Dulce Bressane

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dulce Bressane
Nome completo Dulce Bressane Neno Rosa
Outros nomes Dulce Conforto
Nascimento 31 de março de 1956 (68 anos)
Rio de Janeiro, RJ Brasil
Ocupação Atriz
Diretora
Escritora
Professora de Teatro
Cônjuge Gerson Conforto (c. 1975; div. 1979)
Cláudio Savietto (c. 1979; div. 1993)

Dulce Bressane Neno Rosa (Rio de Janeiro, 31 de março de 1956) é atriz, diretora, escritora e professora de teatro brasileira. Adotou o nome Dulce Conforto de 1975 à 1986.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filha de Heloísa Maria Bressane Neno Rosa e Humberto Neno Rosa, começa a atuar ainda na infância, no antigo Colégio Sacré-Coeur de Jesus, em Laranjeiras, onde era desprezada pelas freiras: "as freiras faziam peças de teatro no fim do ano e nunca me chamavam. Eu não me intimidava e montava uma peça só minha, que elas me deixavam apresentar depois do teatro oficial."[1]

No dia 06 de dezembro de 1975, aos dezenove anos, após concluir o ensino médio, casa-se com o ilustrador Gerson Conforto e passa a adotar o seu sobrenome[2], já com o intuito de enveredar uma carreira artística: fato que viria a se concretizar após dar a luz ao primeiro filho Pedro, quando comunica a decisão ao marido e obtém apoio da família.

Ingressa na Faculdade de Arquitetura da UFRJ e ao mesmo tempo passa a trabalhar como modelo agenciada, cuja publicidade abre as portas para o primeiro convite: um teste para a novela Sinal de Alerta, de Dias Gomes com direção de Paulo Ubiratan, obtendo o papel da personagem Mariângela.[3] No ano seguinte integra o elenco de Feijão Maravilha, onde contracena com Cláudio Eugênio Savietto, que havia participado recentemente da série Ciranda Cirandinha e com quem viria a se casar após o término da novela. Na sequência integra o elenco de apoio do humorístico Planeta dos Homens.

Em 1980 é escalada para o elenco de Chega Mais, novela escrita por Carlos Eduardo Novaes, onde interpreta a personagem Patrícia Gomes, do núcleo rico da trama.[4] Para se aprimorar, faz muitos cursos: impostação de voz, dança e expressão corporal.

Nesse período dedica-se ainda mais intensamente ao teatro e dirige muitas peças autorais, sendo grande parte destinada ao público infantil: A Fada Mofada, Galileu: Uma Nova Estrela No Céu, com Denise Dumont, Antônio Pompêo e Ernesto Piccolo, entre outras. Conquista grande repercussão em Viveiro de Pássaros, que estreia no Teatro Casa Grande, no início de 1982, contracenando com Isaac Bardavid, Canarinho e grande elenco: peça dirigida por Tanah Corrêa a partir de argumento da atriz Sílvia Salgado.

Em 1983 migra para a Bandeirantes, onde passa a integrar a última fase de Os Imigrantes, novela de Benedito Ruy Barbosa, juntamente com Ricardo Blat e João Carlos Barroso, mas no ano seguinte retorna à Globo e participa do Caso Verdade, no episódio Começando a Vida.[5] Como professora, promove o curso de Teatro Infantil Mamãe Eu Quero, no Planetário do Rio juntamente com Julieta Sampaio, para crianças de 6 a 12 anos.

Em 1985 dirige Gang 85, que estreia no dia 06 de fevereiro no Botanic, onde conta com o apoio de seis atores cantando e dançando em esquetes com pitadas de erotismo.[6] Na sequência dirige o espetáculo As Múltiplas Faces de Hélice, estrelado por Bia Montez.

Em 1986 atua como professora do "Qualificação Profissional", na extinta TVE, época em que resolve adotar definitivamente o sobrenome de batismo e passa a se chamar artisticamente "Dulce Bressane"[7], em razão da popularidade obtida nos palcos de São Paulo, durante a excursão de A Tocha na América, de Gugu Olimecha, musicada por Aldir Blanc e Maurício Tapajós, com direção de Luiz Mendonça e coreografia de Tereza d'Aquino.[8]

Em 1989 elabora a sinopse de Quem Tirou Vovó do Armário para os autores Marcílio Moraes e Euclydes Marinho[9], que entregam à alta cúpula da Globo com o nome Os Sete Pecados Capitais, para estrear como novela substituindo Top Model no horário das 19h00. Em meio a uma série de escolhas, a emissora aprova o projeto, que passa a se chamar Mico Preto com colaboração de Dulce Bressane.[10]

Alia-se à Kátia D'ângelo para a produção de um musical, ideia que vinha desde 1986 e cuja parceria resulta na peça Procura-se um Amigo, que estreia no proscênio do palco do Canecão, em 1991, protagonizada por Natália Lage e Thiago D'Ângelo e que, em 1994, é publicada em livro.[11]

Em 2007 retorna à TV integrando o elenco da novela: Vidas Opostas, na Rede Record, vivendo a personagem Ruth[12], depois de um longo tempo afastada para se dedicar aos palcos e ao ensino teatral.

Entre os prêmios que recebeu destacam-se o do Festival de Cinema de Guarnicê e Recife, com o curta-metragem Tempo das Uvas em 1998; o Prêmio Satesp, com La Fontaine, em Fábulas; o Prêmio Roteiro, pela Secretaria Municipal de Cultura, com o espetáculo de dança Omoayiê, do XV Confaeb- Trajetória e Políticas do Ensino de Arte no Brasil, e o o prêmio de intercâmbio Cultural Brasil- França, patrocinado pelo Rotary Clube do Brasil, além do prêmio de debate do 1º Encontro de Profissionais da Cultura e do Teatro voltados para a Infância e a juventude.[13]

Posteriormente formou-se em Licenciatura Plena em Artes cénicas pela UNIRIO e Casa de Criação da TV Globo. Nos anos 2000 havia trabalhado como atriz em quase todas as emissoras de televisão, no cinema e no teatro, onde se firmou. Escreveu roteiros para cinema, colaborou em novelas, optou por ensinar novos talentos que queriam seguir carreira teatral e montou espetáculos, como escritora, produtora e diretora, o que a oportunizou desenvolver projetos educacionais junto com o Patrimônio Histórico da Marinha do Brasil.

Trabalhos[editar | editar código-fonte]

Televisão[editar | editar código-fonte]

Ano Título Personagem Emissora Notas
1978 Sinal de Alerta Mariângela Rede Globo
1979 Feijão Maravilha Denise Rede Globo
1980 Planeta dos Homens Esposa Rede Globo com Nuno Leal Maia
1980 Chega Mais Patrícia Gomes Rede Globo
1982 Os Imigrantes: Terceira Geração Adélia Bandeirantes
1984 A Máfia no Brasil Cordélia França Rede Globo
1984 Caso Verdade Suzete Rede Globo Episódio: Começando a Vida
1984 Humor Livre Repórter Rede Globo
1985 Tudo ou Nada Soraya Manchete
1986 Qualificação Profissional Professora TVE Brasil Quadro: TVE na Escola
1986 Sítio do Picapau Amarelo Tonica Rede Globo Episódio: A Trilha das Araras
1992 Despedida de solteiro Nena Rede Globo
1995 História de Amor Carla Rede Globo
1997 A Justiceira Lilian Pacheco Rede Globo
2006 Vidas Opostas Ruth Rede Record

Cinema[editar | editar código-fonte]

Ano Título Personagem Direção Nota
1990 Beijo 2348/72 Darlene Walter Rogério
1990 Aquele Breve Encanto Catarina Tânia Savietto Curta-metragem
1992 As Andorinhas do Coração de Maria Maria Francisco de Paula
1998 Tempo das Uvas Colombina Juarez Precioso Roteiro: Dulce Bressane

Teatro[editar | editar código-fonte]

Ano Título
1969 O Balcão
1970 Doçuras e Gostosuras
1975 Iluminação
1976 Luz, Câmera e Azaração!
1977 O Diário de Anne Frank
1978 Pó de Guaraná
1979 Intimidade
1980 Viveiro de Pássaros
1981 Blue Jeans
1982 Viveiro de Pássaros (2ª Temporada)
1983 Antigo Egito
A Tocha na América
1984 A Fada Mofada
1985 Foi Bom, Meu Bem?
1990 Doçuras e Gostosuras: Mais uma Vez
1992 O Homem, o Cavalo e Adoráveis Criaturas
1995 Xii... Deu Zebra
1996 Carimbada
1997 Pão com Ovo
2000 Bonitinha, Mas Ordinária
2001 Contos Urbanos
2005 Charles Baudelaire – Minha Terrível Paixão
2006 Maria Helena
Fábula dos Homens
2007 Uma Nova Estrela No Céu
A Lenda de Apoena
2008 Morrer ou Não?
2009 Outros Nomes
2010 A Lição
2011 Peça Interativa

Referências

  1. Acervo O Globo. «Vida Alheia». O Globo. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 
  2. Pedro Conforti. «Casamento de Dulce e Gerson». YouTube. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  3. Nilson Xavier. «Sinal de Alerta». Teledramaturgia. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  4. Nilson Xavier. «Chega Mais». Teledramaturgia. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  5. Correio de Notícias, 01 de setembro de 1984, p.14. «Televisão, por Ferreira Neto». Correio de Notícias. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  6. O Estado de Mato Grosso, 03 de fevereiro de 1985, p.4. «Televisão, por Hildegard Angel». O Estado de Mato Grosso. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  7. Jornal do Commercio, 04 de junho de 1986, p.20. «Coluna Hildegard Angel». Biblioteca Nacional. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  8. Última Hora, 29 de novembro de 1983, p.12. «A Tocha na América». Biblioteca Nacional. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  9. Folha de Hoje, 19 de novembro de 1989, p.2. «Cena Aberta, por Regina Rito». Folha de Hoje. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  10. Nilson Xavier. «Mico Preto». Teledramaturgia. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  11. Lucia Cerrone. «Caderno B». Jornal do Brasil. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  12. Nilson Xavier. «Vidas Opostas». Teledramaturgia. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .
  13. Museu Brasileiro de Rádio e Televisão. «Dulce Bressane». Museu da TV. Consultado em 1 de fevereiro de 2024 .

Ligações externas[editar | editar código-fonte]