Álcool combustível: diferenças entre revisões

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O '''álcool combustível''' ([[Etanol]]) é um [[biocombustível]] produzido, geralmente, a partir da [[cana-de-açúcar]], [[mandioca]], [[milho]] ou [[beterraba]].
O '''álcool combustível''' ([[Etanol]]) é um [[biocombustível]] produzido, geralmente, a partir da [[cana-de-açúcar]], [[mandioca]], [[milho]] ou [[beterraba]].

== História ==


Ele é utilizado desde o início da [[indústria automotiva]], servindo de [[combustível]] para [[motor]]es a [[Motor#Motor a explosão|explosão]] do tipo [[ciclo Otto]]. Porém, com a utilização de [[combustíveis fósseis]], no começo do [[século XX]], mais barato e abundante, o etanol tornou-se uma opção praticamente ignorada.
Ele é utilizado desde o início da [[indústria automotiva]], servindo de [[combustível]] para [[motor]]es a [[Motor#Motor a explosão|explosão]] do tipo [[ciclo Otto]]. Porém, com a utilização de [[combustíveis fósseis]], no começo do [[século XX]], mais barato e abundante, o etanol tornou-se uma opção praticamente ignorada.


A utilização do etanol que sem dúvida é a mais frequente, e que se iniciou tão logo surgissem os primeiros motores a combustão interna,<ref>{{citar web |url=http://carros.hsw.uol.com.br/programa-alcool-brasil2.htm |título=O etanol como combustível |acessodata=23 de outubro de 2011 |publicado=[[Como tudo funciona]] |citação=O álcool etílico é utilizado como combustível desde o nascimento dos automóveis, na tentativa de adaptar os motores recém inventados para a sua utilização.}}</ref> é seu uso como combustível: a maior parte da produção de álcool do mundo é destinada a fins energéticos, e a maior parte utilizada para fins energéticos é etanol.<ref>{{citar web |url=http://www.biodieselbr.com/energia/alcool/etanol.htm |título=Álcool - Etanol Brasileiro |acessodata=23 de outubro de 2011 |publicado=biodieselbr.com |citação=O Brasil é o país mais avançado, do ponto de vista tecnológico, na produção e no uso do etanol como combustível [...]. A produção mundial de álcool aproxima-se dos 40 bilhões de litros, dos quais presume-se que até 25 bilhões de litros sejam utilizados para fins energéticos. O Brasil responde por 15 bilhões de litros deste total.}}</ref> Neste aspecto, também é usado misturado à gasolina, (''ver: [[Misturas comuns do álcool combustível]]'') para aumentar a resistência a compressão dela ([[octanagem]]).<ref>{{citar web |url=http://www.facef.br/novo/publicacoes/IIforum/Textos%20EP/Antonio%20Carlos,%20Cesar,%20Diorginis,%20Emiliane%20e%20Lucinda.pdf |título=APLICAÇÃO DO MÉTODO DE ANÁLISE DOS COMPONENTES PRINCIPAIS COM ESPECTROSCOPIA RAMAN EM SISTEMAS DE ETANOL-METANOL. |acessodata=23 de outubro de 2011 |formato=PDF |publicado=[[Centro Universitário de Franca]] |páginas=1 |citação=O etanol é utilizado na obtenção de bebidas alcoólicas [...]; como combustível tanto puro como coadjuvante no aumento da octanagem das gasolinas; na formulação de produtos farmacêuticos [...].}}</ref> Governos têm estimulado estas substituições já visando o esgotamento das reservas naturais de combustíveis fósseis.<ref>{{citar web |url=http://ag20.cnptia.embrapa.br/Repositorio/alcoolquimica_000fxevwis802wyiv80soht9hogzht0d.pdf |título=ETANOL, ALCOOLQUÍMICA E BIORREFINARIAS |acessodata=23 de outubro de 2011 |data=Março de 2007 |formato=PDF |obra=[[BNDES]] Setorial |publicado=[[Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária]] |páginas=15 |citação=A substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis tem sido estimulada pelos governos [...] pela perspectiva de esgotamento das reservas mundiais [...].}}</ref>
Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], os [[Míssil|mísseis]] [[Foguete V2|V2]] utilizaram como combustível, álcool feito a partir de [[batata]]s.<ref>{{en}} [http://history.msfc.nasa.gov/saturn_apollo/propulsion_center.html MFSC NASA] - acessado em [[8 de Setembro]] de [[2010]].</ref>


=== Alemanha ===
A utilização do etanol que sem dúvida é a mais frequente, e que se iniciou tão logo surgissem os primeiros motores a combustão interna,<ref>{{citar web |url=http://carros.hsw.uol.com.br/programa-alcool-brasil2.htm |título=O etanol como combustível |acessodata=23 de outubro de 2011 |publicado=[[Como tudo funciona]] |citação=O álcool etílico é utilizado como combustível desde o nascimento dos automóveis, na tentativa de adaptar os motores recém inventados para a sua utilização.}}</ref> é seu uso como combustível: a maior parte da produção de álcool do mundo é destinada a fins energéticos, e a maior parte utilizada para fins energéticos é etanol.<ref>{{citar web |url=http://www.biodieselbr.com/energia/alcool/etanol.htm |título=Álcool - Etanol Brasileiro |acessodata=23 de outubro de 2011 |publicado=biodieselbr.com |citação=O Brasil é o país mais avançado, do ponto de vista tecnológico, na produção e no uso do etanol como combustível [...]. A produção mundial de álcool aproxima-se dos 40 bilhões de litros, dos quais presume-se que até 25 bilhões de litros sejam utilizados para fins energéticos. O Brasil responde por 15 bilhões de litros deste total.}}</ref> Neste aspecto, também é usado misturado à gasolina, para aumentar a resistência a compressão dela (octanagem).<ref>{{citar web |url=http://www.facef.br/novo/publicacoes/IIforum/Textos%20EP/Antonio%20Carlos,%20Cesar,%20Diorginis,%20Emiliane%20e%20Lucinda.pdf |título=APLICAÇÃO DO MÉTODO DE ANÁLISE DOS COMPONENTES PRINCIPAIS COM ESPECTROSCOPIA RAMAN EM SISTEMAS DE ETANOL-METANOL. |acessodata=23 de outubro de 2011 |formato=PDF |publicado=[[Centro Universitário de Franca]] |páginas=1 |citação=O etanol é utilizado na obtenção de bebidas alcoólicas [...]; como combustível tanto puro como coadjuvante no aumento da octanagem das gasolinas; na formulação de produtos farmacêuticos [...].}}</ref> Governos têm estimulado estas substituições já visando o esgotamento das reservas naturais de combustíveis fósseis.<ref>{{citar web |url=http://ag20.cnptia.embrapa.br/Repositorio/alcoolquimica_000fxevwis802wyiv80soht9hogzht0d.pdf |título=ETANOL, ALCOOLQUÍMICA E BIORREFINARIAS |acessodata=23 de outubro de 2011 |data=Março de 2007 |formato=PDF |obra=[[BNDES]] Setorial |publicado=[[Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária]] |páginas=15 |citação=A substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis tem sido estimulada pelos governos [...] pela perspectiva de esgotamento das reservas mundiais [...].}}</ref>

[[Imagem:Bundesarchiv Bild 141-1875B, Peenemünde, V2 bei Transport.jpg|thumb|220px|direita|Transporte de um [[V-2]] ([[Peenemünde]], [[Alemanha]], [[1942]]).]]

Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], os [[Míssil|mísseis]] [[V-2]] utilizaram como combustível, álcool feito a partir de [[batata]]s.<ref>{{en}} [http://history.msfc.nasa.gov/saturn_apollo/propulsion_center.html MFSC NASA] - acessado em [[8 de Setembro]] de [[2010]].</ref>{{limpar}}

=== Álcool combustível no Brasil ===


== Álcool combustível no Brasil ==
{{Artigos principais|[[Álcool combustível no Brasil]] e [[João Bottene]]}}
{{Artigos principais|[[Álcool combustível no Brasil]] e [[João Bottene]]}}
A primeira experiência de uso do etanol como combustível no [[Brasil]] aconteceu no ano de [[1927]].<ref>{{pt}} [http://www.biodieselbr.com/proalcool/historia/proalcool-industria-sucroalcooeira.htm Biodieselbr] - acessado em 8 de Setembro de 2010.</ref> A ''Usina Serra Grande Alagoas'' foi a primeira do país a produzir etanol combustível (conhecido como [[USGA]]). Outras misturas de etanol combustível surgiram no país durante este período: [[Azulina]], [[Motorina]] e [[Cruzeiro do Sul (combustível)|Cruzeiro do Sul]] entre outras.<ref>{{pt}} [http://homologa.ambiente.sp.gov.br/biogas/docs/artigos_dissertacoes/pinto.pdf Ambiente SP] - págs 42 e 43. Acessado em 8 de Setembro de 2010.</ref> No início da [[década]] seguinte, com a queda nos preços do [[petróleo]], estes empreendimentos não tiveram condições de prosseguir.
A primeira experiência de uso do etanol como combustível no [[Brasil]] aconteceu no ano de [[1925]],<ref> {{pt}} [http://www.int.gov.br/noticias/tercas-tecnologicas-apresenta-um-panorama-das-pesquisas-em-biocombustiveis-nos-ultimos-90-anos Instituto Nacional de Tecnologia] - Terças Tecnológicas apresenta um panorama das pesquisas em biocombustíveis nos últimos 90 anos. Página visitada em 8 de Janeiro de 2013.</ref> com a criação do primeiro carro a álcool do país.<ref> {{pt}} [http://www.brasil.gov.br/sobre/ciencia-e-tecnologia/unidades-de-pesquisa/instituto-nacional-de-tecnologia-int/print Brasil.Gov] - Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Página visitada em 8 de Janeiro de 2013.</ref> Em [[1927]], a ''Usina Serra Grande Alagoas'' foi a primeira do país a produzir etanol combustível (conhecido como [[USGA]]).<ref>{{pt}} [http://www.biodieselbr.com/proalcool/historia/proalcool-industria-sucroalcooeira.htm Biodieselbr] - acessado em 8 de Setembro de 2010.</ref> Outras misturas de etanol combustível surgiram no país durante este período: [[Azulina]], [[Motorina]] e [[Cruzeiro do Sul (combustível)|Cruzeiro do Sul]] entre outras.<ref>{{pt}} [http://homologa.ambiente.sp.gov.br/biogas/docs/artigos_dissertacoes/pinto.pdf Ambiente SP] - págs 42 e 43. Acessado em 8 de Setembro de 2010.</ref> No início da [[década]] seguinte, com a queda nos preços do [[petróleo]], estes empreendimentos não tiveram condições de prosseguir.


A partir da [[crise do petróleo]], na [[década de 1970]], o Governo brasileiro, numa atitude isolada internacionalmente, criou o programa [[Pró-álcool]], e o etanol novamente recebeu as atenções como biocombustível de extrema utilidade.
A partir da [[crise do petróleo]], na [[década de 1970]], o Governo brasileiro, numa atitude isolada internacionalmente, criou o programa [[Pró-álcool]], e o etanol novamente recebeu as atenções como biocombustível de extrema utilidade.


Enquanto o governo promovia estudos econômicos para a sua produção em grande escala, oferecendo [[tecnologia]] e até mesmo [[subsídio]]s às usinas produtoras de [[açúcar]] e [[álcool]], as [[indústrias automobilísticas]] instaladas no Brasil na época - [[Volkswagen]], [[Fiat]], [[Ford]] e [[General Motors]] - adaptavam seus motores para receber o álcool combustível. Daí, surgiriam duas versões no mercado: [[motor a álcool]] e a [[gasolina]].
Enquanto o governo promovia estudos econômicos para a sua produção em grande escala, oferecendo [[tecnologia]] e até mesmo [[subsídio]]s às usinas produtoras de [[açúcar]] e [[álcool]], as [[indústrias automobilísticas]] instaladas no Brasil na época - [[Volkswagen]], [[Fiat]], [[Ford]] e [[General Motors]] - adaptavam seus motores para receber o álcool combustível. Daí, surgiriam duas versões no mercado: [[motor a álcool]] e a [[gasolina]].

[[Imagem:Panorama Usina Costa Pinto Piracicaba SAO 10 2008.jpg|thumb|esquerda|300px|Vista panorâmica da Destilaria Costa Pinto em [[Piracicaba]], fábrica que produz [[açúcar]] e etanol combustível além de outros tipos de [[álcool]].]]


O primeiro carro a álcool lançado foi o [[Fiat 147]] em [[1978]]. Daí até [[1986]], o carro a álcool ganhou o gosto popular dos brasileiros , sendo que a quase totalidade dos veículos saídos das montadoras brasileiras naquele ano utilizava esse combustível.
O primeiro carro a álcool lançado foi o [[Fiat 147]] em [[1978]]. Daí até [[1986]], o carro a álcool ganhou o gosto popular dos brasileiros , sendo que a quase totalidade dos veículos saídos das montadoras brasileiras naquele ano utilizava esse combustível.

[[Imagem:Grau INPM.jpeg|thumb|direita|200px|Escala utilizada para medir o [[Grau INPM]] nas nas bombas dos postos brasileiros.]]
A partir de então, o [[consumo]] de álcool apresentou queda gradual. Os motivos passam pela alta no preço internacional do açúcar, o que desestimulou a fabricação de álcool. Com o produto escasseando no mercado, o Governo brasileiro iniciou a importação de etanol dos [[Estados Unidos]], em [[1991]], ao tempo que ia retirando, progressivamente, os subsídios à produção, promovendo a quase extinção do Pró-Álcool. A queda no uso desse biocombustível também se deveu, ao longo da [[década de 1990]], a problemas técnicos nos motores a álcool, incapazes de um bom desempenho nos períodos frios, principalmente. Durante a década, com altas inesperadas no [[preço]] do petróleo, o álcool seria misturado à gasolina, numa taxa em torno de vinte por cento, como forma de amenizar o preço da gasolina ao [[consumidor]].
A partir de então, o [[consumo]] de álcool apresentou queda gradual. Os motivos passam pela alta no preço internacional do açúcar, o que desestimulou a fabricação de álcool. Com o produto escasseando no mercado, o Governo brasileiro iniciou a importação de etanol dos [[Estados Unidos]], em [[1991]], ao tempo que ia retirando, progressivamente, os subsídios à produção, promovendo a quase extinção do Pró-Álcool. A queda no uso desse biocombustível também se deveu, ao longo da [[década de 1990]], a problemas técnicos nos motores a álcool, incapazes de um bom desempenho nos períodos frios, principalmente. Durante a década, com altas inesperadas no [[preço]] do petróleo, o álcool seria misturado à gasolina, numa taxa em torno de vinte por cento, como forma de amenizar o preço da gasolina ao [[consumidor]].


No início do [[século XXI]], na certeza de escassez e de crescente elevação no preço dos combustíveis fósseis, priorizam-se novamente os investimentos na produção de etanol por um lado e, por outro, um amplo investimento na pesquisa e criação de novos biocombustiveis. Diante de uma situação nacional antiga e inconstante, justamente causada pelas altas e baixas do petróleo, as grandes montadoras brasileiras aprofundaram-se em pesquisas e, dessa forma, lançaram uma tecnologia revolucionária: os carros dotados de motor [[bicombustível]], fabricados tanto para o uso de gasolina quanto de álcool.
No início do [[século XXI]], na certeza de escassez e de crescente elevação no preço dos combustíveis fósseis, priorizam-se novamente os investimentos na produção de etanol por um lado e, por outro, um amplo investimento na pesquisa e criação de novos biocombustiveis. Diante de uma situação nacional antiga e inconstante, justamente causada pelas altas e baixas do petróleo, as grandes montadoras brasileiras aprofundaram-se em pesquisas e, dessa forma, lançaram uma tecnologia revolucionária: os carros dotados de motor [[bicombustível]], fabricados tanto para o uso de gasolina quanto de álcool.

{|align="center"
|[[Imagem:Panorama Usina Costa Pinto Piracicaba SAO 10 2008.jpg|thumb|300px|Vista panorâmica da Destilaria Costa Pinto em [[Piracicaba]], fábrica que produz [[açúcar]] e etanol combustível além de outros tipos de [[álcool]].]]
|[[Imagem:Grau INPM.jpeg|thumb|200px|Escala utilizada para medir o [[Grau INPM]] nas nas bombas dos postos brasileiros.]]
|}


== Ver também ==
== Ver também ==
{{fontes de energia renovável}}
* [[Combustível sintético]]
* [[Combustível sintético]]
* [[Estequiômetro]]
* [[Estequiômetro]]
* [[Motor a álcool pré vaporizado]]
* [[Motor a álcool pré vaporizado]]
* [[Veículo flex]]
* [[Usina Termelétrica de Juiz de Fora]]
* [[Usina Termelétrica de Juiz de Fora]]
* [[Veículo flex]]


{{referências}}
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== Ligações externas ==
== Ligações externas ==

* {{Link|pt|2=http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/bbc/2007/07/31/ult4432u477.jhtm |3=Etanol "come a paisagem" do cerrado, diz jornal "Washington Post"}}
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Revisão das 17h07min de 8 de janeiro de 2013

Informação em uma bomba de combustível na Califórnia.

O álcool combustível (Etanol) é um biocombustível produzido, geralmente, a partir da cana-de-açúcar, mandioca, milho ou beterraba.

História

Ele é utilizado desde o início da indústria automotiva, servindo de combustível para motores a explosão do tipo ciclo Otto. Porém, com a utilização de combustíveis fósseis, no começo do século XX, mais barato e abundante, o etanol tornou-se uma opção praticamente ignorada.

A utilização do etanol que sem dúvida é a mais frequente, e que se iniciou tão logo surgissem os primeiros motores a combustão interna,[1] é seu uso como combustível: a maior parte da produção de álcool do mundo é destinada a fins energéticos, e a maior parte utilizada para fins energéticos é etanol.[2] Neste aspecto, também é usado misturado à gasolina, (ver: Misturas comuns do álcool combustível) para aumentar a resistência a compressão dela (octanagem).[3] Governos têm estimulado estas substituições já visando o esgotamento das reservas naturais de combustíveis fósseis.[4]

Alemanha

Transporte de um V-2 (Peenemünde, Alemanha, 1942).

Durante a Segunda Guerra Mundial, os mísseis V-2 utilizaram como combustível, álcool feito a partir de batatas.[5]

Álcool combustível no Brasil

A primeira experiência de uso do etanol como combustível no Brasil aconteceu no ano de 1925,[6] com a criação do primeiro carro a álcool do país.[7] Em 1927, a Usina Serra Grande Alagoas foi a primeira do país a produzir etanol combustível (conhecido como USGA).[8] Outras misturas de etanol combustível surgiram no país durante este período: Azulina, Motorina e Cruzeiro do Sul entre outras.[9] No início da década seguinte, com a queda nos preços do petróleo, estes empreendimentos não tiveram condições de prosseguir.

A partir da crise do petróleo, na década de 1970, o Governo brasileiro, numa atitude isolada internacionalmente, criou o programa Pró-álcool, e o etanol novamente recebeu as atenções como biocombustível de extrema utilidade.

Enquanto o governo promovia estudos econômicos para a sua produção em grande escala, oferecendo tecnologia e até mesmo subsídios às usinas produtoras de açúcar e álcool, as indústrias automobilísticas instaladas no Brasil na época - Volkswagen, Fiat, Ford e General Motors - adaptavam seus motores para receber o álcool combustível. Daí, surgiriam duas versões no mercado: motor a álcool e a gasolina.

O primeiro carro a álcool lançado foi o Fiat 147 em 1978. Daí até 1986, o carro a álcool ganhou o gosto popular dos brasileiros , sendo que a quase totalidade dos veículos saídos das montadoras brasileiras naquele ano utilizava esse combustível.

A partir de então, o consumo de álcool apresentou queda gradual. Os motivos passam pela alta no preço internacional do açúcar, o que desestimulou a fabricação de álcool. Com o produto escasseando no mercado, o Governo brasileiro iniciou a importação de etanol dos Estados Unidos, em 1991, ao tempo que ia retirando, progressivamente, os subsídios à produção, promovendo a quase extinção do Pró-Álcool. A queda no uso desse biocombustível também se deveu, ao longo da década de 1990, a problemas técnicos nos motores a álcool, incapazes de um bom desempenho nos períodos frios, principalmente. Durante a década, com altas inesperadas no preço do petróleo, o álcool seria misturado à gasolina, numa taxa em torno de vinte por cento, como forma de amenizar o preço da gasolina ao consumidor.

No início do século XXI, na certeza de escassez e de crescente elevação no preço dos combustíveis fósseis, priorizam-se novamente os investimentos na produção de etanol por um lado e, por outro, um amplo investimento na pesquisa e criação de novos biocombustiveis. Diante de uma situação nacional antiga e inconstante, justamente causada pelas altas e baixas do petróleo, as grandes montadoras brasileiras aprofundaram-se em pesquisas e, dessa forma, lançaram uma tecnologia revolucionária: os carros dotados de motor bicombustível, fabricados tanto para o uso de gasolina quanto de álcool.

Vista panorâmica da Destilaria Costa Pinto em Piracicaba, fábrica que produz açúcar e etanol combustível além de outros tipos de álcool.
Escala utilizada para medir o Grau INPM nas nas bombas dos postos brasileiros.

Ver também

Referências

  1. «O etanol como combustível». Como tudo funciona. Consultado em 23 de outubro de 2011. O álcool etílico é utilizado como combustível desde o nascimento dos automóveis, na tentativa de adaptar os motores recém inventados para a sua utilização. 
  2. «Álcool - Etanol Brasileiro». biodieselbr.com. Consultado em 23 de outubro de 2011. O Brasil é o país mais avançado, do ponto de vista tecnológico, na produção e no uso do etanol como combustível [...]. A produção mundial de álcool aproxima-se dos 40 bilhões de litros, dos quais presume-se que até 25 bilhões de litros sejam utilizados para fins energéticos. O Brasil responde por 15 bilhões de litros deste total. 
  3. «APLICAÇÃO DO MÉTODO DE ANÁLISE DOS COMPONENTES PRINCIPAIS COM ESPECTROSCOPIA RAMAN EM SISTEMAS DE ETANOL-METANOL.» (PDF). Centro Universitário de Franca. 1 páginas. Consultado em 23 de outubro de 2011. O etanol é utilizado na obtenção de bebidas alcoólicas [...]; como combustível tanto puro como coadjuvante no aumento da octanagem das gasolinas; na formulação de produtos farmacêuticos [...]. 
  4. «ETANOL, ALCOOLQUÍMICA E BIORREFINARIAS» (PDF). BNDES Setorial. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Março de 2007. 15 páginas. Consultado em 23 de outubro de 2011. A substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis tem sido estimulada pelos governos [...] pela perspectiva de esgotamento das reservas mundiais [...]. 
  5. (em inglês) MFSC NASA - acessado em 8 de Setembro de 2010.
  6. (em português) Instituto Nacional de Tecnologia - Terças Tecnológicas apresenta um panorama das pesquisas em biocombustíveis nos últimos 90 anos. Página visitada em 8 de Janeiro de 2013.
  7. (em português) Brasil.Gov - Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Página visitada em 8 de Janeiro de 2013.
  8. (em português) Biodieselbr - acessado em 8 de Setembro de 2010.
  9. (em português) Ambiente SP - págs 42 e 43. Acessado em 8 de Setembro de 2010.

Ligações externas