Entimus imperialis

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Fotografia de um espécime de E. imperialis.
Fotografia de um espécime de E. imperialis.
Fotografia de um indivíduo de E. imperialis, pendurado em uma folha; Atibaia, São Paulo.
Fotografia de um indivíduo de E. imperialis, pendurado em uma folha; Atibaia, São Paulo.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Superfamília: Curculionoidea
Família: Curculionidae
Subfamília: Entiminae
Tribo: Entimini
Género: Entimus
Germar 1817[1][2]
Espécie: E. imperialis
Nome binomial
Entimus imperialis
(Forster, 1771)[1][2]
Imagem de E. imperialis retirada da obra Illustrations of exotic entomology, tomo 2., editada por Dru Drury e John Obadiah Westwood em 1837.[3] O seu brilho iridescente não consegue ser reproduzido em um desenho.[4]
Distribuição geográfica
O besouro E. imperialis é encontrado na região neotropical;[4] endêmico à Região Sudeste do Brasil.[5]
O besouro E. imperialis é encontrado na região neotropical;[4] endêmico à Região Sudeste do Brasil.[5]
Sinónimos
Curculio imperialis Forster, 1771[2][6]

Entimus imperialis (nomeado, em inglês, Brazilian diamond beetle[3][5] ou diamond weevil;[7][8][9] na tradução para o português, "besouro diamante brasileiro" ou "gorgulho diamante") é um inseto da ordem Coleoptera e da família Curculionidae;[1][2] um besouro cujo habitat são as florestas tropicais úmidas da região neotropical,[4] distribuído no leste da América do Sul e endêmico à Região Sudeste do Brasil, em áreas de Mata Atlântica;[5] descrito pelo naturalista alemão Johann Reinhold Forster, sob a denominação Curculio imperialis, em 1771;[1][2] sua descrição publicada em latim na obra Novæ species insectorum. Centuria I.[6] É citado como "um dos mais belos coleópteros do globo terrestre";[10] sendo considerados "verdadeiras joias vivas";[11] um espécime preservado intacto, em toda a sua beleza, parecendo estar cravejado de esmeraldas;[10] o que torna essa espécie "bastante popular".[5]

Entimus[editar | editar código-fonte]

Ο gênero Entimus contém oito espécies descritas e foi proposto por Ernst Friedrich Germar em 1817,[2] Entimus imperialis sendo a sua espécie-tipo.[12]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Besouro relativamente grande, medindo até 3 centímetros de comprimento, o seu corpo e cabeça sendo negros, esta última com duas faixas esverdeadas. Protórax dotado de duas faixas longitudinais negras, divididas entre uma faixa central e flancos esverdeados. Escutelo pequeno e verde. Antenas negras. Élitros, próximos ao protórax, quase quadrangulares, estreitando-se até as extremidades; cobertos por diversas fileiras de depressões circulares que são preenchidas com escamas reflexivas que criam um efeito de pontos verdes, dourados e até mesmo avermelhados e azuis, devido à presença de um tipo cristais tridimensionais, denominados "cristais fotônicos", que se parecem muito com uma opala. Os cientistas estudam estas depressões desde a sua descoberta, no início do século XIX, mas, até a primeira metade do século XXI, ninguém sabia como é que elas refletiam tanta luz; uma nova investigação de alta tecnologia revelando que os "diamantes" em seu dorso são apenas isso: quitina em um arranjo semelhante à estrutura do diamante, otimizada para produzir iridescência. Essa característica coloração é provavelmente usada como camuflagem e para facilitar o reconhecimento entre os sexos. Além disso, existem algumas áreas verde-azuladas, também iridescentes, nas pernas. Abdômen verde, com anéis prateados.[3][5][7][8][9][13][14][15] Por não apresentarem pigmentos químicos que esmaeçam, espécimes bem preservados continuam a produzir o seu brilho intacto.

Charles Darwin citou tais insetos "ornamentados com lindos tons metálicos ... esplêndidos besouros de diamante, que são protegidos por uma cobertura extremamente dura", em sua obra The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex (1871).[16]

Habitat e hábitos[editar | editar código-fonte]

Parece se saber pouco sobre a sua ecologia.[5] De acordo com texto publicado na Revista Chilena de Entomología (1951), o gênero Entimus parece ocorrer principalmente em áreas costeiras ou terras de baixa altitude, penetrando o interior através do curso dos rios. A mesma publicação cita que os hábitos alimentares dos adultos de Entimus imperialis podem estar associados às árvores de paineira (Chorisia) e embiriçu (Pseudobombax), de acordo com Bruch (1932), nada se comentando na ocasião sobre as suas larvas.[17]

Uso humano[editar | editar código-fonte]

No passado, esses besouros eram envoltos em ouro e apreciados como joias preciosas,[10] podendo ter sido usados como adornos nos vestidos das noivas.[11]

Referências

  1. a b c d «Entimus imperialis (Forster, 1771)». SiBBr - Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  2. a b c d e f «Entimus imperialis (Forster, 1771)» (em inglês). EOL. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  3. a b c DRURY, Dru; WESTWOOD, John Obadiah (1837). Illustrations of Exotic Entomology. : containing upwards of six hundred and fifty figures and descriptions of foreign insects, interspersed with remarks and reflections on their nature and properties. Vol. II (em inglês). Londres: Bohn, Henry G. - Google Books. pp. 65–66. 100 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  4. a b c GODINHO JR., Celso L. (2011). Besouros e Seu Mundo. Com 1400 ilustrações em cores desenhadas pelo autor 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. pp. 402–403. 478 páginas. ISBN 978-85-61368-16-6 
  5. a b c d e f Boll, Piter Kehoma (15 de Julho de 2022). «Friday Fellow: Brazilian Diamond Weevil» (em inglês). Earthling Nature; From buds to claws - WordPress. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  6. a b FORSTER, Johann Reinhold (1771). «Novæ species insectorum. Centuria I» (em latim). Biodiversity Heritage Library. p. 34. 100 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  7. a b c Wilts, Bodo D.; Michielsen, Kristel; De Raedt, Hans; Stavenga, Doekele (dezembro de 2011). «Hemispherical Brillouin zone imaging of a diamond-type biological photonic crystal» (em inglês). Journal of the Royal Society Interface 9(72):1609-14 (ResearchGate). p. 1. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  8. a b Cole75, Stuart (26 de dezembro de 2012). «Diamond Weevil» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2023. Photonic scales on elytron of Diamond Weevil (Entimus imperialis). 
  9. a b c Mosher, Dave (21 de dezembro de 2011). «Diamond Weevil's Rainbow Bling Really Is Diamond» (em inglês). WIRED. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  10. a b c STANEK, V. J. (1985). Encyclopédie des Insectes. 270 illustrations en couleurs (em francês) 2ª ed. Praga: Gründ. p. 331. 352 páginas. ISBN 2-7000-1319-0 
  11. a b TINOCO, Roberto Muylaert (julho 1975). Coleópteros: Monstros e Jóias de natureza. Revista Geográfica Universal. Nº 10. p. 35. 124 páginas. Brasil. Bloch Editores.
  12. Girón, Jennifer C. (30 de dezembro de 2020). «Status of knowledge of the broad-nosed weevils of Colombia (Coleoptera, Curculionidae, Entiminae)» (em inglês). Neotropical Biology and Conservation 15(4). pp. 583–674. Consultado em 20 de agosto de 2023. The type species for Entimus, Entimus imperialis Forster, 1771 (Forster 1771, 34), has been the focus of studies regarding the structural colouration of its scales which, as in other entimines, contain three-dimensional photonic crystals with diamond-type structure (e.g. Wilts et al. 2012). 
  13. Deparis, Olivier; Vigneron, Jean Pol (23 de dezembro de 2009). «Modeling the photonic response of biological nanostructures using the concept of stratified medium: The case of a natural three-dimensional photonic crystal» (em inglês). Materials Science and Engineering: B. Volume 169, Issues 1–3 (Elsevier). pp. 12–15. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  14. Wilts, Bodo D.; Michielsen, Kristel; Kuipers, Jeroen; De Raedt, Hans; Stavenga, Doekele G. (29 de fevereiro de 2012). «Brilliant camouflage: photonic crystals in the diamond weevil, Entimus imperialis» (em inglês). Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  15. CASAS, Jérôme; SIMPSON, Stephen J. (9 de julho de 2010). Advances in Insect Physiology. Insect Integument and Colour, Volume 38 (em inglês). Reino Unido: Elsevier - Google Books. p. 210. 376 páginas. ISBN 978-0-12-381389-3. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  16. SMITH, Kenneth G. V. (24 de setembro de 1987). «Darwin's insects» (em inglês). Bulletin of the British Museum (Natural History) Historical Series 14(1). (Biodiversity Heritage Library). p. 57. 298 páginas. Consultado em 30 de dezembro de 2023 
  17. VAURIE, Patricia‎ (1951). «Revision of the genus Entimus with notes on other genera of Entimini (Coleoptera Curculionidae).» (em inglês). Revista Chilena de Entomología 1 (Biodiversity Heritage Library). p. 152. 170 páginas. Consultado em 30 de dezembro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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