Italianos: diferenças entre revisões
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A cidade de [[Roma]] foi fundada há 2.800 anos pelos etruscos. Por volta de {{AC|500|x}}, os etruscos perdem o domínio da cidade e o [[Império Romano]] passa a se expandir por toda a península, incorporando as regiões habitadas pelos povos itálicos. Após a derrota dos etruscos, Roma ainda teve uma maioria etrusca por muitos anos. Com o passar do tempo, os etruscos foram se misturando com os povos itálicos, principalmente com os [[latinos]], dando origem aos romanos. Com a expansão do império, os gauleses do Norte e os gregos do Sul também foram dominados pelos romanos e receberam a cidadania romana. |
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Outros povos, de uma forma mais limitada, foram incorporadas à população local: [[povos germânicos]] ([[ostrogodos]], [[visigodos]], [[lombardos]]) invadiram o Norte no século V, os [[sarracenos]] (de origem [[árabe]]) invadiram a [[Sicília]] no século e povos [[normandos]] (de origem [[Escandinávia|escandinava]]) invadiram o Sul da Itália. Esses povos deixaram uma menor influência na etnia italiana. |
Revisão das 22h38min de 16 de maio de 2013
Os italianos são uma etnia da Europa Ocidental, primariamente associados à língua italiana e à Itália. São um grupo étnico que vive predominantemente na Itália e, através da emigração italiana, em países como Brasil, Argentina, Estados Unidos da América, Chile, Uruguai, Canadá e Austrália.
Origens
O povo italiano é fruto de uma enorme diversidade de povos que se estabeleceram na península Itálica.
Para a formação étnica do povo italiano, contribuíram principalmente cinco grupos, os povos itálicos, os etruscos, os gregos, os celtas e os romanos.[carece de fontes]
Os povos itálicos
Os primeiros grupos humanos a habitar a Itália remontam ao Paleolítico; posteriormente foram identificados os povos itálicos, dentre os quais destacaram-se os latinos (a Oeste), os sabinos (no vale superior do Tibre), os úmbrios (no nordeste), os samnitas (no Sul), os oscos, entre outros. Com a criação do Império Romano, esses povos acabaram sendo assimilados e incorporados por outras populações, principalmente pelos romanos.
Os etruscos
Os etruscos começaram a chegar ao centro da Itália entre os anos 1200 e 700 a.C.. Não se sabe ao certo a sua origem, mas pesquisas recentes os apontam como sendo nativos da Itália. Na região, formaram uma grande e importante civilização, que foi destruída entre os séculos 5 a.C.. Com o fim da Etrúria, esse povo foi subjugado e incorporado pelos romanos.
Os gregos
Colonizadores vindos da Grécia Antiga passaram a se estabelecer no Sul da Itália no século 8 a.C.. Ali os gregos se tornaram a maioria da população, exportando diversos aspectos da cultura da Grécia para o Sul da Itália, denominada Magna Grécia. O fim da ocupação grega ocorreu em 282 a.C., com a ocupação romana. Os gregos deixaram uma grande marca na etnicidade dos italianos do Sul.
Os celtas
Os celtas passaram a ocupar o Norte da Itália por volta de 400 a.C.. Eram gauleses oriundos da atual França. Após saquearem Roma (390 a.C.), conquistaram a capital etrusca (Félsina) em 350 a.C. e renomearam-na Bononia (Bolonha), fixando-se no vale do rio Pó, fundando a Gália Cisalpina.
A região foi ocupada pelos romanos entre 225 a.C. a 218 a.C.. Os gauleses deixaram fortes marcas na etnicidade dos italianos do Norte, principalmente acima do rio Pó.
Os romanos
A cidade de Roma foi fundada há 2.800 anos pelos etruscos. Por volta de 500 a.C., os etruscos perdem o domínio da cidade e o Império Romano passa a se expandir por toda a península, incorporando as regiões habitadas pelos povos itálicos. Após a derrota dos etruscos, Roma ainda teve uma maioria etrusca por muitos anos. Com o passar do tempo, os etruscos foram se misturando com os povos itálicos, principalmente com os latinos, dando origem aos romanos. Com a expansão do império, os gauleses do Norte e os gregos do Sul também foram dominados pelos romanos e receberam a cidadania romana.
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Outras etnias
Outros povos, de uma forma mais limitada, foram incorporadas à população local: povos germânicos (ostrogodos, visigodos, lombardos) invadiram o Norte no século V, os sarracenos (de origem árabe) invadiram a Sicília no século e povos normandos (de origem escandinava) invadiram o Sul da Itália. Esses povos deixaram uma menor influência na etnia italiana.
Italianos no Brasil
A Imigração italiana no Brasil teve como ápice o período entre 1880 e 1920 e, segundo dados da embaixada italiana no Brasil, cerca de 25 milhões de brasileiros são descendentes de imigrantes italianos. Os ítalo-brasileiros estão espalhados principalmente pelos estados do Sul e do Sudeste do Brasil, quase metade no estado de São Paulo. Assim, os ítalo-brasileiros são considerados a maior população de oriundi (descendentes de italianos) fora da Itália.[1]
Brasileiros descendentes de italianos por estados[2] | ||||||||
Estado | População total | População com ascendência italiana | Porcentagem de ítalo-descendentes | |||||
São Paulo | 33 milhões | 9,9 milhões | 30% | |||||
Paraná | 4,9 milhões | 3,7 milhões | 39% | |||||
Rio Grande do Sul | 9,5 milhões | 2,1 milhões | 22,0% | |||||
Santa Catarina | 4,5 milhões | 2,7 milhões | 60% | |||||
Espírito Santo | 2,6 milhões | 1,7 milhão | 65% | |||||
Minas Gerais | 15,8 milhões | 1,3 milhão | 8% | |||||
Rio de Janeiro | 14,1 milhões | 600 mil | 4,0% | |||||
Região Norte | 8,89 milhões | 1 milhão | 11% | |||||
Região Centro-Oeste | 10,38 milhões | 400 mil | 4% | |||||
Região Nordeste | 42,8 milhões | 150 mil | 0,35% | |||||
Total no Brasil | 151 milhões | 23,55 milhões | 15,6% |
Identidade italiana
A Itália só se unificou como Estado no final do século XIX. Até então, era uma região dividida em diversos reinos e estados separados, cujos habitantes falavam línguas e dialetos completamente diferentes entre si. Em 1861, não mais de 2% dos italianos sabiam falar a língua italiana. Apenas a elite letrada tinha acesso ao aprendizado do idioma. A porcentagem de falantes de italiano cresceu para 70% em 1970. A construção de uma identidade italiana foi, portanto, lenta e gradual.[3]
Os habitantes da Itália não se enxergavam primariamente como "italianos", mas antes de mais nada se sentiam conectados ao vilarejo e à região de nascimento. Eram "vênetos", "calabreses", "sicilianos" ou "lombardos", antes de serem "italianos". Mesmo com a grande emigração italiana para diversos países do mundo, alguns pesquisadores questionam se existe mesmo uma população de "descendentes de italianos", haja vista o grande sentimento de regionalidade, ao invés de nacionalidade, que esses imigrantes tinham. Muitos imigrantes italianos partiam de suas aldeias e se misturavam nos navios com italianos de outras regiões, que não necessariamente possuíam afinidades entre si. Isso é perceptível pelo fato de que certos grupos de italianos imigravam preferencialmente para algum país, enquanto outros grupos de italianos tendiam a migrar para outro. Por exemplo, os vênetos imigravam preferencialmente para o Brasil, os lígures preferiam a Argentina, os sicilianos e os napolitanos os Estados Unidos, enquanto os lombardos preferiam a Suíça. Devido a esse regionalismo, bairros étnicos de imigrantes surgiram em São Paulo ou em Nova Iorque, onde em alguns predominavam os vênetos, em outros os napolitanos ou sicilianos, que conviviam entre si, mas com vida associativa e social próprias. As diferenças culturais e linguísticas eram tais que, no final do século XIX, professores piemonteses foram enviados a escolas da Sicília e estes foram confundidos com ingleses.[3]
O governo fascista de Benito Mussolini agiu, inclusive com grande repressão, visando unificar a Itália dentro de uma única identidade, a "italianità". A alfabetização em massa da população italiana foi decisiva na criação de tal identidade, pois as crianças passaram a aprender o italiano dentro das escolas. De 80% de analfabetos em 1860, a porcentagem caiu para 74% em 1871 e para 38% em 1914. Os sentimentos regionalistas eram muitos fortes, e governos sucessores concederam maiores liberdades a regiões italianas onde esses sentimentos eram mais presentes para evitar movimentos separatistas. Por exemplo, Vale D'aosta, Friul-Veneza Júlia, Trentino-Alto Ádige, Sicília e Sardenha têm "status especial", com liberdade jurídica e financeira mais ampla que as outras regiões. As províncias de Trento e Bolzano têm autonomia legislativa. Não é difícil de se compreender a razão de estas regiões terem maior liberdade. Em Vale de Aosta parte dos habitantes fala francês, enquanto que Friul-Veneza Júlia é culturalmente ligada à Europa Central. Por sua vez, a Sicília e a Sardenha são ilhas separadas da Itália continental, o que sempre lhes deu características peculiares. O caso do Tirol do Sul é o mais emblemático da política italiana de fazer concessões visando evitar a deflagração de movimentos separatistas. No Tirol do Sul, parte dos habitante falam alemão, região esta invadida e anexada pela Itália em 1918. Após tentativas falhas dos habitantes do Tirol de se anexarem à Áustria, a Itália fez um acordo com aquele país e, tal como nas demais regiões autônomas, deu à região uma autonomia fiscal de forma que a maior parte dos impostos permanece na região.[3]
Além da educação e alfabetização em massa dos italianos, outros fatores contribuíram para nascer o sentimento de identidade nacional, como a enorme propaganda do governo, também conflitos internacionais envolvendo italianos que faziam surgir sentimentos nacionalistas entre a população, mas também novas tecnologias, como a televisão que, além de divulgar a língua italiana, divulgava uma cultura em comum, ou mesmo esportes, como o futebol, que é capaz de unir toda a população sob um mesmo espírito. Atualmente, o sentimento de identidade italiana já está bastante consolidado, e a maioria dos italianos se enxergam como um povo uno, como cidadãos de um mesmo país, embora ainda haja maiores afinidades entre italianos de uma mesma região do que com pessoas de outras, principalmente entre italianos do Norte e italianos do Sul.[3]
Norte e Sul
Diferenças culturais e de formação étnica entre o Norte e o Sul do país são antigas, remontando a tempos medievais, quando o território que hoje corresponde a Itália ficou sob a influência de diversas ondas migratórias, formadas por povos germânicos, bizantinos, árabes, normandos e outros.
Com a emigração italiana em massa para as Américas e a Austrália, relatos de discriminação contra italianos foram comuns. Foram considerados "cidadãos de segunda classe" em diversas partes. Os italianos do Norte migraram principalmente para o Brasil, Argentina e Uruguai, e os italianos do Sul migraram em maior número para os Estados Unidos e Canadá. O anti-italianismo se acentuou com a entrada da Itália na Segunda Guerra Mundial, ao lado das Potências do Eixo. Na história recente da política italiana, surgiu o Partido de centro-direita Liga Norte que atua sobretudo no norte do país, reivindicando a secessão das regiões do norte e centro, que constituiriam a chamada Padânia. Em 2008, a Lega Nord teve 8.3% nas eleições gerais do país[4]. No Sul há varios movimentos autonomistas, mas como os do Norte, ainda relativamente inócuos.
Ver também
Referências
- ↑ http://www.italplanet.it/interna.asp?sez=143&info=2344&ln=0
- ↑ «Imigração italiana por Estados e Regiões do Brasil». Consultado em 20 de abril de 2008
- ↑ a b c d BERTONHA, João Fábio. Os Italianos. Editoria Contexto, 2005.
- ↑ «Liga Norte consegue 8% dos votos e Itália dos Valores obtém 4%». UOL. 15 de abril de 2008. Consultado em 12 de março de 2011