Engenharia informática: diferenças entre revisões

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* entre outras.
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O número de subestruturas é variável e está normalmente associado à dimensão da empresa.
O número de subestruturas é variável e está normalmente associado à dimensão da empresa.

== Liderança dos Departamentos de Informática nas Empresas ==
Há vários anos a liderança dos departamentos de TI era muitas vezes realizada por colaboradores com perfis diversos normalmente de outras áreas de Engenharia diferentes da Informática tais como engenheiros civis, engenheiros mecânicos ou engenheiros eletrotécnicos, ou de áreas como economistas ou advogados. No entanto esta situação tem evoluído devido a um conjunto de factores relacionados com as TI já que estas são áreas com um nível de especialização técnico muito elevado, representam custos significativos nos orçamentos das empresas, podem gerar ganhos de produtividade elevados nas empresas quando bem geridos, e a seleção de recursos humanos adequados a esta área representa desde logo um factor elementar de qualidade. Devido aos pontos anteriores, as funções de liderança de TI nas empresas tem progressivamente vindo a ser ocupadas por colaboradores formados em Engenharia Informática.

== Habilitações falsas e omissões nos currículos vitaes ==
Em Portugal nos últimos anos, o sector de informática tem estado em contra ciclo em relação à crise de emprego existente noutros sectores. Este facto tem levado a uma forte procura de emprego nesta área por parte de profissionais de outras áreas. A informática é vista como um refúgio de emprego o que é natural devido à crise existente.

Infelizmente esta situação origina consequências indesejáveis para as empresas:
* Baixa qualidade de serviço prestado às empresas.
* Acesso a cargos pensados e remunerados à partida para um determinado perfil informático que o profissional de outra área não possui.
* No caso de cargos de topo além dos pontos anteriores há o acesso a regalias específicas para estes cargos (remunerações mais elevadas, viatura de serviço, cartões de crédito e combustível, etc.).
Muitos profissionais fora da área usam as redes sociais (facebook, linkedin) como veículo promotor de habilitações académicas que não correspondem à realidade. Omissões nas suas habilitações ou mesmo habilitações fraudulentas não são incomuns.

Nesta promoção pessoal são usadas algumas técnicas:
* Apresentação em redes sociais (Facebook, linkedin, etc.) da universidade que frequentaram mas omitindo o respectivo curso. Normalmente significa que não frequentou curso superior de informática mas sim outro curso de engenharia. Esta é a omissão mais comum apresentada pelos profissionais que exercem funções informáticas sem habilitações para tal (situação gravíssima por exemplo em cargos de topo).
* Obter créditos profissionais através de tráfego de influências em redes sociais (linkedin, etc.).
* Usar especializações do tipo MBA: Situação também frequente no acesso a cargos de topo: Como exemplo temos o profissional que tira uma licenciatura em Engenharia Civil e posteriormente um MBA em Informática passando a auto intitular-se especialista em informática.
* No acesso a cargos de topo é comum também a criação de lobby's de capacidade de liderança: Fazer lobby sobrevalorizando as características de liderança e soft skills do profissional face aos seus conhecimentos técnicos (hard skills), que não possui no âmbito da informática.
A inexistência de perfis em [[redes sociais]] (linkedin, facebook, etc.) é uma técnica também utilizada por alguns profissionais. Evitam assim o escrutínio público sobre as suas reais habilitações académicas. Evitam também a exposição das omissões indicadas anteriormente (o que é uma fragilidade). Não criar perfis em redes sociais é pois outra forma de eliminação de pistas sobre a formação base do profissional quando esta não está relacionada com a informática.

== Engenharia Informática de Gestão - Um processo de controlo falacioso da Informática ==

Outro processo mais subtil mas igualmente falacioso, surge na década de 90 do século passado com o aparecimento de uma nova vaga de cursos em universidades (privadas e públicas), ligadas à economia e gestão: Os intitulados cursos de "Informática de Gestão" nos seus diversos graus académicos.

Existem vários objectivos na criação destes cursos tais como:
* Um processo de escoar no mercado de trabalho os alunos em excesso de economia e gestão.
* Uma forma dos elementos das áreas de economia e gestão de empresas, tomarem o controlo dos departamentos (ao nível de direção) ou empresas de TI (ao nível de administração).

São cursos com uma vertente predominantemente de economia e gestão, estando muito pouco focados na Engenharia Informática em si. O rácio entre cadeiras de gestão e de informática pode rondar os 90% (90% de cadeiras de gestão e 10% de informática).

Tem-se verificado desde então que este tipo de cursos tem colocado grandes problemas na absorção dos seus alunos no mercado de trabalho pois:
* Acabam por ser alunos pouco especializados em Engenharia Informática propriamente dita nas suas componentes técnicas. Isto dificulta naturalmente a sua integração nas equipas de Informática das empresas.
* Por vezes os portadores destes cursos, tentam encontrar colocação nas áreas de topo dos departamentos de TI (direcções, chefias, etc.), alegando que tem competência na área de gestão, liderança de pessoas, etc. Mas as equipas rapidamente percebem as suas lacunas técnicas e naturalmente não aceitam a sua liderança.
* Podem também ter funções relacionadas com contratação de serviços externos nas áreas de TI. Mais uma vez a sua fraca capacidade técnica acaba por ter como consequência a existência de contratos honorosos em excesso para as empresas que representam.
* Os pontos anteriores são problemas com um nível elevado de gravidade principalmente em organismos públicos.

As Ordens de Engenharia Portuguesas não acreditam este tipo de cursos. Pouco tem a ver com Informática e muito menos com Engenharia.

== Corrigir e Prevenir ==

Para corrigir e prevenir situações falaciosas como as anteriores é fundamental a existência nas empresas de departamentos de recursos humanos competentes que:
* Exijam ao profissional a apresentação do certificado de habilitações certificado pela instituição superior de ensino.
* Verificação da especialidade de engenharia do profissional na respectiva ordem profissional (ordem dos engenheiros,<ref name="OEPesquisaMembros">Ordem dos Engenheiros - Pesquisa de membros http://www.ordemengenheiros.pt/pt/a-ordem/pesquisa-de-membros</ref> ordem dos engenheiros técnicos<ref name="oetMembros">Ordem dos Engenheiros Técnicos - Consulta de membros: http://www.oet.pt/site/index.php?option=com_declaracao&Itemid=113&task=consultarMembros</ref>).
Os portais das ordens profissionais são um instrumento fundamental e de acesso público no que diz respeito à verificação de autenticidade das habilitações apresentadas pelos profissionais (de engenharia informática ou de qualquer outra engenharia).


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 15h51min de 4 de janeiro de 2022

Exemplo de código fonte.

Engenharia Informática é o nome mais comum pelo qual são conhecidos, em Portugal, os cursos superiores focados em Informática que incluem também algumas cadeiras obrigatórias ditas "de bases de engenharia" (como matemáticas e físicas). É a área de engenharia que se ocupa dos temas relacionados com TI (Tecnologias de Informação) e SI (Sistemas de Informação).

Outra designação habitual é Engenharia Informática e de Computadores.

É uma área de Engenharia representada na Ordem dos Engenheiros pelo Colégio de Informática.

A primeira Licenciatura (pré-bolonha) em Engenharia Informática criada em Portugal surgiu em 1975 na Universidade Nova de Lisboa.

José Delgado Domingos, professor do IST, foi um dos membros da comissão instaladora da Universidade Nova e um dos impulsionadores do novo curso. Segundo ele, a licenciatura “levantou quase de imediato muitas reacções e obstruções no meio académico e profissional. No meio académico era esperável, e vinha dos puristas que a entendiam como um ramo da matemática, ou dos electrotécnicos, que a entendiam como um ramo da electrónica. Do meio profissional a reacção era eminentemente corporativa porque a maioria dos dirigentes do sector, não sendo licenciados, sentia o seu poder e o seu prestígio ameaçados pelo aparecimento de licenciados na sua área.”

Nas últimas décadas houve um aumento da oferta académica na área de Engenharia de Informática e de Computadores. Este facto possibilitou às empresas um ajustamento adequado de recursos humanos nesta área, o que é fundamental para incrementar o nível de qualidade dos projectos de Tecnologias de Informação (TI).

Áreas da Engenharia Informática

A Engenharia Informática é composta por várias áreas e funções tais como:

  • Programação

Exemplos de linguagens de programação: C, C++, Java, C#, VB.Net, PHP, Perl, Python, Pascal, Assembly, Oracle PL/SQL, SQL Server Transact SQL, SAP Natural ADABAS, etc.

  • Arquitecturas aplicacionais
  • Arquiteturas orientadas a serviços
  • Arquitecturas de computadores
  • Sistemas distribuídos
  • Microprocessadores
  • Desenvolvimento de aplicações web
  • Bases de dados relacionais
  • Bases de dados espaciais para suporte de sistemas SIG
  • Sistemas Operativos
  • Gestão de servidores
  • Redes informáticas
  • Cibersegurança
  • Jogos
  • Metodologias de desenvolvimento de projetos informáticos utilizando várias metodologias.

Exemplos: Waterfall, Agile, Scrum, etc.

  • Gestão de projetos informáticos

O impacto da Engenharia Informática na sociedade

Vários exemplos dos produtos criados e geridos pela Engenharia Informática:

Empresas de informática

A informática é uma indústria composta por milhares de empresas espalhadas pelo mundo. Estas criam os seus próprios produtos informáticos ou prestam serviços sobre produtos informáticos de empresas existentes.

Empresas criadoras de produtos

Exemplos:

Microsoft, Oracle, IBM, Google, Apple, SAP, Outsystems, Primavera, etc.

Empresas prestadoras de serviços

A prestação de serviços pode ser realizada nas áreas de implementação de produto, formação, consultadoria, etc.

Exemplos:
Microsoft, Oracle, SAP, Accenture, HP, Capgemini, Agap2, Novabase, Link, Rumos, Galileu, KPMG, etc.

Cursos superiores de informática - Planos curriculares

Os cursos superiores de informática permitem obter os níveis académicos normais pós-bolonha:

O plano curricular de uma licenciatura bolonha em Engenharia Informática e Computadores pode normalmente ser consultado nos respectivos sites dos estabelecimentos superiores como no caso do Instituto Superior Técnico de Lisboa.[1]

Para o caso de planos curriculares de mestrados bolonha em Engenharia Informática temos como exemplo os apresentados nos sites dos estabelecimentos superiores:

  • Instituto Superior de Engenharia de Lisboa[2]
  • Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Ciências e Tecnologia.[3]

Colégio de Engenharia Informática da Ordem dos Engenheiros

Os cursos acreditados pelo Colégio de Engenharia Informática da Ordem dos Engenheiros são os seguintes (grau de mestrado bolonha ou licenciatura pré-bolonha):[4]

Aveiro

Coimbra

Évora

Lisboa

Madeira

Minho

Porto

Os Engenheiros Informáticos estão acreditados na Ordem dos Engenheiros (OE) no colégio de Engenharia Informática. No site da OE é possível validar a acreditação de determinado Engenheiro no colégio de Informática (ou noutro qualquer colégio).[5]
De acordo com a legislação portuguesa, quem não esteja acreditado na OE no colégio de informática não pode usufruir do título de Engenheiro Informático nem da respectiva carteira profissional.

Pode assistir aqui a um video de apresentação do colégio de Informática da Ordem dos Engenheiros.

Engenharia Informática na Ordem dos Engenheiros Técnicos

A Ordem dos Engenheiros Técnicos,[6] certifica um conjunto de cursos de Engenharia Informática (grau de licenciatura pós-bolonha ou bacharelato pré-bolonha).[7]

No site da OET é possível validar a acreditação de determinado Engenheiro Técnico na especialidade de Informática (ou noutra qualquer especialidade).[8]

Atos de Engenharia Informática

Em Portugal os atos de Engenharia Informática (e de todas as outras especialidades de Engenharia), são regulamentados pela OE e encontram-se publicados em Diário da República.[9]

Engenharia Informática nas Universidades Mundiais

Reino Unido:

  • Universidade de West London[10]
  • Universidade de Cambridge[11]

Alemanha:

  • Universitat des SaarLandes - Computer science / Informatics[12]

Estados Unidos:

  • Universidade de Harvard[13]
  • Silicon Valley University - Bachelor of Science in Computer Science (BSCS)[14]

Japão:

  • Universidade de Tokyo[15]

A Engenharia Informática nas Empresas

Nos dias correntes é difícil encontrar empresas, independentemente da sua dimensão, que não façam uso das tecnologias de informação, ou seja, da informática.

Nas estruturas orgânicas das empresas existem departamentos de TI com nomes tais como:

  • Departamento de Informática
  • Departamento de Sistemas de Informação
  • Departamento de Tecnologias de Informação
  • entre outros.

Por sua vez estes departamentos poderão estar organizados em subestruturas representativas das várias especialidades da Informática tais como:

  • Secção de Suporte (Helpdesk)
  • Secção de Redes
  • Secção de Desenvolvimento de Software
  • Secção de Web design
  • Secção de Sistemas de Informação Geográfica
  • entre outras.

O número de subestruturas é variável e está normalmente associado à dimensão da empresa.

Ver também

Notas e Referências

  1. Plano curricular da licenciatura bolonha em Engenharia Informática e de Computadores do Instituto Superior Técnico: https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/cursos/leic-a
  2. Plano curricular do mestrado bolonha em Engenharia Informática e de Computadores do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa: https://www.isel.pt/cursos/mestrados/engenharia-informatica-e-de-computadores
  3. Plano curricular do mestrado integrado bolonha de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa: https://www.fct.unl.pt/ensino/curso/mestrado-integrado-em-engenharia-informatica
  4. Ordem dos Engenheiros: http://www.ordemengenheiros.pt/fotos/editor2/admissaoaordem/20180510_tabelas_cursos.pdf Cursos de Engenharia que conferem dispensa de prestação de provas de admissão, acessado em 15 de fevereiro de 2011
  5. Ordem dos Engenheiros - Pesquisa de membros http://www.ordemengenheiros.pt/pt/a-ordem/pesquisa-de-membros
  6. Ordem dos Engenheiros Técnicos: http://www.oet.pt
  7. Ordem dos Engenheiros Técnicos - Cursos Registados: https://www.oet.pt/downloads/OET-Index_de_cursos_ministrados_em_Portugal.pdf
  8. Ordem dos Engenheiros Técnicos - Consulta de membros: https://oet.pt/portal/index.php/component/sedap/?task=ConsultarMembros
  9. Atos de engenharia por especialidade: http://www.ordemengenheiros.pt/fotos/editor2/noticias/atosdeengenharia_regpublnodr420_201522julho.pdf
  10. Universidade de West London: https://www.uwl.ac.uk/courses/all?field_presentation_refs_field_start_date=All&field_study_level_taxonomy%5B%5D=11&field_study_level_taxonomy%5B%5D=12&field_study_level_taxonomy%5B%5D=202&field_c_subject=13&field_presentation_refs_field_healthcare_cpd=332&field_presentation_refs_field_location2=All&field_presentation_refs_field_study_mode=All&keys=computer&study_mode_3=All&items_per_page=10
  11. Universidade de Cambridge: http://www.study.cam.ac.uk/undergraduate/courses/compsci
  12. Universitat des SaarLandes - Computer science / Informatics: https://saarland-informatics-campus.de/
  13. Universidade de Harvard: https://www.seas.harvard.edu/academics/courses/computer-science
  14. Silicon Valley University - Bachelor of Science in Computer Science (BSCS): http://www.svuca.edu/academics/bscs/
  15. Universidade de Tokyo, Faculty of Science: https://www.u-tokyo.ac.jp/en/academics/facultyofscience.html

Ligações externas