
Antônio Neder  Minas Gerais
Antônio Torreão Braz  Paraíba
Armando da Silva Prado  São Paulo
Armando Leite Rollemberg  Sergipe
Arthur de Souza Marinho  Paraíba
Caetano Estelita Cavalcanti Pessoa  Ceará
Cândido Mesquita da Cunha Lobo  Rio de Janeiro
Carlos Alberto Madeira  Maranhão
Carlos Augusto Thibau Guimarães  Rio de Janeiro
Carlos Mário da Silva Velloso  Minas Gerais
Cid Flaquer Scartezzini  São Paulo
Décio Meirelles de Miranda  Minas Gerais
Djalma Tavares Cunha Mello  Pernambuco
Edmundo de Macedo Ludolf  Rio de Janeiro
Edson Carvalho Vidigal  Maranhão
Eduardo Andrade Ribeiro de Oliveira  Minas Gerais
Esdras da Silva Gueiros  Rio Grande do Norte
Evandro Gueiros Leite (último presidente - 1987/1989)  Pernambuco
Francisco de Assis Toledo  Minas Gerais
Francisco de Paula Rocha Lagoa Filho  Minas Gerais
Francisco Dias Trindade Bahia Bahia
Geraldo Andrade Fonteles  Acre
Geraldo Barreto Sobral  Sergipe
Hélio Pinheiro da Silva  Rio de Janeiro
Henoch da Silva Reis  Amazonas
Hermillo Schamann Gallant  Rio Grande do Sul
Ilmar Nascimento Galvão Bahia Bahia
Inácio Moacir Catunda Martins  Ceará
Jacy Garcia Vieira  Goiás
Jarbas dos Santos Nobre Pará Pará
Jesus Costa Lima  Ceará
João César Leitão Krieger  Rio Grande do Sul
Joaquim Justino Ribeiro  Minas Gerais
Jorge Lafayette Pinto Guimarães  Rio de Janeiro
José Cândido de Carvalho Filho  Ceará
José de Aguiar Dias  Minas Gerais
José de Jesus Filho  Minas Gerais
José Fernandes Dantas  Rio Grande do Norte
José Joaquim Moreira Rabello Bahia Bahia
José Néri da Silveira  Rio Grande do Sul
José Pereira de Paiva  Minas Gerais
José Thomaz da Cunha Vasconcellos Filho  Rio de Janeiro
Lauro Franco Leitão  Rio Grande do Sul
Márcio Ribeiro  Minas Gerais
Miguel Jeronymo Ferrante  Acre
Nilson Vital Naves  Minas Gerais
Nísio Baptista de Oliveira  Minas Gerais
Oscar Corrêa Pina  Mato Grosso
Oscar Saraiva  São Paulo
Otto Rocha  Minas Gerais
Paulo Laitano Távora  Rio Grande do Sul
Paulo Roberto Saraiva da Costa Leite  Rio Grande do Sul
Pedro da Rocha Acioli  Alagoas
Romildo Bueno de Souza  São Paulo
Sebastião Alves dos Reis  Minas Gerais
Vasco Henrique D'Ávila  Rio Grande do Sul
Washington Bolívar de Brito Bahia Bahia
William Andrade Patterson Bahia Bahia
Wilson Gonçalves  Paraíba

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b www.planalto.gov.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao46.htm. Consultado em 17 de janeiro de 2021  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. a b «Antecedentes». www.stj.jus.br. Consultado em 17 de janeiro de 2021 
  3. «AIT-02-65». www.planalto.gov.br. Consultado em 17 de janeiro de 2021 
  4. www.planalto.gov.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm. Consultado em 17 de janeiro de 2021  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. «Emc1». www.planalto.gov.br. Consultado em 17 de janeiro de 2021 
  6. «Emc7». www.planalto.gov.br. Consultado em 17 de janeiro de 2021 
  7. «Emc16». www.planalto.gov.br. Consultado em 17 de janeiro de 2021 
  8. www.planalto.gov.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Consultado em 17 de janeiro de 2021  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. «Ministros inativos do STJ». Superior Tribunal de Justiça. Consultado em 22 de agosto de 2014 
  10. «Ministros do TFR». Superior Tribunal de Justiça. Consultado em 22 de agosto de 2014