Duque de Cadaval: diferenças entre revisões

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{{Casa de Cadaval}}
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'''Duque de Cadaval''', com ''[[Honras de Parente]]'' e ''tratamento de sobrinho d'El-Rei'', é um [[título nobiliárquico]] criado por [[D. João IV]], por Decreto de [[26 de Abril]] de [[1648]], a favor de [[Nuno Álvares Pereira de Melo, 1.º Duque de Cadaval|D. Nuno Álvares Pereira de Melo]] ([[1638]]-[[1727]]), filho de D. [[Francisco de Melo, 3.º marquês de Ferreira|Francisco de Melo]], 3.º [[marquês de Ferreira]], um dos sustentáculos da [[Restauração de 1640]]. Embora o título não fosse de [[juro e herdade]], continuou sendo reconhecida a sucessão desde a sua instituição em 1648, até à morte do sexto duque, [[Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 6.º duque de Cadaval|D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo]], em [[1837]]. Após esta data, a "''Resenha de Famílias Titulares''" de Albano da Silveira Pinto considera o título "extinto pela regra geral", por não ser título de ''juro e herdade'' e não ter havido renovação da sucessão nos seus descendentes.<ref name="Resenha">{{citar livro|autor=Albano da Silveira Pinto|título=Resenha das familias titulares e grandes de Portugal|editora=|ano=1883|página=561|url=https://archive.org/details/resenhadasfamili01silvuoft}}</ref> De acordo com o extinto [[Conselho de Nobreza]], a representação actual deste título desde [[2001]] que está em [[Diana de Cadaval]].<ref name="expr_Expr">{{Cite web
'''Duque de Cadaval''', com ''[[Honras de Parente]]'' e ''tratamento de sobrinho d'El-Rei'', é um [[título nobiliárquico]] criado por [[D. João IV]], por Decreto de [[26 de Abril]] de [[1648]], a favor de [[Nuno Álvares Pereira de Melo, 1.º Duque de Cadaval|D. Nuno Álvares Pereira de Melo]] ([[1638]]-[[1727]]), filho de D. [[Francisco de Melo, 3.º marquês de Ferreira|Francisco de Melo]], 3.º [[marquês de Ferreira]], um dos sustentáculos da [[Restauração de 1640]]. Embora o título não fosse de [[juro e herdade]], continuou sendo reconhecida a sucessão desde a sua instituição em 1648, até à morte do sexto duque, [[Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 6.º duque de Cadaval|D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo]], em [[1837]]. Após esta data, a "''Resenha de Famílias Titulares''" de Albano da Silveira Pinto considera o título "extinto pela regra geral", por não ser título de ''juro e herdade'' e não ter havido renovação da sucessão nos seus descendentes.<ref name="Resenha">{{citar livro|autor=Albano da Silveira Pinto|título=Resenha das familias titulares e grandes de Portugal|editora=|ano=1883|página=561|url=https://archive.org/details/resenhadasfamili01silvuoft}}</ref>
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== História ==
== História ==
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Sucedeu-lhe como quarto duque (Ducado 1749-1771) D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo (1741-1771), a quem sucedeu como quinto duque (Ducado 1771-1808) D. Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo (1765-1808), que seguiu com a [[Família Real]] para o [[Brasil]], onde faleceu. Um ano antes da sua morte, em 1807, ainda em [[Mafra]], o [[D. João VI|Príncipe-Regente D. João]] (futuro D. João VI), em atenção à pessoa do Duque de Cadaval, fez mercê a seu filho, [[Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 6.º duque de Cadaval|D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo]], do mesmo título em sua vida. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo foi o sexto e último duque de Cadaval, uma vez que com a sua morte em [[Paris]], a 14 de Fevereiro de [[1837]], e não tendo sido renovada a sucessão nos seus descendentes, o título foi extinto, segundo a regra geral.<ref name="Resenha">{{citar livro|autor=Albano da Silveira Pinto|título=Resenha das familias titulares e grandes de Portugal|editora=|ano=1883|página=561|url=https://archive.org/details/resenhadasfamili01silvuoft}}</ref>
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Apesar disso, a obra "''Nobreza de Portugal e do Brasil''", coordenada por Afonso Zúquete, publicação de cunho notadamente [[miguelista]],<ref>{{citar livro|autor=|título=Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Volumes 328-329|editora=Imprensa Nacional|ano=1980|página=183|url=https://books.google.pt/books?id=FJUYAAAAYAAJ&q=%22Basta+dizer-se+que+o+miguelismo+ainda+hoje+tem+seus+pros%C3%A9litos%22&dq=%22Basta+dizer-se+que+o+miguelismo+ainda+hoje+tem+seus+pros%C3%A9litos%22&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjZrPTUp-HKAhXKaxQKHWf8AIUQ6AEIHTAA}}</ref>aponta um sétimo e um oitavo duques, realçando no entanto que nunca usaram deste título, nem dele jamais obtiveram carta ou confirmação. A mesma obra cita ainda um nono duque, que teria usado o título, autorizado por [[Miguel Januário de Bragança]].<ref name="Zuquete">{{citar livro|autor=Afonso Eduardo Martins Zúquete (coordenação)|título=Nobreza de Portugal e do Brasil|editora=Editorial Enciclopédia|ano=1960|página=459-463}}</ref>
Apesar disso, a obra "''Nobreza de Portugal e do Brasil''", coordenada por Afonso Zúquete, publicação de cunho notadamente [[miguelista]],<ref>{{citar livro|autor=|título=Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Volumes 328-329|editora=Imprensa Nacional|ano=1980|página=183|url=https://books.google.pt/books?id=FJUYAAAAYAAJ&q=%22Basta+dizer-se+que+o+miguelismo+ainda+hoje+tem+seus+pros%C3%A9litos%22&dq=%22Basta+dizer-se+que+o+miguelismo+ainda+hoje+tem+seus+pros%C3%A9litos%22&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjZrPTUp-HKAhXKaxQKHWf8AIUQ6AEIHTAA}}</ref>aponta um sétimo e um oitavo duques, realçando no entanto que nunca usaram deste título, nem dele jamais obtiveram carta ou confirmação. A mesma obra cita ainda um nono duque, que teria usado o título, autorizado pelo pretendente [[Miguel Januário de Bragança]].<ref name="Zuquete">{{citar livro|autor=Afonso Eduardo Martins Zúquete (coordenação)|título=Nobreza de Portugal e do Brasil|editora=Editorial Enciclopédia|ano=1960|página=459-463}}</ref>


=== Sucessão da Casa de Cadaval após a extinção do Ducado ===
=== Sucessão da Casa de Cadaval após a extinção do Ducado ===
Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo regressou do Brasil em 1816, tendo sido nomeado por [[D. Pedro IV]] (enquanto [[Regente]] de [[D. Maria II]]) Presidente da [[Câmara dos Pares]]; apoiou [[D. Miguel I]] durante a [[Guerra Civil]] e após a [[Convenção de Évora-Monte]] emigrou para [[Inglaterra]] e depois para [[Paris]]; casou com D. Maria Domingas de Bragança Sousa e Ligne, filha do 2º [[duque de Lafões]]. A sua filha D. Maria da Piedade Caetano Álvares Pereira Melo (1827-?) nunca usou os títulos nem deles se encartou, por não reconhecer a [[dinastia constitucional]];<ref name="cadernos">Túlio Espanca, Cadernos de história e arte eborense, Volume 21, p. 55</ref> manteve a varonia da Casa de Cadaval ao casar em Paris em 1843 com o seu tio paterno D. Jaime Caetano Álvares Pereira de Melo, de quem teve dois filhos gémeos, D. Nuno Caetano e D. Jaime Caetano. Morrendo D. Nuno prematuramente, passou a sucessão da casa a D. Jaime Caetano Álvares Pereira de Melo (1844-1913). A representação do título continuou em seu filho D. Nuno Maria José Caetano Álvares Pereira de Melo (1888-1935); alistou-se em [[França]] no [[Corpo Expedicionário Português]] e combateu junto com as tropas portuguesas durante a [[Primeira Guerra Mundial]]; casou com D. Diana de Gramont de Coigny. Foi com Jaime Álvares Pereira de Melo (1913-2001), que a família Cadaval regressou a Portugal. Segundo o extinto [[Conselho de Nobreza]], desde 2001 é representante do título de duquesa [[Diana Mariana Vitória Álvares Pereira de Melo]] (1978-).<ref name="expr_Expr" />
Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo regressou do Brasil em 1816, tendo sido nomeado por [[Pedro I do Brasil|D. Pedro IV]] (enquanto [[Regente]] de [[Maria II de Portugal|D. Maria II]]) Presidente da [[Câmara dos Pares]]; apoiou [[D. Miguel I]] durante a [[Guerra Civil]] e após a [[Convenção de Évora-Monte]] emigrou para [[Inglaterra]] e depois para [[Paris]]; casou com D. Maria Domingas de Bragança Sousa e Ligne, filha do 2º [[duque de Lafões]]. A sua filha D. Maria da Piedade Caetano Álvares Pereira Melo (1827-?) nunca usou os títulos nem deles se encartou, por não reconhecer a [[dinastia constitucional]];<ref name="cadernos">Túlio Espanca, Cadernos de história e arte eborense, Volume 21, p. 55</ref> manteve a varonia da Casa de Cadaval ao casar em Paris em 1843 com o seu tio paterno D. Jaime Caetano Álvares Pereira de Melo, de quem teve dois filhos gémeos, D. Nuno Caetano e D. Jaime Caetano. Morrendo D. Nuno prematuramente, passou a sucessão da casa a D. Jaime Caetano Álvares Pereira de Melo (1844-1913). A representação do título continuou em seu filho D. Nuno Maria José Caetano Álvares Pereira de Melo (1888-1935); alistou-se em [[França]] no [[Corpo Expedicionário Português]] e combateu junto com as tropas portuguesas durante a [[Primeira Guerra Mundial]]; casou com D. Diana de Gramont de Coigny. Foi com Jaime Álvares Pereira de Melo (1913-2001), que a família Cadaval regressou a Portugal.
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== Duques de Cadaval ==
== Duques de Cadaval ==
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=== Titulares ===
=== Titulares ===
# D. [[Nuno Álvares Pereira de Melo, 1.º duque de Cadaval|Nuno Álvares Pereira de Melo]] (1638–1727), 4.º [[marquês de Ferreira]] e 5.º [[conde de Tentúgal]]; casou com D. Maria Angélica Henriqueta de Lorena.<ref>[http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=3908656]</ref>
# D. [[Nuno Álvares Pereira de Melo, 1º Duque de Cadaval|Nuno Álvares Pereira de Melo]] (1638–1727), 4.º [[marquês de Ferreira]] e 5.º [[conde de Tentúgal]]; casou com D. Maria Angélica Henriqueta de Lorena.<ref>[http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=3908656]</ref>
# D. [[Luís Ambrósio Pereira de Melo|Luís Ambrósio Álvares Pereira de Melo]] (1679–1700)
# D. [[Luís Ambrósio Pereira de Melo|Luís Ambrósio Álvares Pereira de Melo]] (1679–1700)
# D. [[Jaime Álvares Pereira de Melo]] (1684–1749), 5.º marquês de Ferreira e 6.º conde de Tentúgal.
# D. [[Jaime Álvares Pereira de Melo]] (1684–1749), 5.º marquês de Ferreira e 6.º conde de Tentúgal.
# D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo (1741–1771), 6.º marquês de Ferreira e 7.º conde de Tentúgal.
# D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo (1741–1771), 6.º marquês de Ferreira e 7.º conde de Tentúgal.
# D. Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo (1765–1808), 7.º marquês de Ferreira e 8.º conde de Tentúgal.
# D. Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo (1765–1808), 7.º marquês de Ferreira e 8.º conde de Tentúgal.
# D. [[Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 6.º duque de Cadaval|Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo]] (1799–1837), 8.º marquês de Ferreira e 9.º conde de Tentúgal; casou com D. Maria Domingas Francisca de Bragança de Sousa e Ligne, filha de D. [[João Carlos de Bragança e Ligne de Sousa Tavares Mascarenhas da Silva|João Carlos Mascarenhas da Silva]], 2.º [[duque de Lafões]] e D. Henriqueta Júlia Lorena e Meneses.
# D. [[Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 6.º Duque de Cadaval|Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo]] (1799–1837), 8.º marquês de Ferreira e 9.º conde de Tentúgal; casou com D. Maria Domingas Francisca de Bragança de Sousa e Ligne, filha de [[João Carlos de Bragança e Ligne de Sousa Tavares Mascarenhas da Silva|D. João Carlos Mascarenhas da Silva]], 2.º [[duque de Lafões]] e D. Henriqueta Júlia Lorena e Meneses.


=== Atuais representantes dos títulos da Casa Cadaval ===
=== Representantes do título===
# [[Diana de Cadaval]] (1978-) - Segundo o extinto [[Conselho de Nobreza]], é desde 2001, representante do título de duquesa de Cadaval.<ref name="expr_Expr"/>
# [[Diana Mariana Vitória Álvares Pereira de Melo]] (1978–), segundo o extinto [[Conselho de Nobreza]], é desde 2001, representante do título de duquesa de Cadaval.<ref name="expr_Expr"/>
# Rosalinda Aurora Felicidade Álvares Pereira de Melo (1936–), segundo o extinto [[Conselho de Nobreza]], é desde 2001, representante dos títulos de duquesa de Cadaval-Guerrand-Hermès, de [[Marquês de Ferreira|marquesa de Ferreira]] e de [[Conde de Tentúgal|condessa de Tentúgal]].<ref>''Point de Vue'', n.º 3086, 12-18 Setembro 2007, p. 22-25</ref>


{{Referências|col=2}}
{{Referências|col=2}}


== Ligações externas ==
== Ligações externas ==
* [http://www.casadecadaval.com Site da Casa de Cadaval]
* [http://www.casacadaval.pt/ Site da Casa de Cadaval]
* [http://www.monarchia.org/Duques_de_Portugal/Cadaval.htm Informação sobre o Ducado de Cadaval no site ''Monarchia'']


{{Ducados de Portugal}}
{{Ducados de Portugal}}

Revisão das 16h17min de 11 de fevereiro de 2016


Casa de Cadaval
Linhagem
Casa de Bragança
Família Melo, Condes de Olivença
Títulos e Senhorios
Honras de Parente (1504)
Duque de Cadaval (1648)
Marquês de Ferreira (1533)
Marquês de Cadaval (séc. XX)
Conde de Olivença (1476)
Conde de Tentúgal (1504)
Senhorio do Cadaval (1388)
Senhorio de Ferreira (1398)
Cargos e Honras
Condestável de Portugal (1668-1727)
Alcaide-mor de Olivença (linhagem Melo)
Fundador da Casa
D. Nuno Álvares Pereira de Melo, 1º duque de Cadaval
Actuais representantes do Título

Duque de Cadaval, com Honras de Parente e tratamento de sobrinho d'El-Rei, é um título nobiliárquico criado por D. João IV, por Decreto de 26 de Abril de 1648, a favor de D. Nuno Álvares Pereira de Melo (1638-1727), filho de D. Francisco de Melo, 3.º marquês de Ferreira, um dos sustentáculos da Restauração de 1640. Embora o título não fosse de juro e herdade, continuou sendo reconhecida a sucessão desde a sua instituição em 1648, até à morte do sexto duque, D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, em 1837. Após esta data, a "Resenha de Famílias Titulares" de Albano da Silveira Pinto considera o título "extinto pela regra geral", por não ser título de juro e herdade e não ter havido renovação da sucessão nos seus descendentes.[1]

História

A Casa de Cadaval tem a mesma varonia que a Casa Real de Bragança, já que descende da Casa de Bragança por D. Álvaro de Bragança, 4º filho de D. Fernando I, 2º Duque de Bragança, e de sua mulher, a Duquesa D. Joana de Castro, filha de D. João de Castro, 2º Senhor do Cadaval. O Senhorio do Cadaval foi criado a 30 de Abril de 1388.[2]

Todos os Duques de Cadaval descendem por isso de:

Sobre a Casa de Cadaval, diz Túlio Espanca:

É esta Casa das mais nobres do Reino; tem a mesma varonia que a de Bragança, porque descende de D. Álvaro, 4.º filho de D. Fernando, 2.º duque de Bragança e de sua mulher, D. Joana de Castro, filha de D. João de Castro, Senhor de Cadaval. Na descendência de D. Álvaro, contam-se os títulos de duque de Cadaval, marquês de Ferreira e conde de Tentúgal, no país; e em Espanha, os de duque de Verágua, marquês de Vilhescas e conde de Gelves.[3]

Foi 1º Duque (Ducado 1648-1682) D. Nuno Álvares Pereira de Melo (1638-1727), 4º marquês de Ferreira (título anterior a 1534) e 5º conde de Tentúgal (título criado em 1504), filho de D. Francisco de Melo, 3º marquês de Ferreira e 4º conde de Tentúgal, e de D. Joana Pimentel. Era Senhor das Vilas de Cadaval, Vila Nova de Anços, Alvaiázere, Rabaçal, Arega, Buarcos, Anobra, Carapito, Mortágua, Penacova, Vilalva, Vila Ruiva, Albergaria, Água de Peixes, Peral, Cercal, Póvoa de Santa Cristina, Tentúgal, Muge, Noudar, Barrancos, entre outras; era alcaide-mor das vilas e castelos de Olivença e Alvor; e comendador de Santo Isidoro, Vila do Eixo, Santo André de Morais, Santa Maria de Marmeleiro, São Mateus e Sardoal, da Ordem de Cristo; Grândola, da Ordem de Santiago e Noudar, da Ordem de Avis. Pertenceu aos Conselhos de Estado e da Guerra (nos reinados de D. Afonso VI, D. Pedro II e D. João V), ao despacho das mercês e expediente, tendo sido Mestre-de-Campo General da Corte e Província da Estremadura junto à pessoa do Rei, entre vários outros cargos. Participou na Guerra da Restauração como comandante de tropas em campanha.

D. Nuno Álvares Pereira de Melo cedeu o Ducado a favor do filho herdeiro em 1682, pedindo a renovação do título a D. Afonso VI. Foi assim 2º Duque (Ducado 1682-1700) D. Luís Ambrósio de Melo (1679-1700), que faleceu sem descendência. Sucedeu-lhe na Casa como 3º Duque (Ducado 1701-1749) seu irmão D. Jaime Álvares Pereira de Melo (1684-1749), tendo sido Estribeiro-Mor de D. Pedro II e de D. João V, Membro dos Conselhos de Estado e da Guerra e Presidente da Mesa da Consciência e Ordens.

Sucedeu-lhe como quarto duque (Ducado 1749-1771) D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo (1741-1771), a quem sucedeu como quinto duque (Ducado 1771-1808) D. Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo (1765-1808), que seguiu com a Família Real para o Brasil, onde faleceu. Um ano antes da sua morte, em 1807, ainda em Mafra, o Príncipe-Regente D. João (futuro D. João VI), em atenção à pessoa do Duque de Cadaval, fez mercê a seu filho, D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, do mesmo título em sua vida. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo foi o sexto e último duque de Cadaval, uma vez que com a sua morte em Paris, a 14 de Fevereiro de 1837, e não tendo sido renovada a sucessão nos seus descendentes, o título foi extinto, segundo a regra geral.[1]

Apesar disso, a obra "Nobreza de Portugal e do Brasil", coordenada por Afonso Zúquete, publicação de cunho notadamente miguelista,[4]aponta um sétimo e um oitavo duques, realçando no entanto que nunca usaram deste título, nem dele jamais obtiveram carta ou confirmação. A mesma obra cita ainda um nono duque, que teria usado o título, autorizado pelo pretendente Miguel Januário de Bragança.[5]

Sucessão da Casa de Cadaval após a extinção do Ducado

Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo regressou do Brasil em 1816, tendo sido nomeado por D. Pedro IV (enquanto Regente de D. Maria II) Presidente da Câmara dos Pares; apoiou D. Miguel I durante a Guerra Civil e após a Convenção de Évora-Monte emigrou para Inglaterra e depois para Paris; casou com D. Maria Domingas de Bragança Sousa e Ligne, filha do 2º duque de Lafões. A sua filha D. Maria da Piedade Caetano Álvares Pereira Melo (1827-?) nunca usou os títulos nem deles se encartou, por não reconhecer a dinastia constitucional;[6] manteve a varonia da Casa de Cadaval ao casar em Paris em 1843 com o seu tio paterno D. Jaime Caetano Álvares Pereira de Melo, de quem teve dois filhos gémeos, D. Nuno Caetano e D. Jaime Caetano. Morrendo D. Nuno prematuramente, passou a sucessão da casa a D. Jaime Caetano Álvares Pereira de Melo (1844-1913). A representação do título continuou em seu filho D. Nuno Maria José Caetano Álvares Pereira de Melo (1888-1935); alistou-se em França no Corpo Expedicionário Português e combateu junto com as tropas portuguesas durante a Primeira Guerra Mundial; casou com D. Diana de Gramont de Coigny. Foi com Jaime Álvares Pereira de Melo (1913-2001), que a família Cadaval regressou a Portugal.

De acordo com o extinto Conselho de Nobreza (atual Instituto da Nobreza Portuguesa), a representação actual deste título desde 2001 está em Diana Mariana Vitória Álvares Pereira de Melo.[7] Porém, a questão da atribuição deste título foi bastante controversa. Jaime Álvares Pereira de Melo celebrou dois casamentos, sendo o primeiro civil e o segundo religioso, e teve duas filhas de cada casamento, e ainda um quinto filho, desta vez varão, mas ilegítimo. Quando faleceu em 2001 colocou-se, por isso, um grave problema na sucessão: sendo o único filho varão ilegítimo, este ficara afastado da sucessão, mas existindo duas filhas mais velhas de dois casamentos distintos, ambas decidiram disputar a titularidade do Ducado de Cadaval. O pretendente ao trono do ramo miguelista, Duarte Pio de Bragança, arrogando-se no poder de reconhecer títulos nobiliárquicos, pretendeu resolver essa questão concedendo o título de duquesa de Cadaval à filha mais velha do casamento religioso, Diana Álvares Pereira de Melo, e criou o título de duquesa de Cadaval-Guerrand-Hermès a favor da filha mais velha do casamento civil (o primeiro a ser celebrado), Rosalinda Álvares Pereira de Melo.[8] Concedeu ainda a esta o título de marquesa de Ferreira e condessa de Tentúgal, tornando-a na herdeira presuntiva do ducado de Cadaval. No futuro, a duquesa de Cadaval será um dia D. Rosalinda, ou na sua falta, a sua herdeira, sendo preterida a descendência da atual duquesa.[9][10]

Duques de Cadaval

Duque de Cadaval
Duque de Cadaval
Criação D. João IV
26 de Abril de 1648
Ordem Nobreza Titulada com Grandeza
Honras Honras de Parente
Tipo Em vida - Renovado
1.º Titular D. Nuno Álvares Pereira de Melo, 4º marquês de Ferreira e 5º conde de Tentúgal
Linhagem Casa de Bragança
Melo (Olivença)

Titulares

  1. D. Nuno Álvares Pereira de Melo (1638–1727), 4.º marquês de Ferreira e 5.º conde de Tentúgal; casou com D. Maria Angélica Henriqueta de Lorena.[11]
  2. D. Luís Ambrósio Álvares Pereira de Melo (1679–1700)
  3. D. Jaime Álvares Pereira de Melo (1684–1749), 5.º marquês de Ferreira e 6.º conde de Tentúgal.
  4. D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo (1741–1771), 6.º marquês de Ferreira e 7.º conde de Tentúgal.
  5. D. Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo (1765–1808), 7.º marquês de Ferreira e 8.º conde de Tentúgal.
  6. D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo (1799–1837), 8.º marquês de Ferreira e 9.º conde de Tentúgal; casou com D. Maria Domingas Francisca de Bragança de Sousa e Ligne, filha de D. João Carlos Mascarenhas da Silva, 2.º duque de Lafões e D. Henriqueta Júlia Lorena e Meneses.

Atuais representantes dos títulos da Casa Cadaval

  1. Diana Mariana Vitória Álvares Pereira de Melo (1978–), segundo o extinto Conselho de Nobreza, é desde 2001, representante do título de duquesa de Cadaval.[7]
  2. Rosalinda Aurora Felicidade Álvares Pereira de Melo (1936–), segundo o extinto Conselho de Nobreza, é desde 2001, representante dos títulos de duquesa de Cadaval-Guerrand-Hermès, de marquesa de Ferreira e de condessa de Tentúgal.[12]

Referências

  1. a b Albano da Silveira Pinto (1883). Resenha das familias titulares e grandes de Portugal. [S.l.: s.n.] p. 561 
  2. Resenha das familias titulares do reino de Portugal. [S.l.]: Imprensa Nacional. 1838. p. 57 
  3. Cadernos de História e Arte Eborense - Vol. XXI - Duques de Cadaval de Túlio Espanca, 2.ª Edição, Évora, 1999.
  4. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Volumes 328-329. [S.l.]: Imprensa Nacional. 1980. p. 183 
  5. Afonso Eduardo Martins Zúquete (coordenação) (1960). Nobreza de Portugal e do Brasil. [S.l.]: Editorial Enciclopédia. p. 459-463 
  6. Túlio Espanca, Cadernos de história e arte eborense, Volume 21, p. 55
  7. a b «Expresso | Diana de Cadaval: "Gosto que me chamem princesa"». Jornal Expresso. Consultado em 2 de fevereiro de 2016 
  8. Point de Vue, n.º 3086, 12-18 Setembro 2007, p. 22-25
  9. Point de Vue, n.º 3086, 12-18 Setembro 2007, p. 22-25
  10. The Duchy of Cadaval in Gutenberg.org
  11. [1]
  12. Point de Vue, n.º 3086, 12-18 Setembro 2007, p. 22-25

Ligações externas