Macrostrombus costatus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaMacrostrombus costatus
Duas conchas de M. costatus, em vista inferior.
Duas conchas de M. costatus, em vista inferior.
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Littorinimorpha
Superfamília: Stromboidea
Família: Strombidae
Género: Macrostrombus
Petuch, 1994[1]
Espécie: M. costatus
Nome binomial
Macrostrombus costatus
(Gmelin, 1791)[1]
Sinónimos
Strombus costatus Gmelin, 1791
Aliger costatus (Gmelin, 1791)
Lobatus costatus (Gmelin, 1791)
Lambis accipitrina Röding, 1798
Strombus accipiter Dillwyn, 1817
Strombus inermis Swainson, 1822
Strombus integer Swainson, 1823
Strombus jeffersonia Van Hyning, 1945
(WoRMS)[1]

Macrostrombus costatus (nomeada, em inglês, milk conch,[2][3] hawk wing conch, harbour conch ou ribbed stromb;[2] em castelhano, caracol blanco ou lanceta;[4] em português, búzio cambute ou búzio corcunda)[2] é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Strombidae. Foi classificada por Johann Friedrich Gmelin em 1791; descrita como Strombus costatus[1] e assim classificada até o século XX[3] (com Long Island, nas Bahamas, citada como localidade de coleta de seu tipo nomenclatural).[2] É nativa do oeste do oceano Atlântico; do sul da Flórida (EUA)[3] às Antilhas, no mar do Caribe, norte da América do Sul e pela costa brasileira,[2] do Maranhão até São Paulo, na região sudeste;[5] e também no Atol das Rocas, Abrolhos, Trindade e Martim Vaz.[6] Está listada como espécie vulnerável (VU) no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicado em 2018 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, com a conclusão desta avaliação feita em 2012.[7]

Descrição da concha[editar | editar código-fonte]

Conchas de 10[2] a quase 23 centímetros,[8] quando desenvolvidas, de coloração branca,[6] amarela, laranja ou salmão;[9][10] com sua espiral dotada de 10 a 11 voltas e com a sua última volta formando uma aba dotada de lábio externo engrossado e arredondado,[6] sem a longa projeção direcionada para cima, característica de Aliger gallus. Sua columela é brilhante e suas voltas possuem protuberâncias, com a superfície da concha dotada de estrias suaves. Sua abertura apresenta um opérculo córneo que não fecha completamente sua entrada. Indivíduos juvenís são rosados e apresentam lábio externo fino, podendo ser confundidos pelo não-especialista com conchas do gênero Conus.[2]

Habitat e uso[editar | editar código-fonte]

Macrostrombus costatus ocorre em águas rasas, entre 2 a 55[8] metros de profundidade e em substrato arenoso ou de arrecifes.[6] Segundo Moscatelli, esta espécie é utilizada pelo Homem, como alimento, em Pernambuco, região nordeste do Brasil.[2] Pode ser encontrada nos sambaquis da costa brasileira.[11]

Análise taxonômica das espécies do Atlântico e Pacífico Oriental[editar | editar código-fonte]

Durante o século XX no gênero Strombus,[3][12] análises posteriores do início do século XXI concluíram que Lobatus seria o primeiro táxon disponível para a inclusão de um grupo de grandes e pesados Strombidae do oeste do Atlântico e leste do Pacífico, que excetuavam as espécies Strombus pugilis, Strombus alatus e Strombus gracilior.[13][14] Tal situação fora mantida até o ano de 2020, envolvendo cinco espécies, quando uma minuciosa análise taxonômica por Maxwell et al., "Towards Resolving the American and West African Strombidae (Mollusca: Gastropoda: Neostromboidae) Using Integrated Taxonomy",[13][15] definiu as espécies extantes do leste do Pacífico até o oeste da costa africana sob a seguinte nomeclatura:

Gênero Aliger Thiele, 1929
Espécie Aliger gallus (Linnaeus, 1758) - Sin. Lobatus gallus
Espécie Aliger gigas (Linnaeus, 1758) - Sin. Lobatus gigas
Gênero Lobatus [Swainson], 1837
Espécie Lobatus peruvianus (Swainson, 1823)
Espécie Lobatus raninus (Gmelin, 1791)
Gênero Macrostrombus Petuch, 1994
Espécie Macrostrombus costatus (Gmelin, 1791) - Sin. Lobatus costatus
Gênero Persististrombus Kronenberg & H. G. Lee, 2007
Espécie Persististrombus granulatus (Swainson, 1822)
Gênero Strombus Linnaeus, 1758
Espécie Strombus alatus Gmelin, 1791
Espécie Strombus gracilior G. B. Sowerby I, 1825
Espécie Strombus pugilis Linnaeus, 1758
Gênero Thetystrombus Dekkers, 2008
Espécie Thetystrombus latus (Gmelin, 1791)
Gênero Titanostrombus Petuch, 1994
Espécie Titanostrombus galeatus (Swainson, 1823) - Sin. Lobatus galeatus
Espécie Titanostrombus goliath (Schröter, 1805) - Sin. Lobatus goliath[12][13]

Referências

  1. a b c d «Macrostrombus costatus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de abril de 2020 
  2. a b c d e f g h MOSCATELLI, Renato (1987). A Superfamília Strombacea no Atlântico Ocidental. São Paulo: Antônio A Nano & Filho Ltda. p. 46-48. 98 páginas 
  3. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 76. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  4. WARD, C. Herb (2017). Habitats and Biota of the Gulf of Mexico: Before the Deepwater Horizon Oil Spill. Volume 1: Water Quality, Sediments, Sediment Contaminants, Oil and Gas Seeps, Coastal Habitats, Offshore Plankton and Benthos, and Shellfish (em inglês). New York: SpringerOpen - Google Books. p. 775. 868 páginas. ISBN 978-1-4939-3445-4. Consultado em 25 de abril de 2020 
  5. «Aliger costatus». Conquiliologistas do Brasil. 1 páginas. Consultado em 19 de dezembro de 2018 
  6. a b c d RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 68. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  7. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (PDF). Volume 1. Brasília: ICMBio/MMA. p. 467. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6. Consultado em 31 de outubro de 2019 
  8. a b «Lobatus costatus (Gmelin, 1791) milk conch» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 19 de dezembro de 2018 
  9. «Lobatus costatus» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 19 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  10. «Lobatus costatus (Gmelin, 1791) Juvénile» (em francês). Forum Francophone des Coquillages Actuels. 1 páginas. Consultado em 19 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2018 
  11. SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 174. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3 
  12. a b «Strombus Linnaeus, 1758» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 4 de janeiro de 2024 
  13. a b c «Lobatus [Swainson], 1837» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 4 de janeiro de 2024 
  14. Wieneke, Ulrich (11 de dezembro de 2018). «Species / Lobatus» (em inglês). Gastropoda Stromboidea. 1 páginas. Consultado em 4 de janeiro de 2024. The name Lobatus was further discussed by Kronenberg and Lee (2007) and Landau et al. (2008), who concluded that Lobatus was the first available name for the group of large, broad winged Strombidae from the Caribbean and Panamic Fauna province (Kronenberg, 2013, p. 36.). 
  15. Maxwell, Stephen J.; Dekkers, Aart M.; Rymer, Tasmin L.; Congdon, Bradley C. (2020). «Towards resolving the American and West African Strombidae (Mollusca: Gastropoda: Neostromboidae) using integrated taxonomy» (PDF) (em inglês). The Festivus. 52(1) (San Diego Shell Club). pp. 3–38. Consultado em 4 de janeiro de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]