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Deísmo: diferenças entre revisões

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== Ligações externas ==
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*[http://www.deism.com Associação internacional dos deístas (World Union of Deists)]
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*[http://www.temploiluminista.com/religioes-ainda-sao-necessarias.html Religiões ainda são necessárias ?]

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Revisão das 16h29min de 21 de agosto de 2009

Voltaire (1694-1778) filósofo francês, foi um Deísta. Acreditava que para chegar a Deus não se precisa ir à igreja, mas à razão.

O deísmo é uma postura filosófico-religiosa que admite a existência de um Deus criador, mas questiona a idéia de revelação divina [1]. É uma doutrina que considera a razão como uma via capaz de nos assegurar da existência de Deus, desconsiderando, para tal fim, a prática de alguma religião denominacional [1].

Introdução

O deísmo pretende enfrentar a questão da existência de Deus, através da razão, em lugar dos elementos comuns das religiões teístas tais como a "revelação divina", os dogmas e a tradição. Os deístas, geralmente, questionam as religiões denominacionais e seu(s) deus(es) dito(s) “revelado(s)”, argumentando que Deus é o criador do mundo, mas que não intervém, diretamente, nos afazeres do mesmo, embora esta posição não seja estritamente parte da filosofia deísta. Para os deístas, Deus se revela através da ciência e as leis da natureza.

É interessante dizer, que o conceito deísta de divindade não corresponde, necessariamente, ao que comumente a sociedade entende ser "deus". Ou seja, existem várias formas de se compreender aquilo que é, supostamente, transcendente ou sobrenatural. Então, Deus pode ser compreendido como o princípio vital, a energia criadora ou a força motriz do Universo. Todavia, não propriamente como um ser antropomórfico. Tal representação é específica das religiões fundamentalistas, os quais o deísta não considera como sendo a verdade.

O deísta não necessariamente nega que alguém possa receber uma revelação divina, mas essa revelação será válida apenas para a pessoa que a recebeu (se realmente a recebeu). Isto implica a possibilidade de estar aberto às diferentes religiões como manifestações diversas de uma mesma realidade divina, embora não crendo que nenhuma delas seja a “verdade” absoluta.

Muitos deístas podem ser definidos como agnósticos teístas, pois consideram que no dia-a-dia as ações humanas devem ser orientadas pelo pensamento racional.

História

Edward Herbert, considerado o "pai do deísmo", retratado por Isaac Oliver (1560–1617)

As raízes do deísmo estão ligadas aos antigos filósofos gregos, e sobretudo a filosofia aristotélica da primeira causa. Mais tarde este movimento floresce durante o Renascimento, com o apoio de cientistas britânicos e italianos como Galileu Galilei e Isaac Newton.

As primeiras obras de crítica bíblica, tais como Thomas Hobbes no Leviatan e Spinoza no Tratado Político Teológico, bem como obras de autores menos conhecidos, como Richard Simon e Isaac La Peyrère, pavimentaram o caminho para o desenvolvimento do deismo crítico.

Edward Herbert, Lorde de Cherbury (1583-1648), é geralmente considerado como o "pai do deismo inglês", e seu livro De Veritate (na verdade, It Is Distinguished from Revelation, the Probable, the Possible, and the False) (1624) a primeira grande demonstração do deismo. [2][3]

Herbert apresentou os pontos básicos do deísmo que pode ser resumido na seguinte maneira: Deus existe, e pode ser cultuado pelo arrependimento e por uma vida de tal modo digna, que a alma imortal possa receber a recompensa eterna em vez do castigo. Outros deístas influentes, como Charles Bloynt (1654-1693), John Tolarndt (1670-1722), Lorde Shaftesbury (1671-1713) pregaram que o cristianismo não era um mistério e poderia ter sua autenticidade verificada pela razão; tudo o que não pudesse ser provado pela razão deveria ser descartado.

Entretanto, foi na época do Iluminismo no final do século XVII, que o movimento deísta atingiu o seu apogeu partir dos escritos de autores ingleses e franceses como Thomas Hobbes, John Locke, Jean Jacques Rousseau e Voltaire. O mais famoso dos deistas franceses foi Voltaire, que adquiriu o gosto pela ciência newtoniana, e reforçou inclinações deístas, durante uma visita de dois anos a Inglaterra a partir de 1726.

Thomas Paine, grande divulgador do deísmo nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, com a imigração de deístas ingleses, a divulgação dos escritos deístas e a difusão das idéias iluministas nas Treze Colônias contribuiram para popularizar o deísmo nos Estados Unidos, com os escritos dos norte-americanos, John Quincy Adams, Ethan Allen, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, James Madison, George Washington e, especialmente, Thomas Paine em seu livro A Idade de Razão. Os princípios deístas, especificamente tiveram efeito sobre as estruturas política e religiosa dos Estados Unidos, tais como a separação entre Igreja e Estado e a liberdade religiosa.

O Deismo, geralmente considerado como uma influente escola de pensamento, declinou em cerca de 1800. O termo deísta tornou-se raramente utilizado, mas as crenças deístas, suas idéias e influências não. Elas podem ser vistos no século XIX na teologia liberal britânica e na ascensão do Unitarianismo, que adotou muitas das suas crenças e idéias. Mesmo hoje, há um número significativo de Web sites deístas.

Vários fatores contribuíram para um declínio geral na popularidade do deismo, incluindo:

Características

Os deistas acreditam na possibilidade da existência de dimensões transcendentais. Contudo, não estão presos a nenhum tipo de mitologia ou dogma. Frequentemente, os deístas se encontram insatisfeitos com as religiões denominacionais, e apresentam, geralmente, algumas afirmações que os diferenciam dos religiosos convencionais ou teístas.

Afirmações deístas

Porcentagem de pessoas que disseram acreditar em algum deus em pesquisa realizada em 2005 na União Européia.
  • 1- Acredito em um Deus, mas não pratico nenhuma religião em particular;
  • 2- Acredito que a palavra de Deus são as leis da natureza e do Universo, não os livros ditos "sagrados" escritos por homens em condições duvidosas;
  • 3- Gosto de usar a razão para pensar na possibilidade de existência de outras dimensões, não aceitando doutrinas elaboradas por homens;
  • 4- Acredito que os ideais religiosos devem tentar reconciliar e não contradizer a ciência.
  • 5- Creio que se pode encontrar Deus mais facilmente fora do que dentro de alguma religião;
  • 6- Desfruto da liberdade de procurar uma espiritualidade que me satisfaça;
  • 7- Prefiro elaborar meus princípios e meus valores pessoais pelo raciocínio lógico, do que aceitar as imposições escritas em livros ditos "sagrados" ou autoridades religiosas;
  • 8- Sou um livre pensador individual, cujas convicções não se formaram por força de uma tradição ou a "autoridade" de outros;
  • 9- Acredito que religião e Estado devem ser separados;

Deistas famosos

Ver artigo principal: Anexo:Lista de deístas

Ver também

Notas e Referências

  1. a b «Definição de deísmo» (em inglês) 
  2. Willey, Basil (1934). The Seventeenth Century Background. [S.l.: s.n.] 
  3. Orr, John (1934). English Deism: Its Roots and Its Fruits. [S.l.: s.n.] pp. 59 ff. 

Ligações externas