Lusovenator: diferenças entre revisões
Criei a página, baseando-me na descrição por Malafaia et al, 2020. |
(Sem diferenças)
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Revisão das 20h14min de 20 de dezembro de 2021
Lusovenator | |||||||||||||||||
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Ocorrência: Jurássico Superior 155–145 Ma | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Espécie-tipo | |||||||||||||||||
†Lusovenator santosi Malafaia et al, 2020 |
Lusovenator é um gênero de dinossauros terópodes do grupo dos Carcharodontossauros, nativo da Formação Lourinhã, região ocidental de Portugal. Essa formação data do Jurássico Superior, durante as idades Kimmeridgiana e Tithoniana, cerca de 155 a 145 milhões de anos atrás. Até o momento, somente uma espécie foi nomeada, Lusovenator santosi. O nome do gênero significa "Caçador de Portugal", em alusão ao país onde foi encontrado[1].
Este é o primeiro Carcharodontossauro descrito do Jurássico de Laurásia e é intimamente relacionado a outros Carcharodontossauros basais, como Veterupristisaurus e Siamraptor[1][2].
Descoberta e Nomeação
O holótipo do gênero, SHN.036, consiste em vértebras cervicais, dorsais, sacrais e caudais, costelas, um ílio direito, ambos púbis e um ísquio. Esses ossos foram encontrados no sítio fossílifero de Ribamar, na Praia do Valmitão, cidade de Lourinhã, em Portugal. As rochas dessa localidade correspondem ao Membro Praia da Amoreira-Porto Novo da Formação Lourinhã, e datam do Kimmeridgiano. Esse fóssil pertencia a um animal juvenil, de cerca de 3 metros[1].
Além do holótipo, um neótipo também é atribuído ao gênero, SHN.019[3]. Esse espécime compreende uma série de vértebras caudais articuladas, um pé direito praticamente completo e alguns outros elementos isolados, pertencentes a um indivíduo mais velho. O neótipo foi coletado na localidade de São Pedro da Cadeira, na Praia das Candelas, Cidade de Torres Vedras, em Portugal. As rochas dessa localidade são cerca de 8 milhões anos mais recentes, da idade Tithoniana, e foram designadas como parte da Formação Freixial[3], porém provavelmente são parte do Membro Assenta da Formação Lourinhã[4][5]. Ambos espécimes possuem características compartilhadas nas vértebras caudais, indicando que são parte do mesmo táxon[1].
O nome Lusovenator une as palavras Luso, que significa Portugal, e venator, que significa caçador. Já o epíteto específico L.santosi homenageia José Joaquim dos Santos, que descobriu e coletou o holótipo. O nome completo significa " Caçador Português de José Joaquim dos Santos"[1].
Descrição e Paleobiologia
Assim como os outros táxons de seu grupo, Lusovenator era um dinossauros carnívoro e bípede. O tamanho reduzido do holótipo pode ser explicado devido a sua natureza juvenil, e provavelmente alcançaria dimensões semelhantes a Ulughbegsaurus e Siamraptor em sua vida adulta, de 7 a 8 metros de comprimento e 1 a 2 toneladas de massa[1].
Devido a grande competição no ambiente que viva, provavelmente era especializado em um tipo específico de presa, gerando uma diferenciação de nicho, como nas atuais savanas africanas[1].
Paleoecologia
Durante o Jurássico Superior a Pensínsula Ibérica era uma região de contato entre as faunas Norte-Americana, Européia, Asiática e Africana, apresentando uma diversidade incrível. Além de Lusovenator, outros tipos de dinossauros faziam dessa região seu lar, dentre eles: Allosaurus, Ceratosaurus, Torvosaurus, Miragaia, Stegosaurus, Supersaurus, Lusotitan, Draconyx e Dracopelta. Alguns pterossauros também habitavam a região, dentre eles Rhamphorynchus e um Dsungapterídeo indeterminado[1][6].
Classificação
Lusovenator é parte do clado Carcharodontosauria, um grupo de Alossauróideos típicos do Cretáceo. Em trabalhos recentes tem se mostrado intimamente aparentado de Veterupristisaurus, Siamraptor e do Carcharodontossauro da Formação Sergi[2].
Filogenia de Malafaia et al (2020)[1]:
Allosauroidea |
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Filogenia de Bandeira et al (2021)[2]:
Allosauroidea |
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Ver Também
Referências
- ↑ a b c d e f g h i Malafaia, Elisabete; Mocho, Pedro; Escaso, Fernando; Ortega, Francisco (2 de janeiro de 2020). «A new carcharodontosaurian theropod from the Lusitanian Basin: evidence of allosauroid sympatry in the European Late Jurassic». Journal of Vertebrate Paleontology (1): e1768106. ISSN 0272-4634. doi:10.1080/02724634.2020.1768106. Consultado em 20 de dezembro de 2021
- ↑ a b c Bandeira, Kamila L. N.; Brum, Arthur S.; Pêgas, Rodrigo V.; Souza, Lucy G. De; Pereira, Paulo Victor Luiz G. C.; Pinheiro, André Eduardo P. (2 de agosto de 2021). «The first Jurassic theropod from the Sergi Formation, Jatobá Basin, Brazil». Anais da Academia Brasileira de Ciências (em inglês). ISSN 0001-3765. doi:10.1590/0001-3765202120201557. Consultado em 20 de dezembro de 2021
- ↑ a b Malafaia, Elisabete; Mocho, Pedro; Escaso, Fernando; Dantas, Pedro; Ortega, Francisco (janeiro de 2019). «Carcharodontosaurian remains (Dinosauria, Theropoda) from the Upper Jurassic of Portugal». Journal of Paleontology (em inglês) (1): 157–172. ISSN 0022-3360. doi:10.1017/jpa.2018.47. Consultado em 20 de dezembro de 2021
- ↑ «Tracking Late Jurassic ornithopods in the Lusitanian Basin of Portugal: Ichnotaxonomic implications - Acta Palaeontologica Polonica». www.app.pan.pl (em inglês). Consultado em 20 de dezembro de 2021
- ↑ Mateus, O.; Dinis, J.; Cunha, P. P. (28 de setembro de 2017). «The Lourinhã Formation: the Upper Jurassic to lower most Cretaceous of the Lusitanian Basin, Portugal – landscapes where dinosaurs walked». Ciências da Terra / Earth Sciences Journal (em inglês) (1): 75–97. ISSN 2183-4431. doi:10.21695/cterra/esj.v19i1.355. Consultado em 20 de dezembro de 2021
- ↑ «A large pterosaur femur from the Kimmeridgian, Upper Jurassic of Lusitanian Basin, Portugal - Acta Palaeontologica Polonica». www.app.pan.pl (em inglês). Consultado em 20 de dezembro de 2021 line feed character character in
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