Bichos Escrotos

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"Bichos Escrotos"
Bichos Escrotos
Single de Titãs
do álbum Cabeça Dinossauro
Lançamento 1986
Formato(s) 12"
Gravação 1986
Gênero(s) Funk rock, post-punk
Duração 3:32
Gravadora(s) WEA
Composição Arnaldo Antunes, Sérgio Britto e Nando Reis
Produção Liminha
Cronologia de singles de Titãs
"Família"
(1987)
"Lugar Nenhum"
(1987)

"Bichos Escrotos" é a nona faixa do álbum Cabeça Dinossauro, dos Titãs, e foi composta por Arnaldo Antunes, Sérgio Britto e Nando Reis. Ao ser editada em single, foi-o numa versão ao vivo.

Era tocada pela banda desde 1982, mas só fora gravada nas sessões do Cabeça Dinossauro devido à censura do regime militar no Brasil.[1] Quando finalmente pôde ser gravada, sua execução nas rádios ainda era proibida, mas as rádios recebiam tantos pedidos para tocá-la, que decidiram executar a faixa e arcar com a multa depois, cujo valor baixo tornava o infringimento da censura algo compensatório.[1] Para o videoclipe, o verso "vão se foder" foi substituído por "vocês vão ver".[2]

História[editar | editar código-fonte]

A faixa foi escrita por Nando Reis, Sérgio Britto e Arnaldo Antunes. Durante uma gravação de uma demo dos Titãs, os três aproveitaram um momento instrumental e se ausentaram da sala, ficando em um pátio. Em dado momento, Nando viu uma barata saindo de um ralo e isso inspirou os três a começarem a criar uma música ali mesmo sobre o tema.[3] Segundo ele, a música usa os animais citados em sua letra (baratas, ratos e pulgas), que são considerados marginais, como metáforas para os próprios Titãs, que buscavam fugir de padrões e estereótipos estéticos, musicais e morais.[3]

Em uma das primeiras apresentações da faixa, Nando se disfarçava e se misturava em meio à plateia. Em determinado momento, ele interrompia a apresentação, dizendo que aquilo não era música; simulava uma discussão com Arnaldo Antunes e depois se juntava aos colegas para continuar a execução da faixa.[4]

Foi regravada em 2010 no CD/DVD Bailão do Ruivão, trabalho de Nando Reis e Os Infernais, coautor da canção.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Soares, Jô (21 de julho de 2014). «Jô Soares entrevista a banda Titãs». Rede Globo. São Paulo: Organizações Globo. Consultado em 23 de julho de 2014 
  2. «Cabeça Dinossauro». Enciclopédia Itaú Cultural. Banco Itaú. 4 de outubro de 2017. Consultado em 30 de janeiro de 2021 
  3. a b Nando Reis - A história de "Bichos Escrotos". YouTube. 12 de janeiro de 2020. Em cena em 0:50-2:01 (inspiração); 02:01-15:49 (explicação). Consultado em 18 de setembro de 2020 
  4. Nando Reis - 50 fatos sobre os Titãs. YouTube. 11 de novembro de 2020. Em cena em 15:57-16:50. Consultado em 29 de janeiro de 2021 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Taborda, Jeferson Camargo; Bernardes, Anita Guazzelli (2018). «A produção da cidade higiênica: cartografias da prática da pichação para pensar a experiência urbana e a gestão dos fluxos». ECOPOLÍTICA (20) 
  • Barberena, Ricardo Araújo (2016). «Bloodstained hyper contemporaneity in Ana Paula Maia». Letras de Hoje. 51 (4): 458–465 
  • Sana, Denis Alessio (2013). «Efeitos de barragem de hidrelétrica sobre áreas de uso e adequabilidade de habitat de onças-pintadas (Panthera onca)(Carnivora: Felidae) nas várzeas do Alto Rio Paraná, Mata Atlântica» 
  • dos Santos, João José Gomes; Machado, Leila Domingues (2014). «ensaio sobre um tecido que dizia não». verve. revista semestral autogestionária do Nu-Sol. (26) 
  • Ribas, Lis Cristina Camargo; Guimarães, Leandro Belinaso (2006). «Cantando o mundo vivo: aprendendo biologia no pop-rock brasileiro». Ciência & Ensino (ISSN 1980-8631). 7 (1) 
  • Aguiar, Idelber V. «Notas para uma poética de desmetaforização». Revista Literária do Corpo Discente da Universidade Federal de Minas Gerais. 22 (22): 118–130 
  • Rigo, Larissa; Porto, Luana Teixeira (2015). «Crônicas de Caio Fernando Abreu: a subjetividade e a busca pelo diálogo com o leitor». Revista Desenredo. 11 (1) 
  • Pelizzoli, Marcelo L.; SAYÃO, Sandro. Sabedoria e loucura. [S.l.]: Fragmentos 
  • Bezerra, Wagner (1999). Manual do telespectador insatisfeito. 61. [S.l.]: Summus Editorial 
  • dos Santos Prado, Gustavo. «A JUVENTUDE DOS ANOS 80 EM AÇÃO: MÚSICA, ROCK E CRÍTICA AOS VALORES MODERNOS.» 
  • Cunha, André Luiz Fernandes. «Fotografando a geringonça sem freio: breve investigação sobre as transformações da música em Brasília desde os anos 80». Em Tempo de Histórias (31) 
  • de Souza, Carlos Eduardo Pilleggi; de Souza, Jean Gabriel. «UNDERSTANDING THE POISONOUS ANIMALS: DIFFERENT BOARDINGS OF HISTORICAL DIMENSION, SOCIAL, ENVIRONMENTAL AND CULTURAL FROM SCIENCES OF NATURE.» 
  • Barberena, Ricardo Araújo (2016). «A hipercontemporaneidade ensanguentada em Ana Paula Maia». RevistaLetras Hoje, Porto Alegre. 51 (4): 458–465 
  • Pereira, Natan Barros (2013). «" Ô Cride! Fala prá mãe que o discurso anticonsumismo dos Titãs os capturam": análise do álbum Televisão» 
  • Ferreira, Luis (2006). «Sensibilidad musical, religión y política: una reflexión interpretativa sobre dos casos en el Distrito Federal». CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA. 16. pp. 145–151 
  • Barberena, Ricardo Araújo (2012). «A trilogia do refugo humano: o imaginário abjeto de Ana Paula Maia». Iberic@ l. Revue d’études ibériques et ibéro–américaines. 2: 19–26 
  • Chagas, Marly (2007). «Art along the path: Art, society, and constructions of subjectivities». Voices: A World Forum for Music Therapy. 7 
  • Seino, Eduardo; Algarve, Giovana; Gobbo, José Carlos (2013). «Abertura política e redemocratização brasileira: entre o moderno-conservador e uma "nova sociedade civil». Revista Sem Aspas. 2 (1): 31–42 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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