Constituição brasileira de 1946

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Constituição do Brasil

Capa da Constituição de 1946
Visão geral
Título original Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1946
Jurisdição Estados Unidos do Brasil
Ratificado 18 de setembro de 1946 (77 anos)
Sistema República federativa presidencialista
Estrutura do governo
Poderes Três (executivo, legislativo e judiciário)
Câmaras Bicameral: Câmara dos Deputados e Senado Federal
Executivo Presidente da República
Judiciário Supremo Tribunal Federal
Federação Sim
Colégio eleitoral Não
Cláusulas pétreas 1
Histórico
Emendas 21
Última emenda 12 de dezembro de 1966
Local Congresso Nacional, Brasília,  Brasil
Autor(es) Assembleia Constituinte de 1946
Signatários
Antecessor(a) Constituição brasileira de 1937
Sucessor(a) Constituição brasileira de 1967
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Documento no Commons
Texto completo

A Constituição de 1946 foi a quinta Constituição brasileira, tendo sido promulgada em 18 de setembro de 1946 sendo construída com um corpo de 218 artigos; somando-se mais 36 artigos nas ADCTs.[1]

Histórico[editar | editar código-fonte]

A mesa da Assembleia Constituinte, elaborada por Eurico Gaspar Dutra, então Presidente de República (1946-1951), promulgou a Constituição dos Estados Unidos do Brasil e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias no dia 18 de setembro de 1946, consagrando as liberdades expressas na Constituição de 1934, que haviam sido retiradas em 1938; sendo assim, se trata de, em suma, um resgate histórico da carta constitucional previamente citada, restaurando a democracia imbuída pelo Estado Novo (1937-1946), acrescendo direitos trabalhistas, além do apreço pelo Poder Legislativo.

Dispositivos principais[editar | editar código-fonte]

  • A igualdade de todos perante a lei;
  • A liberdade de manifestação de pensamento, sem censura, a não ser em espetáculos e diversões públicas;
  • A inviolabilidade do sigilo de correspondência;
  • A liberdade de consciência, de crença e de exercício de cultos;
  • A inviolabilidade da casa como asilo do indivíduo;
  • A prisão só em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade competente e a garantia ampla de defesa do acusado;
  • Extinção da pena de morte;
  • Separação dos três poderes;
  • Controle de Constitucionalidade abstrato.

Gustavo Capanema, jurista e político mineiro, Luís Viana Filho, escritor, historiador e político baiano, Aliomar Baleeiro, jurista e político baiano, Clodomir Cardoso, jurista, escritor e político maranhense, Gilberto Freire, escritor e sociólogo pernambucano, e Barbosa Lima Sobrinho, escritor, intelectual, jornalista e político pernambucano, são algumas das personalidades que integraram a Assembleia Constituinte que elaborou e promulgou a Constituição de 1946.

A Constituição Brasileira de 1946, bastante avançada para a época, foi notadamente um avanço da democracia e das liberdades individuais do cidadão. A Carta seguinte significou um retrocesso nos direitos civis e políticos.

Elaboração heterogênica[editar | editar código-fonte]

Foi a primeira constituição a possuir uma bancada comunista no seu processo constituinte. Depois de seis meses da promulgação da constituição a bancada comunista foi perseguida. O partido comunista foi posto na ilegalidade, sob a alegação de obedecer ordens estrangeiras. Seria apenas o primeiro revés sofrido pela recente ordem democrática.

Extinção de territórios[editar | editar código-fonte]

Conforme as disposições transitórias da Constituição Federal de 1946, foram extintos os territórios do Iguaçu e de Ponta Porã em 18 de setembro, tendo sido reintegrados aos estados que outrora abrangiam suas áreas, em decorrência de articulações engendradas pelos políticos paranaenses no âmbito da Assembleia Nacional Constituinte.

Juramento do Presidente da República[editar | editar código-fonte]

O compromisso constitucional a ser jurado pelo Presidente da República, no ato de posse era definido na Carta de 1946 pelo art. 83. parágrafo único:

Sucumbida pelo Golpe Militar de 1964[editar | editar código-fonte]

Durante a vigência da Constituição de 1946, a ordem democrática sofreria uma série de tentativas de golpes de estado, culminando no Golpe de Estado no Brasil em 1964, quando governava o presidente João Goulart. A partir de então, a carta-magna passou a receber uma série de emendas, que a descaracterizaram. Foi suspensa por seis meses pelo Ato Institucional Número Um e finalmente substituída pela Constituição de 1967, proposta oficialmente pelo Ato Institucional Número Quatro.

Outros[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Wikisource
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Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]