Estação Ferroviária de Nelas

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Nelas
Estação de Nelas, em 2010, após uma tempestade de granizo
Estação de Nelas, em 2010, após uma tempestade de granizo
Identificação: 46672 NEL (Nelas)[1]
Denominação: Estação de Concentração de Nelas
Classificação: EC (estação de concentração)[1]
Linha(s): Linha da Beira Alta (PK 117,212)
Altitude: 431.2 m (a.n.m)
Coordenadas: 40°31′48.75″N × 7°50′59.59″W

(=+40.53021;−7.84989)

Mapa

(mais mapas: 40° 31′ 48,75″ N, 7° 50′ 59,59″ O; IGeoE)
Município: border link=NelasNelas
Serviços: RIC
Conexões: Ligação a autocarros 5040 N1
Serviço de táxis NLS
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Telefones públicosSala de espera Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Lavabos Bar ou cafetaria
Inauguração: 3 de agosto de 1882 (há 141 anos)
Website:
Pastor e ceifeira: paineis azulajares da Junta do Turismo Nacional que ornamentam a Estação de Nelas.
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes, veja Estação Ferroviária de Lanhelas ou Apeadeiro de Canelas.

A Estação Ferroviária de Nelas (nome anteriormente grafado como "Nellas"),[2] é uma interface da Linha da Beira Alta que serve Nelas, no Distrito de Viseu, em Portugal.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Localização e acessos[editar | editar código-fonte]

A estação localiza-se junto à Avenida António Joaquim Henriques,[3][4] ao topo da Rua Dr. Abel Pais Cabral, na vila de Nelas.

Vias e plataformas[editar | editar código-fonte]

Segundo dados oficiais publicados em Janeiro de 2011, apresentava duas vias de circulação, ambas com 540 m de comprimento, e duas plataformas, ambas com 311 m de extensão, e 40 e 35 cm de altura.[5] O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Vilar Formoso).[6] A superfície dos carris da estação ferroviária de Nelas no seu ponto nominal situa-se à altitude de 4321 dm acima do nível médio das águas do mar.[7]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Linha da Beira Alta § História

Inauguração[editar | editar código-fonte]

A Linha da Beira Alta entrou ao serviço de forma provisória em 1 de Julho de 1882, tendo a linha sido totalmente inaugurada, entre a Figueira da Foz e a fronteira com Espanha, no dia 3 de Agosto do mesmo ano, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta.[8]

Anúncio de 1903, onde esta interface aparece com o nome original, Nellas.

Século XX[editar | editar código-fonte]

Em 1913, a estação de Nelas era servida por carreiras de diligências até Carvalhal da Louça, Paranhos, Tourais, Vila Chã, Ponte de Santiago, Seia e São Romão.[9]

Em 1933, foi instalada uma nova via transversal, que se ligava à linha do cais por uma placa giratória.[10] Em 1935, a Companhia da Beira Alta tinha um serviço de camionagem entre Seia e a estação de Nelas.[11] Em 1936, a Companhia fez grandes obras de reparação nesta estação.[12] Em 1940, foram modificadas as vedações em betão armado e alteradas as vias férreas do lado de Mangualde, de forma a aumentar a sua capacidade para vagões.[13]

Em data anterior a 1989 a C.P. começou a operar uma ligação por autocarros entre a estação de Nelas e a cidade de Viseu, sem paragens intermédias.[14]

No verão de 1988 começou a funcionar o serviço Intercidades da Beira Alta, que ligava Lisboa à Guarda. A estação ferroviária de Nelas era, desde o início, uma das paragens efetuadas pelos comboios deste serviço.[14]

Autocarros da Linha do Dão[editar | editar código-fonte]

Em 1989 a C.P. anunciou que os autocarros para Viseu (serviço substituto da Linha do Dão, encerrada) iriam deixar de começar na estação de Nelas e que iriam passar a começar na estação de Mangualde. A mudança ia ser aplicada quando entrasse em vigor o horário de verão da C.P. para 1989.[14] A mudança anunciada gerou fortes protestos por parte da população e da Câmara Municipal de Nelas. Com efeito, em 27 de Maio de 1989 cerca de 200 populares obstruíram com carris e travessas as linhas na estação de Nelas, o que fez com que o tráfego ferroviário estivesse cortado na Linha da Beira Alta entre as 17:50h e as 20:15h desse dia.[15] Os populares só desmobilizaram quando um funcionário da C.P. anunciou que a companhia tinha suspenso a decisão de transferir o terminal de Nelas para Mangualde.[15] Na mesma altura, começou a circular o rumor de que os comboios Intercidades iam deixar de parar em Nelas, o que levou o deputado da Assembleia da República Manuel Vaz Freixo (PPD-PSD) a questionar a C.P. sobre que alterações pretendia fazer às paragens dos comboios que serviam a estação de Nelas.[16] Em Julho de 1989, a C.P. esclareceu que não pretendia alterar o regime de paragens dos comboios na estação de Nelas; quanto à mudança do terminal do transbordo rodoviário de Nelas para Mangualde, a C.P. disse que a medida era justificada porque com a construção da via rápida IP5 os acessos de Viseu a Mangualde tornaram-se mais fáceis do que de Viseu a Nelas.[14] Contudo, a companhia reconheceu que a mudança proposta era controversa na região, pelo que decidiu suspender a mudança e realizar um estudo comparativo entre Nelas e Mangualde para averiguar qual seria melhor solução para a ligação por autocarros a Viseu.[14] A C.P. acabou por decidir manter o terminal em Nelas.[carece de fontes?]

Em Junho de 1997 a C.P. deixou de ser o operador da ligação por autocarros entre Nelas e Viseu: a responsabilidade por assegurar esses serviços foi concessionada à Empresa Marques S.A.,[17][18], do Grupo Barraqueiro.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Marquês de Gouvêa: Tarifa Especial N.º 9 Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta: 1898
  3. «Nelas - Linha da Beira Alta». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 9 de Outubro de 2016 
  4. «Nelas». Comboios de Portugal. Consultado em 23 de Novembro de 2014 
  5. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
  6. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  7. (anónimo): “Caminho de Ferro da Beira AltaDiario Illustrado 3307 (1882.07.24)
  8. TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 9 de Outubro de 2016 
  9. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 28 de Fevereiro de 2018 
  10. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 9 de Outubro de 2016 
  11. «Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta: Despachos Centrais» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1142). 16 de Julho de 1935. p. 310. Consultado em 9 de Outubro de 2016 
  12. «O que se fez em caminhos de ferro durante o ano de 1936» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1179). 1 de Fevereiro de 1937. p. 86-87. Consultado em 9 de Outubro de 2016 
  13. «O que se fez em Caminhos de Ferro no ano de 1940» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 53 (1274). 16 de Janeiro de 1941. p. 83-88. Consultado em 3 de Novembro de 2018 
  14. a b c d e «Resposta ao Requerimento n.º 1046/V». Diário da Assembleia da República - II série-B. 4 de agosto de 1989. Consultado em 25 de maio de 2018 
  15. a b «Populares obstruíram a via férrea: em Nelas é que «foram elas»». Diário de Lisboa. 29 de maio de 1989. Consultado em 25 de maio de 2018 
  16. «Requerimento n.º 1046/V». Diário da Assembleia da República - II série-B. 24 de junho de 1989. Consultado em 25 de maio de 2018 
  17. «Requerimento n.º 644/VII». Diário da República - II série-B. 8 de maio de 1999. Consultado em 25 de maio de 2018 
  18. «Resposta ao Requerimento n.º 644/VII». Diário da Assembleia da República - II série-B. 26 de junho de 1999. Consultado em 25 de maio de 2018 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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