Estação Ferroviária de Vila Franca das Naves
Vila Franca das Naves
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Identificação:[1] | 48546 VFN (V.F.Naves) | ||||
Denominação: | Estação Satélite de Vila Franca das Naves | ||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (centro)[2]:3.3.3.2 | ||||
Classificação: | ES (estação satélite)[3] | ||||
Linha(s): | Linha da Beira Alta (PK 181,834) | ||||
Altitude: | 544.2 m (a.n.m) | ||||
Coordenadas: | 40°43′29.19″N × 7°15′29.47″W (≍+40.72478;−7.25819) | ||||
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Concelho: | ![]() | ||||
Serviços: | |||||
Conexões: |
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Equipamentos: | ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() | ||||
Endereço: | Largo da Estação, s/n PT-6420-713 Vila Franca das Naves | ||||
Website: |

A Estação Ferroviária de Vila Franca das Naves (nome anteriormente grafado como "Villa",[4] por vezes justaposto como "Villa-franca")[5] é uma gare da Linha da Beira Alta, que serve a Freguesia de Vila Franca das Naves, no Distrito da Guarda, em Portugal.
Caracterização[editar | editar código-fonte]
Localização e acessos[editar | editar código-fonte]
Encontra-se junto à localidade de Vila Franca das Naves, tendo acesso pelo Largo da Estação.[6][7]
Descrição física[editar | editar código-fonte]
Em dados oficiais de 2011, possuía duas vias de circulação, com 499 e 358 m de comprimento, e duas plataformas, com 283 e 346 m de extensão, e 30 e 40 cm de altura.[8] O edifício de passageiros situa-se do lado noroeste da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Vilar Formoso).[9] A superfície dos carris da estação ferroviária de Vila Franca das Naves no seu ponto nominal situa-se à altitude de 5442 dm acima do nível médio das águas do mar.[5]
História[editar | editar código-fonte]

Inauguração[editar | editar código-fonte]
A Linha da Beira Alta entrou ao serviço, de forma provisória, em 1 de Julho de 1882, tendo sido definitivamente inaugurada no dia 3 de Agosto do mesmo ano, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta;[10] a estação de Vila Franca das Naves constava já do elenco original de estações e apeadeiros.[5]
Século XX[editar | editar código-fonte]
Em 1913, a estação de Vila Franca das Naves era servida por carreiras de diligências até Trancoso, Moimenta da Beira, Ervas Tenras, Souro Pires, Pinhel, Ponte do Colmeal, e Figueira de Castelo Rodrigo.[11]
Em finais de 1920, com a abertura da Estação de Pinhel, esta cidade deixou de ser nominalmente servida pela estação de Vila Franca das Naves.[12]
Em 1932, a Companhia da Beira Alta modificou as retretes, tendo a fossa sido substituída.[13] No dia 15 de Maio de 1934, a Companhia abriu um despacho central de camionagem na localidade de Ponte do Abade, para fazer serviços de passageiros, bagagens e mercadorias com a estação.[14] Em 1936, a Companhia realizou grandes obras de reparação nas retretes e no edifício da estação.[15]
Em 1939, a Companhia reconstruiu uma vedação que tinha sido atingida por um incêndio, instalou uma nova cancela no acesso para as camionetas que faziam os serviços combinados, e revestiu em alvenaria as duas novas minas da toma de água.[16] Em 10 de Março de 1940, o despacho central de camionagem de Pinhel passou a fazer serviços para a estação com o mesmo nome, deixando de estar ligado à estação de Vila Franca das Naves.[17]
Ligação à Linha do Douro[editar | editar código-fonte]
Já quando se começou a planear uma ligação ferroviária da cidade do Porto a Salamanca, em Espanha, na segunda metade do Século XIX, a Associação dos Engenheiros Civis propôs que, em vez de continuar a Linha do Douro até Espanha, devia ser construída um caminho de ferro em via larga da Linha do Douro até Vila Franca das Naves, aproveitando a ligação internacional já construída em Vilar Formoso; esta linha iria beneficiar uma extensa região do país, e poderia ser uma alternativa à Ponte Maria Pia, que era o único elo entre as redes ferroviárias a Norte e Sul do Rio Douro.[18]
Quando se encetaram as diligências para a reformulação da rede ferroviária a Norte do Rio Mondego, em finais do Século XIX, a comissão técnica propôs dois caminhos de ferro de via estreita, que ligariam Vila Franca das Naves à Linha do Douro; a primeira terminaria no Pocinho, onde teria ligação à futura linha do Pocinho a Miranda do Douro, enquanto que a segunda iria até à Régua, passando por Lamego, sendo uma continuação da linha da Régua a Chaves.[19][20] Estas duas linhas foram incluídas no Plano da Rede Complementar ao Norte do Mondego, publicado por um decreto de 15 de Fevereiro de 1900.[19] No entanto, não chegaram a ser construídas, tendo o troço até ao Pocinho sido novamente proposto em 1927, quando se começaram as diligências para a revisão da rede ferroviária;[19] porém, não foi incluído no Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, tendo sido substituído pela Linha do Côa, do Pocinho a Idanha-a-Nova, passando por Pinhel.[21] Este plano também reintroduziu o projecto de via estreita da Régua a Vila Franca das Naves, passando por Lamego e por Pinhel.[21]
Século XXI[editar | editar código-fonte]
Em Novembro de 2005, deu-se o descarrilamento de uma composição de mercadorias, à saída desta estação, que provocou uma suspensão temporária da circulação na Linha da Beira Alta.[22]
No dia 6 de Janeiro de 2017 por volta das 16:30, um comboio de mercadorias da Medway (antiga CP Carga) descarrilou às 16h 27m em Vila Franca das Naves, destruindo 500 metros de via e levando ao corte da Linha da Beira Alta entre Celorico da Beira e Guarda.[23] A circulação foi retomada no dia seguinte.[24] O acidente destruiu a linha 1 da estação de Vila Franca das Naves, pelo que nesta estação os comboios passaram a circular pela linha 2.[25] A reparação só foi totalmente concluída em Maio e custou 510 mil euros.[25]
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
- ↑ Instrução de exploração técnica nº 2 : Índice dos textos regulamentares em vigor. IMTT, 2012.11.06
- ↑ Marquês de Gouvêa: Tarifa Especial N.º 9 Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta: 1903
- ↑ a b c (anónimo): “Caminho de Ferro da Beira Alta” Diario Illustrado 3307 (1882.07.24)
- ↑ «Vila Franca das Naves - Linha da Beira Alta». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 14 de Setembro de 2015
- ↑ «Vila Franca das Naves». Comboios de Portugal. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Rede Ferroviária Nacional. Directório da Rede 2012: 71-85. 6 de Janeiro de 2011
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 5 de Fevereiro de 2014
- ↑ «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 11 de Março de 2018
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1233). 1 de Maio de 1939. p. 237-238. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1081). 1 de Janeiro de 1932. p. 10-14. Consultado em 11 de Novembro de 2012
- ↑ «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1115). 1 de Junho de 1934. p. 297. Consultado em 11 de Novembro de 2012
- ↑ «O que se fez em Caminhos de Ferro durante o ano de 1936» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1179). 1 de Fevereiro de 1937. p. 86-87. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ «O que se fez em caminhos de ferro no ano de 1939» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 52 (1249). 1 de Janeiro de 1940. p. 35-40. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 52 (1255). 1 de Abril de 1940. p. 209. Consultado em 21 de Janeiro de 2016
- ↑ SOUSA, José Fernando de (16 de Setembro de 1927). «As nossas linhas ferroviárias internacionais e as linhas de Salamanca à fronteira portuguesa» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 40 (954). p. 266-270. Consultado em 21 de Janeiro de 2016
- ↑ a b c SOUSA, José Fernando de (1 de Março de 1935). «"O Problema da Defesa Nacional" pelo Coronel Raúl Esteves» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1133). p. 101-103. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 61 (1466). 16 de Janeiro de 1949. p. 112. Consultado em 21 de Janeiro de 2016
- ↑ a b PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.
- ↑ «Descarrilamento na Linha da Beira Alta impede circulação ferroviária». Público. 22 de Novembro de 2005. Consultado em 30 de Agosto de 2011[ligação inativa]
- ↑ CIPRIANO, Carlos (6 de janeiro de 2017). «Comboio de mercadorias descarrila na Beira Alta». Público. Consultado em 12 de setembro de 2018
- ↑ «Circulação na linha da Beira Alta restabelecida com limitação de velocidade». Observador. 7 de janeiro de 2017. Consultado em 12 de setembro de 2018
- ↑ a b «Concluída reabilitação de infraestruturas ferroviárias em Vila Franca das Naves». Diário de Notícias. 25 de maio de 2017. Consultado em 12 de setembro de 2018