Conflito de Qatif

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Conflito de Qatif

Mapa da Arábia Saudita, com a Província Oriental (incluindo a região Qatif) destacada.
Data Novembro de 1979 - presente
Local Arábia Saudita
Situação Em curso
  • Distúrbios civis suprimidos
  • Repressão política contra a desobediência civil na Arábia Saudita
  • Discriminação e violações dos direitos humanos dos cidadãos xiitas[1]
Beligerantes
 Arábia Saudita Militantes xiitas apoiados pelo Irã[2] Ativistas árabes xiitas

O conflito de Qatif refere-se às tensões sectárias e a violência no leste da Arábia Saudita entre muçulmanos árabes xiitas e a maioria árabe sunita, que governa a Arábia Saudita desde o início do século XX. O conflito engloba distúrbios civis que ocorrem esporadicamente desde os eventos de 1979, protestos pró-democracia e pró-direitos humanos e incidentes armados ocasionais, que aumentaram em 2017 como parte dos distúrbios em Qatif em 2017.[4][5][6]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Desde que Al-Hasa e Qatif foram conquistados e anexados ao Emirado de Riade em 1913 por Ibn Saud, os xiitas na região sofrem opressão do Estado. Ao contrário da maioria da Arábia Saudita, Qatif e grande parte da Província Oriental tem uma maioria xiita e a região também é de importância fundamental para o governo saudita uma vez que possui a maior parte das reservas de petróleo sauditas, bem como a principal refinaria saudita e o terminal de exportação de Ras Tanura, que está situado perto de Qatif.[7]

História[editar | editar código-fonte]

Revolta de 1979[editar | editar código-fonte]

A revolta em Qatif de 1979 foi um período de distúrbios civis sem precedentes que ocorreram em Qatif e Al-Hasa, no final de novembro de 1979. O conflito foi descrito como uma violência sectária entre a minoria xiita e a maioria sunita na Arábia Saudita e o início da fase moderna do conflito na região.

Repressão em 1979-1983[editar | editar código-fonte]

Após a revolta de 1979, as autoridades sauditas se envolveram em perseguições sistemáticas aos ativistas xiitas em Qatif, com cerca de 182 a 219 mortos em 1983 (incluindo os eventos de 1979).[8]

Protestos da Primavera Árabe (2011-2012)[editar | editar código-fonte]

Os protestos sauditas de 2011-2012, que fizeram parte da Primavera Árabe, tiveram início com a Revolução Tunisiana de 2011. Esses protestos começaram com uma autoimolação em Samtah [9] e protestos de rua de Jeddah no final de janeiro de 2011.[10][11] As manifestações contra a discriminação aos xiita se seguiram em fevereiro e tiveram início de março em Qatif, Hofuf, Al-Awamiyah e Riade.[12][13] Um organizador no Facebook do "Dia da Fúria", planejado para 11 de março[14], Faisal Ahmed Abdul-Ahad, foi supostamente morto pelas forças de segurança sauditas em 2 de março com várias centenas de pessoas protestando em Qatif, Hofuf e al-Amawiyah no mesmo dia.[15] Em 2011, Nimr al-Nimr encorajou seus apoiantes a uma resistência não-violenta.[16]

Controvérsia da execução de Nimr al-Nimr[editar | editar código-fonte]

Em 15 de outubro de 2014, al-Nimr foi condenado à morte pelo Tribunal Criminal Especializado por "buscar 'interferência estrangeira' na [Arábia Saudita], 'desobedecendo' seus governantes e pegar em armas contra as forças de segurança". Said Boumedouha, da Amnistia Internacional, declarou que a sentença de morte era "parte de uma campanha das autoridades da Arábia Saudita para esmagar toda a dissidência, incluindo aqueles que defendem os direitos da comunidade muçulmana xiita no Reino".

Distúrbios em 2017[editar | editar código-fonte]

Os distúrbios em Qatif em 2017 ocorrem na região de Qatif (dentro da Província Oriental da Arábia Saudita) entre o governo saudita e os militantes xiitas. Teve início em maio de 2017 após um incidente, no dia 12 de maio, quando uma criança e um jovem paquistanês foram assassinados.[17]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Saudi Arabia: the Middle East's most under-reported conflict». The Guardian 
  2. a b «Reform Promises More of the Same for Saudi Arabia's Shiites». Stratfor. 24 de janeiro de 2017 
  3. Turki al-Suhail (25 de agosto de 2017). «Iran Planned to Revive 'Hezbollah Al-Hejaz' Under Al-Mughassil's Command». Asharq Al-Awsat 
  4. «Sectarianism comes back to bite Saudi Arabia». www.washingtonpost.com  - The Washington Post, 18 de novembro de 2014
  5. «Saudi Arabia's Shiite problem». foreignpolicy.com  – Foreign Policy, 7 de março de 2012
  6. Alain Gresh (1 de junho de 2003). «Uma questão xiita?». Le Monde Diplomatique 
  7. Nehme, Michel G. (Outubro de 1994). «Saudi Arabia 1950–80: Between Nationalism and Religion». Middle Eastern Studies. 30 4 ed. pp. 930–943. JSTOR 4283682. doi:10.1080/00263209408701030 
  8. JAY PETERZELL (24 de setembro de 1990). «The Gulf: Shi'Ites: Poorer Cousins». TIME 
  9. «Man dies after setting himself on fire in Saudi Arabia». BBC News. 23 de Janeiro de 2011 
  10. «Flood sparks rare action». The Gazette. 29 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2011 
  11. «Dozens detained in Saudi over flood protests». Qatar: The Peninsula. Reuters. 29 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 31 de janeiro de 2011 
  12. «Anti-govt. protests hit S Arabia cities». Press TV. 5 de março de 2011. Cópia arquivada em 5 de março de 2011 
  13. Laessing, Ulf; Matthew Jones (5 de março de 2011). «Saudi Arabia says won't tolerate protests». Reuters. Cópia arquivada em 5 de março de 2011 
  14. «Middle East unrest: Saudi and Bahraini kings offer concessions». The Guardian. 23 de fevereiro de 2011. Cópia arquivada em 2 de março de 2011 
  15. Banerjee, Neela (11 de março de 2011). «Saudi Arabia 'day of rage' protest fizzles». Los Angeles Times. Consultado em 13 de janeiro de 2018. Cópia arquivada em 11 de março de 2011 
  16. Cowburn, Ashley (2 de janeiro de 2016). «Sheikh Nimr al-Nimr profile: A 'holy warrior' who called for elections in Saudi Arabia». The Independent 
  17. «Two, including infant, killed after 'terror shootout' in Saudi Arabia's Qatif». Al Arabiya. 12 de Maio de 2017 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Qatif conflict».