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Liberdade (bairro de São Paulo): diferenças entre revisões

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== Início da colonização japonesa ==
== Início da colonização japonesa ==
Conhecido por ser um bairro de orientais, a Liberdade era um bairro de negros. Abrigou organização de ex escravos e descendentes como a Frente Negra Brasileira e mais tarde o Paulistano da Glória que foi um sindicato de domésticas que virou escola de samba e era liderado pelo sambista Geraldo Filme.

A presença japonesa no bairro começa quando em [[1912]] os [[Imigração japonesa no Brasil|imigrantes japoneses]] começaram a residir na [[rua Conde de Sarzedas]], ladeira íngreme, onde na parte baixa havia um riacho e uma área de várzea.
A presença japonesa no bairro começa quando em [[1912]] os [[Imigração japonesa no Brasil|imigrantes japoneses]] começaram a residir na [[rua Conde de Sarzedas]], ladeira íngreme, onde na parte baixa havia um riacho e uma área de várzea.



Revisão das 14h18min de 25 de maio de 2016

 Nota: Para outros significados de Liberdade, veja Liberdade (desambiguação).
Liberdade
リベルダーデ
Bairro de São Paulo
Dia Oficial 2º sábado de dezembro
Fundação dezembro de 1905 (118 anos)
Estilo arquitetônico inicial Ecletista e Art nouveau
Estilo arquitetônico predominante brutalista e orgânica (incluindo a
arquitetura oriental)
Imigração predominante  Japão  China Coreia do Sul Coreia do Sul
Habitantes 218.310 sendo: 65% japoneses (Censo 2013)
Distrito Liberdade e
Subprefeitura
Região Administrativa Centro
Mapa

A Liberdade é um bairro turístico da cidade de São Paulo, localizado parte no distrito da Liberdade e parte no distrito da . É conhecido como o maior reduto da comunidade japonesa na cidade, a qual, por sua vez, congrega a maior colônia japonesa do mundo

Início da colonização japonesa

Conhecido por ser um bairro de orientais, a Liberdade era um bairro de negros. Abrigou organização de ex escravos e descendentes como a Frente Negra Brasileira e mais tarde o Paulistano da Glória que foi um sindicato de domésticas que virou escola de samba e era liderado pelo sambista Geraldo Filme.

A presença japonesa no bairro começa quando em 1912 os imigrantes japoneses começaram a residir na rua Conde de Sarzedas, ladeira íngreme, onde na parte baixa havia um riacho e uma área de várzea.

Um dos motivos de procurarem essa rua é que quase todos os imóveis tinham porões, e os aluguéis dos quartos no subsolo eram incrivelmente baratos. Nesses quartos moravam apenas grupos de pessoas. Para aqueles imigrantes, aquele cantinho da cidade de São Paulo significava esperança por dias melhores. Por ser um bairro central, de lá poderiam se locomover facilmente para os locais de trabalho.

Já nessa época começaram a surgir as atividades comerciais: uma hospedaria, um empório, uma casa que fabricava tofu (queijo de soja), outra que fabricava manju (doce japonês) e também firmas agenciadoras de empregos, formando assim a “rua dos japoneses”.

Letreiros orientais.

Em 1915 foi fundada a Taisho Shogakko (Escola Primária Taisho), que ajudou na educação dos filhos de japoneses, então em número aproximado de 300 pessoas.

Em 1932 eram cerca de 2 mil os japoneses na cidade de São Paulo. Eles vinham diretamente do Japão e também do interior, após encerrarem o contrato de trabalho na lavoura. Todos vinham em busca de uma oportunidade na cidade. Cerca de 600 japoneses moravam na rua Conde de Sarzedas. Outros moravam nas ruas Irmã Simpliciana, Tabatinguera, Conde do Pinhal, Conselheiro Furtado, dos Estudantes e Tomás de Lima (hoje Mituto Mizumoto), onde em 1914 foi fundado o Hotel Ueji, pioneiro dos hotéis japoneses em São Paulo. Os japoneses trabalhavam em mais de 60 atividades, mas quase todos os estabelecimentos funcionavam para atender a coletividade nipo-brasileira.

Em 12 de outubro de 1946 foi fundado o jornal São Paulo Shimbun, o primeiro no pós-guerra entre os nikkeis. Em 1º de janeiro de 1947 foi a vez do Jornal Paulista. No mesmo ano foi inaugurada a Livraria Sol (Taiyodo), ainda hoje presente no bairro da Liberdade, que passa a importar livros japoneses através dos Estados Unidos. A agência de viagens Tunibra inicia as atividades no mesmo ano. Uma orquestra formada pelo professor Masahiko Maruyama faz o primeiro concerto do pós-guerra em março de 1947, no auditório do Centro do Professorado Paulista, na Avenida Liberdade.

Vista de uma das ruas do bairro da Liberdade.

Em 23 de julho de 1953, Yoshikazu Tanaka inaugurou na rua Galvão Bueno um prédio de 5 andares, com salão, restaurante, hotel e uma grande sala de projeção no andar térreo, para 1.500 espectadores, batizado de Cine Niterói. Eram exibidos semanalmente filmes diferentes produzidos no Japão, para o entretenimento dos japoneses de São Paulo. A rua Galvão Bueno passa a ser o centro do bairro japonês, crescendo ao redor do Cine Niterói, tendo recebido parte dos comerciantes expulsos da rua Conde de Sarzedas. Era ali que os japoneses podiam encontrar um cantinho do Japão e matar saudades da terra natal. Na sua época áurea, funcionavam na região os cines Niterói, Nippon (na rua Santa Luzia – atual sede da Associação Aichi Kenjin kai), Joia (na praça Carlos Gomes – hoje casa de shows[1]) e Tokyo (rua São Joaquim – também igreja).

Em abril de 1964 foi inaugurado o prédio da Associação Cultural Japonesa de São Paulo (Bunkyô) na esquina das ruas São Joaquim e rua Galvão Bueno.

A nova urbanização

O ano de 1968 representou o início das mudanças no bairro. A Diametral Leste-Oeste obrigou o Cine Niterói, marco inicial da prosperidade do bairro, a se mudar para a esquina da Avenida Liberdade com a Rua Barão de Iguape (atualmente funciona no local o Hotel Barão Lu). A rua Conselheiro Furtado, que era estreita, foi alargada, diminuindo a força comercial do local. Além disso, com a construção da Estação Liberdade do metrô, na década de 70, alguns pontos comerciais da Rua Galvão Bueno e da Avenida Liberdade desapareceram.

A Liberdade deixou de ser um reduto exclusivo dos japoneses. Muitos deixaram de residir na região, mantendo apenas seus estabelecimentos comerciais. Com isso, o bairro passou a ser procurado também por chineses e coreanos, o que fez com que o bairro não fosse apenas conhecido como o "bairro japonês", mas também como o "bairro oriental" de São Paulo.

Além de lojas, restaurantes e bares orientais, o bairro passou a oferecer outros atrativos. A Praça da Liberdade é utilizada como palco para manifestações culturais, como o bon odori, dança folclórica japonesa. Os palcos dos cinemas japoneses passaram a receber também artistas e cantores japoneses.

Graças à iniciativa da Associação da Liberdade, o bairro recebeu decoração no estilo oriental, com a instalação de lanternas suzurantõ. Em 1973, a Liberdade foi vencedora do concurso de decoração de ruas das festas natalinas.

Lojas do bairro.

Em 28 de janeiro de 1974, a Associação de Confraternização dos Lojistas passou a ser chamada oficialmente de Associação dos Lojistas da Liberdade. Seu primeiro presidente, Tsuyoshi Mizumoto, buscou a caracterização do bairro oriental. A Feira Oriental passou a ser organizada nas tardes de domingo, com barracas de comida típica e de artesanato, na Praça da Liberdade. No dia 18 de junho de 1978, por ocasião da comemoração dos 70 anos da imigração japonesa no Brasil, iniciou-se a prática do Rádio Taissô, na praça da Liberdade. São dezenas de pessoas que fazem uma sessão diária de ginástica.

Nas décadas de 1980 e 1990, pequenas mudanças ocorreram no bairro. As casas noturnas foram gradativamente substituídas por karaokês, uma nova mania que começava a tomar conta do bairro. Atualmente, o bairro é conhecido como um bairro turístico. A rua Galvão Bueno, a rua São Joaquim e a Praça da Liberdade são pontos do bairro que transmitem melhor a presença japonesa. O bairro atrai muitos japoneses e nipo-brasileiros pelo comércio de roupas, alimentos, utensílios, festas típicas, entre outros, atraindo também não nipodescendentes.

Comércio.

Festas típicas

O bairro ainda guarda muito da tradição japonesa e oriental através das festas típicas que se realizam ao longo do ano segundo o calendário abaixo.

As famosas feiras realizadas na região.

Janeiro:

  • Ano Novo Chinês. No início do ano é realizado a comemoração do ano novo chinês. Apresentação de manifestações culturais típicas do oriente são apresentadas, e são desejados as boas vindas ao ano novo.

Abril:

  • Hanamatsuri. É o Festival das Flores, realizado em conjunto com a Federação das Seitas Budistas. O desfile do grande elefante branco carregando o pequeno Buda acontece no sábado.

Junho:

  • Campeonato de sumô da Liberdade. Grande campeonato com atletas de todo o país. Realiza-se aqui a seleção dos atletas juvenis que representarão o Brasil no campeonato mundial de sumô. A arena (dohyo) e as arquibancadas são montadas em plena Praça da Liberdade.

Julho:

  • Tanabata Matsuri. É o Festival das Estrelas, realizado em conjunto com a Associação Miyagui Kenjinkai. As principais ruas do bairro são enfeitadas com bambu e grandes enfeites de papel simbolizando as estrelas. Os visitantes colocam um pedaço de papel com pedidos.

Dezembro:

  • Toyo Matsuri. É o Festival Oriental. Apresentação de várias manifestações culturais do oriente. O bairro recebe o Nobori, coloridas bandeiras verticais.
  • Moti Tsuki, o Festival de Final do Ano. O arroz é socado em pilão para a confecção do moti (bolinho de arroz) que é distribuído aos presentes para dar sorte. Sempre no dia 31 de dezembro.

Pontos turísticos

  • Feira da Liberdade
  • Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil
  • Templo Busshinji Comunidade Soto Zen Shu
  • Templo Quannin do Brasil

Galeria de fotos

Referências

Ligações externas