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Wole Soyinka

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Wole Soyinka Medalha Nobel
Wole Soyinka
Nascimento 13 de julho de 1934 (90 anos)
Abeocutá
Nacionalidade Nigéria Nigeriano
Cidadania Nigéria
Etnia Iorubás
Progenitores
  • Grace Eniola Soyinka
Filho(a)(s) Olaokun Soyinka
Irmão(ã)(s) Omofolabo Ajayi-Soyinka
Alma mater Universidade de Ibadã
Ocupação dramaturga, poeta, tradutor, romancista, filósofo, ensaísta, professor, escritor
Distinções Nobel de Literatura (1986)
Empregador(a) Universidade Harvard, Universidade Moshood Abiola, Universidade Cornell, Universidade Yale, Universidade de Nevada, Universidade Emory, Universidade de Nova Iorque, Universidade Loyola Marymount, Universidade de Oxford
Obras destacadas Os intérpretes
Página oficial
https://www.wolesoyinkafoundation.org/

Wole Soyinka (Abeocutá, 13 de julho de 1934) é um dramaturgo, romancista, poeta e ensaísta nigeriano em língua inglesa. Recebeu o Prêmio Nobel da Literatura de 1986, por "numa ampla perspectiva cultural e com tons poéticos que moldam o drama da existência".[1] Soyinka nasceu numa família iorubá em Abeocutá.[2] Em 1954, frequentou o Government College em Ibadan,[3] e subsequentemente o University College Ibadan e a University of Leeds em Inglaterra.[4] Depois de estudar na Nigéria e no Reino Unido, trabalhou com o Royal Court Theatre em Londres. Passou a escrever peças de teatro que foram produzidas nos dois países, em teatros e na rádio. Desempenhou um papel activo na história política da Nigéria e na sua campanha pela independência do domínio colonial britânico. Em 1965, apreendeu o estúdio Western Nigeria Broadcasting Service e transmitiu um pedido de cancelamento das Eleições Regionais da Nigéria Ocidental.[5][6] Em 1967, durante a Guerra Civil Nigeriana, foi preso pelo governo federal do General Yakubu Gowon e colocado em prisão solitária durante dois anos, por ter se voluntariado como ator mediador não-governamental.[7]

Soyinka nasceu em uma família humilde de origem iorubá em Abeocutá, Nigéria. Ele fez o primário escolar em Abeocutá e o secundário no Government College, em Ibadã. Soyinka fez faculdade na University College (1952–1954), em Ibadã, e na Universidade de Leeds (1954-1957), na Inglaterra, onde ele se formou com menção honrosa em Literatura inglesa. Ele trabalhou no Teatro da corte real (Royal Court Theater) em Londres antes de retornar a Nigéria para se dedicar ao estudo da dramaturgia africana. Soyinka lecionou nas universidades de Lagos e Ifé (tornando-se professor de Literatura comparada nesta instituição de ensino em 1975).[8]

Soyinka participou ativamente na história política da Nigéria. Em 1967, durante a Guerra civil nigeriana, ele foi preso pelo Governo federal mantido em confinamento solitário na prisão por suas tentativas de mediar a paz entre os partidos em guerra.[9] Na prisão ele escreveu poemas que mais tarde viriam a ser publicados em uma coleção sob o título Poems from Prison. Soyinka foi liberado vinte e dois meses mais tarde após haver se formado uma conscientização internacional sobre a sua situação.[10] Mais tarde ele recontou a sua experiência no confinamento em um livro: The Man Died: Prison Notes.[11]

Soyinka tem criticado abertamente as administrações da Nigéria e de tiranias políticas mundo afora, inclusive fez denúncias contra o regime de Mugabe de Zimbabwe. Muitos de seus escritos tratam do que ele chama de "the oppressive boot and the irrelevance of the colour of the foot that wears it", ou seja, parafraseando: o coturno opressivo e a irrelevância da cor do pé que a calça.[12] Essas formas de pensar e de se expressar tem causado grande risco de morte ao autor, especialmente durante o governo do ditador nigeriano Sani Abacha (1993–1998).[13] Durante a ditadura do General Abacha, Soyinka se retirou de seu país de origem em exílio voluntário (passando a maioria desse tempo nos Estados Unidos onde lecionou na Universidade de Emory, na cidade de Atlanta. Quando do retorno do governo civil na Nigéria, em 1999, Soyinka aceitou emérito da Ifé (agora Universidade Obafemi Awolowo, mas somente com a condição de que nenhum dos ex-generais do regime prévio jamais fossem designados como chanceller da universidade no futuro. Após algum tempo na África, ele passou a ocupar a cadeira Elias Ghanem Professor of Creative Writing no Departamento de inglês da Universidade de Nevada, na cidade de Las Vegas, Estados Unidos.[14]

Peças

Romances

Contos

  • A Tale of Two (1958)
  • Egbe's Sworn Enemy (1960)
  • Madame Etienne's Establishment (1960)

Memorias

Coletâneas de poesia

  • Telephone Conversation (1963) (apareceu em Modern Poetry in Africa)
  • Idanre and other poems (1967)
  • A Big Airplane Crashed into The Earth (título original Poems from Prison) (1969)
  • A Shuttle in the Crypt (1971)
  • Ogun Abibiman (1976)
  • Mandela's Earth and other poems (1988)
  • Early Poems (1997)
  • Samarkand and Other Markets I Have Known (2002)

Ensaios

  • "Towards a True Theater" (1962)
  • Culture in Transition (1963)
  • Neo-Tarzanism: The Poetics of Pseudo-Transition
  • A Voice That Would Not Be Silenced
  • Art, Dialogue, and Outrage: Essays on Literature and Culture (1988)
  • From Drama and the African World View (1976)
  • Myth, Literature, and the African World (1976)[21]
  • The Blackman and the Veil (1990)[22]
  • The Credo of Being and Nothingness (1991)
  • The Burden of Memory – The Muse of Forgiveness (1999)
  • A Climate of Fear (BBC Reith Lectures 2004, áudio e transcrições)
  • New Imperialism (2009)[23]
  • Of Africa (2012)[24][25]
  • Beyond Aesthetics: Use, Abuse, and Dissonance in African Art Traditions (2019)

Filmes

Traduções

Referências

  1. «O Prêmio Nobel de Literatura de 1986, Wole Soyinka». NobelPrize.org. Consultado em 9 de novembro de 2022 
  2. «Wole Soyinka: 'This book is my gift to Nigeria'». The Guardian. 25 de setembro de 2021. Consultado em 9 de novembro de 2022 
  3. «O Prêmio Nobel de Literatura de 1986, Wole Soyinka». NobelPrize.org. Consultado em 18 de abril de 2019 
  4. Soyinka, Wole (1981). Aké: The Years of Childhood. Nigéria: Methuen. p. 1. ISBN 9780413751904 
  5. «Nigeria». www.hubert-herald.nl. Consultado em 8 de março de 2022 
  6. Jaggi, Maya (2 de novembro de 2002). «Ousting monsters». The Guardian. Consultado em 4 de janeiro de 2016 
  7. Theresia de Vroom, "The Many Dimensions of Wole Soyinka" Arquivado em 5 junho 2013 no Wayback Machine, Vistas, Loyola Marymount University. Acessado em 17 de abril de 2012.
  8. Pinto, Tania Regina (23 de maio de 2019). «Wole Soyinka, primeiro africano a ganhar o Nobel de Literatura». Primeiros Negros. Consultado em 11 de abril de 2024 
  9. Tatyer, Clarice (17 de outubro de 2023). «Wole Soyinka: O Primeiro Africano a Conquistar o Prêmio Nobel de Literatura». Instituto. Consultado em 11 de abril de 2024 
  10. «CLDF homenageia Wole Soyinka, primeiro negro a receber o Nobel de literatura». CLDF. Consultado em 11 de abril de 2024 
  11. Pinto, Tania Regina (23 de maio de 2019). «Wole Soyinka, primeiro africano a ganhar o Nobel de Literatura». Primeiros Negros. Consultado em 11 de abril de 2024 
  12. «História Hoje: Há 31 anos, escritor africano ganhava primeiro Nobel de Literatura». Agência Brasil | Radioagência. 13 de outubro de 2017. Consultado em 11 de abril de 2024 
  13. «Wole Soyinka, prêmio Nobel, defende elo entre África e diáspora sem europeus». Folha de S.Paulo. 6 de novembro de 2023. Consultado em 11 de abril de 2024 
  14. Migliavacca, Adriano Moraes (8 de julho de 2017). «O Mundo africano de Wole Soyinka». Estado da Arte. Consultado em 11 de abril de 2024 
  15. «Wole Soyinka». Writer's History. Consultado em 28 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2014 
  16. Offiong, Adie Vanessa (2015). «Soyinka's 'Childe Internationale' for stage in Abuja». DailyTrust. Cópia arquivada em 2017 
  17. Gibbs, James; Bernth Lindfors (1993). Research on Wole Soyinka (Comparative studies in African/Caribbean literature series). [S.l.]: Africa World Press. p. 67. ISBN 978-0-865-4321-92 
  18. "Sixty-Six Books, One Hundred Artists, One New Theatre", Bush Theatre, October 2011.
  19. Flood, Alison (2020). «Wole Soyinka to publish first novel in almost 50 years». The Guardian. Londres 
  20. Briefly reviewed in the 27 September 2021 issue of The New Yorker, p. 83.
  21. Cassirer, Thomas; Wole Soyinka (1978). «Myth, Literature and the African World by Wole Soyinka. Review». Boston University African Studies Center. The International Journal of African Historical Studies. 11 (4): 755–757. JSTOR 217214. doi:10.2307/217214 
  22. Soyinka, Wole (1993). The Blackman and the Veil: A Century on; And, Beyond the Berlin Wall: Lectures Delivered by Wole Soyinka on 31 August and 1 September 1990. [S.l.]: SEDCO. ISBN 978-9964-72-121-3. Consultado em 28 de novembro de 2014 
  23. New Imperialism By Wole Soyinka. [S.l.]: Mkuki na Nyota Publishers. 2009. ISBN 978-9987-08-055-7. Consultado em 28 de novembro de 2014. Cópia arquivada em 5 de dezembro de 2014 
  24. Soyinka, Wole (2012). Of Africa. [S.l.]: Yale University Press. ISBN 978-0300-14-046-0 
  25. Hochschild, Adam (22 de novembro de 2012). «Assessing Africa – 'Of Africa,' by Wole Soyinka». The New York Times. Consultado em 28 de novembro de 2014 

Ligações externas

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Precedido por
Claude Simon
Nobel de Literatura
1986
Sucedido por
Joseph Brodsky