Campeonato Paraibano de Futebol de 2002

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Campeonato Paraibano de Futebol de 2002
Paraibano 2002
Paraíba
Dados
Participantes 15
Período 24 de março28 de julho
Gol(o)s 231
Partidas 148
Média 1,56 gol(o)s por partida
Campeão Atlético Cajazeirense
Vice-campeão Botafogo
Melhor marcador Binho (Campinense) - 16 gols
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O Campeonato Paraibano de Futebol de 2002 foi a 94ª edição do campeonato estadual de futebol da Paraíba. Realizada pela Federação Paraibana de Futebol entre os dias 24 de março e 28 de julho,[1] teve como campeão o Atlético de Cajazeiras e o Botafogo de João Pessoa como vice, apesar de ser um título bastante discutido e pleiteado pelo clube pessoense.

O campeonato conta com uma enorme controvérsia, tendo em vista a conquista do Campeonato ter sido inicialmente do Atlético Cajazeirense, que, contudo, foi punido pelo STJD com a perda de 15 pontos, pela escalação irregular do goleiro Alonso, sendo sagrado campeão o Botafogo Futebol Clube, porém existem muitas fontes que aceitam e reconhecem o clube cajazeirense como campeão estadual desse ano. O artilheiro do campeonato foi Binho, do Campinense, que fez 16 gols na competição.

Clubes participantes[editar | editar código-fonte]

Equipe Cidade Estádio Em 2001 Títulos
América Caaporã Lundrigão 2º (Segunda Divisão - Grupo A) 0
Atlético Cajazeirense Cajazeiras Perpetão 0
Auto Esporte João Pessoa Almeidão 6
Botafogo João Pessoa Almeidão 24
Campinense Campina Grande Amigão 16
Esporte Patos José Cavalcanti Não disputou 0
Guarabira Guarabira Sílvio Porto 0
Miramar Cabedelo Francisco Figueiredo de Lima 1º (Segunda Divisão - Grupo A) 0
Nacional Patos José Cavalcanti 0
Perilima Campina Grande Amigão 1º (Segunda Divisão - Campeão) 0
Santa Cruz Santa Rita Teixeirão 10º 2
Serrano Serra Redonda Amigão 0
Sousa Sousa Marizão 1
Treze Campina Grande Amigão e Presidente Vargas 12
Vila Branca Solânea Tancredão Não disputou 0

Polêmicas[editar | editar código-fonte]

De 9 de junho a 28 de julho, o hexagonal final foi disputado. Em jogo, o título estadual da Paraíba em 2002. Tudo em meio à campanha do Brasil no pentacampeonato da Copa do Mundo daquele ano. O torneio foi acontecendo até que, para a última rodada, Atlético Cajazeirense, Treze e Botafogo chegaram com chances de título.

O Trovão, com 16 pontos, líder da fase final, receberia o Campinense em Cajazeiras, com a Raposa já sem chances de conquistar a taça. Enquanto isso, o Treze encararia o Botafogo em Campina Grande. Ambos tinham 14 pontos e precisavam vencer o jogo e ainda torcer para um tropeço do Atlético, para terem chance de roubar o troféu do time sertanejo. No outro jogo dessa última rodada do hexagonal, Serrano-PB e Sousa duelavam apenas para cumprir tabela.

Jogando uma seletiva naquele ano em busca de uma vaga na Copa do Nordeste de 2003 e sem chances de título no estadual, o Campinense estava mais focado na competição regional. Além de que o torneio era disputado em Maceió, capital alagoana, e em Itabaiana, interior de Sergipe. A delegação se encontrava nessa ponte aérea disputado o campeonato nordestino.

Sem chances de levar o estadual e sem disposição para investir em uma viagem para voltar à Paraíba para eventualmente ajudar um dos rivais, Treze ou Botafogo, a se sagrar mais uma vez campeão estadual, a diretoria rubro-negra alegou dificuldade na logística e simplesmente não foi disputar a última rodada do Paraibano de 2002. Com o W.O, o Atlético de Cajazeiras, sem jogar, conquistou o seu primeiro título estadual da história, para uma grande festa dos cajazeirenses.

No dia 8 de agosto, onze dias depois da última rodada do estadual, que sagrou o Atlético de Cajazeiras como campeão paraibano, o Botafogo protocolou a denúncia de que o goleiro Alonso, do Trovão, havia jogador sem contrato, portanto de maneira irregular, em três jogos do hexagonal final: na derrota por 3 a 1 para o Sousa, no dia 23 de junho; no empate por 1 a 1 com o Campinense, no dia 30 de junho; e na vitória por 4 a 1 sobre o Treze, no dia 7 de julho.

O relator do processo foi Luiz Guilherme Suassuna, um dos membros do TJD-PB na época. Em seu relatório, o auditor analisou a Ação Cautelar Inominada impetrada pelo Botafogo e deu razão ao clube pessoense. Segundo Suassuna, "é prova cristalina que o Atlético Cajazeirense de Desportos colocou em campo o atleta Alonso José Carvalho da Silva, profissional daquela agremiação, totalmente irregular para participar dos jogos realizados pelo Campeonato Estadual nas seguintes datas: Sousa x Atlético no dia 23/06/02, Campinense x Atlético no dia 30/06/02, Treze x Atlético no dia 07/07/02".

Relatório do auditor Luiz Guilherme Suassuna, dando razão ao clube pessoense e indicando que o Atlético escalou irregularmente o atleta sem contrato.

Após a decisão na instância estadual, a FPF e o Atlético de Cajazeiras recorreram ao STJD. Primeiramente, juntos, pediram uma liminar que pudesse anular a decisão proferida pelo TJD-PB, que dava ganho de causa ao Botafogo e garantia a mudança de endereço da taça de campeão paraibano de 2002 em primeira instância. Em dezembro do mesmo ano, no entanto, o presidente em exercício do STJD, Paulo César Salomão Filho, negou a liminar.

Mas isso não findou o embate jurídico entre as partes. É que o mérito seria julgado no Pleno do STJD. As duas partes ingressaram com o Mandado de Garantia, alegando prejuízo no direito de defesa, acusando que o presidente do TJD-PB, Francisco Clero, não havia remetido os acórdãos para as partes, ficando com a posse dos processos, dificultando a formulação dos recursos.

Após idas e vindas de explicações, e decursos os prazos processuais, enfim, o mérito foi a julgamento no dia 10 de julho de 2003. O relator do caso, Marcus Henrique Pinto Basílio, discordou da tese da Procuradoria e dos denunciantes, argumentando que não enxergou prejuízo para a defesa após o proferimento da decisão do Pleno do TJD-PB, denegando-lhe a garantia, ou seja, mantendo a decisão da primeira instância, que tirou 15 pontos do Atlético de Cajazeiras por escalação irregular. Todos os auditores presentes na sessão votaram com o relator, e a decisão foi proferida por unanimidade. No dia 14 de julho de 2003, o STJD enviou fax à FPF, informando a decisão, que até hoje não foi cumprida pela Federação.

Pela Copa do Brasil de 2003, Atlético de Cajazeiras e Botafogo foram os representantes da Paraíba, na condição de, respectivamente, campeão e vice-campeão estadual. Na Série C nacional, porém, jogaram Botafogo, Campinense, Treze e Sousa, como os quatro primeiros colocados do Estadual de 2002, ficando de fora o considerado campeão pela FPF, o Atlético de Cajazeiras, dado que o campeonato da CBF foi posterior à decisão do STJD.[2]

Premiação[editar | editar código-fonte]

Campeonato Paraibano

de Futebol de 2002

Atlético Cajazeirense de Desportos

Campeão (1º título)

Referências

  1. «Cartolas definem disputa do Paraibano-2002». Portal Terra. 14 de janeiro de 2002. Consultado em 24 de janeiro de 2020 
  2. Alves, Pedro (14 de janeiro de 2020). «Há 17 anos, STJD punia Atlético-PB e abria caminho para Botafogo-PB ser o campeão paraibano de 2002». Globoesporte. Consultado em 14 de março de 2022