Gestão ambiental

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A gestão ambiental visa ordenar as atividades humanas para que estas não agridam o meio ambiente. Na foto, observa-se a melhoria das práticas agrícolas, tais como este espaço no noroeste do estado de Iowa, Estados Unidos, que, além da atividade econômica, serve para preservar o solo e melhorar a qualidade da água.

Gestão ambiental é o campo de estudo da administração do exercício de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais, incluindo fontes de energia, renováveis ou não. Fazem parte também do arcabouço de conhecimentos associados à gestão ambiental técnicas para a recuperação de áreas degradadas, técnicas de reflorestamento, métodos para a exploração sustentável de recursos naturais, e o estudo de riscos e impactos ambientais para a avaliação de novos empreendimentos ou ampliação de atividades produtivas.

A prática da gestão ambiental introduz a variável ambiental no planejamento empresarial, e quando bem aplicada, permite a redução de custos diretos - pela diminuição do desperdício de matérias-primas e de recursos cada vez mais escassos e mais dispendiosos, como água e energia - e de custos indiretos - representados por sanções e indenizações relacionadas a danos ao meio ambiente ou à saúde de funcionários e da população de comunidades que tenham proximidade geográfica com as unidades de produção da empresa. Um exemplo prático de políticas para a inserção da gestão ambiental em empresas tem sido a criação de leis que obrigam a prática da responsabilidade pós-consumo.

Desenvolvimento

Desde a ECO 92, conferência mundial sobre meio ambiente, realizada na cidade do Rio de Janeiro em junho de 1992 e que resultou no documento conhecido como Agenda 21, cada vez mais a sociedade passou a exigir das indústrias, cuidados na preservação dos recursos naturais, e o respeito ao Código Florestal, que impõe regras mais rígidas no uso da terra. Isso oferece oportunidades de trabalho no setor privado, em fazendas, cooperativas e agroindústrias. Contudo, crises econômicas podem afetar sensivelmente os programas ambientais, já que as empresas diminuem a produção, resultando em redução do investimento no setor. À medida que a sociedade vai se conscientizando da necessidade de se preservar o meio ambiente, a opinião pública começa a pressionar as empresas a buscarem formas alternativas de desenvolver suas atividades econômicas de maneira mais racional. Ao colocar no mercado um produto que mostra a preocupação com a preservação do meio ambiente, tanto a empresa, quanto o produto tornam-se referências para o consumidor. O próprio mercado consumidor passa a selecionar os produtos que consome, em função da responsabilidade social das empresas que os produzem. Desta forma, surgiram várias normas que definem os procedimentos relacionados à gestão ambiental, tais como as da família ISO14000, que certificam que a empresa cumpre tais procedimentos em suas atividades produtivas e gerenciais. A área de sistemas de gestão ambiental é a mais aquecida. Bacharel e tecnólogo passaram a ser necessários no mercado de trabalho à medida que eram consultados agrônomos, engenheiros, biólogos e logísticos para um mesmo projeto; assim explica-se a formação híbrida dos gestores ambientais no campo acadêmico. Também é comum a contratação destes profissionais por secretarias de meio ambiente e obras, municipais ou estaduais; nesses órgãos públicos, o profissional é chamado a participar da definição, implantação e fiscalização de políticas públicas.

A família ISO 14000 aborda vários aspectos da gestão ambiental e fornece ferramentas práticas para que as empresas e organizações identifiquem e controlem o seu impacto ambiental, aprimorando constantemente o seu desempenho na preservação ambiental.[1]

Formação acadêmica

Em paralelo, o aumento da procura pelas empresas de profissionais especializados em técnicas de gestão ambiental motivou o surgimento de cursos superiores voltados para a formação desses profissionais, inicialmente o aumento da procura pelo curso de Engenharia Ambiental. Entretanto a primeira instituição a abrir o curso específico foi a Universidade de São Paulo em 2002;[2] desde então, multiplicaram-se rapidamente pelo país, tal qual o bacharelado em Gestão e Análise Ambiental e os superiores de tecnologia como Saneamento ambiental, Gestão Hídrica e Ambiental ou ainda Toxicologia Ambiental, dependendo da ênfase do curso, [3] além do curso de Técnico do Meio Ambiente e de Especializações em Gestão Ambiental. As disciplinas comuns incluem educação ambiental, hidrologia, cálculo, desenvolvimento socieconômico, planejamento ambiental, economia do meio ambiente, urbanismo, estudo de impacto ambiental, química ambiental, código florestal brasileiro, empreendedorismo, logística florestal, auditoria ambiental, estatística, direitos dos animais, botânica e licenciamento ambiental.

Instrumentos do gestor

Devido aos grandes problemas que envolvem o saneamento básico e os recursos hídricos, muitas disciplinas dos cursos de gestão ambiental são comuns aos cursos de engenharia sanitária e de engenharia hidráulica. Os instrumentos de gestão ambiental são ferramentas que visam a auxiliar no processo de planejamento, bem como na operacionalização da gestão ambiental, de modo que esta gestão possa ser integrada de maneira estratégica por todas as suas atividades.[4] Entende-se como instrumentos de Gestão Ambiental, o licenciamento ambiental,[5], o estudo de impacto ambiental,[6] o geoprocessamento [7], a educação ambiental [8] e a auditoria ambiental.[9]

Graduação

Em 2015, o Brasil possuía 34 instituições públicas de ensino superior que ofereciam graduação específica em gestão ambiental em dezoito unidades federativas; sendo a quase totalidade, cursos de tecnologia. As instituições estão listadas abaixo.

Ver também

Referências

Bibliografia