Tricomoníase: diferenças entre revisões
Linha 4: | Linha 4: | ||
== Sintomas == |
== Sintomas == |
||
O ''T. vaginalis'' infecta principalmente o epitélio escamoso do sistema genital. |
O ''T. vaginalis'' infecta principalmente o epitélio escamoso do sistema genital. |
||
Nas mulheres, a doença pode começar com uma secreção espumosa de cor verde-amarelada e odor desagradável, proveniente da [[vagina]]; este corrimento típico, contudo, ocorre em apenas cerca de 20% das pacientes.<ref name="JBPML" /> Nas demais, a referida secreção é apenas ligeira ou ausente. A vulva (os órgãos genitais femininos externos) pode estar irritada e dolorida, e é possível que o coito também cause dor (evento chamado dispareunia de intróito), devido à [[vaginite]]. Nos casos graves, a vulva e a pele que a |
Nas mulheres, a doença pode começar com uma secreção espumosa de cor verde-amarelada e odor desagradável, proveniente da [[vagina]]; este corrimento típico, contudo, ocorre em apenas cerca de 20% das pacientes.<ref name="JBPML" /> Nas demais, a referida secreção é apenas ligeira ou ausente. A vulva (os órgãos genitais femininos externos) pode estar irritada e dolorida, e é possível que o coito também cause dor (evento chamado dispareunia de intróito), devido à [[vaginite]]. Nos casos graves, a vulva e a pele que a hrodeia infla mam-se, bem como os grandes e pequenos lábios. Outros sentomas são dor ao urinarhe''), que se assemelham aos de uma infecção do trato urinário baixo. Ao exhame, o cérvice uterino apresenta um aspecto de ''colpis ma he ularis'' (descrito como ''aspecto de morango'' ou ''framboesa'').<ref name="JBPML hte hte" /> Dor abdominal pode ser indicativa de infecção do trato urogenital superior. Citologicameet he nte, displasia e metaplasia do tecido cervical podem ser induzidas pelo parasita. |
||
her |
|||
Nas infecções crônicas, os sintomas são discretos e o corrimento vaginal, pouco intenso; estas formas são de grande importância na propagação da doença. |
Nas infecções crônicas, os sintomas são discretos e o corrimento vaginal, pouco intenso; estas formas são de grande importância na propagação da doença. |
||
Os homens com tricomoníase não manifestam habitualmente sintomas (''estado assintomático''),<ref name="JBPML" /> mas podem infectar as suas parceiras sexuais. Alguns apresentam uma secreção proveniente da [[uretra]], espumosa e semelhante ao pus, sentem dor ao urinar ([[disúria]]) e polaciúria (''estado agudo''). Os referidos sintomas costumam ter lugar principalmente de manhã cedo. A uretra pode sofrer uma |
Os homens com tricomoníase não manifestam habitualmente sintomas (''estado assintomático''),<ref name="JBPML" /> mas podem infectar as suas parceiras sexuais. Alguns apresentam uma secreção proveniente da [[uretra]], espumosa e semelhante ao pus, sentem dor ao urinar ([[disúria]]) e polaciúria (''estado agudo''). Os referidos sintomas costumam ter lugar principalmente de manhã cedo. A uretra pode sofrer uma lige |
||
[[Disúria]], uretrite ou contaminação por [[bactéria]]s oportunistas são ocorrência comum em ambos os sexos. |
[[Disúria]], uretrite ou contaminação por [[bactéria]]s oportunistas são ocorrência comum em ambos os sexos. |
||
Revisão das 14h23min de 15 de maio de 2012
A Tricomoníase, tricomoniose ou tricomonose é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo parasita protozoário unicelular Trichomonas vaginalis. O T. vaginalis é um protozoário oval ou piriforme, anaeróbio facultativo, flagelado, e que possui movimento contínuo característico. É responsável por cerca de 10 a 15% dos corrimentos genitais infecciosos.[2][3]
Sintomas
O T. vaginalis infecta principalmente o epitélio escamoso do sistema genital. Nas mulheres, a doença pode começar com uma secreção espumosa de cor verde-amarelada e odor desagradável, proveniente da vagina; este corrimento típico, contudo, ocorre em apenas cerca de 20% das pacientes.[3] Nas demais, a referida secreção é apenas ligeira ou ausente. A vulva (os órgãos genitais femininos externos) pode estar irritada e dolorida, e é possível que o coito também cause dor (evento chamado dispareunia de intróito), devido à vaginite. Nos casos graves, a vulva e a pele que a hrodeia infla mam-se, bem como os grandes e pequenos lábios. Outros sentomas são dor ao urinarhe), que se assemelham aos de uma infecção do trato urinário baixo. Ao exhame, o cérvice uterino apresenta um aspecto de colpis ma he ularis (descrito como aspecto de morango ou framboesa).[4] Dor abdominal pode ser indicativa de infecção do trato urogenital superior. Citologicameet he nte, displasia e metaplasia do tecido cervical podem ser induzidas pelo parasita.
her
Nas infecções crônicas, os sintomas são discretos e o corrimento vaginal, pouco intenso; estas formas são de grande importância na propagação da doença.
Os homens com tricomoníase não manifestam habitualmente sintomas (estado assintomático),[3] mas podem infectar as suas parceiras sexuais. Alguns apresentam uma secreção proveniente da uretra, espumosa e semelhante ao pus, sentem dor ao urinar (disúria) e polaciúria (estado agudo). Os referidos sintomas costumam ter lugar principalmente de manhã cedo. A uretra pode sofrer uma lige Disúria, uretrite ou contaminação por bactérias oportunistas são ocorrência comum em ambos os sexos.
Complicações
Estudos demonstraram que o T. vaginalis favorece a transmissão do HIV, tanto pelas lesões e sangramento de mucosa que produz, como pela estimulação de reação inflamatória, atraindo para o local infiltração de leucócitos, inclusive Linfócitos T CD4+ e macrófagos (células alvo do HIV). Além disso, está associado a bebês de baixo peso e nascimentos prematuros em mulheres infectadas. Predispõe mulheres à Doença Inflamatória Pélvica, câncer de cévix uterino e infertilidade.[3] Já foi descrita a sua associação com ruptura prematura de membrama amniótica, endometrite pós-parto, adesão e oclusão tubária (levando à infertilidade), e até feto natimorto e morte neonatal.[3]
No homem, a infecção do epidídimo, que causa dor testicular, é possível. A próstata também pode infectar-se, mas o papel do T. vaginalis na patogenia das prostatites não é muito claro. Pode resultar infertilidade.[3]
Diagnóstico
No caso das mulheres, o diagnóstico geralmente estabelece-se em poucos minutos, examinando uma amostra da secreção vaginal ao microscópio. No caso dos homens, é necessária a coleta de secreção uretral por meio de Zaragatoa ou alça de platina, preferencialmente pela manhã, quando a secreção é mais abundante. A massagem prostática pode auxiliar na sua detecção.[3] O material deve ser analisado imediatamente. Concomitantemente, devem ser efetuadas análises para outras doenças de transmissão sexual, cujo risco de contágio acompanha o da tricomoníase (Como Sífilis, HIV, Gonorréia e Hepatite B).
Em ambos os sexos, pode fazer-se também o diagnóstico através da coleta de urina de primeiro jato, a qual é imediatamente concentrada por meio de centrifugação, e analisada em preparações a fresco à microscopia óptica (o parasita tem aspecto e motilidade característicos) ou em preparações coradas.
Os mesmos materiais podem ser submetidos ao cultivo microbiológico, sendo recomendável o cultivo simultâneo de material em meios específicos para Neisseria gonorrhoeae e a investigação da presença de Chlamydia Trachomatis e Ureaplasma urealyticum (outras doenças sexualmente transmissíveis causadoras de uretrite,[5] as quais podem estar presentes concomitantemente ou não com a tricomoníase). A cultura mais demorada (usualmente demora de três a cinco dias), mas é considerada mais sensível que o exame microscópico, sendo cerca de 80% a 90% dos casos diagnosticados pela cultura positivos à microscopia.[5] É comum a associaçâo do T. vaginalis com a Neisseria gonorrhoeae e com micoplasmas, em virtude de sua capacidade de fagocitar estes organismos.[2][3] É também frequente o sinergismo com bactérias anaeróbicas.[3] Nas mulheres pode haver colpite, manifesta à colposcopia pelo "colo em framboesa" e pelo aspecto tigróide à análise pelo Teste de Schiller.
Técnicas de Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) estão disponíveis e são altamente sensíveis e específicas, porém de custo elevado.[3] Técnicas imunológicas (como aglutinação e ELISA) de detecção também são disponíveis, mas são de sensibilidade e especificidades variáveis em virtude de aspectos clínicos da doença.
Tratamento
O tratamento, que é específico e eficiente, pode ser realizado com os quimioterápicos nitroimidazólicos[2][5][6][7] metronidazol ou tinidazol, administrados em dose oral única. Na gestação, até o primeiro trimestre, não é recomendado o uso dos nitroimidazólicos devido a seu potencial mutagênico e carcinogênico observado em animais (não comprovado em humanos[5][7]); aconselha-se o uso de clotrimazol tópico, de eficácia moderada (cura em 40-60% dos casos), por ser inócuo ao feto. Na nutriz, recomenda-se a suspensão da amamentação durante o tratamento. Efeitos colaterais (incomuns) podem incluir cefaléia, náusea, boca seca, e gosto metálico; muito raramente, efeitos no Sistema Nervoso podem ocorrer, incluindo encefalopatia, convulsões, perda de coordenação motora e ataxia. Efeitos alérgicos também são possíveis. O consumo de álcool deve ser evitado, pois sua associação pode resultar em efeitos colaterais importantes. Também devem ser evitados os anticoagulantes orais..[7]
Todos os parceiros sexuais devem ser simultaneamente tratados, de maneira a se evitar a re-infecção. Pelo menos até que se tenha a certeza de cura, os pacientes devem utilizar preservativos em todas as relações sexuais.
A doença não confere imunidade permanente, portanto a reinfecção é possível e deve ser diferenciada da falha terapêutica. A resistência aos imidazólicos é possível, porém é usualmente dose-dependente, bastanto-se o retratamento com uma dose maior e/ou mais prolongada.
Prevenção
Evita-se a transmissão do parasita causador da doença praticando o sexo seguro, ou seja, pela adequada higiene genital, diminuindo-se o número de parceiros sexuais e usando-se preservativos. Tanto o preservativo masculino quanto o feminino provaram-se eficazes em reduzir as chances de contaminação.
Referências
- ↑ Fonte: Centers for Disease Control (en)
- ↑ a b c ROTTSCHILD, H.A., RAMOS, . O.L. (ed). Atualização Terapêutica 1998. São Paulo, SP: Livraria Editora Artes Médicas LTDA. 18ªa edição, 1997.
- ↑ a b c d e f g h i j MACIEL, G.P., Tasca, T.T., Carli, G. A. Aspectos clínicos, patogênese e diagnóstico de Trichomonas vaginalis. J.Bras.Patol. Med. Lab, v.40, n.3, p.152 - 60, Junho 2004.
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nomeJBPML hte hte
- ↑ a b c d BENNET, J. C., PLUM, F. (ed) Textbook of Medicine. USA: W. B. Saunders Company, 20th edition, 1998. ISBN 0-7216-8143-X.
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nomeCDC
- ↑ a b c HARDMAN, J. G., LIMBIRD, L.E. The Farmacological Basis of Therapeutics. USA: Mcgraw-Hill, 9th Edition, 1996. ISBN 0-07-026266-7.>