Yuty (cratera)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cratera Yuti

Imagem da cratera Yuti obtida em 1977 pelo orbitador Viking 1.
Planeta Marte
Região Chryse Planitia
Tipo cratera de impacto
Coordenadas 22.4° N, 34.2° W
Diâmetro 19.9 km
Quadrângulo Oxia Palus
Epônimo Yuty, Paraguai


Yuty é uma cratera em Marte localizada em Chryse Planitia. A cratera possui um diâmetro de aproximadamente 20 km, e é cercada por complexos lóbulos de ejecta, que são uma característica distintiva das crateras de impacto marcianas.[1] Muitas crateras ao longo do equador ou latitudes médias em Marte possuem esse tipo de morfologia de ejecta, o qual se acredita originar quando um objeto impactante derrete a água na superfície. Água líquida no material ejetado forma uma lama barrenta que flui ao longo da superfície, produzindo as formas lobulares características.[2][3] A presença de uma cratera preexistente, parcialmente soterrada na borda sudoeste evidencia a fina espessura do ejecta.[4]

Yuty se localiza na região geral do local de aterrissagem da Viking 1. Essa região foi bem fotografada pelos orbitadores Viking nos anos 70, e como consequencia sua imagem aparece em vários livros como um arquétipo da morfologia de uma cratera marciana.

O padrão lobular distinto do ejecta de crateras como a Yuty deu origem a uma terminologia confusa entre os pesquisadores do planeta Marte. Às vezes chamadas “splosh craters,” crateras semelhantes à cratera Yuty foram também chamadas crateras "flor" ou "pétala" ou crateras de ejecta fluido.[5] Em uma usagem mais comum essas crateras são chamadas crateras rampart pois os lóbulos de ejecta terminam em tergos curvados ou plataformas (rampart). Em uma terminologia mais comum nos dias de hoje,[6] Yuty é descrita como uma cratera rampart de múltiplas camadas (multiple-layer ejecta rampart crater) pois seu ejecta se deposita em uma série de três ou mais crateras discretas.[7] A presença de múltiplas camadas de ejecta pode refletir um impacto sobre múltiplas camadas de gelo ou uma camada abaixo da superfície saturada de água líquida. O processo exato permanece controverso. [8]

Yuty é uma cratera complexa, que é o oposto de uma cratera simples em forma de bacia. Crateras complexas se distinguem pela presença de um complexo de picos centrais e um terraceamento ao longo da parede interna. Em Marte, a morfologia de crateras complexas começa a aparecer em crateras de diâmetro entre 5 e 8 km. O tamanho do pico central em Yuty é maior do que o de picos em crateras de mesmo porte em outros planetas. Isso parece ser típico de crateras complexas em Marte e, tal como em padrões de ejecta lobular, podem ser ocasionadas por condições geológicas abaixo da superfície que são únicas de Marte.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Carr, M.H.; Saunders, R.S.; Strom R.G. Geology of the Terrestrial Planets. NASA Scientific and Technical Information Branch: Washington DC, 1984, p. 220.
  2. Walter S. Kiefer (2004). «Maximum Impact - Impact Craters in the Solar System». NASA Solar System Exploration. Consultado em 14 de maio de 2007. Arquivado do original em 29 de setembro de 2006 
  3. Hartmann, W.K. A Traveler’s Guide to Mars: The Mysterious Landscapes of the Red Planet; Workman: New York, 2003, pp. 99-100.
  4. Carr, M.H.; Saunders, R.S.; Strom R.G. Geology of the Terrestrial Planets; NASA Scientific and Technical Information Branch: Washington DC, 1984, p. 221.
  5. Carr, M.H. The Surface of Mars; Cambridge University Press: New York, 2006, p. 33.
  6. Boyce, J.M. The Smithsonian Book of Mars; Konecky&Konecky: Old Saybrook, CT, 2008, p. 203.
  7. Barlow, N.G. et al. (2000). Standardizing the Nomenclature of Martian Impact Crater Ejecta Morphologies. J. Geophys. Res., 105(E10).
  8. Barlow, N.G.; Sharpton, V.; Kuzmin, R.O. “Impact Structures on Earth and Mars,” em The Geology of Mars: Evidence from Earth-Based Analogs, Chapman, M.G., Ed.; Cambridge University Press: Cambridge, UK, 2007, pp. 58-59.
  9. Boyce, J.M. The Smithsonian Book of Mars; Konecky&Konecky: Old Saybrook, CT, 2008, p. 201.