Espirulina (suplemento dietético)
Espirulina(matéria seca) | |
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Valor nutricional por 100 g (3,53 oz) | |
Energia | 1213 kJ (290 kcal) |
Carboidratos | |
Carboidratos totais | 23.9 g |
• Açúcares | 3.1 g |
• Fibra dietética | 3.6 g |
Gorduras | |
Gorduras totais | 7.72 g |
• saturada | 2.65 g |
• monoinsaturada | 0.675 g |
• poli-insaturada | 2.08 g |
Proteínas | |
Proteínas totais | 57.47 g |
• Triptófano | 0.929 g |
• Treonina | 2.97 g |
• Isoleucina | 3.209 g |
• Leucina | 4.947 g |
• Lisina | 3.025 g |
• Metionina | 1.149 g |
• Cistina | 0.662 g |
• Fenilalanina | 2.777 g |
• Tirosina | 2.584 g |
• Valina | 3.512 g |
• Arginina | 4.147 g |
• Histidina | 1.085 g |
• Alanina | 4.515 g |
• Ácido aspártico | 5.793 g |
• Ácido glutâmico | 8.386 g |
• Glicina | 3.099 g |
• Prolina | 2.382 g |
• Serina | 2.998 g |
Água | 4.68 g |
Vitaminas | |
Vitamina A equiv. | 29 µg (4%) |
- Betacaroteno | 342 µg (3%) |
- Luteína e Zeaxantina | 0 µg |
Tiamina (vit. B1) | 2.38 mg (207%) |
Riboflavina (vit. B2) | 3.67 mg (306%) |
Niacina (vit. B3) | 12.82 mg (85%) |
Ácido pantotênico (B5) | 3.48 mg (70%) |
Vitamina B6 | 0.364 mg (28%) |
Ácido fólico (vit. B9) | 94 µg (24%) |
Vitamina B12 | 0 µg (0%) |
Colina | 66 mg (13%) |
Vitamina C | 10.1 mg (12%) |
Vitamina D | 0 UI (0%) |
Vitamina E | 5 mg (33%) |
Vitamina K | 25.5 µg (24%) |
Minerais | |
Cálcio | 120 mg (12%) |
Ferro | 28.5 mg (219%) |
Magnésio | 195 mg (55%) |
Manganês | 1.9 mg (90%) |
Fósforo | 118 mg (17%) |
Potássio | 1363 mg (29%) |
Sódio | 1048 mg (70%) |
Zinco | 2 mg (21%) |
Link to USDA Database entry Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos. Fonte: USDA Nutrient Database |
Espirulina é um suplemento dietético obtido a partir de cianobactérias,[1] uma classe de organismos unicelulares anteriormente conhecida como "algas azuis".[2] As cianobactérias mais utilizadas pertencem ao género Arthrospira, com destaque para Arthrospira platensis e Arthrospira maxima, espécies que anteriormente estavam incluídas no género Spirulina, razão pela qual o nome «spirulina» (ou «espirulina») continua a ser utilizado para designar o suplemento nutricional delas obtido.[3][4]
Usos
[editar | editar código-fonte]O emprego de espirulina para a alimentação não é novo, visto que existem evidências de que os astecas a consumiam, procedente do lago de Texcoco.[5] Grupos étnicos da região do lago Chade, como os canembus, também incluíam espirulina na sua dieta habitual na forma de bolos. Os habitantes actuais das margens do Lago Chade também extraem espirulina, a que chamam dihé, das charcas temporárias que se formam ao longo da margem do lago. Em 2007 começou-se a explorar de forma mais eficiente para comercialização como forma de obter rendimentos para melhorar as condições de vida das mulheres mais pobres das localidades ribeirinhas.[6]
Actualmente o produto é consumido como suplemento nutricional em forma de comprimidos. Os seus principais consumidores são os vegetarianos,[carece de fontes] devido ao elevado teor de proteínas de alto valor biológico. faz deste produto uma alternativa à proteína de soja no fabrico de rações, tanto para gados como para animais de estimação. Também é fonte dos pigmentos ficocianina e xantofila e de ácidos graxos poli-insaturados.[7][8][9][10]
O seu cultivo industrial não se iniciou até 1962, no Chade.[5]
Características nutricionais
[editar | editar código-fonte]Suplementos à base de espirulina contêm, em média:[11][12]
- Proteínas: ao redor de 57%–65% do peso seco é constituído por proteínas. Contém todos os aminoácidos essenciais, com alta disponibilidade.
- Hidratos de carbono: entre 8 e 14% principalmente na forma de polissacarídeos dos quais os monômeros principais são glucose, galactose, manose e ribose.
- Lipídios: aproximadamente 6%, mas tanto as suas quantidades como composição variam em função das condições de cultivo, principalmente luz e nitrogénio. Luz escassa aumenta o teor de lípidos como reserva de energia.
- Ácidos nucleicos: baixo conteúdo em ácidos nucleicos.
- Vitaminas: elevadas concentrações de pigmentos, entre eles β-caroteno, isto é, pró-vitamina A. Além disto, a Spirulina é o organismo não animal com maior conteúdo em vitamina B12 ou cobalamina, porém essa vitamina é análoga.[13][14]
- Glúcidos: entre 8% e 14%, principalmente na forma de polissacarídeos.
Comprovação científica ainda insuficiente
[editar | editar código-fonte]Existem estudos em humanos, mas são escassos e as amostras que lhe serviram de base são muito reduzidas, pelo que no presente não pode ser assegurada com certeza a sua utilidade.[15][16][17][18]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Espirulina: el nuevo alimento milagro». ELMUNDO (em espanhol). Consultado em 13 de setembro de 2017
- ↑ Margulis, L. y Sagan, D. 2002. Acquiring genomes. A theory of the origins of species. Perseus Books Group, Boston ISBN 0 46504 391 7
- ↑ Ciferri, O. (1983). "Spirulina, the edible microorganism". Microbiological reviews 47 (4): 551–578. PMC 283708. PMID 6420655.
- ↑ Vonshak, A. (ed.). Spirulina platensis (Arthrospira): Physiology, Cell-biology and Biotechnology. London: Taylor & Francis, 1997.
- ↑ a b JOURDAN, J.P. Cultivez votre spiruline – manuel de culture artisanale, 1996. Capturado em 20 mar. 2004. Online. Disponível na Internet www.spirulinasource.com
- ↑ «Nutrient-rich algae from Chad could help fight malnutrition» (em inglês). Consultado em 15 de setembro de 2017
- ↑ BECKER, W. Microalgae in human and animal nutrition. In: RICHMOND, A. (Ed). Handbook of microalgal culture: biotechnology and applied phycology. London: Blackwell Science, 2004. p.312-351.
- ↑ BECKER, E.W. Micro-algae for human and animal consumption. In: BOROWITZKA, M.A.; BOROWITZKA, L.J. (Eds). Micro-algal biotecnology. Cambridge: Cambridge University, 1988. p.222-256.
- ↑ COLLA, L.M. et al. Fatty acids of Spirulina platensis grown under different temperatures and nitrogen concentrations. Zeitschrift für Naturforschung, v.59c, p.55-59, 2004.
- ↑ PULZ, O.; GROSS, W. Valuable products from biotechnology of microalgae. Applied Microbiology Biotechnology, v.65, p.635-648, 2004.
- ↑ Abalde, J.; Cid, A.; Fidalgo, P.; Torres, E.; Herrero, C. (1995). Microalgas: cultivo y aplicaciones
- ↑ ABALDE, J. et al. Microalgas: cultivo e aplicaciones. España: Universidade da Coruña, 1995. 210p. (Monografías n.26).
- ↑ Watanabe; et al. (6 de outubro de 1999). «Pseudovitamin B12 Is the Predominant Cobamide of an Algal Health Food, Spirulina Tablets». Consultado em 6 de abril de 2010
- ↑ Watanabe F (2007) "Vitamin B12 sources and bioavailability." PMID 17959839
- ↑ Cingi C et al. (2008) "The effects of spirulina on allergic rhinitis." PMID 18343939
- ↑ Torres-Durán et al. (2007) "Antihyperlipemic and antihypertensive effects of Spirulina maxima in an open sample of Mexican population: a preliminary report." PMID 18039384
- ↑ Park HJ et al. (2008) "A randomized double-blind, placebo-controlled study to establish the effects of spirulina in elderly Koreans." https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18714150
- ↑ http://veja.abril.com.br/noticia/saude/spirulina-promete-trazer-saciedade-e-emagrecer-medicos-duvidam