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Amélia Rey Colaço: diferenças entre revisões

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Talentosa, culta e empreendedora, Amélia Rey Colaço atuou em vários planos na direção da companhia — estruturou um grupo coeso e exigente, empenhou-se na dignificação social do [[actor]], conquistando para ele um estatuto de superioridade, à medida que organizava um reportório ambicioso, à revelia da [[Censura em Portugal|censura]]. Chamou pintores prestigiados para colaborarem na cenografia, casos de [[Raul Lino]], [[Almada Negreiros]] ou [[Eduardo Malta]]. Contratou nomes que eram ídolos do público de então, como [[Palmira Bastos]], [[Nascimento Fernandes]], [[Alves da Cunha]], [[Lucília Simões]], Estêvão Amarante, [[Maria Matos]] ou [[Vasco Santana]].
Talentosa, culta e empreendedora, Amélia Rey Colaço atuou em vários planos na direção da companhia — estruturou um grupo coeso e exigente, empenhou-se na dignificação social do [[actor]], conquistando para ele um estatuto de superioridade, à medida que organizava um reportório ambicioso, à revelia da [[Censura em Portugal|censura]]. Chamou pintores prestigiados para colaborarem na cenografia, casos de [[Raul Lino]], [[Almada Negreiros]] ou [[Eduardo Malta]]. Contratou nomes que eram ídolos do público de então, como [[Palmira Bastos]], [[Nascimento Fernandes]], [[Alves da Cunha]], [[Lucília Simões]], Estêvão Amarante, [[Maria Matos]] ou [[Vasco Santana]].


Fazendo escola, revelou uma inteira geração de novos actores, como [[Raul de Carvalho (ator)|Raul de Carvalho]], [[Álvaro Benamor]], [[Maria Lalande]], [[Assis Pacheco]], [[João Villaret]], [[Augusto de Figueiredo]], [[Paiva Raposo]], [[Eunice Muñoz]], [[Carmen Dolores]], [[Maria Barroso]], [[João Perry]], [[Madalena Sotto]], [[Helena Félix]], [[Rogério Paulo]], [[José de Castro (actor)|José de Castro]], [[Lourdes Norberto]], [[Varela Silva]], [[Ruy de Carvalho]], [[Filipe La Féria]] ou [[João Mota]]. Alternando entre obras clássicas e modernas, abriu como nunca as portas à dramaturgia portuguesa, representando obras de [[António Ferreira]], [[José Régio]], [[Alfredo Cortez]], [[Virgínia Vitorino]], [[Carlos Selvagem]], [[Romeu Correia]], [[Bernardo Santareno]], [[Luís de Sttau Monteiro]], entre outros.
Fazendo escola, revelou uma inteira geração de novos actores, como [[Raul de Carvalho (ator)|Raul de Carvalho]], [[Álvaro Benamor]], [[Maria Lalande]], [[Assis Pacheco (ator)|Assis Pacheco]], [[João Villaret]], [[Augusto de Figueiredo]], [[Paiva Raposo]], [[Eunice Muñoz]], [[Carmen Dolores]], [[Maria Barroso]], [[João Perry]], [[Madalena Sotto]], [[Helena Félix]], [[Rogério Paulo]], [[José de Castro (actor)|José de Castro]], [[Lourdes Norberto]], [[Varela Silva]], [[Ruy de Carvalho]], [[Filipe La Féria]] ou [[João Mota]]. Alternando entre obras clássicas e modernas, abriu como nunca as portas à dramaturgia portuguesa, representando obras de [[António Ferreira]], [[José Régio]], [[Alfredo Cortez]], [[Virgínia Vitorino]], [[Carlos Selvagem]], [[Romeu Correia]], [[Bernardo Santareno]], [[Luís de Sttau Monteiro]], entre outros.


Com ousadia, revelou autores como [[Jean Cocteau]], [[Jean Anouilh]], [[Frederico Garcia Lorca|Lorca]], [[Bertolt Brecht|Brecht]], [[Valle Ínclan]], [[Alejandro Casona]], [[Eugene O'Neill]], [[Tennessee Williams]], [[Arthur Miller]], [[Pirandello]], [[Eduardo De Filippo]], [[Max Frisch]], [[Ionesco]], [[Friedrich Dürrenmatt|Dürrenmatt]] e [[Edward Albee]].
Com ousadia, revelou autores como [[Jean Cocteau]], [[Jean Anouilh]], [[Frederico Garcia Lorca|Lorca]], [[Bertolt Brecht|Brecht]], [[Valle Ínclan]], [[Alejandro Casona]], [[Eugene O'Neill]], [[Tennessee Williams]], [[Arthur Miller]], [[Pirandello]], [[Eduardo De Filippo]], [[Max Frisch]], [[Ionesco]], [[Friedrich Dürrenmatt|Dürrenmatt]] e [[Edward Albee]].

Revisão das 19h16min de 15 de janeiro de 2017

Amélia Rey Colaço
Amélia Rey Colaço
Nome completo Amélia Schmidt Lafourcade Rey Colaço Robles Monteiro
Nascimento 2 de março de 1898
Lisboa, Reino de Portugal Portugal
Nacionalidade portuguesa
Morte 8 de julho de 1990 (92 anos)
Lapa, Portugal Portugal
Ocupação actriz
Cônjuge Robles Monteiro

Amélia Schmidt Lafourcade Rey Colaço Robles Monteiro ComCGOSEComIP (Lisboa, 2 de março de 1898Lisboa, Lapa, 8 de julho de 1990) foi uma encenadora e atriz portuguesa.

Biografia

Amélia Rey Colaço nasceu 2 de Março de 1898 em Lisboa.[1]

Considerada a mais proeminente figura do teatro português do século XX, recebeu da família o primeiro contacto com as artes — o pai, Alexandre Rey Colaço, era pianista, compositor e professor dos príncipes D. Luís Filipe de Bragança e D. Manuel de Bragança (futuro rei D. Manuel II de Portugal), e a avó, Madame Kirsinger, tinha um salão literário e musical em Berlim.

Em dezembro de 1911 Amélia partiu com a sua irmã Maria para Berlim, para casa da avó materna, com o objetivo de estudarem música. Também aqui encontrou um ambiente cultural estimulante, nas constantes tertúlias em casa da sua avó, frequentadas por vários artistas da capital alemã. Seriam os espetáculos de Max Reinhardt com o Deutsches Theater, que seguiu atentamente na sua estadia em Berlim, que atraíram Amélia para a carreira de atriz. No regresso a Portugal iniciou aulas de teatro com Augusto Rosa[2].

Corria o ano de 1917 quando se estreou no então Teatro República (hoje Teatro São Luiz), na peça Marinela de Benito Pérez Galdós. Para fazer a personagem, uma rude vagabunda, aprendeu, durante meses, a andar descalça e a usar farrapos, no interior do jardim do seu palacete.

Casou-se em Dezembro de 1920 com o actor beirão Robles Monteiro. No ano seguinte os dois concorrem ao concurso de concessão do Teatro Nacional D. Maria II, fundando para o efeito uma companhia de teatro própria: a Companhia Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro. Nascia assim a mais duradoura companhia teatral de sempre da Europa, que conheceu 53 anos de duração ( (foi oficialmente extinta em 1988), 46 dos quais sediada no Teatro Nacional D. Maria II.

Talentosa, culta e empreendedora, Amélia Rey Colaço atuou em vários planos na direção da companhia — estruturou um grupo coeso e exigente, empenhou-se na dignificação social do actor, conquistando para ele um estatuto de superioridade, à medida que organizava um reportório ambicioso, à revelia da censura. Chamou pintores prestigiados para colaborarem na cenografia, casos de Raul Lino, Almada Negreiros ou Eduardo Malta. Contratou nomes que eram ídolos do público de então, como Palmira Bastos, Nascimento Fernandes, Alves da Cunha, Lucília Simões, Estêvão Amarante, Maria Matos ou Vasco Santana.

Fazendo escola, revelou uma inteira geração de novos actores, como Raul de Carvalho, Álvaro Benamor, Maria Lalande, Assis Pacheco, João Villaret, Augusto de Figueiredo, Paiva Raposo, Eunice Muñoz, Carmen Dolores, Maria Barroso, João Perry, Madalena Sotto, Helena Félix, Rogério Paulo, José de Castro, Lourdes Norberto, Varela Silva, Ruy de Carvalho, Filipe La Féria ou João Mota. Alternando entre obras clássicas e modernas, abriu como nunca as portas à dramaturgia portuguesa, representando obras de António Ferreira, José Régio, Alfredo Cortez, Virgínia Vitorino, Carlos Selvagem, Romeu Correia, Bernardo Santareno, Luís de Sttau Monteiro, entre outros.

Com ousadia, revelou autores como Jean Cocteau, Jean Anouilh, Lorca, Brecht, Valle Ínclan, Alejandro Casona, Eugene O'Neill, Tennessee Williams, Arthur Miller, Pirandello, Eduardo De Filippo, Max Frisch, Ionesco, Dürrenmatt e Edward Albee.

Acarinhada ao longo da sua carreira, cultivou a admiração de Oliveira Salazar e antigos monarcas, tendo sido amiga da rainha D. Amélia de Orleães.

Em princípios de 1974, Amélia Rey Colaço regressa ao São Luiz, de onde partira. Pouco depois dá-se o 25 de Abril e, percebendo que a vão encarar como um símbolo do Estado Novo, suspende a companhia e sai de cena, assumindo a injustiça com discrição. Deixava para trás espectáculos antológicos, como Castro, Salomé, Outono em Flor, Romeu e Julieta, O Processo de Jesus, Topaze, A Visita da Velha Senhora ou Tango. O último grande papel vem, contudo, a desempenhá-lo aos oitenta e sete anos, na figura de D. Catarina na peça El-Rei D. Sebastião, de José Régio.

Em 1988, aquando da extinção oficial da companhia, Amélia Rey Colaço vê-se forçada a leiloar o recheio da casa do Dafundo, cedida pela marquesa Olga do Cadaval, e a abandoná-la.

Amélia Rey Colaço morreu a 8 de Julho de 1990 em Lisboa,[1] junto da sua filha, Mariana Rey Monteiro, também já falecida.

Televisão

Condecorações[1][3]

Ordens honoríficas portuguesas:

Ordens estrangeiras:

Referências

  1. a b c d «Ficha de Pessoa: Amélia Rey Colaço». Indica estreia no Teatro D. Amélia. CETbase - Centro de Estudos de Teatro. 11 de Fevereiro de 2014. ISSN 0874-9663. Consultado em 1 de junho de 2014. [http://archive.is/riqZF Cópia arquivada em 1 de junho de 2014] Verifique valor |arquivourl= (ajuda) 
  2. Instituto Camões
  3. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Amélia Rey Colaço". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de junho de 2014 

Ligações externas