Xarifado de Meca: diferenças entre revisões

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O '''Xarifado de Meca''' ({{Langx|ar|شرافة مكة||''Sharāfa Makka''}}) ou '''Emirado de Meca''' <ref name="Baker1979">{{citar livro|autor =Randall Baker|título=Rei Husain e o Reino de Hejaz|url=https://books.google.com/books?id=n706ShSYt-sC&pg=PA2|acessodata=2013-06-10|ano=1979|publicado=The Oleander Press|isbn=978-0-900891-48-9|página=2}}</ref> era um estado, não-soberano por grande parte de sua existência, governado pelos [[Xarifes de Meca]]. Um [[Xarife]] era descendente direto de [[Haçane ibne Ali]], o filho de [[Fátima (filha de Maomé)| Fátima]] e [[Ali]] e, portanto neto do profeta [[Maomé]] e sua esposa [[Cadija]]. Ali, o pai de Haçane ibne Ali era o quarto [[califa]], segundo os [[sunita]]s ou o primeiro, segundo os [[xiita]]s.<ref name="BöweringCrone2011">{{citar livro|autor1 =Gerhard Böwering|autor2 =Patricia Crone|autor3 =Mahan Mirza|título=The Princeton Encyclopedia of Islamic Political Thought|url=https://books.google.com/books?id=q1I0pcrFFSUC&pg=PA190|acessodata=2013-06-14|ano=2011|publicado=Princeton University Press|isbn=978-0-691-13484-0|página=190}}</ref> Em fontes ocidentais, o príncipe de Meca era conhecido como o [[Xarife|Grande Xarife]], mas os árabes sempre usaram a denominação "[[Emir]]".<ref name="Hogarth1978 "/>
O '''Xarifado de Meca''' ({{Langx|ar|شرافة مكة||''Sharāfa Makka''}}) ou '''Emirado de Meca''' <ref name=bak79>{{citar livro|autor=Randall Baker|título=Rei Husain e o Reino de Hejaz|url=https://books.google.com/books?id=n706ShSYt-sC&pg=PA2|acessodata=2013-06-10|ano=1979|publicado=The Oleander Press|isbn=978-0-900891-48-9|página=2}}</ref> era um estado, não-soberano por grande parte de sua existência, governado pelos xarifes de [[Meca]]. Um [[xarife]] era descendente direto de [[Haçane ibne Ali]], o filho de [[Fátima (filha de Maomé)| Fátima]] e [[Ali]] e, portanto neto do profeta [[Maomé]] e sua esposa [[Cadija]]. Ali, o pai de Haçane ibne Ali era o quarto [[califa]], segundo os [[sunita]]s ou o primeiro, segundo os [[xiita]]s.<ref name="BöweringCrone2011">{{citar livro|autor1=Gerhard Böwering|autor2=Patricia Crone|autor3=Mahan Mirza|título=The Princeton Encyclopedia of Islamic Political Thought|url=https://books.google.com/books?id=q1I0pcrFFSUC&pg=PA190|acessodata=2013-06-14|ano=2011|publicado=Princeton University Press|isbn=978-0-691-13484-0|página=190}}</ref> Em fontes ocidentais, o príncipe de Meca era conhecido como o Grande Xarife, mas os árabes sempre usaram a denominação "[[emir]]".<ref name="Hogarth1978 "/>


O Xarifado existiu entre os anos 968 e 1925.<ref name="Teitelbaum2001">{{citar livro|autor =Joshua Teitelbaum|título=The Rise and Fall of the Hashimite Kingdom of Arabia|url=https://books.google.com/books?id=Y1A48DWZ2gIC&pg=PA9|acessodata=2013-06-11|ano=2001|publicado=C. Hurst & Co. Publishers|isbn=978-1-85065-460-5|página=9}}</ref> De 1201, os descendentes do [[Xarife|patriarca Xarife]] [[Qatada ibn Idris al-Alawi al-Hasani|Qutada]] reinaram sobre [[Meca]], [[Medina]] e [[Hejaz]], em sucessão ininterrupta até 1925.<ref> {{citar livro|título=Jordan: Chaves para o Reino|ano=1995|publicado=Jordan Media Group|página=xvi}}</ref>
O xarifado existiu entre os anos 968 e 1925.<ref name="Teitelbaum2001">{{citar livro|autor=Joshua Teitelbaum|título=The Rise and Fall of the Hashimite Kingdom of Arabia|url=https://books.google.com/books?id=Y1A48DWZ2gIC&pg=PA9|acessodata=2013-06-11|ano=2001|publicado=C. Hurst & Co. Publishers|isbn=978-1-85065-460-5|página=9}}</ref> De 1201, os descendentes do patriarca xarife [[Qatada ibn Idris al-Alawi al-Hasani|Qutada]] reinaram sobre Meca, [[Medina]] e [[Hejaz]], em sucessão ininterrupta até 1925.<ref> {{citar livro|título=Jordan: Chaves para o Reino|ano=1995|publicado=Jordan Media Group|página=xvi}}</ref>


== Início da história ==
== Início da história ==
Originalmente, os [[Xarife]]s do Hejaz geralmente evitavam envolvimento na vida pública. Essa situação mudou na segunda metade do {{séc|X}}, com a ascensão da seita dos [[Carmatas]]. Os carmatas, como também eram conhecidos, dirigiram ataques tribais ao [[Iraque (região histórica)|Iraque]], [[Síria (região)|Síria]] e grande parte da [[Arábia]], interrompendo o fluxo de peregrinos para [[Meca]]. Em 930, adeptos da seita, liderados pelo governante do estado Carmata no [[Barém]] ([[Província Oriental (Arábia Saudita)|Arábia Oriental]]), [[Abu Tair Aljanabi]] {{nwrap||906|944}}; atacaram e provocaram o [[saque de Meca]], roubaram a sagrada [[Pedra Negra]] da [[Caaba]], gerando um grave embaraço ao califa [[Califado Abássida|Abássida]] em [[Bagdá]]. Abu Tair era o filho mais novo de [[Abuçaíde Aljanabi]], o fundador do Estado carmata, enquanto que [[Abul Misque Cafur]], era um vassalo [[Califado Abássida|abássida]] e governante do Egito, que concluiu por persuadir os carmatas a cessarem suas incursões e devolverem a Pedra Negra a Meca em troca de um tributo anual. Como medida para melhorar a segurança dos peregrinos, escolheu um dos Xarifes de Hejaz, {{ilc|Jafar Almuçaui||Ja'far al-Musawi}}, e o instalou como emir de Meca em cerca de 964.<ref name="Salibi1998p53">{{citar livro|autor =Kamal S. Salibi|título=A História Moderna da Jordânia|url=https://books.google.com/books?id=7zdi2sCuIh8C&pg=PA53|acessodata=2013-06-11|data=1998-12-15|publicado=I.B.Tauris|isbn=978-1-86064-331-6|páginas=53–55}}</ref>
Originalmente, os xarifes do Hejaz geralmente evitavam envolvimento na vida pública. Essa situação mudou na segunda metade do {{séc|X}}, com a ascensão da seita dos [[carmatas]]. Os carmatas, como também eram conhecidos, dirigiram ataques tribais ao [[Iraque (região histórica)|Iraque]], [[Síria (região)|Síria]] e grande parte da [[Arábia]], interrompendo o fluxo de peregrinos para [[Meca]]. Em 930, adeptos da seita, liderados pelo governante do estado Carmata no [[Barém]] ([[Província Oriental (Arábia Saudita)|Arábia Oriental]]), [[Abu Tair Aljanabi]] {{nwrap||906|944}}; atacaram e provocaram o [[saque de Meca]], roubaram a sagrada [[Pedra Negra]] da [[Caaba]], gerando um grave embaraço ao califa [[Califado Abássida|Abássida]] em [[Bagdá]]. Abu Tair era o filho mais novo de [[Abuçaíde Aljanabi]], o fundador do Estado carmata, enquanto que [[Abul Misque Cafur]], era um vassalo [[Califado Abássida|abássida]] e governante do Egito, que concluiu por persuadir os carmatas a cessarem suas incursões e devolverem a Pedra Negra a Meca em troca de um tributo anual. Como medida para melhorar a segurança dos peregrinos, escolheu um dos xarifes de Hejaz, {{ilc|Jafar Almuçaui||Ja'far al-Musawi}}, e o instalou como emir de Meca em cerca de 964.<ref name="Salibi1998p53">{{citar livro|autor=Kamal S. Salibi|título=A História Moderna da Jordânia|url=https://books.google.com/books?id=7zdi2sCuIh8C&pg=PA53|acessodata=2013-06-11|data=1998-12-15|publicado=I.B.Tauris|isbn=978-1-86064-331-6|páginas=53–55}}</ref>


Quando o [[Califado Fatímida|fatímida]] [[Almuiz Aldim Alá]] conquistou o Egito em 973, eles começaram a nomear os Xarifes de Meca dentre os descendentes de Jafar Almuçaui. Em 1012, o emir de Meca [[Abul Futu Haçane ibne Jafar]] declarou-se califa, mas foi persuadido a desistir de seu título no mesmo ano. O primeiro governante de {{ilc|sulaída||dinastia sulaída||dinastia sulayhida}} conquistou todo o [[Iêmen]] em 1062 e seguiu para o norte para ocupar o Hejaz. Por um tempo, eles nomearam os emires de Meca. "Quando o poder [[sunita]] começou a reviver após 1058, os emires mecânicos mantiveram uma posição ambígua entre os fatímidas e os [[Seljúcidas]] de [[Ispaã]]. Depois que [[Saladino]] derrubou os fatímidas em 1171, os [[Império Aiúbida|Aiúbida]]s aspirava estabelecer a sua soberania sobre Meca. Seu envolvimento constante em disputas dinásticas, no entanto, levou a um período livre de interferências externas no Hejaz.<ref name="Salibi1998p53"/>
Quando o [[Califado Fatímida|fatímida]] [[Almuiz Aldim Alá]] conquistou o Egito em 973, eles começaram a nomear os xarifes de Meca dentre os descendentes de Jafar Almuçaui. Em 1012, o emir de Meca [[Abul Futu Haçane ibne Jafar]] declarou-se califa, mas foi persuadido a desistir de seu título no mesmo ano. O primeiro governante de {{ilc|sulaída||dinastia sulaída||dinastia sulayhida}} conquistou todo o [[Iêmen]] em 1062 e seguiu para o norte para ocupar o Hejaz. Por um tempo, eles nomearam os emires de Meca. "Quando o poder [[sunita]] começou a reviver após 1058, os emires mecânicos mantiveram uma posição ambígua entre os fatímidas e os [[Seljúcidas]] de [[Ispaã]]. Depois que [[Saladino]] derrubou os fatímidas em 1171, os [[Império Aiúbida|Aiúbida]]s aspirava estabelecer a sua soberania sobre Meca. Seu envolvimento constante em disputas dinásticas, no entanto, levou a um período livre de interferências externas no Hejaz.<ref name="Salibi1998p53"/>


Em cerca de 1200, um Xarife com o nome de [[Qatada ibn Idris]] tomou o poder e foi reconhecido como Emir pelo [[sultão aiúbida]].<ref name=Prothero31 > {{citar livro|último =Prothero|primeiro=GW|título=Arábia|ano=1920|publicado=Escritório de Papelaria HM|localização=Londres|página=31|url=http://www.wdl.org/en/item/11767/view/1/31/}}</ref> Ele se tornou o primeiro de uma dinastia que detinha o emirado até ser abolido em 1925.<ref name="Salibi1998p53"/> O [[Sultanato mameluco do Cairo]] conseguiu tomar o Hejaz, e fez dele uma província regular do seu império depois de 1350.<ref name="Salibi1998p56"> {{citar livro|autor =Kamal S. Salibi|título=A História Moderna da Jordânia|url=https://books.google.com/books?id=7zdi2sCuIh8C&pg=PA56|acessodata=2013-06-11|data=1998-12-15|publicado=IBTauris|isbn=978-1-86064-331-6|página=56}}</ref> [[Jidá]] tornou-se uma base dos mamelucos para suas operações no [[Mar Vermelho]] e no [[Oceano Índico]], levando-o a substituir [[Yanbu]] como o principal centro de comércio marítimo nas costas do [[Hejaz]]. Ao jogar os membros da casa [[Xarife]]ana uns contra os outros, os mamelucos conseguiram alcançar um alto grau de controle sobre o Hejaz.<ref name="Salibi1998p56"/>
Em cerca de 1200, um xarife com o nome de [[Qatada ibn Idris]] tomou o poder e foi reconhecido como Emir pelo [[sultão aiúbida]].<ref name=Prothero31 > {{citar livro|último=Prothero|primeiro=GW|título=Arábia|ano=1920|publicado=Escritório de Papelaria HM|localização=Londres|página=31|url=http://www.wdl.org/en/item/11767/view/1/31/}}</ref> Ele se tornou o primeiro de uma dinastia que detinha o emirado até ser abolido em 1925.<ref name="Salibi1998p53"/> O [[Sultanato mameluco do Cairo]] conseguiu tomar o Hejaz, e fez dele uma província regular do seu império depois de 1350. [[Jidá]] tornou-se uma base dos mamelucos para suas operações no [[Mar Vermelho]] e no [[Oceano Índico]], levando-o a substituir [[Yanbu]] como o principal centro de comércio marítimo nas costas do [[Hejaz]]. Ao jogar os membros da casa [[xarife]]ana uns contra os outros, os mamelucos conseguiram alcançar um alto grau de controle sobre o Hejaz.<ref> {{citar livro|autor=Kamal S. Salibi|título=A História Moderna da Jordânia|url=https://books.google.com/books?id=7zdi2sCuIh8C&pg=PA56|acessodata=2013-06-11|ano=1998|publicado=IB Tauris|isbn=978-1-86064-331-6|página=56}}</ref>


== Era Otomana ==
== Era otomana ==
{{artigo principal|Arábia otomana|Era otomana na história da Arábia Saudita}}
{{Artigo principal|Arábia otomana}}
[[File:Estats de l'Empire du Grand Seigneur des Turcs - 1695 - Estats du cherif de la Mecque.jpg|thumb|1695 mapa do Xarifado de Meca]]
[[File:Estats de l'Empire du Grand Seigneur des Turcs - 1695 - Estats du cherif de la Mecque.jpg|thumb|1695 mapa do Xarifado de Meca]]
[[File:Osmanli-nisani.svg|thumb|[[Brasão de armas]] (símbolo) do [[Império Otomano]].]]
[[File:Osmanli-nisani.svg|thumb|[[Brasão de armas]] (símbolo) do [[Império Otomano]]]]
Durante o período otomano, o emirado não era hereditário, e devia sua sucessão à nomeação direta pela [[Sublime Porta|Porta Otomana]] {{Nota de rodapé|Conhecida também como '''Sublime Porta''', a '''Porta Otomana''' ou simplesmente '''Porta''', era a designação corrente entre os anos 1718 e 1922 dada ao governo [[Império Otomano|Otomano]]. O termo original é [[língua turca|turco]] '''Bab-ı Ali''' (literalmente ''grande portão'' ou ''portão principal'') e era imputada ao monumental portão de entrada no palácio onde estavam os principais órgãos do governo imperial.<Ref>https://www.britannica.com/topic/Sublime-Porte</ref> Ela era a entrada para o claustro aberto onde o [[sultão]] recebia os embaixadores e onde se realizavam reuniões protocolares e recepções envolvendo o sultão ou o seu grão-[[vizir]] (cargo equivalente ao de primeiro-ministro).}}.<ref name="Hogarth1978"> {{citar livro|autor =David George Hogarth|título=Hejaz Antes da Primeira Guerra Mundial: Um Manual|url=https://books.google.com/books?id=Qx_8DAy9VMYC&pg=PA49|acessodata=11 de junho de 2013|ano=1978|publicado=The Oleander Press|isbn=978-0-902675-74-2|páginas=49-50}}</ref> Um sistema dual de governo existiu sobre o Hejaz durante grande parte deste período.<ref name="Long1979"/> autoridade governante foi compartilhado entre o Emir, um membro dos [[Ashraf]]s ou descendentes de Maomé, e o governador ou [[uáli]] Otomano.<ref name="Long1979"/> Este sistema continuou até a [[Revolta Árabe]] de 1916.<ref name="Long1979"> {{citar livro|autor =David E. Long|título=O Hajj Hoje: Um Estudo da Peregrinação Contemporânea de Makkah|url=https://books.google.com/books?id=2Uk3Gh6xrUUC&pg=PA37|acessodata=2013-06-11|ano=1979|publicado=SUNY Press|isbn=978-0-87395-382-5|páginas=37-38}}</ref> Além dos emires de Meca, a administração otomana no Hejaz esteve primeiramente nas mãos do Governador do [[Eialete do Egito|Egito]] e depois dos governadores de [[Eialete de Jidá|Jidá]]. O Eialete de Jidá foi posteriormente transformado no [[Vilaiete de Hejaz]], com um governador em [[Meca]]. {{sfn|Numan|2005|p=61-62}}
Durante o período [[Império Otomano|otomano]], o emirado não era hereditário, e devia sua sucessão à nomeação direta pela [[Sublime Porta]] {{Nota de rodapé|Conhecida também como "Porta Otomana", a "Sublime Porta" ou simplesmente "Porta", era a designação corrente entre os anos 1718 e 1922 dada ao governo [[Império Otomano|otomano]]. O termo original [[língua turca|turco]] é ''Bab-ı Ali'' (literalmente ''grande portão'' ou ''portão principal'') e era imputada ao monumental portão de entrada do palácio onde estavam os principais órgãos do governo imperial.<Ref>https://www.britannica.com/topic/Sublime-Porte</ref> Ela era a entrada para o claustro aberto onde o [[sultão]] recebia os embaixadores e onde se realizavam reuniões protocolares e recepções envolvendo o sultão ou o seu grão-[[vizir]] (cargo equivalente ao de primeiro-ministro).}}.<ref name="Hogarth1978"> {{citar livro|autor=David George Hogarth|título=Hejaz Antes da Primeira Guerra Mundial: Um Manual|url=https://books.google.com/books?id=Qx_8DAy9VMYC&pg=PA49|acessodata=11 de junho de 2013|ano=1978|publicado=The Oleander Press|isbn=978-0-902675-74-2|páginas=49-50}}</ref> Um sistema dual de governo existiu sobre o Hejaz durante grande parte deste período.<ref name="Long1979"/> autoridade governante foi compartilhado entre o Emir, um membro dos [[Ashraf]]s ou descendentes de Maomé, e o governador ou [[uáli]] otomano.<ref name="Long1979"/> Este sistema continuou até a [[Revolta Árabe]] de 1916.<ref name="Long1979"> {{citar livro|autor=David E. Long|título=O Hajj Hoje: Um Estudo da Peregrinação Contemporânea de Makkah|url=https://books.google.com/books?id=2Uk3Gh6xrUUC&pg=PA37|acessodata=2013-06-11|ano=1979|publicado=SUNY Press|isbn=978-0-87395-382-5|páginas=37-38}}</ref> Além dos emires de Meca, a administração otomana no Hejaz esteve primeiramente nas mãos do Governador do [[Eialete do Egito|Egito]] e depois dos governadores de [[Eialete de Jidá|Jidá]]. O Eialete de Jidá foi posteriormente transformado no [[Vilaiete de Hejaz]], com um governador em [[Meca]]. {{sfn|Numan|2005|p=61-62}}


Durante grande parte do [[Século XIX|séc. XIX]], o lugar mais ao norte do Emirado era [[Al-Ula]], enquanto o limite sul era geralmente [[Al Lith]], e às vezes [[Al Qunfudhah]]; para o leste, nunca se estendia além do oásis [[Caibar]]. {{sfn|Numan|2005|p=15}} Meca, [[Medina]] e [[Jidá]] foram suas maiores cidades. A maioria da população dessas cidades era composta de muçulmanos não-árabes, incluindo os [[Emirado de Bucara|Bucaris]], os [[javanês|Javaneses]], os [[Índia|Indianos]], os [[afegãos]] e os [[Ásia Central|asiáticos centrais]]. {{sfn|Numan|2005|p=15}}
Durante grande parte do {{séc|XIX}}, o lugar mais ao norte do Emirado era [[Al-Ula]], enquanto o limite sul era geralmente {{lknb|Al|Lith}}, e às vezes {{lknb|Al|Qunfudhah}}; para o leste, nunca se estendia além do oásis [[Caibar]]. {{sfn|Numan|2005|p=15}} Meca, [[Medina]] e [[Jidá]] foram suas maiores cidades. A maioria da população dessas cidades era composta de muçulmanos não-árabes, incluindo [[javaneses]], [[indianos]], [[afegãos]], [[Emirado de Bucara|bucaranos]] e outros [[Ásia Central|centro-asiáticos]]. {{sfn|Numan|2005|p=15}}


Por esta época, em [[1872]], foi criado pelo [[grão-vizir]] [[Mamude Nedim Paxá]], {{sfn|Abu-Manneh|1999|p=36}} o distrito chamado [[Mutasarrifado de Jerusalém]] (''{{lang-ota|Kudüs-i Şerif Mutasarrıflığı}}''; {{lang-ar|متصرفية القدس الشريف}}) [[1872]] [3] [4] [ 5], ou o [[Sanjak de Jerusalém]], um distrito Otomano com estatuto administrativo especial. .<ref name="Büssow-p5">{{citar livro|último =Büssow |primeiro =Johann |título= Hamidian Palestine: Politics and Society in the District of Jerusalem 1872-1908|url= https://books.google.com/books?id=crPPX99rjYUC&pg=PA5 |acessodata= |data= |publicado=BRILL |isbn=978-90-04-20569-7 |página=5}}</ref>{{sfn|Abu-Manneh|1999|p=36}}<ref name="Jankowski174">{{citar livro|autor1 =James P. Jankowski |autor2 =Israel Gershoni |título= Rethinking Nationalism in the Arab Middle East |url= https://books.google.com/books?id=f3axNF2GdCkC&pg=PA174|acessodata= |data= |publicado=Columbia University Press |isbn=978-0-231-10695-5 |página=174}}</ref> O distrito abrangia Jerusalém, bem como Belém, Hebron, Jaffa, Gaza e Beersheba.<ref name="Beshara">{{citar livro|autor = Adel Beshara |título= The Origins of Syrian Nationhood: Histories, Pioneers and Identity |url=https://books.google.com/books?id=nr9Ivt-pc0IC&pg=PT56 |acessodata= 2013-06-29 |data= 2012-04-23 |publicado= CRC Press |isbn= 978-1-136-72450-3 |páginas=56–59 |capítulo=The Name of Syria in Ancient and Modern Usage}}</ref> Durante o final do período otomano, o Mutasarrifate de Jerusalém, juntamente com o [[Sanjak de Nablus]] {{sfn|Abu-Manneh|1999|p=36}} e [[Sanjak de Akka]] ([[Acre]]), (Kudus Sherif),<ref>[http://www.palestine-studies.org/sites/default/files/jq-articles/48_Shifting_Ottoman_2.pdf Ottoman Conceptions of Palestine-Part 2: Ethnography and Cartography, Salim Tamari]</ref> formaram a região que era comumente referida como "Síria do Sul" "<ref name="El-Hasan">{{citar livro|autor =Hasan Afif El-Hasan |título= Israel ou Palestina? Is the Two-state Solution Already Dead? |url=https://books.google.com/books?id=CjuzDY-WBr8C&pg=PA38 |acessodata= 2013-06-29 |ano=2010 |publicado=Algora Publishing |isbn= 978-0-87586-793-9 |página=38}}</ref> ou "Palestina". Foi a 7ª região mais populosa das 36 províncias do Império Otomano<ref name="Karpat1985">{{citar livro|último =Karpat|primeiro =Kemal H.|autorlink =Kemal Karpat|título=Ottoman Population, 1830-1914: Demographic and Social Characteristics|url=https://books.google.com/books?id=yhgEAQAAIAAJ|ano=1985|publicado=University of Wisconsin Press|isbn=978-0-299-09160-6|página=210|citação=Table IV.2 Population Density per km2, and Density Rank, 1894/95 (R. 1310), Rank 7, with population of 247,000 and density of 26.33 per km2; underlying source IUKTY 9075}}</ref> e que passou a fazer parte do "[[Eialete de Jerusalém]]", {{sfn|Abu-Manneh|1999|p=43}} . Surgia assim a [[Palestina (região)|Palestina]].
Por esta época, em 1872, foi criado pelo [[grão-vizir]] [[Mamude Nedim Paxá]], {{sfn|Abu-Manneh|1999|p=36}} o distrito chamado [[Mutasarrifado de Jerusalém]] (''{{lang-ota|Kudüs-i Şerif Mutasarrıflığı}}''; {{lang-ar|متصرفية القدس الشريف}}) 1872 [3] [4] [ 5], ou o [[Sanjak de Jerusalém]], um distrito otomano com estatuto administrativo especial.<ref>{{citar livro|último=Büssow|primeiro=Johann|título=Hamidian Palestine: Politics and Society in the District of Jerusalem 1872-1908|url=https://books.google.com/books?id=crPPX99rjYUC&pg=PA5|publicado=BRILL|isbn=978-90-04-20569-7|página=5}}</ref>{{sfn|Abu-Manneh|1999|p=36}}<ref name="Jankowski174">{{citar livro|autor1=James P. Jankowski|autor2=Israel Gershoni|título=Rethinking Nationalism in the Arab Middle East|url=https://books.google.com/books?id=f3axNF2GdCkC&pg=PA174|publicado=Columbia University Press|isbn=978-0-231-10695-5|página=174}}</ref> O distrito abrangia [[Jerusalém]], bem como [[Belém (Palestina)|Belém]], [[Hebrom]], [[Jafa]], [[Gaza]] e [[Bersebá]].<ref name="Beshara">{{citar livro|autor=Adel Beshara|título=The Origins of Syrian Nationhood: Histories, Pioneers and Identity|url=https://books.google.com/books?id=nr9Ivt-pc0IC&pg=PT56|acessodata=2013-06-29|data=2012-04-23|publicado=CRC Press|isbn=978-1-136-72450-3|páginas=56–59 |capítulo=The Name of Syria in Ancient and Modern Usage}}</ref> Durante o final do período otomano, o Mutasarrifate de Jerusalém, juntamente com o [[Sanjak de Nablus]] {{sfn|Abu-Manneh|1999|p=36}} e [[Sanjak de Akka]] ([[Acre]]), (Kudus Sherif),<ref>[http://www.palestine-studies.org/sites/default/files/jq-articles/48_Shifting_Ottoman_2.pdf Ottoman Conceptions of Palestine-Part 2: Ethnography and Cartography, Salim Tamari]</ref> formaram a região que era comumente referida como "Síria do Sul"<ref>{{citar livro|autor=Hasan Afif El-Hasan|título=Israel ou Palestina? Is the Two-state Solution Already Dead?|url=https://books.google.com/books?id=CjuzDY-WBr8C&pg=PA38|acessodata=2013-06-29|ano=2010|publicado=Algora Publishing|isbn=978-0-87586-793-9|página=38}}</ref> ou "Palestina". Foi a 7ª região mais populosa das 36 províncias do Império Otomano<ref name="Karpat1985">{{citar livro|último=Karpat|primeiro=Kemal H.|autorlink=Kemal Karpat|título=Ottoman Population, 1830-1914: Demographic and Social Characteristics|url=https://books.google.com/books?id=yhgEAQAAIAAJ|ano=1985|publicado=University of Wisconsin Press|isbn=978-0-299-09160-6|página=210|citação=Table IV.2 Population Density per km2, and Density Rank, 1894/95 (R. 1310), Rank 7, with population of 247,000 and density of 26.33 per km2; underlying source IUKTY 9075}}</ref> e que passou a fazer parte do "[[Eialete de Jerusalém]]". {{sfn|Abu-Manneh|1999|p=43}} Surgia assim a [[Palestina (região)|Palestina]].


=== Período inicial ===
=== Período inicial ===
A região de Hejaz esteve anteriormente sob o controle do [[Sultanato mameluco do Cairo|Sultanato dos Mamelucos]] até sua derrota e tomada pelos otomanos em [[1517]].<ref> [http://www.britannica.com/EBchecked/topic/259797/Hejaz Hejaz (região, Arábia Saudita)-- Britannica Online Encyclopedia]</ref> No mesmo ano, o [[Xarife Barakat]] de Meca reconheceu o Sultão otomano como [[califa]].<ref name="Baker1979">{{citar livro|autor =Randall Baker|título=Rei Husain e o Reino de Hejaz|url=https://books.google.com/books?id=n706ShSYt-sC&pg=PA2|acessodata=2013-06-10|ano=1979|publicado=The Oleander Press|isbn=978-0-900891-48-9|página=2}}</ref> Quando os [[Xarifes aceitaram a soberania otomana, o Sultão confirmou-os em sua posição como governantes do Hejaz. {{sfn|Numan|2005|p=33}} e a autoridade otomana era apenas indireta, como uma espécie de arranjo político, deixando o poder real com o Emir.<ref name="Baker1979"/> O Sultão assumiu o título de "Hâdimü'l-Haremeyni'ş-Şerifeyn", que queria dizer [[Guardião dos Lugares Santos]] ou ''Guardião das Mesquitas Sagradas'' (خادم الحرمين {{lang-ar|الشريفين‎, ''khādim al-ḥaramain al-šarīfain''}}) e ainda ''Guardião das Duas Cidades Santas'', [[Meca]] e [[Medina]]. {{sfn|Numan|2005|p=34}} {{Nota de rodapé|O termo honorífico ''Guardião dos Lugares Santos'', ''Guardião das Mesquitas Sagradas'' ou ''Guardião das Duas Cidades Santas'', era utilizado pelos reis da Arábia Saudita em referência aos locais sagrados do islão localizados em território árabe: Meca e Medina. Este título foi utilizado originalmente pelos Aiúbidas e, em seguida, pelos sultões otomanos.}}
A região de Hejaz esteve anteriormente sob o controle do [[Sultanato mameluco do Cairo|Sultanato dos Mamelucos]] até sua derrota e tomada pelos otomanos em 1517.<ref> [http://www.britannica.com/EBchecked/topic/259797/Hejaz Hejaz (região, Arábia Saudita)-- Britannica Online Encyclopedia]</ref> No mesmo ano, o [[Xarife Barakat]] de Meca reconheceu o [[sultão otomano]] como [[califa]]. Quando os xarifes aceitaram a soberania otomana, o sultão confirmou-os em sua posição como governantes do Hejaz. {{sfn|Numan|2005|p=33}} e a autoridade otomana era apenas indireta, como uma espécie de arranjo político, deixando o poder real com o Emir.<ref name=bak79/> O sultão assumiu o título de "Hâdimü'l-Haremeyni'ş-Şerifeyn", que queria dizer [[Guardião dos Lugares Santos]] ou ''Guardião das Mesquitas Sagradas'' (خادم الحرمين {{lang-ar|الشريفين‎, ''khādim al-ḥaramain al-šarīfain''}}) e ainda ''Guardião das Duas Cidades Santas'', [[Meca]] e [[Medina]]. {{sfn|Numan|2005|p=34}} {{Nota de rodapé|O termo honorífico ''Guardião dos Lugares Santos'', ''Guardião das Mesquitas Sagradas'' ou ''Guardião das Duas Cidades Santas'', era utilizado pelos reis da [[Arábia Saudita]] em referência aos locais sagrados do islão localizados em território árabe: Meca e Medina. Este título foi utilizado originalmente pelos Aiúbidas e, em seguida, pelos sultões otomanos.}}


As duas mesquitas, ou locais sagrados, mencionados são as mesquitas da [[Grande Mesquita de Meca|Grande Mesquita]] (em Meca) e a [[Mesquita do Profeta]], (em Medina). O [[Fahd da Arábia Saudita|Rei Fahd]] foi o primeiro monarca árabe a utilizar o título, em [[1986]], substituindo o ''Sua Majestade'' pela palavra ''Guardião''. Em [[2005]], o título foi passado ao seu meio-irmão e falecido rei, [[Abdalá da Arábia Saudita|Abdalá I]], assim como para o atual rei, [[Salman da Arábia Saudita|Salman]].
As duas mesquitas, ou locais sagrados, mencionados são as mesquitas da [[Grande Mesquita de Meca|Grande Mesquita]] (em Meca) e a [[Mesquita do Profeta]], (em Medina). O [[Fahd da Arábia Saudita|Rei Fahd]] foi o primeiro monarca árabe a utilizar o título, em 1986, substituindo o ''Sua Majestade'' pela palavra ''Guardião''. Em 2005, o título foi passado ao seu meio-irmão e falecido rei, [[Abdalá da Arábia Saudita|Abdalá I]], assim como para o atual rei, [[Salman da Arábia Saudita|Salman]].


Em [[1630]], uma inundação varreu Meca, destruindo, quase completamente, a [[Caaba]]. Ela foi restaurada por volta de [[1636]].<ref name="Wynbrandt2010p101 "/> Em [[1680]], cerca de 100 pessoas se afogaram em outra inundação em Meca.<ref name="Wynbrandt2010p101"> {{citar livro|autor =James Wynbrandt|título=Uma Breve História da Arábia Saudita|url=https://books.google.com/books?id=eZkIXdsZpPsC&pg=PA101|acessodata=2013-06-12|ano=2010|publicado=Infobase Publishing|isbn=978-0-8160-7876-9|página=101}}</ref>
Em 1630, uma inundação varreu Meca, destruindo, quase completamente, a [[Caaba]]. Ela foi restaurada por volta de 1636.<ref name="Wynbrandt2010p101 "/> Em 1680, cerca de 100 pessoas se afogaram em outra inundação em Meca.<ref name="Wynbrandt2010p101"> {{citar livro|autor=James Wynbrandt|título=Uma Breve História da Arábia Saudita|url=https://books.google.com/books?id=eZkIXdsZpPsC&pg=PA101|acessodata=2013-06-12|ano=2010|publicado=Infobase Publishing|isbn=978-0-8160-7876-9|página=101}}</ref>


Inicialmente, os otomanos administravam o Hejaz sob o olhar do [[Eialete do Egito]]. {{sfn|Numan|2005|p=35}} Os emires foram nomeados pelo sultão levando em consideração a escolha do [[Xarife]]s, bem como as opiniões dos [[uáli]]s do Egito, [[Eialete de Damasco|Damasco]] e [[Eialete de Jidá |Jidá]] (depois que foi estabelecida), bem como a do [[Cádi]] de Meca. {{sfn|Numan|2005|p=35}} O emir de Meca era sempre um [[Haxemita]], que era, a rigor, originalmente, um descendente do clã de [[Banu Hashim]], pertencente à tribo dos [[coraixita]]s e cujo antepassado epónimo era [[Haxim ibne Abde Manafe]], bisavô do profeta Maomé.<ref name="Masters2013"> {{citar livro|autor =Bruce Masters|título=Os árabes do Império Otomano, 1516-1918: uma história social e cultural|url=https://books.google.com/books?id=4x09OvMBMmgC&pg=PA61|acessodata=2013-06-08|data=2013-04-29|publicado=Cambridge University Press|isbn=978-1-107-03363-4|página=61}}</ref> Esta situação foi encerrada em [[1803]], quando fundamentalistas do [[uaabismo]] {{Nota de rodapé|O movimento uaabita era uma seita fundamentalista dentro do [[Islã]], fundada por [[Maomé ibne Abdal Uaabe]] que levaria à criação do [[Emirado de Diriyah]] enquanto ele e [[Muhammad bin Saud]] lançavam sua campanha para reformar o Islã e consolidar o poder na Arábia de sua base de poder, e seu eventual esmagamento pelo [[Império Otomano]] egípcio [[Quediva]] (''Vice-rei'') [[Muhammad Ali do Egito]].}} depuseram o Emir governante de Meca, [[Ghalib Efendi|Xarife Ghalib]].<ref name="Baker1979"/> Já no ano anterior ([[1802]]), Os 12.000 uaabitas haviam saqueado [[Carbala]], no [[Iraque]], matando até 5.000 pessoas e saquearam o [[Santuário Imam Husayn]] <ref name="Bowen153"/> e já, em [[1805]], eles controlavam [[Meca]] e [[Medina]] <ref name="Bowen153" >{{citar livro|último =Bowen |primeiro =Wayne H. |título=The History of Saudi Arabia |ano=2008 |publicado=Greenwood Press |local=Westport, CT |isbn=978-0313340123|páginas=153 |url=https://books.google.com/books?id=S6J2Q3TlJpMC&pg=PA73&lpg=PA73&dq=1805+saudi+karbala&source=bl&ots=z7xkfvrX_x&sig=yg1NCeie86areM74Tp0N2ROwUf8&hl=en&ei=f4cCTbnlLsL38AaO_dTrAg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CBcQ6AEwAA#v=onepage&q=1805%20saudi%20karbala&f=false|oclc=166388162 }}</ref> e atacavam as caravanas de comércio otomano interrompendo assim as finanças otomanas.<ref name=Marsot2007>[[Afaf Lutfi al-Sayyid-Marsot]]. ''A History of Egypt From the Islamic Conquest to the Present.'' New York: Cambridge UP, 2007.</ref>
Inicialmente, os otomanos administravam o Hejaz sob o olhar do [[Eialete do Egito]]. {{sfn|Numan|2005|p=35}} Os emires foram nomeados pelo sultão levando em consideração a escolha do xarifes, bem como as opiniões dos [[uáli]]s do Egito, [[Eialete de Damasco|Damasco]] e [[Eialete de Jidá |Jidá]] (depois que foi estabelecida), bem como a do [[Cádi]] de Meca. {{sfn|Numan|2005|p=35}} O emir de Meca era sempre um [[Haxemita]], que era, a rigor, originalmente, um descendente do clã de [[Banu Hashim]], pertencente à tribo dos [[coraixita]]s e cujo antepassado epónimo era [[Haxim ibne Abde Manafe]], bisavô do profeta Maomé.<ref name="Masters2013"> {{citar livro|autor=Bruce Masters|título=Os árabes do Império Otomano, 1516-1918: uma história social e cultural|url=https://books.google.com/books?id=4x09OvMBMmgC&pg=PA61|acessodata=2013-06-08|data=2013-04-29|publicado=Cambridge University Press|isbn=978-1-107-03363-4|página=61}}</ref> Esta situação foi encerrada em 1803, quando fundamentalistas do [[uaabismo]] {{Nota de rodapé|O movimento uaabita era uma seita fundamentalista dentro do [[Islã]], fundada por [[Maomé ibne Abdal Uaabe]] que levaria à criação do [[Emirado de Diriyah]] enquanto ele e [[Muhammad bin Saud]] lançavam sua campanha para reformar o Islã e consolidar o poder na Arábia de sua base de poder, e seu eventual esmagamento pelo Império Otomano egípcio [[Quediva]] (''vice-rei'') [[Muhammad Ali do Egito]].}} depuseram o Emir governante de Meca, [[Ghalib Efendi|Xarife Ghalib]].<ref name=bak79/> Já no ano anterior (1802), Os {{formatnum:12000}} uaabitas haviam saqueado [[Carbala]], no [[Iraque]], matando até {{formatnum:5000}} pessoas e saquearam o [[Santuário Imam Husayn]] e já, em 1805, eles controlavam [[Meca]] e [[Medina]] <ref name="Bowen153" >{{citar livro|último=Bowen|primeiro=Wayne H.|título=The History of Saudi Arabia|ano=2008|publicado=Greenwood Press|local=Westport, CT|isbn=978-0313340123|páginas=153|url=https://books.google.com/books?id=S6J2Q3TlJpMC&pg=PA73&lpg=PA73&dq=1805+saudi+karbala&source=bl&ots=z7xkfvrX_x&sig=yg1NCeie86areM74Tp0N2ROwUf8&hl=en&ei=f4cCTbnlLsL38AaO_dTrAg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CBcQ6AEwAA#v=onepage&q=1805%20saudi%20karbala&f=false|oclc=166388162 }}</ref> e atacavam as caravanas de comércio otomano interrompendo assim as finanças otomanas.<ref name=Marsot2007>[[Afaf Lutfi al-Sayyid-Marsot]]. ''A History of Egypt From the Islamic Conquest to the Present.'' New York: Cambridge UP, 2007.</ref>


Grande parte da Península Arábica foi politicamente unificada em [[1932]] no terceiro e atual Estado saudita, o [[Reino da Arábia Saudita]]. A campanha militar liderada pelo rei [[Ibn Saud|Abdulaziz ibn Saud]] e seu exército de [[beduíno]]s de tribos conquistou o Hejaz e derrubou o clã haxemita no poder . Os novos governantes de [[Najd]]i, árabes [[nômade]]s, em grande parte tribais e analfabetos, encontraram-se diante de uma sociedade altamente sofisticada. Uma estrutura política coesa baseada no sistema [[Majlis al-Shura]] (conselho consultivo) estava em vigor há séculos. Um órgão administrativo central geria um orçamento anual que alocava despesas em escolas secundárias, forças militares e policiais.<ref>{{citar livro|último = Yamani |primeiro = Mai |coautor= |autorlink = |título= Cradle of Islam |ano= 2009 | month = |publicado= I.B. TAURIS |local= London | isbn = 978-1-84511-824-2 |página= 2 |capítulo= Devotion |citação= }}</ref> Da mesma forma, o tecido religioso do Najd e do Hejaz eram muito diferentes. Os costumes e rituais culturais tradicionais de Hejazi eram quase inteiramente de natureza religiosa. As celebrações em homenagem a Maomé , sua família e [[Sahaba|companheiro]]s , a reverência aos santos falecidos, a visitação de santuários, tumbas e locais sagrados ligados a qualquer um deles estavam entre os costumes indígenas do Islã Hejazi. .<ref>{{citar livro|último = Yamani |primeiro = Mai |coautor= |autorlink = |título= Cradle of Islam |ano= 2009 | month = |publicado= I.B. TAURIS |local= London | isbn = 978-1-84511-824-2 |página= 4 |capítulo= Devotion |citação= }}</ref> Como a autoridade administrativa do Hejaz passou para as mãos dos muçulmanos negeditas [[Uaabismo|uaabita]]s do interior, o [[Ulama]] uaabita viu as práticas religiosas locais como a superstição infundada substituindo a sanção religiosa codificada que foi considerada uma corrupção total da religião e a propagação da heresia.<ref>{{citar livro|último = Rentz |primeiro = George S. |coautor= |autorlink = |título= The Birth of the Islamic Reform Movement in Saudi Arabia |ano= 2004 | month = |publicado= Arabian Publishing Ltd. |local= London | isbn = 0-9544792-2-X |página= 139 |capítulo= Devotion |citação=}}</ref> O que se seguiu foi uma remoção da infra-estrutura física, túmulos, mausoléus, mesquitas e locais associados à família e aos companheiros de Maomé. .<ref>{{citar web| url = https://www.pbs.org/newshour/bb/middle_east/jan-june02/saudi_2-19.html|título= A NewsHour with Jim Lehrer Transcript|acessodata= |último = Angawi|primeiro = Dr.Sami|data= |obra=|publicado= PBS NewsHour Online Transcript|citação=}}</ref>
Grande parte da [[Península Arábica]] foi politicamente unificada em 1932 no terceiro e atual Estado saudita, o [[Reino da Arábia Saudita]]. A campanha militar liderada pelo rei [[Ibn Saud|Abdulaziz ibn Saud]] e seu exército de [[beduíno]]s de tribos conquistou o Hejaz e derrubou o clã haxemita no poder . Os novos governantes de [[najd]]i, árabes [[nômade]]s, em grande parte tribais e analfabetos, encontraram-se diante de uma sociedade altamente sofisticada. Uma estrutura política coesa baseada no sistema [[Majlis al-Shura]] (conselho consultivo) estava em vigor há séculos. Um órgão administrativo central geria um orçamento anual que alocava despesas em escolas secundárias, forças militares e policiais.<ref>{{citar livro|último=Yamani|primeiro=Mai|título=Cradle of Islam|ano=2009 | month =|publicado=I.B. Tauris|local=Londres|isbn=978-1-84511-824-2|página=2 |capítulo= Devotion}}</ref> Da mesma forma, o tecido religioso do Najd e do Hejaz eram muito diferentes. Os costumes e rituais culturais tradicionais de Hejazi eram quase inteiramente de natureza religiosa. As celebrações em homenagem a Maomé , sua família e [[Sahaba|companheiro]]s , a reverência aos santos falecidos, a visitação de santuários, tumbas e locais sagrados ligados a qualquer um deles estavam entre os costumes indígenas do Islã Hejazi.<ref>{{citar livro|último=Yamani|primeiro=Mai|título=Cradle of Islam|ano=2009 | month =|publicado=I.B. TAURIS|local=London|isbn=978-1-84511-824-2|página=4 |capítulo= Devotion}}</ref> Como a autoridade administrativa do Hejaz passou para as mãos dos muçulmanos negeditas [[Uaabismo|uaabita]]s do interior, o [[Ulama]] uaabita viu as práticas religiosas locais como a superstição infundada substituindo a sanção religiosa codificada que foi considerada uma corrupção total da religião e a propagação da heresia.<ref>{{citar livro|último=Rentz|primeiro=George S.|título=The Birth of the Islamic Reform Movement in Saudi Arabia|ano=2004 | month =|publicado=Arabian Publishing Ltd.|local=London|isbn=0-9544792-2-X|página=139 |capítulo= Devotion}}</ref> O que se seguiu foi uma remoção da infra-estrutura física, túmulos, mausoléus, mesquitas e locais associados à família e aos companheiros de Maomé. .<ref>{{citar web|url=https://www.pbs.org/newshour/bb/middle_east/jan-june02/saudi_2-19.html|título=A NewsHour with Jim Lehrer Transcript|último=Angawi|primeiro=Dr.Sami|publicado=PBS NewsHour Online Transcript}}</ref>


=== Invasão uaabita e controle Egípcio ===
=== Invasão uaabita e controle Egípcio ===
Os uaabitas começaram a ser uma ameaça no Hejaz a partir da década de 1750 em diante. Eles haviam se levantado como um movimento religioso em [[Dira'iyya]] no [[Nejd]] em 1744-1745. {{sfn|Numan|2005|p=37}} A doutrina encontrou alguns simpatizantes em Hejaz. Os conceitos da doutrina foram submetidos a uma ''muftiat'' ou ''diyanet'', ou seja, um conselho dos [[mufti]]s
{{artigo principal|Otomano-Guerra da Arábia Saudita}}
Os uaabitas começaram a ser uma ameaça no Hejaz a partir da década de [[1750]] em diante. Eles haviam se levantado como um movimento religioso em [[Dira'iyya]] no [[Nejd]] em [[1744]]-[[1745]]. {{sfn|Numan|2005|p=37}} A doutrina encontrou alguns simpatizantes em Hejaz. Os conceitos da doutrina foram submetidos a uma ''muftiat'' ou ''diyanet'', ou seja, um conselho dos [[mufti]]s


de Meca. Estes académico [[Islão|[islâmico]]s, ou muftis {{langx|ar|مفتي||''muftī''|tit=x}}, tinham autoridade de interpretar a lei islâmica ([[Charia]]), e emitir um parecer, a [[Fátua|fataawa]] ("fatwas") <ref name="">{{citar web | autor= | obra= | título=Muf·ti | língua=inglês | url=http://www.thefreedictionary.com/mufti | publicado=The Free Dictionary by Farlex | data= | acessodata=20 de setembro de 2011}}</ref> e que concluiu por pronunciá-los como hereges. {{sfn|Numan|2005|p=37}} Eles foram capazes de tomar as duas cidades sagradas em [[1801]]. {{sfn|Numan|2005|p=37}} Em 1803 os uaabitas, liderados por [[Abdul-Aziz bin Muhammad|Abdul -Aziz Al Saud]], atacou Meca.<ref name="Al-Jibouri2011p189 "/> [[Xarife Ghalib]] fugiu para Jidá, que foi cercada logo em seguida. O Xarife Ghalib foi enviado de volta a Meca como um vassalo saudita.<ref name="Al-Jibouri2011p189"> {{citar livro|autor =Yasin T. Al-Jibouri|título=Kerbala e Beyond: um épico de heroísmo imortal|url=https://books.google.com/books?id=g7btNNUXFmQC&pg=PA189|acessodata=2013-06-12|data=2011-09-01|publicado=AuthorHouse|isbn=978-1-4670-2613-0|página=189}}</ref>
de Meca. Estes académicos islâmicos, ou [[mufti]]s {{langp|ar|مفتي||''muftī''}}, tinham autoridade de interpretar a lei islâmica ([[xaria]]), e emitir um parecer, a [[Fátua|fataawa]] ("fatwas") <ref name="">{{citar web|título=Muf·ti|língua=en|url=http://www.thefreedictionary.com/mufti|publicado=The Free Dictionary by Farlex|acessodata=20 de setembro de 2011}}</ref> e que concluiu por pronunciá-los como hereges.{{sfn|Numan|2005|p=37}} Eles foram capazes de tomar as duas cidades sagradas em 1801. {{sfn|Numan|2005|p=37}} Em 1803 os uaabitas, liderados por [[Abdul-Aziz bin Muhammad|Abdul -Aziz Al Saud]], atacou Meca.<ref name="Al-Jibouri2011p189 "/> [[Xarife Ghalib]] fugiu para Jidá, que foi cercada logo em seguida. O Xarife Ghalib foi enviado de volta a Meca como um vassalo saudita.<ref name="Al-Jibouri2011p189"> {{citar livro|autor=Yasin T. Al-Jibouri|título=Kerbala e Beyond: um épico de heroísmo imortal|url=https://books.google.com/books?id=g7btNNUXFmQC&pg=PA189|acessodata=2013-06-12|data=2011-09-01|publicado=AuthorHouse|isbn=978-1-4670-2613-0|página=189}}</ref>


Então [[Tosun Paxá]] levou o exército em 1811 e ocupou Medina em 1812 e Meca em 1813. Depois de sua morte [[Ibraim Paxá do Egito|Ibraim Paxá]], que tinha acompanhado [[Maomé Ali]] visita pessoalmente ao Hejaz em 1814, assumiu e perseguiu os uaabitas no [[Négede]]. {{sfn|Numan|2005|p=39}} Após a notícia da vitória, [[Mamude II]] nomeou Ibraim Paxá governador de [[Jidá]] e [[Habeş]]. Ele era o governante nominal de Hejaz em nome dos otomanos de 1811 a 1840. {{sfn|Numan|2005|p=39}} Os uaabitas foram expulsos do Hejaz em [[1818]], quando Maomé Ali Paxá, representando o então Governador do Egito, era capaz de ter sucesso na vitória final. {{sfn|Numan|2005|p=39}} O Hejaz, em seguida, caiu sob o seu domínio. {{sfn|Numan|2005|p=1}} A [[Convenção de Londres (1840)|Convenção de Londres]] de [[1840]] forçou Maomé Ali a sair do Hejaz. {{sfn|Numan|2005|p=42}}
Então [[Tosun Paxá]] levou o exército em 1811 e ocupou Medina em 1812 e Meca em 1813. Depois de sua morte [[Ibraim Paxá do Egito|Ibraim Paxá]], que tinha acompanhado [[Maomé Ali]] visita pessoalmente ao Hejaz em 1814, assumiu e perseguiu os uaabitas no [[Négede]]. {{sfn|Numan|2005|p=39}} Após a notícia da vitória, {{lknb|Mamude|II}} nomeou Ibraim Paxá governador de [[Jidá]] e [[Habeş]]. Ele era o governante nominal de Hejaz em nome dos otomanos de 1811 a 1840. {{sfn|Numan|2005|p=39}} Os uaabitas foram expulsos do Hejaz em 1818, quando Maomé Ali Paxá, representando o então Governador do Egito, era capaz de ter sucesso na vitória final.{{sfn|Numan|2005|p=39}} O Hejaz, em seguida, caiu sob o seu domínio. {{sfn|Numan|2005|p=1}} A [[Convenção de Londres (1840)|Convenção de Londres]] de 1840 forçou Maomé Ali a sair do Hejaz. {{sfn|Numan|2005|p=42}}


No ano anterior, [[1839]], o Império Otomano, para assegurar sua integridade territorial contra movimentos nacionalistas, havia criado o [[Tanzimat]] (em [[turco otomano]]: تنظيمات, que queria dizer "reorganização") e que tratou-se de um período de reformas que caracterizava-se como uma forma de modernizar a administração do governo contra diversos grupos étnicos do Império possibilitou o surgimento de um movimento nacionalista otomano e que teve sua atuação entre os anos [[1839]]-[[1876]].
No ano anterior, 1839, o Império Otomano, para assegurar sua integridade territorial contra movimentos nacionalistas, havia criado o [[Tanzimat]] (em [[turco otomano]]: تنظيمات, que queria dizer "reorganização") e que tratou-se de um período de reformas que caracterizava-se como uma forma de modernizar a administração do governo contra diversos grupos étnicos do Império possibilitou o surgimento de um movimento nacionalista otomano e que teve sua atuação entre os anos 1839-1876.


O Império Otomano era conhecido como "o [[homem doente da Europa]], cuja ordem política, comparada com a [[Europa medieval]], era tida como "progressiva” a qual naqueles idos do [[Século XIX|séc. XIX]], agia contra o princípio da igualdade introduzido pela [[Revolução Francesa]].
O Império Otomano era conhecido como "o [[homem doente da Europa]], cuja ordem política, comparada com a [[Europa medieval]], era tida como "progressiva” a qual naqueles idos do {{séc|XIX}}, agia contra o princípio da igualdade introduzido pela [[Revolução Francesa]].{{esclarecer|Europa medieval? progressiva?}}


=== Vilaiete de Hejaz ===
=== Vilaiete de Hejaz ===
{{artigo principal| Vilaiete de Hejaz}}
{{artigo principal| Vilaiete de Hejaz}}
[[File:Hejaz Vilayet, Ottoman Empire (1900) v2.png|thumb|Depois de [[1872]], o Xarifado foi coexistente com o [[Vilaiete de Hejaz]].]]
[[File:Hejaz Vilayet, Ottoman Empire (1900) v2.png|thumb|Depois de 1872, o Xarifado coexistiu com o [[Vilaiete de Hejaz]]]]
Depois que o Hejaz foi restaurado pelos otomanos, a administração provincial foi reestruturada e organizada como o [[Vilaiete de Hejaz]]. {{sfn|Numan|2005|p=1}} Isso levou à criação de dois corpos políticos e administrativos paralelos: o Emirado e o [[Vilaiete de Hejaz|Vilaiete]]. {{sfn|Numan|2005|p=1}} Depois que o governador começou a residir em Meca, o Vilaiete de certa forma levou o emirado à sua jurisdição, levando a uma situação de duplo governo. {{sfn|Numan|2005|p=61-62}}
Depois que o Hejaz foi restaurado pelos otomanos, a administração provincial foi reestruturada e organizada como o Vilaiete de Hejaz. {{sfn|Numan|2005|p=1}} Isso levou à criação de dois corpos políticos e administrativos paralelos: o Emirado e o [[Vilaiete de Hejaz|Vilaiete]]. {{sfn|Numan|2005|p=1}} Depois que o governador começou a residir em Meca, o vilaiete de certa forma levou o emirado à sua jurisdição, levando a uma situação de duplo governo.{{sfn|Numan|2005|p=61-62}}


A reforma previa a perda da quase-autonomia do emir, levando a um conflito entre Emir e wali que durou pelo resto do [[Século XIX|séc. XIX]]. {{sfn|Numan|2005|p=73}} Mesmo assim, o emir de Meca não foi relegado a uma posição em que ele seria subordinado ao wali. {{sfn|Numan|2005|p=82}} Os emires de Meca continuaram a ter uma palavra a dizer na administração do Hejaz ao lado dos governadores. {{sfn|Numan|2005|p=73}} Os dois tiveram uma convivência paralela e desconfortável: enquanto governando sobre a mesma geografia, eles dividiram autoridade de uma forma complexa, levando a uma negociação contínua, gerando conflitos e, ao mesmo tempo, uma constante cooperação entre eles. {{sfn|Numan|2005|p=82}}
A reforma previa a perda da quase-autonomia do emir, levando a um conflito entre Emir e wali que durou pelo resto do [[Século XIX|séc. XIX]]. {{sfn|Numan|2005|p=73}} Mesmo assim, o emir de Meca não foi relegado a uma posição em que ele seria subordinado ao wali. {{sfn|Numan|2005|p=82}} Os emires de Meca continuaram a ter uma palavra a dizer na administração do Hejaz ao lado dos governadores. {{sfn|Numan|2005|p=73}} Os dois tiveram uma convivência paralela e desconfortável: enquanto governando sobre a mesma geografia, eles dividiram autoridade de uma forma complexa, levando a uma negociação contínua, gerando conflitos e, ao mesmo tempo, uma constante cooperação entre eles. {{sfn|Numan|2005|p=82}}


Já em [[1880]], falava-se da ocupação [[britânico|britânica]] do Hejaz com o apoio dos Şerifs. {{sfn|Numan|2005|p=56}} Os britânicos também desafiaram o sultão [[califado]], alegando que a [[Grã-Bretanha]] deveriam nomear o Emir, já que governou mais de quatro vezes a muitos muçulmanos como os otomanos. {{sfn|Numan|2005|p=58}}
Já em 1880, falava-se da ocupação [[Império Britânico|britânica]] do Hejaz com o apoio dos şerifs. {{sfn|Numan|2005|p=56}} Os britânicos também desafiaram o sultão otomano, alegando que a [[Grã-Bretanha]] deveriam nomear o emir, já que governou mais de quatro vezes a muitos muçulmanos como os otomanos. {{sfn|Numan|2005|p=58}}


== Reino de Hejaz ==
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{{artigo principal|Reino de Hejaz}}
{{Artigo principal|Reino de Hejaz}}
Em 23 de dezembro de [[1925]] o Rei [[Ali de Hejaz|Ali]] rendeu-se aos sauditas, pondo fim ao Reino de Hejaz e ao Xarifado.<ref name="Peters1994p397">{{citar livro|autor =Francis E. Peters|título=Mecca: A Literatura histórica dos muçulmanos na Terra Santa|url=https://books.google.com/books?id=tdb6F1qVDhkC&pg=PA397|acessodata=2013-06-11|ano=1994|publicado=Princeton University Press|isbn=978-0-691-03267-2|página=397}}</ref>
Em 23 de dezembro de 1925 o Rei [[Ali de Hejaz|Ali]] rendeu-se aos sauditas, pondo fim ao Reino de Hejaz e ao Xarifado.<ref>{{citar livro|autor=Francis E. Peters|título=Mecca: A Literatura histórica dos muçulmanos na Terra Santa|url=https://books.google.com/books?id=tdb6F1qVDhkC&pg=PA397|acessodata=2013-06-11|ano=1994|publicado=Princeton University Press|isbn=978-0-691-03267-2|página=397}}</ref>


== Lista de xarifes ==
== Lista de xarifes ==
Lista parcial de xarifes de Meca:{{carece de fontes|hist-mo|data=abril de 2021}}
{{Artigo principal|Xarife de Meca}}
Lista parcial de Xarife de Meca:{{carece de fontes|data=abril de 2021}}


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* [[Maomé Abul Jafar Talabe]] ([[967]]-[[980]])
* [[Maomé Abul Jafar Talabe]] (967-980)
* Issa ([[980]]-[[994]])
* Issa (980-994)
* [[Abul Futu Haçane ibne Jafar]] ([[994]]–[[1039]])
* [[Abul Futu Haçane ibne Jafar]] (994–1039)
* {{ilc|Xucradim||Shukr al-Din}} ([[1039]]–[[1061]])
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* [[Abul Haxim ibne Maomé]] ([[1061]]–[[1094]])
* [[Abul Haxim ibne Maomé]] (1061–1094)
* [[Ibne Abu Haxim Talabe]] ([[1094]]–[[1101]])
* [[Ibne Abu Haxim Talabe]] (1094–1101)
* ''Hiato na lista de Xarifes conhecidos de cerca de um século''
* ''Hiato na lista de Xarifes conhecidos de cerca de um século''
* [[Catada ibne Idris Alalaui Haçani]] ([[1201]]–[[1220]])
* [[Catada ibne Idris Alalaui Haçani]] (1201–1220)
* [[Ibne Catada Haximi]] ([[1220]]–[[1241]])
* [[Ibne Catada Haximi]] (1220–1241)
* [[Haçane Abuçaíde]] ([[1241]]–[[1254]])
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* [[Maomé Abul Nubaje]] ([[1254]]–[[1301]])
* [[Maomé Abul Nubaje]] (1254–1301)
* [[Rumaita Abul Rada]] ([[1301]]–[[1346]])
* [[Rumaita Abul Rada]] (1301–1346)
* [[Aljã Abul Sarja]] ([[1346]]–[[1375]])
* [[Aljã Abul Sarja]] (1346–1375)
* ''Hiato''
* ''Hiato''
* [[Haçane II (xerife de Meca)|Haçane II]] ([[1394]]–[[1425]])
* [[Haçane II (xerife de Meca)|Haçane II]] (1394–1425)
* [[Baracate I]] ([[1425]]–[[1455]])
* [[Baracate I]] (1425–1455)
* [[Malique Aladil Maomé (III) ibne Baracate]] ([[1455]]–[[1497]])
* [[Malique Aladil Maomé (III) ibne Baracate]] (1455–1497)
* [[Baracate (II) ibne Maomé]] ([[1497]]–[[1525]])
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* [[Maomé Abu Numai (II) Nazim Aldim]] ([[1525]]–[[1583]])
* [[Maomé Abu Numai (II) Nazim Aldim]] (1525–1583)
* [[Haçane (III) ibne Maomé Abu Numai]] ([[1583]]–[[1601]])
* [[Haçane (III) ibne Maomé Abu Numai]] (1583–1601)
* [[Idris (II) Abu Aune ibne Haçane]] ([[1601]]–[[1610]])
* [[Idris (II) Abu Aune ibne Haçane]] (1601–1610)
* [[Mucine (I) ibne Huceine]] ([[1610]]–[[1628]])
* [[Mucine (I) ibne Huceine]] (1610–1628)
* [[Amade ibne Abu Talibe Haçane]] ([[1628]]–[[1629]])
* [[Amade ibne Abu Talibe Haçane]] (1628–1629)
* [[Maçude (I) ibne Idris]] ([[1629]]–[[1630]])
* [[Maçude (I) ibne Idris]] (1629–1630)
* [[Abdalá (I) ibne Haçane]] ([[1630]]–[[1631]])
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* [[Zeide ibne Mucine]] ([[1631]]–[[1666]])
* [[Zeide ibne Mucine]] (1631–1666)
* Governo conjunto de [[Saade ibne Zeide]] ([[1666]]–[[1672]]); [[Ahmad ibne Zeide]] ([[1669]]–[[1671]]); [[Mucine ibne Amade]] ([[1667]]–[[1668]]); [[Hamude ibne Abdalá ibne Haçane]] ([[1670]])
* Governo conjunto de [[Saade ibne Zeide]] (1666–1672); [[Ahmad ibne Zeide]] (1669–1671); [[Mucine ibne Amade]] (1667–1668); [[Hamude ibne Abdalá ibne Haçane]] (1670)
* [[Baracate (III) ibne Maomé]] ([[1672]]–[[1682]])
* [[Baracate (III) ibne Maomé]] (1672–1682)
* [[Ibraim ibne Maomé (xarife)|Ibraim ibne Maomé]] ([[1682]])
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* [[Saíde (I) ibne Baracate]] ([[1682]]–[[1683]])
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* [[Amade ibne Zeide]] ([[1684]]–[[1688]])
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* Governo conjunto de [[Amade ibne Galibe]] ([[1688]]–[[1690]]) e [[Mucine ibne Amade]] ([[1689]]–[[1690]])
* Governo conjunto de [[Amade ibne Galibe]] (1688–1690) e [[Mucine ibne Amade]] (1689–1690)
* [[Mucine (II) ibne Huceine]] ([[1690]]–[[1691]])
* [[Mucine (II) ibne Huceine]] (1690–1691)
* [[Saíde (II) ibne Saade]] ([[1691]]–[[1694]])
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* [[Saade ibne Zeide]] ([[1693]]–[[1694]])
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* [[Abdalá (II) ibne Haxim]] ([[1694]])
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* [[Saade ibne Zeide]] ([[1694]]–[[1702]])
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* [[Saide (II) ibne Saade]] ([[1702]]–[[1704]])
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* [[Abdul Mucine ibne Amade]] ([[1704]])
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* [[Abdalcarim ibne Maomé]] ([[1704]]–[[1705]])
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* [[Saíde (II) ibne Saade]] ([[1705]])
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* [[Abdalcarim ibne Maomé]] ([[1705]]–[[1711]])
* [[Abdalcarim ibne Maomé]] (1705–1711)
* [[Saíde (II) ibne Saade]] ([[1711]]–[[1717]])
* [[Saíde (II) ibne Saade]] (1711–1717)
* [[Abdulá (III) ibne Saíde]] ([[1717]]–[[1718]])
* [[Abdulá (III) ibne Saíde]] (1717–1718)
* [[Ali ibne Saíde]] ([[1718]])
* [[Ali ibne Saíde]] (1718)
* [[Iáia (I) ibne Baracate]] ([[1718]]–[[1719]])
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* [[Mubaraque ibne Amade]] ([[1720]]–[[1722]])
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* [[Baracate ibne Iáia]] ([[1722]]–[[1723]])
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* [[Abdulá (III) ibne Saíde]] ([[1724]]–[[1731]])
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* [[Maomé ibne Abdalá (Xarife)|Maomé ibne Abdalá]] ([[1731]]–[[1732]])
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* [[Maomé ibne Abdalá (xarife)|Maomé ibne Abdalá]] ([[1733]]–[[1734]])
* [[Maomé ibne Abdalá (xarife)|Maomé ibne Abdalá]] (1733–1734)
* [[Maçude ibne Saíde]] ([[1734]]–[[1752]])
* [[Maçude ibne Saíde]] (1734–1752)
* [[Maçude ibne Saíde (II)]] ([[1752]]–[[1759]])
* [[Maçude ibne Saíde (II)]] (1752–1759)
* [[Jafar ibne Saíde]] ([[1759]]–[[1760]])
* [[Jafar ibne Saíde]] (1759–1760)
* [[Maçude ibne Saíde (II)]] ([[1760]]–[[1770]])
* [[Maçude ibne Saíde (II)]] (1760–1770)
* [[Amade ibne Saíde]] ([[1770]])
* [[Amade ibne Saíde]] (1770)
* [[Abdulá (IV) ibne Huceine]] ([[1770]]–[[1773]])
* [[Abdulá (IV) ibne Huceine]] (1770–1773)
* [[Surur ibne Maçude]] ([[1773]]–[[1788]])
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* [[Abdul Muine ibne Maçude]] ([[1788]])
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* [[Galibe Efendi|Galibe ibne Maçude]] ([[1788]]–[[1803]])
* [[Galibe Efendi|Galibe ibne Maçude]] (1788–1803)
* [[Iáia (II) ibne Surur]] ([[1803]]–[[1813]])
* [[Iáia (II) ibne Surur]] (1803–1813)
* [[Galibe Efendi|Galibe ibne Maçude]] ([[1813]]–[[1827]])
* [[Galibe Efendi|Galibe ibne Maçude]] (1813–1827)
* [[Abdul Mutalibe ibne Galibe]] ([[1827]])
* [[Abdul Mutalibe ibne Galibe]] (1827)
* [[Maomé ibne Abdul Muine]] ([[1827]]–[[1836]])
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* ''Vacante devido a ascensão do [[Segundo Estado Saudita]]''
* ''Vacante devido a ascensão do [[Segundo Estado Saudita]]''
* [[Maomé ibne Abdul Muine]] ([[1840]]–[[1851]])
* [[Maomé ibne Abdul Muine]] (1840–1851)
* [[Abdul Mutalibe ibne Galibe]] ([[1851]]–[[1856]])
* [[Abdul Mutalibe ibne Galibe]] (1851–1856)
* [[Maomé ibne Abdul Muine]] ([[1856]]–[[1858]])
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* [[Abdalá Calil Paxá ibne Maomé]] ([[1858]]–[[1877]])
* [[Abdalá Calil Paxá ibne Maomé]] (1858–1877)
* [[Huceine ibne Maomé]] ([[1877]]–[[1880]])
* [[Huceine ibne Maomé]] (1877–1880)
* [[Abdul Mutalibe ibne Galibe]] ([[1880]]–[[1882]])
* [[Abdul Mutalibe ibne Galibe]] (1880–1882)
* [[Aune Rafique Paxá ibne Maomé]] ([[1882]]–[[1905]])
* [[Aune Rafique Paxá ibne Maomé]] (1882–1905)
* [[Ali Paxá ibne Abdalá]] ([[1905]]–[[1908]])
* [[Ali Paxá ibne Abdalá]] (1905–1908)
* [[Huceine Paxá ibne Ali]] ([[1908]]–[[1916]])
* [[Huceine Paxá ibne Ali]] (1908–1916)
* [[Ali Haidar Paxá]] ([[1916]])
* [[Ali Haidar Paxá]] (1916)
* [[Huceine ibne Ali, Xarife de Meca|Huceine ibne Ali]] ([[1916]]–[[1925]])
* [[Huceine ibne Ali, Xarife de Meca|Huceine ibne Ali]] (1916–1925)
* [[Ali de Hejaz|Ali ibne Huceine]] ([[1925]])
* [[Ali de Hejaz|Ali ibne Huceine]] (1925)
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{{Notas}}
==Ver também==
{{Referências}}
* [[Xarife de Meca]]
* [[Arábia otomana]]


==Bibliografia ==
==Bibliografia ==
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* {{citar livro|último =Abu-Manneh|primeiro =Butrus|editor=Ilan Pappé|título=The Israel/Palestine Question|url=https://books.google.com/books?id=OjuKhNEmFvoC|acessodata=2013-06-28|ano=1999|publicado=Routledge|isbn=978-0-415-16948-6|capítulo=The Rise of the Sanjak of Jerusalem in the Late Nineteenth Century|ref=harv}}
* {{citar livro|último=Abu-Manneh|primeiro=Butrus|editor=Ilan Pappé|título=The Israel/Palestine Question|url=https://books.google.com/books?id=OjuKhNEmFvoC|acessodata=2013-06-28|ano=1999|publicado=Routledge|isbn=978-0-415-16948-6|capítulo=The Rise of the Sanjak of Jerusalem in the Late Nineteenth Century|ref=harv}}
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[[Categoria:História da Arábia Saudita]]
[[Categoria:História da Arábia Saudita]]

Revisão das 13h05min de 16 de junho de 2021

O Xarifado de Meca (em árabe: شرافة مكة; romaniz.:Sharāfa Makka) ou Emirado de Meca [1] era um estado, não-soberano por grande parte de sua existência, governado pelos xarifes de Meca. Um xarife era descendente direto de Haçane ibne Ali, o filho de Fátima e Ali e, portanto neto do profeta Maomé e sua esposa Cadija. Ali, o pai de Haçane ibne Ali era o quarto califa, segundo os sunitas ou o primeiro, segundo os xiitas.[2] Em fontes ocidentais, o príncipe de Meca era conhecido como o Grande Xarife, mas os árabes sempre usaram a denominação "emir".[3]

O xarifado existiu entre os anos 968 e 1925.[4] De 1201, os descendentes do patriarca xarife Qutada reinaram sobre Meca, Medina e Hejaz, em sucessão ininterrupta até 1925.[5]

Início da história

Originalmente, os xarifes do Hejaz geralmente evitavam envolvimento na vida pública. Essa situação mudou na segunda metade do século X, com a ascensão da seita dos carmatas. Os carmatas, como também eram conhecidos, dirigiram ataques tribais ao Iraque, Síria e grande parte da Arábia, interrompendo o fluxo de peregrinos para Meca. Em 930, adeptos da seita, liderados pelo governante do estado Carmata no Barém (Arábia Oriental), Abu Tair Aljanabi (906–944); atacaram e provocaram o saque de Meca, roubaram a sagrada Pedra Negra da Caaba, gerando um grave embaraço ao califa Abássida em Bagdá. Abu Tair era o filho mais novo de Abuçaíde Aljanabi, o fundador do Estado carmata, enquanto que Abul Misque Cafur, era um vassalo abássida e governante do Egito, que concluiu por persuadir os carmatas a cessarem suas incursões e devolverem a Pedra Negra a Meca em troca de um tributo anual. Como medida para melhorar a segurança dos peregrinos, escolheu um dos xarifes de Hejaz, Jafar Almuçaui, e o instalou como emir de Meca em cerca de 964.[6]

Quando o fatímida Almuiz Aldim Alá conquistou o Egito em 973, eles começaram a nomear os xarifes de Meca dentre os descendentes de Jafar Almuçaui. Em 1012, o emir de Meca Abul Futu Haçane ibne Jafar declarou-se califa, mas foi persuadido a desistir de seu título no mesmo ano. O primeiro governante de sulaída conquistou todo o Iêmen em 1062 e seguiu para o norte para ocupar o Hejaz. Por um tempo, eles nomearam os emires de Meca. "Quando o poder sunita começou a reviver após 1058, os emires mecânicos mantiveram uma posição ambígua entre os fatímidas e os Seljúcidas de Ispaã. Depois que Saladino derrubou os fatímidas em 1171, os Aiúbidas aspirava estabelecer a sua soberania sobre Meca. Seu envolvimento constante em disputas dinásticas, no entanto, levou a um período livre de interferências externas no Hejaz.[6]

Em cerca de 1200, um xarife com o nome de Qatada ibn Idris tomou o poder e foi reconhecido como Emir pelo sultão aiúbida.[7] Ele se tornou o primeiro de uma dinastia que detinha o emirado até ser abolido em 1925.[6] O Sultanato mameluco do Cairo conseguiu tomar o Hejaz, e fez dele uma província regular do seu império depois de 1350. Jidá tornou-se uma base dos mamelucos para suas operações no Mar Vermelho e no Oceano Índico, levando-o a substituir Yanbu como o principal centro de comércio marítimo nas costas do Hejaz. Ao jogar os membros da casa xarifeana uns contra os outros, os mamelucos conseguiram alcançar um alto grau de controle sobre o Hejaz.[8]

Era otomana

Ver artigo principal: Arábia otomana
1695 mapa do Xarifado de Meca
Brasão de armas (símbolo) do Império Otomano

Durante o período otomano, o emirado não era hereditário, e devia sua sucessão à nomeação direta pela Sublime Porta [nota 1].[3] Um sistema dual de governo existiu sobre o Hejaz durante grande parte deste período.[10] autoridade governante foi compartilhado entre o Emir, um membro dos Ashrafs ou descendentes de Maomé, e o governador ou uáli otomano.[10] Este sistema continuou até a Revolta Árabe de 1916.[10] Além dos emires de Meca, a administração otomana no Hejaz esteve primeiramente nas mãos do Governador do Egito e depois dos governadores de Jidá. O Eialete de Jidá foi posteriormente transformado no Vilaiete de Hejaz, com um governador em Meca. [11]

Durante grande parte do século XIX, o lugar mais ao norte do Emirado era Al-Ula, enquanto o limite sul era geralmente Al Lith, e às vezes Al Qunfudhah; para o leste, nunca se estendia além do oásis Caibar. [12] Meca, Medina e Jidá foram suas maiores cidades. A maioria da população dessas cidades era composta de muçulmanos não-árabes, incluindo javaneses, indianos, afegãos, bucaranos e outros centro-asiáticos. [12]

Por esta época, em 1872, foi criado pelo grão-vizir Mamude Nedim Paxá, [13] o distrito chamado Mutasarrifado de Jerusalém (em turco otomano: Kudüs-i Şerif Mutasarrıflığı; em árabe: متصرفية القدس الشريف) 1872 [3] [4] [ 5], ou o Sanjak de Jerusalém, um distrito otomano com estatuto administrativo especial.[14][13][15] O distrito abrangia Jerusalém, bem como Belém, Hebrom, Jafa, Gaza e Bersebá.[16] Durante o final do período otomano, o Mutasarrifate de Jerusalém, juntamente com o Sanjak de Nablus [13] e Sanjak de Akka (Acre), (Kudus Sherif),[17] formaram a região que era comumente referida como "Síria do Sul"[18] ou "Palestina". Foi a 7ª região mais populosa das 36 províncias do Império Otomano[19] e que passou a fazer parte do "Eialete de Jerusalém". [20] Surgia assim a Palestina.

Período inicial

A região de Hejaz esteve anteriormente sob o controle do Sultanato dos Mamelucos até sua derrota e tomada pelos otomanos em 1517.[21] No mesmo ano, o Xarife Barakat de Meca reconheceu o sultão otomano como califa. Quando os xarifes aceitaram a soberania otomana, o sultão confirmou-os em sua posição como governantes do Hejaz. [22] e a autoridade otomana era apenas indireta, como uma espécie de arranjo político, deixando o poder real com o Emir.[1] O sultão assumiu o título de "Hâdimü'l-Haremeyni'ş-Şerifeyn", que queria dizer Guardião dos Lugares Santos ou Guardião das Mesquitas Sagradas (خادم الحرمين em árabe: الشريفين‎, khādim al-ḥaramain al-šarīfain) e ainda Guardião das Duas Cidades Santas, Meca e Medina. [23] [nota 2]

As duas mesquitas, ou locais sagrados, mencionados são as mesquitas da Grande Mesquita (em Meca) e a Mesquita do Profeta, (em Medina). O Rei Fahd foi o primeiro monarca árabe a utilizar o título, em 1986, substituindo o Sua Majestade pela palavra Guardião. Em 2005, o título foi passado ao seu meio-irmão e falecido rei, Abdalá I, assim como para o atual rei, Salman.

Em 1630, uma inundação varreu Meca, destruindo, quase completamente, a Caaba. Ela foi restaurada por volta de 1636.[24] Em 1680, cerca de 100 pessoas se afogaram em outra inundação em Meca.[24]

Inicialmente, os otomanos administravam o Hejaz sob o olhar do Eialete do Egito. [25] Os emires foram nomeados pelo sultão levando em consideração a escolha do xarifes, bem como as opiniões dos uális do Egito, Damasco e Jidá (depois que foi estabelecida), bem como a do Cádi de Meca. [25] O emir de Meca era sempre um Haxemita, que era, a rigor, originalmente, um descendente do clã de Banu Hashim, pertencente à tribo dos coraixitas e cujo antepassado epónimo era Haxim ibne Abde Manafe, bisavô do profeta Maomé.[26] Esta situação foi encerrada em 1803, quando fundamentalistas do uaabismo [nota 3] depuseram o Emir governante de Meca, Xarife Ghalib.[1] Já no ano anterior (1802), Os 12 000 uaabitas haviam saqueado Carbala, no Iraque, matando até 5 000 pessoas e saquearam o Santuário Imam Husayn e já, em 1805, eles controlavam Meca e Medina [27] e atacavam as caravanas de comércio otomano interrompendo assim as finanças otomanas.[28]

Grande parte da Península Arábica foi politicamente unificada em 1932 no terceiro e atual Estado saudita, o Reino da Arábia Saudita. A campanha militar liderada pelo rei Abdulaziz ibn Saud e seu exército de beduínos de tribos conquistou o Hejaz e derrubou o clã haxemita no poder . Os novos governantes de najdi, árabes nômades, em grande parte tribais e analfabetos, encontraram-se diante de uma sociedade altamente sofisticada. Uma estrutura política coesa baseada no sistema Majlis al-Shura (conselho consultivo) estava em vigor há séculos. Um órgão administrativo central geria um orçamento anual que alocava despesas em escolas secundárias, forças militares e policiais.[29] Da mesma forma, o tecido religioso do Najd e do Hejaz eram muito diferentes. Os costumes e rituais culturais tradicionais de Hejazi eram quase inteiramente de natureza religiosa. As celebrações em homenagem a Maomé , sua família e companheiros , a reverência aos santos falecidos, a visitação de santuários, tumbas e locais sagrados ligados a qualquer um deles estavam entre os costumes indígenas do Islã Hejazi.[30] Como a autoridade administrativa do Hejaz passou para as mãos dos muçulmanos negeditas uaabitas do interior, o Ulama uaabita viu as práticas religiosas locais como a superstição infundada substituindo a sanção religiosa codificada que foi considerada uma corrupção total da religião e a propagação da heresia.[31] O que se seguiu foi uma remoção da infra-estrutura física, túmulos, mausoléus, mesquitas e locais associados à família e aos companheiros de Maomé. .[32]

Invasão uaabita e controle Egípcio

Os uaabitas começaram a ser uma ameaça no Hejaz a partir da década de 1750 em diante. Eles haviam se levantado como um movimento religioso em Dira'iyya no Nejd em 1744-1745. [33] A doutrina encontrou alguns simpatizantes em Hejaz. Os conceitos da doutrina foram submetidos a uma muftiat ou diyanet, ou seja, um conselho dos muftis

de Meca. Estes académicos islâmicos, ou muftis (مفتيmuftī), tinham autoridade de interpretar a lei islâmica (xaria), e emitir um parecer, a fataawa ("fatwas") [34] e que concluiu por pronunciá-los como hereges.[33] Eles foram capazes de tomar as duas cidades sagradas em 1801. [33] Em 1803 os uaabitas, liderados por Abdul -Aziz Al Saud, atacou Meca.[35] Xarife Ghalib fugiu para Jidá, que foi cercada logo em seguida. O Xarife Ghalib foi enviado de volta a Meca como um vassalo saudita.[35]

Então Tosun Paxá levou o exército em 1811 e ocupou Medina em 1812 e Meca em 1813. Depois de sua morte Ibraim Paxá, que tinha acompanhado Maomé Ali visita pessoalmente ao Hejaz em 1814, assumiu e perseguiu os uaabitas no Négede. [36] Após a notícia da vitória, Mamude II nomeou Ibraim Paxá governador de Jidá e Habeş. Ele era o governante nominal de Hejaz em nome dos otomanos de 1811 a 1840. [36] Os uaabitas foram expulsos do Hejaz em 1818, quando Maomé Ali Paxá, representando o então Governador do Egito, era capaz de ter sucesso na vitória final.[36] O Hejaz, em seguida, caiu sob o seu domínio. [37] A Convenção de Londres de 1840 forçou Maomé Ali a sair do Hejaz. [38]

No ano anterior, 1839, o Império Otomano, para assegurar sua integridade territorial contra movimentos nacionalistas, havia criado o Tanzimat (em turco otomano: تنظيمات, que queria dizer "reorganização") e que tratou-se de um período de reformas que caracterizava-se como uma forma de modernizar a administração do governo contra diversos grupos étnicos do Império possibilitou o surgimento de um movimento nacionalista otomano e que teve sua atuação entre os anos 1839-1876.

O Império Otomano era conhecido como "o homem doente da Europa, cuja ordem política, comparada com a Europa medieval, era tida como "progressiva” a qual naqueles idos do século XIX, agia contra o princípio da igualdade introduzido pela Revolução Francesa.[necessário esclarecer]

Vilaiete de Hejaz

Ver artigo principal: Vilaiete de Hejaz
Depois de 1872, o Xarifado coexistiu com o Vilaiete de Hejaz

Depois que o Hejaz foi restaurado pelos otomanos, a administração provincial foi reestruturada e organizada como o Vilaiete de Hejaz. [37] Isso levou à criação de dois corpos políticos e administrativos paralelos: o Emirado e o Vilaiete. [37] Depois que o governador começou a residir em Meca, o vilaiete de certa forma levou o emirado à sua jurisdição, levando a uma situação de duplo governo.[11]

A reforma previa a perda da quase-autonomia do emir, levando a um conflito entre Emir e wali que durou pelo resto do séc. XIX. [39] Mesmo assim, o emir de Meca não foi relegado a uma posição em que ele seria subordinado ao wali. [40] Os emires de Meca continuaram a ter uma palavra a dizer na administração do Hejaz ao lado dos governadores. [39] Os dois tiveram uma convivência paralela e desconfortável: enquanto governando sobre a mesma geografia, eles dividiram autoridade de uma forma complexa, levando a uma negociação contínua, gerando conflitos e, ao mesmo tempo, uma constante cooperação entre eles. [40]

Já em 1880, falava-se da ocupação britânica do Hejaz com o apoio dos şerifs. [41] Os britânicos também desafiaram o sultão otomano, alegando que a Grã-Bretanha deveriam nomear o emir, já que governou mais de quatro vezes a muitos muçulmanos como os otomanos. [42]

Reino de Hejaz

Ver artigo principal: Reino de Hejaz

Em 23 de dezembro de 1925 o Rei Ali rendeu-se aos sauditas, pondo fim ao Reino de Hejaz e ao Xarifado.[43]

Lista de xarifes

Lista parcial de xarifes de Meca:[carece de fontes?]

Notas

  1. Conhecida também como "Porta Otomana", a "Sublime Porta" ou simplesmente "Porta", era a designação corrente entre os anos 1718 e 1922 dada ao governo otomano. O termo original turco é Bab-ı Ali (literalmente grande portão ou portão principal) e era imputada ao monumental portão de entrada do palácio onde estavam os principais órgãos do governo imperial.[9] Ela era a entrada para o claustro aberto onde o sultão recebia os embaixadores e onde se realizavam reuniões protocolares e recepções envolvendo o sultão ou o seu grão-vizir (cargo equivalente ao de primeiro-ministro).
  2. O termo honorífico Guardião dos Lugares Santos, Guardião das Mesquitas Sagradas ou Guardião das Duas Cidades Santas, era utilizado pelos reis da Arábia Saudita em referência aos locais sagrados do islão localizados em território árabe: Meca e Medina. Este título foi utilizado originalmente pelos Aiúbidas e, em seguida, pelos sultões otomanos.
  3. O movimento uaabita era uma seita fundamentalista dentro do Islã, fundada por Maomé ibne Abdal Uaabe que levaria à criação do Emirado de Diriyah enquanto ele e Muhammad bin Saud lançavam sua campanha para reformar o Islã e consolidar o poder na Arábia de sua base de poder, e seu eventual esmagamento pelo Império Otomano egípcio Quediva (vice-rei) Muhammad Ali do Egito.

Referências

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Bibliografia

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