Forró: diferenças entre revisões
m Revertidas edições por 186.206.178.162 para a última versão por Marcos Elias de Oliveira Júnior |
|||
Linha 1: | Linha 1: | ||
[[Ficheiro:Caruaru-São-João-2005-Sanfoneiro.jpg|thumb|right|200px|Escultura em barro pintado de um sanfoneiro, um dos músicos que integram as bandas de forró. [[Caruaru]], [[Pernambuco]].]] |
[[Ficheiro:Caruaru-São-João-2005-Sanfoneiro.jpg|thumb|right|200px|Escultura em barro pintado de um sanfoneiro, um dos músicos que integram as bandas de forró. [[Caruaru]], [[Pernambuco]].]] |
||
'''Forró''' é |
'''Forró''' é de origem [[Nordeste do Brasil|nordestina]] e é a dança praticada nessas festas, conhecida também por arrasta-pé, bate-chinela, fobó, forrobodó. No forró, vários ritmos musicais daquela região, como [[Baião (música)|baião]], a [[Quadrilha (dança)|quadrilha]], o [[xaxado]], que tem influências holandesas e o [[xote]], que veio de Portugal, são tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um [[Acordeão|sanfoneiro]] (tocador de acordeon—que no forró é tradicionalmente a [[Acordeão|sanfona de oito baixos]]), um [[Zabumba|zabumbeiro]] e um tocador de [[Triângulo (instrumento musical)|triângulo]]. |
||
O forró possui semelhanças com o [[toré]] e o arrastar dos pés dos índios, com os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem européia a [[Chula]], denominada pelos nordestinos de simplesmente "Forró", [[xote]]("Xotis"), o termo correto, e variedades de [[Polca]]s européias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou quadrilhas. A dança do forró tem influência direta das danças de salão européias, como evidencia nossa história de colonização e invasões européias. |
O forró possui semelhanças com o [[toré]] e o arrastar dos pés dos índios, com os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem européia a [[Chula]], denominada pelos nordestinos de simplesmente "Forró", [[xote]]("Xotis"), o termo correto, e variedades de [[Polca]]s européias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou quadrilhas. A dança do forró tem influência direta das danças de salão européias, como evidencia nossa história de colonização e invasões européias. |
Revisão das 18h19min de 28 de fevereiro de 2011
Forró é de origem nordestina e é a dança praticada nessas festas, conhecida também por arrasta-pé, bate-chinela, fobó, forrobodó. No forró, vários ritmos musicais daquela região, como baião, a quadrilha, o xaxado, que tem influências holandesas e o xote, que veio de Portugal, são tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro (tocador de acordeon—que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo.
O forró possui semelhanças com o toré e o arrastar dos pés dos índios, com os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem européia a Chula, denominada pelos nordestinos de simplesmente "Forró", xote("Xotis"), o termo correto, e variedades de Polcas européias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou quadrilhas. A dança do forró tem influência direta das danças de salão européias, como evidencia nossa história de colonização e invasões européias.
Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Campina Grande, Caruaru, Gravatá, Mossoró, e Juazeiro do Norte, onde é símbolo da Festa de São João, e nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, São Luís e Teresina, onde são promovidas grandes festas.
História
Origem do nome
O termo "forró", segundo o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, estudioso de manifestações culturais populares, vem da palavra "forrobodó", de origem bantu (Tronco linguístico africano, que influenciou o idioma brasileiro, sendo base cultural de identidade no brasil escravista), que significa: arrasta-pé, farra, confusão, desordem.[1]
A Versão mais verossímil, apoiada pelo próprio historiador Câmara Cascudo, é a de que Forró é derivado do termo africano forrobodó e era uma festa que foi transformada em gênero musical, tal seu fascínio sobre as pessoas.
Na etimologia popular (ou pseudoetimologia) é freqüente associar a origem da palavra "forró" à expressão da língua inglesa for all (para todos). Para essa versão foi construída uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos estadunidenses e Pernambuco por Natal do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada nessa cidade.
Apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal etimologia do termo, pois em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base, a palavra "forró" já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém.
No idioma húngaro, Forró significa "Quente". Não se tem variação da palavra no idioma húngaro, o termo Forró é igualmente escrito (com acento) como no português.
Antes disso, em 1912, Chiquinha Gonzaga compôs Forrobodó, que ela classificou como uma peça burlesca e que lhe valeu, algum tempo depois, em 1915, o Prêmio Mambembe, sendo Mambembe também de origem banto, significando medíocre, de má qualidade.
Histórico
Os bailes populares eram conhecidos em Pernambuco por "forrobodó" ou "forrobodança" (nomes dos quais deriva "forró") já em fins do século XIX.[2]
O forró tornou-se um fenômeno pop em princípios da década de 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou "Forró de Mané Vito", de sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, "Forró no escuro". No entanto, o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Nos anos 1970, surgiram, nessas e noutras cidades brasileiras, "casas de forró". Artistas nordestinos que já faziam sucesso tornaram-se consagrados (Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Genival Lacerda) e outros surgiram.
Depois de um período de desinteresse na década de 1980, o forró ganhou novo fôlego da década de 1990 em diante, com o surgimento e sucesso de novos trios e artistas de forró.
Gêneros musicais
O forró é dançado ao som de vários ritmos brasileiros tipicamente nordestinos, entre os quais destacam-se: o xote, o baião, o xaxado, a marcha (estilo tradicionalmente adotado em quadrilhas) e coco. Outros estilos de forró são: o forró universitário, uma revisitação do forró tradicional (conhecido como forró pé-de-serra) e o forró eletrônico ou estilizado (que, para alguns, não é considerado forró).
Artistas consagrados
Existem diversos artistas que, entre outras modalidades, também contribuíram, sejam como compositores sejam como intérpretes, com diversos gêneros do forró. Alguns dos mais destacados compositores brasileiros de músicas de forró são:
- Alceu Valença
- Alcymar Monteiro
- Amazan
- Chico Salles
- Dominguinhos
- Dorgival Dantas
- Elba Ramalho
- Flávio José
- Genival Lacerda
- Geraldo Azevedo
- Jackson do Pandeiro
- Jorge de Altinho
- João do Vale
- Luiz Gonzaga
- Marinês
- Rita de Cássia
- Sivuca
- Trio Nordestino
- Zé Ramalho
Estilos da dança
O forró é dançado em pares que executam diversas evoluções, diferentes para o forró nordestino e o forró universitário:
O forró nordestino é executado com mais malícia e sensualidade, o que exige maior cumplicidade entre os parceiros. Os principais passos desse estilo são a levantada de perna e a testada (as testas do par se encontram).
O forró universitário possui mais evoluções. Os passos principais são:
- Dobradiça - abertura lateral do par;
- Caminhada - passo do par para a frente ou para trás;
- Comemoração - passo de balançada, com a perna do cavalheiro entre a perna da dama;
- Giro simples;
- Giro do cavalheiro;
- Oito - o cavalheiro e a dama ficam de costas e passam um pelo outro.
Modernização do Forró
A partir de meados da década de 80, com a saturação do forró tradicional (Conhecido como pé-de serra), surgiu no Céará um novo meio de fazer forró, com a introdução de instrumentos eletrônicos (tais como guitarra, bateria e baixo). Também as letras deixaram de ter como o foco a seca e sofrimento dos nordestinos, e passou a abordar conteúdos que atraíam os jovens.. O precursor do movimento foi o ex-árbitro de futebol, produtor músical e empresário Emanuel Gurgel, responsável pelo sucesso de bandas como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Alegria do Forró e Catuaba com Amendoim. O principal instrumento de divulgação do forró na década de 90, a rádio Som Zoom Sat, e a principal gravadora, a Som Zoom Estúdio também pertencem a Gurgel. Tal pioneirismo não ficou imune de críticas dos ditos tradicionalistas que o acusaram de transformar o forró num produto. Em entrevista à revista Época, declarou Gurgel: "Mudamos a filosofia do forró: Luís Gonzaga só falava de fome, seca e Nordeste independente. Agora a línguagem é romântica, enfocada no cotidiano, nas raízes nordestinas, nas belezas naturais e no Nordeste menos sofrido, mais alegre e moderno(...)".
Referências
- Enciclopédia da Música Brasileira: Erudita, folclórica, popular. 2ª. ed. rev. e atual. Art Editora/Itaú Cultural, 1998.
Notas
- ↑ Sobre o termo Forró, ver:
- Forró - Identidade nordestina - Fundação Joaquim Nabuco
- MinC - Dia Nacional do Forró
- Forró - Música do Brasil
- [(2005) - Falares africanos na Bahia:¨um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras/ Topbooks Editora e Distribuidora de Livros Ltda. (2ª ed.)]
- [1]
- ↑ Enciclopédia da Música Brasileira: p. 301.