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Anatólia: diferenças entre revisões

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A presença turco-[[islamismo|muçulmana]] na Anatólia e nos [[Bálcãs]], e o agravamento da situação pela conquista de [[Constantinopla]] por [[Mehmed II|Maomé II]], desencorajou o comércio das nações cristãs da Europa com a [[China]] e a [[Índia]]. Isto incentivou a tentativa de estabelecimento de uma rota alternativa ao redor da [[África]], e até mesmo rotas desconhecidas, para o oeste, através do [[Oceano Atlântico]], para alcançar aquelas nações, fontes de [[especiaria]]s. Estas experiências desencadeariam a [[Era dos Descobrimentos]] que culminou com a [[História da colonização da América|descoberta da América]] em [[1492]] e do [[Descoberta do Brasil|Brasil]] em [[1500]].
A presença turco-[[islamismo|muçulmana]] na Anatólia e nos [[Bálcãs]], e o agravamento da situação pela conquista de [[Constantinopla]] por [[Mehmed II|Maomé II]], desencorajou o comércio das nações cristãs da Europa com a [[China]] e a [[Índia]]. Isto incentivou a tentativa de estabelecimento de uma rota alternativa ao redor da [[África]], e até mesmo rotas desconhecidas, para o oeste, através do [[Oceano Atlântico]], para alcançar aquelas nações, fontes de [[especiaria]]s. Estas experiências desencadeariam a [[Era dos Descobrimentos]] que culminou com a [[História da colonização da América|descoberta da América]] em [[1492]] e do [[Descoberta do Brasil|Brasil]] em [[1500]].
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== Anatólia contemporânea ==
== Anatólia contemporânea ==

Revisão das 18h05min de 28 de julho de 2012

 Nota: Para outros significados, veja Anatólia (desambiguação).
A Anatólia está situada ao leste do Bósforo, entre o mar Negro e o mar Mediterrâneo

Anatólia (ou península anatoliana) é uma região do extremo oeste da Ásia que corresponde hoje à porção asiática da Turquia, em oposição à porção europeia, a Trácia. (Por toda a história, Rumélia foi o nome da porção europeia do Império Otomano). É também frequentemente chamada pelo nome latino de Ásia Menor, que deriva do grego Mikra Asia.

O nome deriva do grego Aνατολή (Anatolē) ou Aνατολία (Anatolía), que significa "brilho do sol" ou "leste". A forma turca Anadolu deriva da versão grega original e é frequentemente associada com ana ("mãe") por etimologia popular.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia da Turquia
Mapa topográfico da Turquia

A península anatoliana está situada como ponte entre os continentes da Ásia e Europa. O planalto é o planalto central grande e semi-árido, que é coroado por colinas e montanhas que em muitos lugares limitam o acesso ao fértil, regiões costeiras densamente colonizadas. A topografia da Anatólia é estruturalmente complexa. Um maciço central composto de blocos levantados e estreitos dobrados para baixo, cobertos por depósitos recentes e dando o aspecto de um planalto com topografia dura, é cunhado entre duas cordilheiras dobradas que convergem no leste. Verdadeira baixada é confinada para tiras costeiras um pouco apertadas junto às costas do mar Negro e do mar Mediterrâneo. Terra inclinada plana ou suavemente é rara e largamente confinada aos deltas do rio Hális, às planícies costeiras da Cilícia e aos pavimentos de vale.

Ocupação humana

Pré-História

A Anatólia tem sido ocupada por um longo período da existência humana, tendo recebido levas migratórias do sul e posteriormente do leste ainda durante a pré-história, como mostram os diversos sítios arqueológicos presentes na região. Logo após o fim da quarta era glacial, há cerca de dez mil anos, uma população humana de origem desconhecida se assentou em um sítio permanente, próximo da atual Çatal Hüyük. Este vilarejo de casas retangulares e empilhadas umas sobre as outras (aparentemente não havia ruas definidas, supõe-se que as pessoas se locomoviam por escadas sobre as próprias casas) disputa com outros poucos sítios, como Jericó, o título de cidade mais antiga do mundo.

Hititas

Ver artigo principal: Hititas

Apesar de assentamentos humanos permanentes, nenhuma tribo da Anatólia formou uma civilização no sentido estrito do termo. Isso só viria a acontecer em meados do segundo milênio antes de Cristo, com a chegada dos hititas vindos provavelmente da Ásia Central. Fundaram sua capital em Hattusa e controlaram um império que, na sua extensão máxima, englobava toda a Anatólia, além da Síria e oeste da Mesopotâmia. Os hititas, no entanto, parecem não ter tido grande penetração na Assuwa, isto é, a costa egeia da Anatólia. A Guerra de Troia, entre povos não-hititas, foi travada na cidade costeira de Troia, possivelmente no século XIII a.C., sem a interferência dos hititas. No século XII a.C., os hititas foram suplantados por imigrantes, chamados pelos egípcios de "povos do mar" (entre os quais, provavelmente, os frígios, que fundaram seu próprio reino no centro da península).

Frígios

Ver artigo principal: Reino da Frígia

Tendo passado das costas balcânicas à Anatólia, este povo se estabeleceu no noroeste da península em fins do século XIV a.C.. Ocupando o vácuo da decadência hitita, estabeleceram um reino, que mais tarde se expandiria do mar Egeu ao Urartu. A maior parte de seus soberanos geralmente se chamavam Górdio, Midas e Giges. A um destes reis chamados Górgias é que se atribui o nó górdio, que foi cortado por Alexandre, o Grande no século IV a.C.. Foram destruídos pelos cimerianos no final do século IX a.C.

Assírios e lídios

Ver artigo principal: Assíria, Lídia

Boa parte da Anatólia passou a ser formalmente parte do Império Assírio. Entretanto, com seu enfraquecimento, as tribos da região se uniram em torno de um estado remanescente dos frígios, o reino da Lídia. Ao mesmo tempo, os gregos estabeleceram colônias em toda a costa da Anatólia, fundando cidades como Trebizonda e Sinope na costa do Mar Negro, Calcedônia à direita do Bósforo, Pérgamo, Éfeso, Mileto, Halicarnasso e Cnido na costa do Egeu e Antália e Tarso na Anatólia meridional. A Lídia manteve-se como o poder dominante da região, resistindo à expansão neo-babilônica) e ao Império Medo até o fim do século VII a.C., quando a Pérsia Aquemênida invadiu e conquistou este reino.

Persas

Ver artigo principal: Persas

Conquistado o Reino Lídio por Ciro, os persas passaram então a controlar a Anatólia por dois séculos, até a invasão de Alexandre, o Grande, no século IV a.C. A partir da costa, e com a ajuda da marinha fenícia, os persas realizaram diversas incursões ao continente europeu, sobretudo nos tempos de Dario, que conquistou a Trácia, e de Xerxes, que foi vencido pelos gregos.

Macedônios

Os persas foram definitivamente vencidos por Alexandre, o Grande e seus aliados gregos, que lhes arrebataram todo o império, da Anatólia ao rio Indo. O breve império de Alexandre se fragmentou após a sua morte; e em conseqüência da batalha de Ipso (301 a.C.), foi finalmente dividido entre Ptolomeu, Cassandro, Seleuco e Lisímaco, generais veteranos de Alexandre. A Anatólia coube a Lisímaco, que duas décadas depois foi morto em batalha por Seleuco, o herdeiro da Síria, da Mesopotâmia e do Irã. Este, por sua vez perdeu o controle da Anatólia após a invasão dos celtas.

Ficheiro:Shep033a.jpg
Os reinos helenísticos da Anatólia, em 188 a.C., isto é, no intervalo entre o desmembramento do império de Alexandre (batalha de Ipso, 301 a.C.) e o início da conquista da região pelos romanos (133 a.C.)

Anatólia helenística

Ver artigo principal: Helenismo

Sem bases políticas seguras, e sobretudo por causa das invasões dos gálatas, o domínio da Dinastia Selêucida na Anatólia sucumbiu à anarquia, e a região foi desmembrada em vários reinos helenísticos, como por exemplo o dos gálatas, o de Pérgamo, o da Cária, o da Lícia, o da Pisídia, o da Bitínia, e o do Ponto, embora os gregos se tornassem o componente étnico e cultural dominante em todos esses reinos, e com dezenas de cidades prósperas na região central da península. A unidade política viria com o Império Romano.

Roma

O domínio romano na Anatólia teve seu início quando o reino de Pérgamo passou ao controle de Roma em 133 a.C. Desde então, os demais reinos da Anatólia foram sendo conquistados por Roma, que passou a usar a península como base para as contínuas (e frequentemente inconclusivas) campanhas contra o Império Parto, estado sucessor da Pérsia.

A extensão do Império Romano e a decadência de suas províncias ocidentais, constantemente atacadas por bárbaros vindos da Alemanha fez com que a sua capital, fosse movida, no início do século IV, para a cidade grega de Bizâncio, à esquerda do Bósforo, e posteriormente conhecida como Constantinopla.

O Império do Oriente

O Império Romano também viria a se dividir em duas unidades políticas distintas após a morte do imperador Teodósio em 395 d.C., cabendo a Anatólia (juntamente com os Bálcãs, a Síria, a Palestina, o Egito e a Cirenaica) ao Império do Oriente.

A renovada cidade de Constantinopla, mesmo localizando-se no lado europeu do estreito do Bósforo, valorizou a Anatólia pelo fato de se tornar a porta de entrada da Europa para os mercadores asiáticos. A Anatólia, então maciçamente de cultura grega, tornara-se uma das rotas terrestres favoritas, principalmente para comerciantes europeus cristãos, além de possuir vários portos importantes ao longo da costa do mar Negro.

Durante a Idade Média, o Império Bizantino manteve a Anatólia segura contra invasões, primeiro combatendo os sassânidas, dinastia iraniana sucessora dos Partas, depois mantendo, com sucesso, os Árabes para além do Tauro. Mas por volta do ano 1000, os turcos, vindos da Ásia central, iniciaram contínuos ataques às fronteiras de Bizâncio, abalando seu controle sobre a Anatólia. Ainda assim, foi graças ao controle de Constantinopla sobre a península que a Primeira Cruzada pôde ser realizada por terra.

Turcos

Ver artigo principal: Turcos

Este ramo dos turcos ogures que veio a ser conhecido como seljúcidas, de origem uralo-altaica e proveniente das estepes ao noroeste da China, estabeleceu-se inicialmente na região do mar de Aral, depois em terras iranianas, daí partindo em direção à Anatólia. Os seljúcidas ocuparam a Anatólia pela primeira vez em 1071, após derrotarem o imperador bizantino Romano IV Diógenes na Armênia, em Manzikert. A partir daí, ocuparam e mantiveram o domínio da Anatólia, a despeito de temporárias reconquistas bizantinas e cruzadas e das invasões mongólicas aos países ao seu redor.

Em 1299, o turco Osmã, um veterano de guerra a quem o sultão dos seljúcidas legou um território ao redor de Sogut (noroeste da Anatólia), conquistou certa independência para seu senhorio, surgindo aí o embrião do Império Osmanli ou Otomano. Seu filho Bayezid I capturou Bursa e derrotou o exército de Andrónico III Paleólogo em Pelekanom, perto de Nicomédia, (atual İzmit), o que lhe possibilitou conquistar as últimas praças asiáticas do Império Bizantino. A partir da conquista da península de Galípoli por Salomão Paxá em 1354-56, os turcos Otomanos começaram a penetrar na Europa, conquistando Adrianópolis ( atual Edirne) em 1363. No ano 1397, já haviam atingido o Baixo Danúbio e as fronteiras húngaras.

O poderio otomano se expandiria também a leste, conquistando a aliança das tribos seljúcidas remanescentes na Anatólia e unificando os turcos sob o Sultanato Otomano. O revés sofrido pelo ataque de Tamerlão à Anatólia em 1402 não sustaria o avanço do Império Otomano, que contudo ainda coexistiria na península, até 1462, com os cristãos do Império de Trebizonda, que ocupava o território do antigo Ponto.

A presença turco-muçulmana na Anatólia e nos Bálcãs, e o agravamento da situação pela conquista de Constantinopla por Maomé II, desencorajou o comércio das nações cristãs da Europa com a China e a Índia. Isto incentivou a tentativa de estabelecimento de uma rota alternativa ao redor da África, e até mesmo rotas desconhecidas, para o oeste, através do Oceano Atlântico, para alcançar aquelas nações, fontes de especiarias. Estas experiências desencadeariam a Era dos Descobrimentos que culminou com a descoberta da América em 1492 e do Brasil em 1500. grassa a ass

Anatólia contemporânea

Mapa da Turquia

Embora o território do Império Otomano tenha se expandido e retraído notavelmente ao longo de seis séculos, a Anatólia - sobretudo sua porção centro-oeste - sempre foi a âncora geográfica da etnia turca, que manteve um controle permanente sobre a península até a dissolução do Sultanato, ao final da Primeira Guerra Mundial. As diversas províncias otomanas declararam-se independentes; entre elas a Turquia, que surgiu em 1922 como uma república laica ocupando toda a Anatólia e o pequeno território da extremidade sudeste da Europa conhecido como Trácia Turca.

Nos tempos contemporâneos, Anatólia e Turquia são termos que normalmente se confundem na etimologia popular, gerando equívocos como chamar a península, simplesmente, de Turquia; ou como se referir a santos cristãos e outros personagens históricos nativos da Anatólia Greco-Romana como "turcos".

Ver também

Ligações externas