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Aldo Pagotto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dom Aldo Di Cillo Pagotto, S.S.S.
Arcebispo da Igreja Católica
Arcebispo-emérito da Paraíba
Atividade eclesiástica
Congregação Santíssimo Sacramento
Diocese Arquidiocese da Paraíba
Nomeação 5 de maio de 2004
Predecessor Dom Marcelo Pinto Carvalheira
Sucessor Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, O.F.M.Cap.
Mandato 2004 - 2016
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 7 de dezembro de 1977
Caratinga
por Dom José Eugênio Correia
Nomeação episcopal 10 de setembro de 1997
Ordenação episcopal 31 de outubro de 1997
por Dom Frei Cláudio Cardeal Hummes, O.F.M.
Lema episcopal UNUM CORPUS ET UNUS SPIRITUS
Um só Corpo e um só Espírito
Nomeado arcebispo 5 de maio de 2004
Brasão arquiepiscopal
Dados pessoais
Nascimento Santa Bárbara c'Oeste, São Paulo
16 de setembro de 1949
Morte Fortaleza, Ceará
14 de abril de 2020 (70 anos)
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Rosa di Cillo
Pai: Ângelo Pagotto
Funções exercidas - Bispo-coadjutor de Sobral (1997-1998)
- Bispo de Sobral (1998-2004)
dados em catholic-hierarchy.org
Arcebispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Dom Aldo Di Cillo Pagotto SSS (Santa Bárbara d'Oeste, 16 de setembro de 1949Fortaleza, 14 de abril de 2020) foi prelado brasileiro da Igreja Católica. Religioso da Congregação do Santíssimo Sacramento, ascendeu ao episcopado em 1997 ao ser escolhido bispo-coadjutor da Diocese de Sobral, no Ceará. No ano posterior, sucedeu como ordinário da mesma diocese, a qual governou até maio de 2004, quando foi transferido para a Arquidiocese da Paraíba. Pagotto era considerado como um dos principais nomes da chamada "ala conservadora" da Igreja Católica no Brasil.[1] No entanto, ao longo do seu episcopado, ele enfrentou diversas acusações tanto de homiziar religiosos acusados de crimes sexuais quanto de ele próprio tê-los cometido. Tais acusações levaram-no a renunciar ao governo da Arquidiocese da Paraíba em julho de 2016.[2]

Formação

Dom Aldo nasceu em Santa Bárbara D'Oeste, interior de São Paulo, filho de Rosa di Cillo e Ângelo Pagotto, ambos filhos de imigrantes italianos. Era primo do cardeal de São Paulo, Agnelo Rossi.[3][4][5][6][7][8]

Fez os cursos primário e secundário no Liceu Pasteur, na Vila Mariana, e nos colégios Bandeirantes e Basílio Machado.[9] Cursou filosofia e teologia no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário Caratinga (Minas Gerais) e no Seminário S. Pio X dos Padres Sacramentinos, Caratinga. Na Universidade Gregoriana estudou de 1988 a 1991, onde bacharelou-se em Filosofia e especializou-se em teologia dogmática.[carece de fontes?]

Presbiterado

D. Aldo foi ordenado diácono em 7 de setembro de 1977. Recebeu a ordem sacerdotal das mãos de Dom José Eugênio Corrêa, em Caratinga, aos 7 de dezembro do mesmo ano, no dia seguinte emitiu os votos perpétuos na Congregação do Santíssimo Sacramento.[carece de fontes?]

Foi administrador paroquial de Caputira (Minas Gerais) e professor de Teologia Fundamental no Seminário Diocesano de Caratinga (1978-1979). Transferido para Belo Horizonte em 1981, foi vigário paroquial na Catedral de Belo Horizonte e assessor da Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Belo Horizonte até 1983. Em São Paulo, foi vigário paroquial em Santa Ifigênia e atuou como co-formador dos filósofos da Congregação entre 1983 e 1984. Em 1985 mudou-se para Fortaleza, onde exerceu a função de vigário paroquial em São Benedito e foi vigário episcopal da Região Metropolitana de Fortaleza (1992-1996). Ensinou Teologia Fundamental no Instituto Teológico Pastoral do Ceará entre 1985 e 1988 e 1991 e 1995. Entre 1995 e 1997 foi vice-provincial de sua congregação. Em 1997 foi vigário-geral na Arquidiocese de Olinda e Recife.[carece de fontes?]

Episcopado

Dom Aldo foi ordenado bispo no dia 31 de outubro de 1997, por Dom Cláudio Hummes, então Arcebispo de Fortaleza.

Logo ordenado bispo, sucedeu a Dom Walfrido Teixeira em Sobral, no interior norte do Ceará entre 18 de março de 1998 e 5 de maio de 2004.[10]

Como bispo, foi encarregado da Dimensão Ecumênica no Regional NE 1; Comissão Pastoral da Seca no NE 1. Em 2000, foi eleito Presidente do Regional NE 1 CNBB. Foi também Presidente da Comissão Episcopal Serviço, Caridade, Justiça e Paz (2003-2007).

Em 5 de maio de 2004[11] foi nomeado arcebispo da Arquidiocese da Paraíba, em substituição a Dom Marcelo Carvalheira.[12]

Próximo das correntes vinculadas à Renovação Carismática Católica, ele define sua ação pastoral como um esforço para o resgate da família e da parceria entre a Igreja e o estado na busca de políticas públicas que promovam o bem estar da população, através de ações que considera distantes de tendências ideológicas.[carece de fontes?]

Dom Aldo também foi presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança[13]

Em 6 de junho de 2016, o Papa Francisco aceitou seu pedido de renúncia ao cargo de Arcebispo da Paraíba depois de uma série de denúncias sobre seu envolvimento em casos de pedofilia e abuso sexual.[3][4][5][6]

Condecorações

No dia 30 de outubro de 2007, D. Aldo recebeu da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba a medalha Papa João Paulo II. Da Câmara Municipal de João Pessoa, recebeu a medalha do Mérito da Cidade de João Pessoa.[14]

Ordenações episcopais

Dom Aldo foi concelebrante das ordenações episcopais de:[carece de fontes?]

Problemas no governo da Arquidiocese da Paraíba e com a Santa Sé

Através de um processo canônico, a Arquidiocese da Paraíba passou por uma intervenção da Santa Sé, tendo atuado como visitador apostólico Dom Fernando Guimarães, à época bispo da diocese de Garanhuns-PE. O conteúdo do processo e das investugações não foram revelados. Dom Aldo também tem suscitado diversos controvérsias em sua relação com a doutrina espítira. Prefaciou o livro do espírita Severino Celestino(Entretanto, este falava sobre cristianismo primitivo). Em entrevista ao programa Espiritismo Via Satélite. Programa este apresentado pelo senhor Alamar Régis Carvalho, Dom Aldo disse que já havia lido Paulo e Estevão (obra psicografada por Chico Xavier), entretanto, afirmou não desprezar as contrariedades das doutrinas, ou seja, leu sobre uma ótica católica.[carece de fontes?]

Casos de pedofilia e estupros

Em abril de 2002, Ministério Público do Ceará acusa dom Aldo Pagotto de coagir adolescentes a mudar depoimentos sobre abuso sexual, no caso do frei Luis Sebastião Tomás - apontado como suposto autor de abuso sexual contra 21 meninas de Santana do Acaraú, no interior cearense. Nove das supostas vítimas passaram por exames no Instituto Médico Legal. A polícia revelou que uma delas teria sofrido estupro e duas teriam mantido relações sexuais com o frade.

Em julho de 2016, papa Francisco aceitou sua renúncia. De acordo com a imprensa italiana, o religioso ítalo-brasileiro de 66 anos é suspeito de ter abrigado em sua diocese padres e seminaristas acusados de abusar sexualmente de menores e expulsos por outros bispos.[carece de fontes?]

Depois do início da investigação do Vaticano, em 2015, Pagotto recebeu a determinação de não ordenar padres ou receber novos seminaristas.[carece de fontes?]

Em 2002, ele foi acusado de coagir adolescentes para que mudassem seus depoimentos a fim de proteger um frade acusado de estupro.[carece de fontes?]

Com a renúncia, o posto de arcebispo ficou vago até que um substituto fosse nomeado. Enquanto isso, Dom Genival Saraiva de França, bispo emérito de Palmares (PE), assumiu provisoriamente o governo da arquidiocese.[15] Em 8 de março de 2017, Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, bispo da Diocese de Campina Grande, foi escolhido para suceder à sé vacante da Paraíba.

Em novembro de 2017 Dom Aldo di Cillo Pagotto - arcebispo emérito da Paraíba - e outros padres daquela Arquidiocese foram inocentados pelo Ministério Público -MP da acusação da prática de crimes sexuais devido a prescrição. Mas processo na Justiça do Trabalho prosseguiu e a Igreja Católica foi condenada a pagar 12 milhões de reais devido à condenação por Exploração Sexual.

O Conselho Superior do MP decidiu por unanimidade arquivar as denúncias contra os religiosos, por prescrição. A decisão pelo arquivamento do processo, por unanimidade, conforme o seu termo de homologação, foi feita a pedido do relator do processo, o procurador Francisco Sagres Macedo Vieira, uma vez que as denúncias só foram realizadas pelas vítimas quando estas já eram maiores de idade.

Em novembro de 2018 a Igreja Católica da Paraíba foi condenada a pagar 12 milhões de reais em virtude da Condenação por Exploração Sexual durante o Mandato de Dom Aldo. O Processo transitou na Justiça do Trabalho.

Morte

Dom Aldo tratava-se de câncer desde 2017. A primeira manifestação da enfermidade se deu na próstata. Em seguida, no intestino grosso e, por fim, no fígado e no pulmão. Ele já estava internado no Hospital da Unimed, no bairro São João do Tauape, em Fortaleza, quando, em 13 de abril de 2020, com grave insuficiência respiratória, foi transferido do leito para Unidade de terapia intensiva (UTI) daquele hospital. Houve suspeita de que ele estivesse infectado por COVID-19 e ele foi testado. No dia seguinte, ele teve um derrame pulmonar e acabou por falecer à tarde, pelas 15h40min.[8]

O corpo do religioso foi então colocado na câmara fria até que se confirmasse ou não a suspeita de infecção pelo novo coronavírus. O resultado do exame saiu no dia seguinte e deu positivo para COVID-19.[16] O corpo foi sepultado na tarde do dia 15, na cripta da Igreja São Benedito, no centro de Fortaleza, em caixão lacrado e a cerimônia fúnebre aconteceu sem a presença de fiéis.[17]

Ver também

Referências

  1. «D. Aldo Pagotto é o novo Arcebispo da Paraíba». Estadão. 5 de maio de 2004. Consultado em 16 de abril de 2020 
  2. «Ex-seminarista diz ter sofrido assédio sexual de arcebispo Dom Aldo». G1. 12 de setembro de 2016. Consultado em 16 de abril de 2020 
  3. a b Nunes, Angélica (6 de julho de 2016). «Dom Aldo coleciona denúncias investigadas pelo Vaticano». www.jornaldaparaiba.com.br. Consultado em 4 de setembro de 2016 
  4. a b Mayrink, José Maria (6 de julho de 2016). «Papa aceita renúncia do arcebispo da Paraíba acusado de acobertar pedófilos». O Estado de São Paulo. Consultado em 4 de setembro de 2016 
  5. a b «Papa aceita renúncia do arcebispo da Paraíba por escândalo de pedofilia». Zero Hora. 6 de julho de 2016. Consultado em 4 de setembro de 2016 
  6. a b «Papa aceita renúncia do arcebispo da Paraíba por escândalo de pedofilia». Istoé. 6 de julho de 2016. Consultado em 4 de setembro de 2016 
  7. «Papa aceita renúncia de bispo da PB acusado de acobertar pedofilia - 06/07/2016 - Poder - Folha de S.Paulo». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 4 de setembro de 2016 
  8. a b «Arcebispo emérito da Paraíba Dom Aldo Pagotto morre aos 70 anos no Ceará». G1. 14 de abril de 2020. Consultado em 15 de abril de 2020 
  9. «Diocese de Sobral celebra 100 anos de história e evangelização». pt.calameo.com. Sobral: Correio da Semana. 7 de novembro de 2015. p. 5. Consultado em 16 de abril de 2020 
  10. «Bispos da Diocese de Sobral». Portal Diocesano - Diocese de Sobral. Consultado em 6 de agosto de 2017 
  11. Página da CNBB.[ligação inativa]
  12. «Arcebispos da Paraíba». Consultado em 7 de agosto de 2017 
  13. «Pastoral da Criança - Mensagem de Dom Aldo di Cillo Pagotto pelos 28 anos da Pastoral da Criança». www.pastoraldacrianca.org.br. Consultado em 7 de agosto de 2017 
  14. Dom Aldo Pagotto recebe medalha de honra ao mérito
  15. «Papa aceita renúncia de Dom Aldo e anuncia novo administrador para PB». Paraíba. 6 de julho de 2016. Consultado em 6 de agosto de 2017 
  16. «Arquidiocese da Paraíba confirma que Dom Aldo Pagotto morreu devido à Covid-19». Diário do Nordeste. 15 de abril de 2020. Consultado em 16 de abril de 2020 
  17. Demitri Túlio (15 de abril de 2020). «Corpo de dom Aldo Pagotto é sepultado em caixão lacrado e sem a presença de fiéis». O Povo. Consultado em 15 de abril de 2020 

Ligações externas

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