Maimônides: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Desfeita a edição 46164882 de 187.14.197.253
ExAstra (discussão | contribs)
Inserção de controle de autoridade
Linha 70: Linha 70:


{{Medicina islâmica}}
{{Medicina islâmica}}
{{Filosofia medieval}}
{{Filosofia medieval}}{{Controle de autoridade|VIAF=100185495}}

{{DEFAULTSORT:Maimon, Moshe Ben}}
{{DEFAULTSORT:Maimon, Moshe Ben}}
[[Categoria:Médicos do século XII]]
[[Categoria:Médicos do século XII]]

Revisão das 15h06min de 13 de fevereiro de 2017

 Nota: Se procura Nachmánides, veja Ramban.
Maimônides
Filosofia medieval
Maimônides
Estátua de Maimônides em Córdova
Escola/Tradição: Filosofia judaica, Halachá, ética judaica
Data de nascimento: 30 de março de 1135 ou 1137/1138
Local: Córdoba, na Espanha
Morte 13 de dezembro de 1204
Local: Cairo ou Fostat, no Egito
Trabalhos notáveis Guia dos Perplexos
Influências: Aristóteles, Talmud, Al-Farabi, Avicena, Al-Ghazali, Ibn Bajjah, Averróis
Influenciados: Tomás de Aquino, Bodin, Spinoza, Newton, Leibniz, Kaplan, Leo Strauss
Assinatura de Maimónides.

Moisés Maimônides(pt-BR) ou Maimónides(pt-PT?) (em hebraico: רבי משה בן מיימון, Rabbi Moshe ben Maimon; em árabe, الإسرائيلي [Mussa bin Maimun ibn Abdallah al-Kurtubi al-Israili]; em grego, Μωυσής Μαϊμονίδης [Moysēs Maimonídēs], "Moisés, filho de Maimon"; Córdoba, 30 de março de 1135 ou 1137/1138Egito, 13 de dezembro de 1204), também conhecido pelo acrônimo Rambam (הרמב"ם), foi um filósofo, religioso, codificador rabínico e médico.[1][2]

Vida

Nascido em uma família judaica de Al-Andalus (a Península Ibérica sob domínio mouro), Rambam teve de fugir aos treze anos, devido à expulsão dos judeus que não haviam se convertido ao islamismo radical do Califado Almóada que haviam tomado Córdoba em 1148. Durante doze anos, sua família vagou pelo sul da Península Ibérica até se estabelecer em Fez, no Marrocos.[1]

Rambam estudou Medicina e os estudos tradicionais judaicos com seu pai, juiz e erudito da jurisprudência legal judaica. Escreveu alguns de seus trabalhos durante os cinco anos que permaneceu em Fez. Após esse período, foi para Fostat (antiga capital do Egito) em 1168. Seu irmão Davi, comerciante, mantinha economicamente a família, e Maimon dedicava-se aos estudos. Após o trágico naufrágio que matou o seu irmão, passou a exercer a medicina para sustentar a família. Já era, então, um importante membro da comunidade judaica local.

Em 1177, Maimônides era reconhecido como líder e, entre suas ocupações, somavam-se a de juiz e a de administrador. Tornou-se médico e conselheiro do vizir al-Fadil, a quem Saladino deixou o cargo quando conquistou o Egito, tendo sua reputação ganho reconhecimento internacional. Comunidades judaicas de várias partes do mundo lhe escreviam em busca de sua opinião acerca da lei judaica.

Maimônides escreveu dez trabalhos de medicina em árabe e vários trabalhos de teor religioso, onde reflete sua visão filosófica sobre o judaísmo. É o codificador dos treze princípios fundamentais do judaísmo. Morreu em 1204 [3] em Fostat (ou Cairo) e foi enterrado em Tiberíades, em Israel. Sua grande popularidade lhe rendeu a frase elogiosa que diz: "De Moshê (o Legislador) até Moshê (ben Maimon), não há outro como Moshê"

Os treze princípios do Judaísmo de Maimônides

Maimônides elaborou os Treze princípios do Judaísmo como um sumário de crenças judaicas em face do cristianismo e islã.

  1. Creio plenamente que Deus é o Criador e guia de todos os seres, ou seja, que só Ele fez, faz e fará tudo.
  2. Creio plenamente que o Criador é um e único; que não existe unidade de qualquer forma igual à d'Ele; e que somente Ele é nosso Deus, foi e será.
  3. Creio plenamente que o Criador é incorpóreo e que está isento de qualquer propriedade antropomórfica.
  4. Creio plenamente que o Criador foi o primeiro (nada existiu antes d'Ele) e que será o último (nada existirá depois d'Ele).
  5. Creio plenamente que o Criador é o único a quem é apropriado rezar, e que é proibido dirigir preces a qualquer outra entidade.
  6. Creio plenamente que todas as palavras dos profetas são verdadeiras.
  7. Creio plenamente que a profecia de Moshe Rabeinu (Moisés) é verídica, e que ele foi o pai dos profetas, tanto dos que o precederam como dos que o sucederam.
  8. Creio plenamente que toda a Torá que agora possuímos foi dada pelo Criador a Moshe Rabeinu.
  9. Creio plenamente que esta Torá não será modificada e nem haverá outra outorgada pelo Criador.
  10. Creio plenamente que o Criador conhece todos os atos e pensamentos dos seres humanos, eis que está escrito: "Ele forma os corações de todos e percebe todas as suas ações" (Tehilim 33:15).
  11. Creio plenamente que o Criador recompensa aqueles que cumprem os Seus mandamentos, e pune os que transgridem Suas leis.
  12. Creio plenamente na vinda do Mashiach (Messias) e, embora ele possa demorar, aguardo todos os dias a sua chegada.
  13. Creio plenamente que haverá a ressurreição dos mortos quando for a vontade do Criador.

Obra

Maimônides publicou diversas obras nos campos médico, filosófico e teológico. Entre estes, se destacam:

  • 1168 — Peirush Hamishnaiot ou Sefer HaMahor. Publicado em árabe com o título de Sirah (Luz), se propõe a apresentar, de forma sistemática, a Mishná e oferecer uma introdução ao estudo do Talmud. Para Graetz, Maimônides foi o primeiro a aplicar, aos estudos talmúdicos, um critério científico.
  • 1170 até 1180 — Mishnê Torá ou Yad Hazaká (Mão Forte) — composto de 14 livros que contêm 982 capítulos e milhares de leis. Constitui uma organização e depuração do Talmud, com classificação, fundamentação,categorização e simplificação.
  • 1190 — Guia dos Perplexos — obra de filosofia aristotélica fundada na Torá. Este livro concilia Judaísmo com o uso da razão. Como diversos judeus entusiasmados com a filosofia árabe-aristotélica desprezavam os conhecimentos bíblicos, Maimônides criou esta obra como princípio teológico, metafísico e moral.[3]
  • Comentário sobre a Mishná (em hebraico, Pirush Hamishnayot; em árabe, siraj), escrito em judeu-árabe. Este foi o primeiro comentário completo já escrito sobre toda a Mishná, e gozava de grande popularidade , tanto em seu original em árabe e sua tradução em hebraico medieval . O comentário inclui três introduções filosóficas que foram também muito influente :
  • A Introdução à Mishná trata da natureza da lei oral, a distinção entre o profeta e o sábio, e a estrutura organizacional da Mishná.
  • A Introdução à Mishná Sanhedrin, capítulo dez (Perek Heleque): é um ensaio escatológico que conclui com o famoso credo de Maimônides ("os treze princípios da Torá).
  • A Introdução ao Tractate Avot ( popularmente chamado de Os Oito Capítulos ) é um tratado de ética.
  • Sefer Hamitzvot ("O Livro de Mandamentos").
  • Sefer Ha'shamad (carta de Martydom )
  • Mishnê Torá, também conhecido como Sefer Yad ha- Chazaka, um código abrangente da lei judaica;
  • "Guia para os Perplexos", um trabalho filosófico que se destinava a harmonizar e diferenciar a filosofia de Aristóteles da teologia judaica. Escrito em judaico-árabe. A primeira tradução desta obra para o hebraico foi feito por Samuel ibn Tibbon em 1204.
  • Teshuvot, correspondência recolhida e responsa , incluindo uma série de cartas públicas (na ressurreição e vida após a morte, na conversão para outras religiões, e Iggereth Teiman - dirigida ao judaísmo oprimido do Iêmen).
  • "Tratado de lógica" (em árabe: Maqala Fi - Sinat Al- Mantiq): foi impresso 17 vezes, incluindo edições em latim (1527), alemão (1805, 1822, 1833, 1828), francês (1935) e Inglês (1938), e, de uma forma resumida, em hebraico.
  • Hilkhot ha-Yerushalmi, um fragmento de um comentário sobre o Talmud de Jerusalém, identificado e publicado por Saul Lieberman em 1947.

Referências

  1. a b «Maimonides: His Life and Works - Rabbi Moses ben Maimon, 1135-1204 ("Rambam") - His Life» (em inglês). Consultado em 12.nov.2012  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  2. Avrech, Robert (2005). Rambam. the story of Rabbeinu Moshe ben Maimon (Maimonides) (em inglês). Jerusalém: Mahrwood Press. ISBN 1583307346 
  3. a b «O Guia para os Perplexos». World Digital Library. Consultado em 22 January 2013  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Maimônides
Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Maimônides