Cajati (São Paulo)

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Cajati
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Cajati
Bandeira
Hino
Lema Liberdade e igualdade
Gentílico cajatiense
Localização
Localização de Cajati em São Paulo
Localização de Cajati em São Paulo
Localização de Cajati em São Paulo
Cajati está localizado em: Brasil
Cajati
Localização de Cajati no Brasil
Mapa
Mapa de Cajati
Coordenadas 24° 44' 09" S 48° 07' 22" O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Municípios limítrofes Norte: Eldorado;
Sudeste: Jacupiranga;
Sudoeste: Barra do Turvo
.[1]
Distância até a capital federal: 1 217
estadual: 232 km
História
Fundação 13 de junho de 1944 (79 anos)
Emancipação 19 de maio de 1991 (32 anos)
Administração
Prefeito(a) Luiz Henrique Koga (PL, 2021 – 2024)
Vereadores 9
Características geográficas
Área total [2] 454,436 km²
População total (Estimada IBGE/2021[3]) 28 441 hab.
Densidade 62,6 hab./km²
Clima Tropical (Am)
Altitude 75 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 11950-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,694 médio
Gini (PNUD/2010[5]) 0,47
PIB (IBGE/2019[6]) R$ 1,21 Bilhão
PIB per capita (IBGE/2019[6]) R$ 48 844,30
Sítio cajati.sp.gov.br (Prefeitura)
camaracajati.sp.gov.br (Câmara)

Cajati é um município da Região Geográfica Imediata de Registro, na Região Geográfica Intermediária de Sorocaba, no estado de São Paulo, no Brasil. Localiza-se a 24°44'09" de latitude sul, 48°07'22" de longitude oeste, a sudoeste da capital, distando desta cerca de 232 km, na porção paulista do vale do Ribeira. Situa-se entre 0 e 75 metros acima do nível do mar e seu clima é classificado como tropical chuvoso com inverno seco. Sua população foi estimada em 28 441 habitantes em 2019, e sua área é de 454 km² (62 hab./km²). Aproximadamente 73,0% da população mora na zona urbana. O município é formado somente pelo distrito sede, que inclui o povoado de Barra do Azeite.[7][8]

História[editar | editar código-fonte]

Por volta do ano 1000, a região foi invadida por povos tupis-guaranis procedentes da Amazônia, que expulsaram os habitantes anteriores, falantes de línguas do tronco linguístico macro-jê, para o interior do continente. No século XVI, quando os primeiros europeus chegaram à região, a mesma era habitada pelos carijós.[9]

Na década de 1810, chegaram, no Porto de Cananéia, alguns jovens portugueses: dentre eles, Matias de Pontes. Na sua busca por ouro, Matias e um índio chamado Botujuru foram desbravando e explorando a mata.

Matias queria conhecer a região, porém Botujuru, ao contrair malária, veio a falecer. Ele foi o primeiro ser humano de que se tem conhecimento a ser enterrado no lugar. Matias e outros apossaram-se de duas glebas de terras: o acampamento e outra localizada rio acima, onde havia uma pequena queda d'água, que, por essa razão, passou a se chamar Cachoeira. Logo à frente, estava a Serra do Guaraú.

Outros lugares formam denominados por ele e permanecem até hoje com a mesma nomenclatura:

Pouso Alto: pelo fato de dormirem numa árvore por medo de feras;

Barra do Azeite: por encontrarem enorme pedra, na qual um garrafão de azeite de mamona foi quebrado;

Lavras: por terem sido encontrados vestígios de pessoas que já haviam passado e lavrado uma canoa.

No entanto, foi no século XX que suas terras obtiveram maior evidência, quando se descobriu a possibilidade de exploração das jazidas locais, situadas, sobretudo, no Morro da Pedra Cata-Agulha.

Na década de 1930, o Brasil tinha grande falta de cimento e fertilizantes e suas necessidades eram atendidas por importação. A comprovação de existência de calcário e apatita nas rochas de um vulcão extinto, feita pelo Engenheiro de Minas do Instituto Geográfico e Geológico de São Paulo, Theodoro Knecht, levou o Grupo Moinho Santista, que, naquela época, fabricava apenas tecidos, a pedir autorização ao governo brasileiro para explorar o calcário das jazidas locais. Em 1939, período em que se iniciaram as atividades de lavras de apatita, a Serrana S/A de Mineração construiu uma vila de operários no local onde havia apenas casebres de trabalhadores dos bananais.

Foi necessário construir uma estrada de ferro que levasse a apatita da mina pela margem esquerda do Rio Jacupiranga à sede do município. Numa segunda etapa, era transportada até ao Porto de Cubatão em Cananéia e, em seguida, levada em barcos até Santos, para depois seguirem por ferrovia, até chegar a São Paulo.

Mas foi a partir da Segunda Guerra Mundial que a exploração de minérios assumiu maior importância no crescimento da região. O distrito de Cajati foi criado em 30 de novembro de 1944, no povoado de Corrente, território do município de Jacupiranga, por sua vez fundado em 1864.

Seu desenvolvimento, contudo, foi bastante lento devido à dificuldade de comunicação, comum às cidades daquela região. Assim, somente em 30 de dezembro de 1993, Cajati emancipou-se de Jacupiranga, tornando-se município autônomo.

Toponímia[editar | editar código-fonte]

"Cajati" é um termo originário da língua geral paulista que designa a árvore Cryptocarya mandioccana.[10][11]

Formação territorial-administrativa[editar | editar código-fonte]

Cajati foi elevado à categoria de Distrito de Jacupiranga em 13 de junho de 1944, pelo decreto-lei estadual nº 14 334, de 30 de novembro de 1944.

Em 19 de maio de 1991, foi realizado plebiscito para emancipação político-administrativa, tendo votação favorável de 95% dos eleitores. No dia 31 de dezembro de 1991, o Diário Oficial do Estado publicou a Lei Estadual nº 7 664, criando o Município de Cajati.[12]

Demografia[editar | editar código-fonte]

População[editar | editar código-fonte]

Crescimento populacional
Ano População Total
199626 743
200029 2279,3%
201028 372−2,9%
202228 5150,5%
Fontes:[13][14][15]
Censos Demográficos IBGE e Estimativas Fundação SEADE

Saúde[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento Econômico e Social[editar | editar código-fonte]

Religião[editar | editar código-fonte]

Doutrina Percentual Número
Evangélicos 43,11% 12 231
Católicos 29,89% 8 480
Sem Religião 22,32% 6 332
Cristã (Outras) 1,81% 514
Espírita 1,32% 374
Fonte: IBGE 2010[16]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Limita ao norte com o município de Eldorado, ao sudeste com o município de Jacupiranga e ao sudoeste com o município de Barra do Turvo.

Clima[editar | editar código-fonte]

O mês mais quente do ano é Fevereiro, com uma temperatura média de 34 °C. A temperatura média em Julho, é de 19,8 °C. É a temperatura média mais baixa de todo o ano. 52 milímetros é a precipitação do mês de Agosto, que é o mês mais seco. O mês de maior precipitação é Janeiro, com uma média de 246,8 milímetros. A diferença entre a precipitação do mês mais seco e do mês mais chuvoso é de 194,8 milímetros. As temperaturas médias, durante o ano, variam 13,02 °C.

Gráfico climático para Cajati
JFMAMJJASOND
 
 
247
 
34
21
 
 
220
 
34
22
 
 
191
 
33
21
 
 
104
 
31
18
 
 
86
 
28
15
 
 
82
 
27
13
 
 
68
 
27
13
 
 
52
 
29
14
 
 
97
 
29
16
 
 
113
 
30
17
 
 
110
 
32
19
 
 
168
 
33
21
Temperaturas em °CPrecipitações em mm

Fonte: cpa.unicamp.br [17]

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Rodovias[editar | editar código-fonte]

Ferrovias[editar | editar código-fonte]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Comunicações[editar | editar código-fonte]

A cidade era atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP)[19], que inaugurou a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica[20], sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo[21] para suas operações de telefonia fixa.

Administração Pública[editar | editar código-fonte]

Poder Executivo

O atual prefeito de Cajati é Luiz Henrique Koga, mais conhecido como Luiz Koga (PSDB), natural de Itapecerica da Serra no Estado de São Paulo, Empresário, com ensino médio completo, eleito em 2021 pela terceira vez. Na eleição, teve o apoio do partido PSDB. O atual vice-prefeito é Ronaldo de Oliveira Pinto, mais conhecido como Ronaldo Cantilio, do PSDB.

Poder Legislativo

O Poder Legislativo é representado pela câmara municipal, composta por nove vereadores com mandato de 4 anos, são eles: Sidinei Aparecido Ribeiro (Sidinei Bico), Adenise Pedrozo (Adenise da Gean Colchões), Alexandre Pacheco de Matos (Pacheco da Educação), Edirleia França Pereira (Lelo da Saúde), José Ancelmo Ribeiro (Zé Peixeiro), Lineu de Camargo (Lineu Fiscal), Priscila Correia Chagas de Castro (Priscila Chagas), Rosangela Aparecida Rodrigues (Rosângela Ro) e Walter José Romualdo (Waltinho Romualdo). Cabe aos vereadores na Câmara Municipal de Cajati, especialmente fiscalizar o orçamento do município, além de elaborar projetos de leis fundamentais à administração, ao Executivo e principalmente para beneficiar a comunidade.

Subsídios de cargos eletivos de Cajati em 2022[23][24]

Economia[editar | editar código-fonte]

Seu produto interno bruto em 2019 foi de 1,21 bilhão de reais, sendo que serviços e comércio geraram 386 milhões de reais (32%) e 188 milhões de reais (15%) foram gerados com a agricultura.

A mineração de apatita, níquel, água mineral e cal pelas empresas Mosaic Fertilizantes, Cimpor e Fosbrasil geraram, para a indústria, 521 milhões de reais (43%), contribuindo muito para o desenvolvimento do município, que arrecadou 122 milhões de reais (10% do produto interno bruto em impostos naquele mesmo ano.

Turismo[editar | editar código-fonte]

Há muitos eventos como rodeios trilhas, paraquedismo, voos de asa delta, cinema e teatro, também há espaço para o ecoturismo, com cachoeiras, rios e montanhas onde se pode saltar de paraquedas, ou simplesmente curtir o visual.

Os idosos também têm seu espaço garantido, com academias da terceira idade em diversos pontos da cidade, além dos centros de lazer e cultura onde podem se reunir para dançar, jogar e curtir.

Em Cajati, há três praças. Uma localizada na entrada da cidade no bairro Vila Vitória, outra no centro em frente da estação rodoviária e outra localizada no centro também, em frente da portaria da Vale Fertilizantes. Essas duas últimas praças contam com um palco em seu centro para que haja apresentações culturais e musicais.

Principais Pontos Turísticos:[25]
Cachoeira do Abraão Cachoeira do Rio Turvo Morro do Guaraú
Cachoeira do Azeite Cachoeira do Umuarama Museu da Capelinha
Cachoeira do Braço do Azeite Caverna da Capelinha O Guararema - Árvore Multicentenária[26]
Cachoeira do Braço Feio Caverna do Lamarca Parque Estadual do Rio Turvo - PERT
Cachoeira da Capelinha Corredeiras do Rio Guaraú Piscina Natural no Guaraú
Cachoeira do Lamarca Mirante do Aleixo RDS do Bairro Lavras
Cachoeira da Noiva do Lamarca Mirante da Cachoeira do Rio Turvo Sambaquis
Cachoeira da RDS Lavras Mirante do Guaraú Serra do Guaraú
Local do fóssil do Homem de Capelinha (fóssil Luzio com aproximadamente 10 mil anos)[27][28]

Atrações Turísticas (Manifestações Culturais)

  • Atalaias de Cristo
  • Natal Encantado

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Divisão Territorial» (PDF). Mapa Municipal Estatístico. 17 de junho de 2011. Consultado em 26 de junho de 2016 
  2. «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° PR-02 (R.PR-2/16). Consultado em 27 de fevereiro de 2017 
  3. «Panorama Cidade de Cajati-SP». Panorama Cidade de Cajati-SP. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  4. «Atlas do Desenvolvimento Humano». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 26 de junho de 2016 
  5. Atlas do Desenvolvimento Humano (2013). «Perfil - Cajati, SP». Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 8 de dezembro de 2018 
  6. a b «Produto Interno Bruto por Município». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 9 de fevereiro de 2022 
  7. «Municípios e Distritos do Estado de São Paulo» (PDF). IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico 
  8. «Divisão Territorial do Brasil». IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  9. BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição revista. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.
  10. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 551.
  11. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 316.
  12. Prefeitura municipal de Cajati. Disponível em http://www.cajati.sp.gov.br/novo_site/index.php?nivel=0&exibir=secoes&ID=79. Acesso em 20 de julho de 2017.
  13. «Censos Demográficos (1991-2022) | IBGE». www.ibge.gov.br 
  14. «Censos Demográficos (1872-1980) | IBGE». biblioteca.ibge.gov.br 
  15. «Biblioteca Digital Seade | Fundação Seade». bibliotecadigital.seade.gov.br 
  16. «SIDRA IBGE - Tabela 2103 - População residente, por situação do domicílio, sexo, grupos de idade e religião - 2010». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 24 de julho de 2018 
  17. «Clima dos Municípios Paulistas - Cajati». Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura. Consultado em 2 de julho de 2016 
  18. «Cajati -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 15 de setembro de 2020 
  19. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 
  20. «Nossa História». Telefônica / VIVO 
  21. GASPARIN, Gabriela (12 de abril de 2012). «Telefônica conclui troca da marca por Vivo». G1 
  22. Dados do candidato a vereador Sidinei Bico
  23. Subsídios de Prefeito e Vice-Prefeito de Cajati-SP
  24. Subsídios de Vereadores de Cajati-SP
  25. «Interior SP - Cidades - Cajati». Interior SP - Cidades. Consultado em 26 de fevereiro de 2017 
  26. «Cajati - Serviços ao Cidadão - Turismo - O Quararema» (PDF). Consultado em 22 de outubro de 2019 
  27. «Luzio – Capelinha – Registro do homem de 10 mil anos encontrado na região». Retratos e Roteiros - Parques. Consultado em 5 de março de 2017 
  28. «Luzio - Como vivia um paulista pré-histórico (comentado)». Ciências Biológicas - Primatas e Evolução Humana. Consultado em 5 de março de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]