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Êxodo: Deuses e Reis

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Exodus: Gods and Kings
No Brasil Êxodo: Deuses e Reis
Em Portugal Êxodo: Deuses e Reis
Exodus: Deuses e Reis
 Estados Unidos[1]
 Reino Unido[1]
Espanha[1]
2014 •  cor •  150[1] min 
Gênero épico
Direção Ridley Scott
Produção Peter Chernin
Ridley Scott
Jenno Topping
Michael Schaefer
Mark Huffam
Roteiro Adam Cooper
Bill Collage
Jeffrey Caine
Steven Zaillian
Elenco Christian Bale
Joel Edgerton
John Turturro
Aaron Paul
Ben Mendelsohn
Sigourney Weaver
Ben Kingsley
Música Alberto Iglesias
Cinematografia Dariusz Wolski
Edição Billy Rich
Companhia(s) produtora(s) Chernin Entertainment
Scott Free Productions
Babieka
Volcano Films
Distribuição 20th Century Fox
Lançamento
  • 11 de dezembro de 2014 (2014-12-11) (PRT)[2]
  • 12 de dezembro de 2014 (2014-12-12) (EUA)[3]
  • 25 de dezembro de 2014 (2014-12-25) (BRA)[4]
Idioma inglês
Orçamento US$ 140 milhões[5]
Receita US$ 268 175 631[6]

Exodus: Gods and Kings (bra: Êxodo: Deuses e Reis[4][7]; prt: Êxodo: Deuses e Reis[8] ou Exodus: Deuses e Reis[2]) é um filme épico de 2014 inspirado na Bíblia e dirigido pelo altamente renomado Ridley Scott. Foi escrito por Adam Cooper, Bill Collage, Jeffrey Caine e Steven Zaillian. O filme é estrelado por Christian Bale, Joel Edgerton, John Turturro, Aaron Paul, Ben Mendelsohn, Sigourney Weaver, e Ben Kingsley. O filme faz uma releitura da história do Êxodo baseada em livros antigos provenientes da cultura judaica, como Midraxes, e na própria versão em hebraico da Torá, de onde mais interpretações podem ser feitas sobre a história do Êxodo dos hebreus do Egito sendo liderados por Moisés e relatado no Livro do Êxodo. Vários países islâmicos proibiram sua exibição por não concordarem com a visão do filme onde os hebreus são mostrados como o povo eleito por Deus e os egípcios como carrascos e perseguidores dos hebreus.[8][7] O filme é dedicado ao irmão mais novo e companheiro do diretor, Tony Scott, que cometeu suicídio em 2012.

Desenvolvimento

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Em junho de 2012, Ridley Scott anunciou que desenvolvia uma adaptação do Livro de Êxodo, provisoriamente intitulada "Moses".[12][13] Em março de 2013, o site de notícias Deadline.com afirmou que Scott almejava Christian Bale como ator principal no filme;[14] em agosto Bale foi confirmado para o papel de Moisés.[15] No mesmo dia, Joel Edgerton juntou-se ao elenco para interpretar Ramessés e a produção foi agendada para iniciar em setembro.[16] O estúdio anunciou testes de elenco em Almería e Pechina para 3000 a 4000 figurantes com outros 2000 figurantes na ilha de Fuerteventura.[17] Em 27 de agosto, Aaron Paul foi confirmado para o papel de Josué.[18] Sigourney Weaver, Ben Kingsley e John Turturro permaneceram até então em negociações sobre sua atuação no filme.[19] Em março de 2014, o estúdio modificou o título da produção para "Exodus: Gods and Kings".[20]

Set de gravação de Exodus em Pechina, Andaluzia, Espanha.

As filmagens tiveram início em outubro de 2013 em Almería.[21] Filmagens adicionais foram agendadas no Pinewood Studios, Inglaterra. Outras locações foram Tabernas, Sierra Alhamilla e uma grande locação principal em Ouarzazate (Marrocos).[22] As cenas do Mar Vermelho foram filmadas em uma praia da ilha de Fuerteventura, no arquipélago das Ilhas Canárias.[23] De acordo com a imprensa especializada, as filmagens duraram 74 dias.[24]

Pós-produção

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Peter Chiang supervisionou os efeitos visuais do filme.[23] Ele afirmou que "Ridley queria convencer o público de que tudo foi fenômeno natural, como um eclipse ou um tsunami, e não simplesmente alguém tocando um cajado no mar".[25]

A produção levou mais de 1500 tomadas de efeitos visuais para ampliar digitalmente a população de hebreus e ajudar a tornar mais autênticas as pragas de granizo, gafanhotos e sapos, embora 400 rãs tenham sido usadas durante as filmagens.[23] Cerca de 40 atores acompanharam Bale nas cenas que reproduziam a travessia do Mar Vermelho, sendo o restante da multidão gerado por computador, juntamente com cerca de 180 pés, os cavalos e carruagens; foram 400 mil pessoas reproduzidas digitalmente na cena.[23] Nos close-ups de pessoas fugindo na praia, os cineastas usaram águas reais.[23] Para a cena da tempestade de granizo, a equipe de efeitos especiais construiu canhões especiais que disparavam bolas de polímero que se fragmentam no ar com a mesmas características de uma bola de gelo. Cerca de 30 destes canhões foram usados no filme. Para a visão distante da tempestade, foram usadas simulações de computador.[23]

Em uma entrevista para Access Hollywood, Scott afirmou que houve um corte "final" de cenas do filme de 4 horas de duração total, fazendo com que a versão exibida nos cinemas fosse reduzida em 90 minutos.[26]

Em 8 de julho de 2014, Alberto Iglesias foi anunciado como arranjador da música do filme com música adicional de Harry Gregson-Williams.[27]

Exodus: Gods and Kings arrecadou US$ 65 milhões nos Estados Unidos e Canadá e US$ 203,2 milhões internacionalmwente, totalizando 268 milhões.[6]

O filme foi lançado na América do Norte em 12 de dezembro de 2014 em 3.503 salas de cinema. Arrecadou US$ 8,9 milhões de dólares em seu dia de lançamento (incluindo as previews). O filme liderou as bilheterias durante sua semana de estreia 24 milhões de dólares, que foi significantemente mais baixo do que a arrecadação de estreia de Noé, outro filme de inspiração temática bíblica de 2014.[3]

Adaptação local e censura

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Exodus foi proibido no Egito.[28] O Ministro da Cultura egípicio descreveu-o como "um filme sionista" e afirmou que o mesmo foi banido por conta de sua "inexatidão histórica", como criar uma falsa impressão de que Moisés e o hebreus ergueram as Pirâmides.[29] Ao contrário de outros épicos bíblicos, Exodus não foi censurado pelo Ministério de Cultura. No Islão, Moisés (Musa) é tido como um profeta de Allah, porém a maior instituição religiosa do país, a Al-Azhar, não se opôs ao conteúdo do filme, como havia ocorrido com Noé.[30]

No Marrocos, a Moroccan Cinema Centre (CCM) inicialmente aprovou a exibição do filme, mas dias após representantes da instituição proibiram o filme por conta da personificação da voz de Deus (O que é um erro,já que o menino representa um anjo mensageiro e não Deus) Após a edição de alguns diálogos, o filme foi aprovado para exibição no país.[31]

Exodus teve sua estreia negada nos Emirados Árabes Unidos por conta dos "muitos equívocos" na história. O diretor de conteúdo de mídia no Conselho de Mídia Nacional explicou: "O filme está sob nossa avaliação e acreditamos que há muitos erros não somente sobre o Islão como também sobre as demais religiões. Então, não iremos lançá-lo nos Emirados Árabes Unidos".[32]

Controvérsias

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Exatidão histórica e bíblica

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A Travessia do Mar Vermelho, por Nicolas Poussin.

Antes de seu lançamento, algumas controvérsias cresceram sobre afirmações de Ridley Scott de que ele buscaria explicações naturais para os milagres, incluindo um tsunami que teria causado a abertura do Mar Vermelho.[33] De acordo com Scott, a abertura do Mar Vermelho teria sido inspirada por um tsunami que, por sua vez, desencadeou num terremoto submarino na costa italiana em aproximadamente 3000 a.C..[24] Isto, somando-se às afirmações preconceituosas de Christian Bale sobre seu personagem, geraram fortes críticas de parte do público.[34] Entre os que manifestaram sua preocupação, o autor Brian Godawa afirmou que seria "preciso retratar Moisés como um herói imperfeito, assim os cristão não terão problemas com isso, mas para ser tão extremo ao ponto de chamá-lo de pessoa mais bárbara na história, que soa como se ele estivesse desviando de seu caminho".[35] Outro crítico foi Chris Stone, afirmando que "não há nada na história bíblica que apoia isto" e acrescentou que "é uma indicação de que haverá tremenda desconexão entre a interpretação de Bale e as expectativas do público".[36]

Em sua análise, Ellen White - editora chefe da Sociedade de Arqueologia Bíblica - destacou os equívocos bíblicos do filme. White notou que todos os aspectos teológicos sobre as Pragas do Egito foram retiradas da versão de Scott, além de que havia menos do que dez pragas, como citado na Bíblia. As pragas eram de natureza diferente (como crocodilos, por exemplo) e os israelitas mostravam-se afligidos por elas tal como os egípcios. A autora resumiu sua análise com a afirmação: "A história deles era tão diferente que se não usar os nomes bíblicos e lançar o mesmo filme com um título diferente, eu poderia nem sequer o reconhecer".[37]

Escolha do elenco

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O jornal Sydney Morning Herald e a revista Christian Today divulgaram que o elenco de atores caucasianos nos papéis principais estaria sofrendo protestos.[38][39] Quatro atores caucasianos foram selecionados para os papéis principais (que incluem personagens hebreus e egípcios): Christian Bale como Moisés, Joel Edgerton como Ramessés II, Sigourney Weaver como Rainha Tuiu e Aaron Paul como Josué. O Sydney Morning Herald também relatou observações da comunidade online de que a Grande Esfinge de Gizé no filme possuía traços europeus.[38] A Christian Today informou que uma petição online estaria em circulação e comparou Exodus ao consagrado The Ten Commandments (1956) com seu elenco formado por atores caucasianos, mas afirmou que "a questão racial, o número de atores negros e as oportunidades oferecidas a eles eram muito diferente em 1956".[39] Alguns usuários da rede social Twitter conclamaram um boicote do filme.[40]

Referências

  1. a b c d «Exodus Gods and Kings (2014)» (em inglês). British Film Institute. Consultado em 13 de outubro de 2023 
  2. a b «Exodus: Deuses e Reis». Portugal: CineCartaz. 11 de dezembro de 2014. Consultado em 13 de outubro de 2023 
  3. a b «Exodus: Gods and Kings». Box Office Mojo (em inglês). IMDB. Consultado em 13 de outubro de 2023 
  4. a b «Êxodo: Deuses e Reis». Brasil: AdoroCinema. Consultado em 30 de março de 2018 
  5. Foundas, Scott (25 de novembro de 2014). «'Exodus: Gods and Kings' Director Ridley Scott on Creating His Vision of Moses». Variety. Consultado em 27 de dezembro de 2014 
  6. a b «Exodus: Gods and Kings (2014)». Box Office Mojo (em inglês). IMDB. Consultado em 13 de outubro de 2023 
  7. a b «Egito proíbe filme 'Êxodo: Deuses e Reis' por contar história 'distorcida'». Brasil: Portal G1. 25 de dezembro de 2014. Consultado em 30 de março de 2018 
  8. a b «Após Egito e Marrocos, filme Êxodo é proibido nos Emirados Árabes Unidos». Portugal: RFI. 30 de dezembro de 2014. Consultado em 30 de março de 2018 
  9. «EXODUS: Gods and Kings». Exodus: Gods and Kings. Consultado em 5 de janeiro de 2015 
  10. «EXODUS: Gods and Kings». Exodus: Gods and Kings. Consultado em 5 de janeiro de 2015 
  11. «EXODUS: Gods and Kings». 20th Century Fox. Consultado em 22 de novembro de 2015 
  12. Scott, Ridley (4 de junho de 2012). «Q+A: Ridley Scott's Star Wars». Esquire 
  13. Chitwood, Adam (4 de junho de 2012). «Ridley Says He Is Working on the Biblical Story of Moses». Collider.com. 
  14. «Christian Bale Being Moses?». Deadline.com. 14 de março de 2013 
  15. «EXODUS confirms Christian Bale as Moses, Casting Joel Edgerton as Ramses». screencrush.com. 13 de agosto de 2013 
  16. «Edgerton to batlle Bale in Exodus». Variety. 13 de agosto de 2013 
  17. «'Moses' calls for extras in Spain; Masses Flock». Deadline.com. 20 de agosto de 2013 
  18. «'Breaking Bad' Star Aaron Paul Joins Christian Bale in Moses Biblical Drama 'Exodus'». Variety. 27 de agosto de 2013 
  19. «Ridley Scott In 'Exodus' Talks With Ben Kingsley, John Turturro, Sigourney Weaver, Aaron Paul». deadline.com. 27 de agosto de 2013 
  20. Tapley, Kristopher (27 de agosto de 2013). «Ridley Scott's 'Exodus' with Christian Bale gets a title change». hitfix.com. 
  21. Vilkomerson, Sara (1 de julho de 2014). «First Look: Christian Bale as Moses in Ridley Scott's Exodus». ew.com 
  22. «'Exodus': Filmmaker Ridley Scott begins filming in Almeria, Spain». digitaljournal.com. 24 de outubro de 2013 
  23. a b c d e f Steinberg, Don (16 de novembro de 2015). «Special Effects Enliven 'Exodus' Epic». The Wall Street Journal 
  24. a b Mcintyre, Gina (4 de dezembro de 2014). «Ridley Scott's 'Exodus' casts a wide net of spectacle and family». Los Angeles Times 
  25. Bowles, Scott (25 de novembro de 2014). «'Noah' and 'Exodus: Gods and Kings' presented VFX challenges of Biblical proportions». Deadline.com 
  26. «Christian Bale & Ridley Scott: The Role CGI Plays In 'Exodus'». Access Hollywood. 1 de dezembro de 2014 
  27. «Alberto Iglesias to score Ridley Scott's 'Exodus: Gods and Kings'». filmmusicreporter.com. 8 de julho de 2014 
  28. «Filme "Exodus" banido em Marrocos e no Egipto». RTP. 4 de janeiro de 2015 
  29. «Egypt bans 'Exodus' and cites 'historical innacurancies'». The Guardian. 26 de dezembro de 2014 
  30. «Noah film should be banned says Egypt's top Islamic body». The Daily Telegraph. 6 de maio de 2014 
  31. Tartaglione, Nancy (7 de janeiro de 2015). «Morocco Clears 'Exodus: Gods And Kings' For Release, With Tweaks (Report)». Deadline.com 
  32. Radhakrishnan, Manjusha (27 de dezembro de 2014). «'Exodus' wil not release in UAE». Gulf News. Consultado em 29 de outubro de 2015. Arquivado do original em 30 de dezembro de 2014 
  33. Vilkomerson, Sara (23 de outubro de 2014). «How Ridley Scott looked to science -- not miracles -- to part the Red Sea in 'Exodus: Gods and Kings'». Entertainment Weekly 
  34. Kumar, Anugrah (26 de outubro de 2014). «Moses was 'Barbaric, Schizophrenic,' Says 'Exodus: Gods and Kings' Actor Christian Bale». Christian Post 
  35. Bond, Paul (25 de outubro de 2015). «Christian Bale calls Moses Barbaric». Hollywood Reporter 
  36. Herman, Barbara (28 de outubro de 2014). «'Exodus' Controversies: Christian Bale's 'Barbaric' Moses And All-White Cast Stir Up Critics». International Business Times 
  37. White, Ellen (18 de dezembro de 2014). «Excruciating Exodus movie». Biblical Archaeology Review 
  38. a b Begley, Patrick (29 de julho de 2014). «Ridley Scott's Exodus film cops complaints about 'racist' casting of Joel Edgerton and Sigourney Weaver». Sydney Morning Herald 
  39. a b Marie, Brownie (21 de julho de 2014). «'Exodus: Gods and Kings' faces boycott calls over all-white lead cast». Christian Today 
  40. Dickerson, Jessica (8 de julho de 2014). «'Exodus: Gods And Kings' Film Sparks Backlash For Whitewashing Characters». The Huffington Post