Análise bioenergética

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A análise bioenergética, também conhecida como psicoterapia bioenergética, terapia bioenergética e bioenergética, é uma forma de psicoterapia corporal baseada nas teorias de Wilhelm Reich. Foi criada em 1955 por Alexander Lowen e John Pierrakos,[1] ambos pacientes e alunos de Reich.[2] Fundamenta-se na integração entre mente e corpo.[3] O consenso científico atual considera esta forma de terapia uma pseudociência.[4]

Teoria[editar | editar código-fonte]

Esta forma de psicoterapia acrescenta inovações aos métodos clássicos, incluindo "aterramento" (ficar em contato com a terra de pés descalços) e em teorias psicoanalíticas tais como transferência e contra-transferência, análise de sonhos, atos falhos e questões edípicas.[5]

Segundo a análise bioenergética, sentimentos reprimidos na infância geram tensões musculares no indivíduo e afetam a relação do indivíduo consigo próprio e com os outros. Para restabelecer a saúde do paciente, a análise bioenergética utiliza-se de exercícios e toques corporais e de técnicas que estimulam a expressão dos sentimentos do paciente, visando a desfazer os seus bloqueios físico-emocionais.[3]

Críticas[editar | editar código-fonte]

O termo bioenergia possui um significado bem definido dentro da bioquímica e biologia celular,[6] e seu uso pelos proponentes da Análise Bioenergética é criticado por cientistas por não se referir a nenhuma energia cuja existência tenha sido verificada e por "ignorar o consenso universal sobre energia que existe na ciência".[7]

O conceito de aterramento é considerado pseudocientífico por céticos e pela comunidade médica.[8][9][10] Uma revisão da literatura disponível foi escrita por diversas pessoas que possuem laços financeiros com uma organização que promove a prática do aterramento.[11] Steven Novella fez referência ao estudo como "típico do gênero de estudos inúteis feitos com o propósito de gerar falsos positivos — o tipo de estudos que as próprias companhias algumas vezes inventam para poderem afirmar que seus produtos têm eficácia comprovada".[8]

Referências

  1. Edward W. L. Smith (1 Janeiro 2000). The Body in Psychotherapy [O Corpo em Psicoterapia]. [S.l.]: McFarland. p. 16. ISBN 978-0-7864-8181-1 
  2. Sharf, Richard (2011). Theories of psychotherapy and counseling: concepts and cases [Teorias de psicoterapia e aconselhamento: conceitos e casos]. Belmont, CA: Brooks/Cole. p. 594. ISBN 0-8400-3366-4 
  3. a b «Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo». Consultado em 31 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 15 de outubro de 2016 
  4. Morrock, Richard. «Pseudo-Psychotherapy: UFOs, Cloudbusters, Conspiracies, and Paranoia in Wilhelm Reich's Pyschotherapy» [Pseudo-Psicoterapia: OVNIs, Cloudbusters, Conspirações e Paranoia na Psicoterapia de Wilhelm Reich]. Skeptic.com. Consultado em 22 de setembro de 2018 
  5. Kaplan, H. I.; Sadock, B. J. (1989). Comprehensive textbook of psychiatry 5 ed. [S.l.]: Williams & Wilkins Co. 
  6. Nelson, David L.; Cox, Michael M. (2013). Lehninger: Principles of Biochemistry 6 ed. New York: W.H. Freeman and Company. p. 24 
  7. Arias, A. G. (Agosto 2012). «Use and misuse of the concept energy» [Uso e uso indevido do conceito de energia] 1 ed. Latin American Journal of Physics Education. 6: 400. Consultado em 22 de setembro de 2018 
  8. a b Novella, S. «Earthing». theness.com. Consultado em 22 de setembro de 2018 
  9. Hall, Harriet. «Barefoot in Sedona: Bogus Claims About Grounding Your Feet to Earth Promote Medical Pseudoscience» [De pés descalços em Sedona: Afirmações falsas sobre aterrar seus pés à Terra promovem pseudociência médica]. Skeptic.com. Consultado em 22 de setembro de 2018 
  10. Dunning, Brian. «Are you a grounded person?» [Você é uma pessoa aterrada?]. skepticblog.org. Consultado em 4 de maio de 2018 
  11. Chevalier, G.; Sinatra, S. T.; Oschman, J. L.; Sokal, K.; Sokal, P. (4 de outubro de 2011). «Earthing: Health Implications of Reconnecting the Human Body to the Earth's Surface Electrons». Journal of Environmental and Public Health. 2012. Consultado em 22 de setembro de 2018