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Neolítico: diferenças entre revisões

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Por volta de 10.000 [[a.c]], ou seja, há cerca de 12 mil anos, no Período Mesolítico, deram-se várias transformações climáticas,que viriam a criar condições favoráveis para a prática da agricultura e criação de animais. A invenção da [[agricultura]] ocorreu nos vales férteis dos grandes rios do [[Oriente Próximo]], em uma região chamada [[Crescente fértil]].
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No 8º milénio [[a.c]] já se cultivavam cereais como [[trigo]] e [[cevada]]. O [[feijão]], o [[milho]] e o [[arroz]] foram das primeiras culturas que o homem realizou. Na mesma época animais como o cão, o carneiro ou a cabra já eram domesticados. O homem passou assim de [[nômade]] a agricultor e pastor. Cria-se, assim, um novo tipo de economia, chamada de economia de produção, em que os seres humanos já sabem produzir os alimentos necessários à sua sobrevivência, graças à criação de animais e ao cultivo da terra.
No 8º milénio [[a.c]] já se cultivavam cereais como [[trigo]] e [[cevada]]. O [[feijão]], o [[milho]] e o [[arroz]] foram das primeiras culturas que o homem realizou. Na mesma época animais como o cão, o carneiro ou a cabra já eram domesticados. O homem passou assim de [[nômade]] a agricultor e pastor. Cria-se, assim, um novo tipo de economia, chamada de economia de produção, em que os seres humanos já sabem produzir os alimentos necessários à sua sobrevivência, graças à criação de animais e ao cultivo da terra.

Revisão das 22h54min de 4 de maio de 2016


História
Pré-história Idade da Pedra

Paleolítico

Paleolítico Inferior c. 3,3 milhões - c. 300.000 a.C.
Paleolítico Médio c. 300.000 - c. 30.000 a.C.
Paleolítico Superior c. 30.000 - c. 10.000 a.C.
Mesolítico c. 13.000 - c. 9.000 a.C.

Neolítico

c. 10.000 - c. 3.000 a.C.
Idade dos Metais Idade do Cobre c. 3.300 - c. 1.200 a.C.
Idade do Bronze c. 3.300 - c. 700 a.C.
Idade do Ferro c. 1.200 a.C. - c. 1.000 d.C.
Idade Antiga Antiguidade Oriental c. 4.000 - c. 500 a.C.
Antiguidade Clássica c. 800 a.C. - 476 d.C.
Antiguidade Tardia c. 284 d.C. - c. 750
Idade Média Alta Idade Média 476 - c. 1000
Baixa Idade Média Idade Média Plena c. 1000 - c. 1300
Idade Média Tardia c. 1300 - 1453
Idade Moderna 1453 - 1789
Idade Contemporânea 1789 - hoje
Artefatos do período Neolítico

Neolítico (pedra nova) ou Período da Pedra Polida é o período histórico que vai aproximadamente do décimo milênio a.C., com o início da sedentarização e surgimento da agricultura, ao terceiro milênio a.C., dando lugar à Idade dos Metais. Não se aplica à pré-história europeia nem americana, incluindo a do Brasil.

Características

As primeiras aldeias eram criadas próximas a rios, de modo a usufruir da terra fértil (onde eram colocadas sementes para plantio) e água para homens e animais. Também nesse período começa a domesticação de animais (cabra, boi, cão, dromedário, etc). O trabalho passa a ser dividido entre homens e mulheres, os homens cuidam da segurança, caça e pesca, enquanto as mulheres plantam, colhem e educam os filhos. A disponibilidade de alimento permite também às populações um aumento do tempo de lazer e a necessidade de armazenar os alimentos e as sementes para cultivo leva à criação de peças de cerâmica, que vão gradualmente ganhando fins decorativos.

Surge também o comércio, o dinheiro, que facilita a troca de materiais, e que era, na época, representado por sementes. Estas sementes, diferenciadas umas das outras, representam cada tipo, cada valor. Uma aldeia, ao produzir mais do que o necessário e, para não perder grande parte da produção que não iria ser utilizada, troca o excesso por peças de artesanatos, roupas e outras utensílios com outras aldeias.

Neste momento deixam de usar peles de animais como vestimenta, que dificultam a caça e muitas outras atividades pelo seu peso, e passam a usar roupas de tecido de , linho e algodão, mais confortáveis e leves.

Revolução Neolítica

Essas mudanças de comportamento foram consideradas tão importantes que o arqueólogo Gordon Childe designou este momento de Revolução Neolítica, ou Revolução agrária, fator decisivo para a sobrevivência dos povos nesse período.

A Revolução Neolítica durou por volta de 10.000 anos, e seus principais pontos são:

  • A crosta terrestre aquece, aumentando o nível dos mares e resultando em alterações climáticas.
  • Formam-se grandes rios e desertos, além de florestas temperadas e tropicais.
  • Animais de grande porte desaparecem e dão origem à fauna que conhecemos hoje.
  • A vida vegetal modifica-se, favorecendo a sobrevivência humana.
  • Dão-se grandes conquistas técnicas do homem que, aliadas às transformações do ambiente, permitem ao ser humano controlar gradativamente a natureza.
  • O homem aprende aos poucos a reproduzir plantas, domesticar animais e estocar alimentos.
  • A agricultura e a domesticação de animais favorecem um sensível aumento populacional em algumas regiões.
  • Ampliam-se as conquistas técnicas, como a produção de cerâmica.
  • Os povos aprendem aos poucos como se organizar e trabalhar em sistemas cooperativos.

Os estudiosos acreditam que como o homem da Idade da Pedra não conhecia a escrita, ele gravava desenhos nas paredes das cavernas, que utilizava como meio de comunicação.

O Neolítico, pelo fato de ter sido o último período pré-histórico, terminou com o surgimento da escrita. A transição do Neolítico para a Idade dos Metais (Idade do Bronze e Idade do Ferro) caracterizou a transição da Pré-História para a História

Mesolítico

Ver artigo principal: Mesolítico

Por volta de 10.000 a.c, ou seja, há cerca de 12 mil anos, no Período Mesolítico, deram-se várias transformações climáticas,que viriam a criar condições favoráveis para a prática da agricultura e criação de animais. A invenção da agricultura ocorreu nos vales férteis dos grandes rios do Oriente Próximo, em uma região chamada Crescente Fértil.

No 8º milénio a.c já se cultivavam cereais como trigo e cevada. O feijão, o milho e o arroz foram das primeiras culturas que o homem realizou. Na mesma época animais como o cão, o carneiro ou a cabra já eram domesticados. O homem passou assim de nômade a agricultor e pastor. Cria-se, assim, um novo tipo de economia, chamada de economia de produção, em que os seres humanos já sabem produzir os alimentos necessários à sua sobrevivência, graças à criação de animais e ao cultivo da terra.

Economia e organização social

Mapa da Europa neolítica no apogeu da expansão das áreas do Danúbio e Mediterrâneo.

Economia

Ver artigo principal: Economia do Neolítico

Com a criação de animais e a agricultura, o homem sentiu necessidade de se fixar a um lugar. Surgiram assim as primeiras aldeias, normalmente junto ou próximas dos grandes rios como o Nilo, Eufrates, Tigre ou Jordão (Jericó), devido à necessidade de água para regar e fertilizar os campos. No entanto há também aldeias em planaltos, como Çatalhüyük, na Anatólia.

Com a criação das aldeias e com uma nova economia, surgiu a chamada divisão do trabalho e a diferenciação social. Estes dois novos tipos de sobrevivência baseavam-se no sexo e na idade: os mais velhos exerciam a autoridade sobre os mais novos. Enquanto que os homens se dedicavam aos rebanhos e à caça, as mulheres praticavam a agricultura e encarregavam-se das tarefas domésticas. Com a criação dos aldeamentos, a população cresceu. À medida que isso aconteceu, as tarefas e a divisão do trabalho foram-se tornando mais complexas. Enquanto que uns produziam e cuidavam do gado e da terra, outros dedicavam-se à criação de vestuário e à defesa do território. Assim, os guerreiros, curandeiros e sacerdotes passaram a ter mais autoridade sobre os outros, destacando assim a diferenciação social.

Progressos técnicos

O Neolitico caracteriza-se essencialmente pelo surgimento da pedra polida, que era usada em machados e outros instrumentos. Técnicas como a cerâmica, a tecelagem, cestaria, moagem, a descoberta da roda e a tração animal mostram os grandes progressos técnicos observados neste período.

Religião

A arqueologia registra que nos períodos Paleolítico e do Neolítico houve a primeira manifestação humana de uma religião a qual baseou-se no culto à mulher [1], ao feminino e a associação desta à Natureza, ao poder de dar a vida [2]. Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo" e cobertas por um pigmento de cor ocre vermelho, que simbolizava o sangue, e que estavam intimamente ligados ao ritual de adoração às estatuetas femininas; escavações apresentaram que estas estatuetas eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos masculinos localizados em posições periféricas ou ladeando as estatuetas femininas [3].

Habitações

Nas casas redondas, a família sentava-se em bancos de pedra, encostados às paredes. Os lugares eram ocupados segundo a idade e posição social. Os materiais de construção eram sólidos, como a argila seca ou madeira, os alicerces eram em pedra ou pilares de madeira, e cobertos por terraços ou telhados feitos de colmo. As camas normalmente eram feitas do mesmo material que as paredes. As casas possuíam apenas uma divisão com uma lareira para aquecê-la.

Vestuário

Os homens usavam saias de negra ou de tecidos de pele de cabra (nome antigo: samarras), que caíam sobre bragas, uma espécie de calças curtas e largas. As mulheres usavam roupas coloridas e cobriam a cabeça com véus que caíam até os olhos, escondendo-lhes os cabelos entrançados. No pescoço, braços e orelhas usavam pesados adornos de ouro, prata ou cobre.

Cultura

O cultivo da terra deu origem a cultos agrários, já que os homens acreditavam que havia fenômenos naturais e forças sobrenaturais que influenciavam as colheitas. Surgiram assim as primeiras estátuas, que mostram uma deusa, ligando a fertilidade da mulher à fertilidade da terra. Outra manifestação artística foi a criação dos monumentos megalíticos, para o culto funerário. Os mais simples são os menires e os dólmens. Ao agrupamento de vários menires em linha ou círculo dá-se o nome de cromeleques.

Referências

  1. Ufpb, Revista Artemis
  2. O cálice e a espada, Riane Eisler, p.14
  3. O cálice e a espada, Riane Eisler, p.18

Ver também