Juan Guaidó
Juan Guaidó | |
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Guaidó em março de 2019. | |
Presidente autoproclamado da Venezuela (incumbente) | |
Período | 23 de janeiro de 2019 a atualidade (disputado) |
10º presidente da Assembleia Nacional da Venezuela (incumbente) | |
Período | 5 de janeiro de 2019 a atualidade |
Antecessor | Omar Barboza |
Deputado Federal de Vargas | |
Período | 5 de janeiro de 2016 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 28 de julho de 1983 (37 anos) |
Alma mater | Universidade Católica Andrés Bello Universidade George Washington |
Cônjuge | Fabiana Rosales |
Filhos | 1 |
Partido | Voluntad Popular (VP) |
Profissão | Engenheiro e político |
Assinatura | ![]() |
Juan Gerardo Guaidó Márquez (La Guaira, 28 de julho de 1983) é um engenheiro e político venezuelano. Deputado Nacional pelo estado de Vargas, é o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela mais jovem a ocupar o cargo.[1] Em 23 de janeiro de 2019, autoproclamou-se Presidente da Venezuela, iniciando uma nova crise política no país.
Logo após a autoproclamação, Guaidó foi prontamente reconhecido, como "presidente interino", por vários países, incluindo os Estados Unidos, o Brasil e outros, do chamado "Grupo de Lima" e União Europeia[2][3][4][5][6][7][8] Todavia, no dia 21 de janeiro de 2019, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela declarou inválida a junta parlamentar da Assembleia Nacional, presidida por Guaidó, considerando nulos todos os atos aprovados pela Casa desde 5 de janeiro.[9][10]O presidente Nicolás Maduro também rejeitou a declaração de Guaidó como "presidente interino da Venezuela" e diz que ainda é o presidente, isso também levou a Venezuela a romper em definitivo as relações com os Estados Unidos.[11] Guaidó também é dirigente do partido Voluntad Popular.
Vida pessoal[editar | editar código-fonte]
Graduou-se no Instituto de Bacharelado "Los Corales" em 2000, depois de superar a tragédia vivida pelos varguenses no ano 1999. Em 2007, concluiu seus estudos universitários na Universidade Católica Andrés Bello de Caracas, obtendo o título de Engenheiro industrial. Após concluir os seus estudos universitários, dedicou-se a continuar a sua formação obtendo dois graus de pós-graduação, ambos em gestão pública, um pela George Washington University/UCAB e outro pelo Instituto de Estudos Superiores em Administração.[1] Foi representante da Faculdade de Engenharia ante o Conselho Geral de Representantes Estudantis (COGRES). Foi membro da cátedra de honra e do programa de liderança da George Washington University. Dentre muitas atividades acadêmicas que realizou, exerceu o cargo de secretário geral do COGRES sendo também membro fundador.[1]
Guaidó participou ativamente do Centro de Estudantes de Engenharia como membro diretor.[1]
É casado com Fabiana Rosales com quem tem uma filha chamada Miranda.[12] Atualmente reside em Macuto, Vargas. É oriundo da freguesia de Caraballeda.[1]
Carreira política[editar | editar código-fonte]
Movimento estudantil[editar | editar código-fonte]
Em 2007, Guaidó foi líder do movimento estudantil e um dos líderes estudantis durante os protestos contra a não renovação da concessão da RCTV e o referendo constitucional venezuelano nesse mesmo ano. Ainda no mesmo ano, pertenceu ao movimento estudantil junto com outras figuras como Yon Goicoechea, Juan Requesens, Stalin González, Miguel Pizarro Rodríguez e Freddy Guevara.[13] Em 2009, tornou-se membro fundador do partido nacional Voluntad Popular com um grupo de jovens e Leopoldo López, do qual é atualmente coordenador do estado de Vargas e coordenador nacional do partido.[1]
Gestão como deputado[editar | editar código-fonte]
Nas eleições de 2010, foi eleito deputado suplente de Bernardo Guerra para o período de 2011 a 2016.[14] Em 24 de junho de 2015, é confirmado por Freddy Guevara, coordenador nacional do Voluntad Popular, como o principal candidato a deputado à Assembleia Nacional pela Mesa da Unidade Democrática (MUD) representando à circunscrição N.° 1 do Estado Vargas junto a Milagres Eulate. No entanto, a colega de circunscrição de Guaidó seria Fabiola Colmenares, pré-candidata do partido, que perdeu nas primárias.[15] Nas eleições, que ocorreram em 6 de dezembro desse mesmo ano, foi eleito como deputado com 97.492 votos (26,01%).[16]
Assumiu o cargo de deputado em 5 de janeiro de 2016.
Como parlamentar, foi designado deputado suplente ao Parlamento Latino-Americano (PARLATINO) e vice-presidente da Comissão Permanente de Política Interior da Assembleia Nacional da Venezuela, em 2016. Em 2017, passa a ser presidente da Comissão Permanente de Controladoria da Assembleia Nacional da Venezuela. Já em 2018, é eleito como chefe da maioria opositora parlamentar.[17][18]
Presidência da Assembleia Nacional[editar | editar código-fonte]
Em dezembro de 2018, é confirmado pelos membros de seu apoio político como presidente do órgão legislativo para o período de 5 de janeiro de 2019 até 5 de janeiro de 2020. De modo semelhante, são confirmados também o primeiro vice-presidente, Edgar Zambrano, atual chefe da bancada do partido Acción Democrática (AD) e Stalin González, do partido Un Nuevo Tiempo (UNT), como segundo vice-presidente.[19][20][13]
Em seu discurso como novo presidente do parlamento, falou sobre os presos políticos, sobre a crise geral que enfrenta a Venezuela, da corrupção, do êxodo venezuelano e de outros problemas importantes do país.[21][22] Guaidó confirmou que a Assembleia Nacional não reconhecerá o governo de Nicolás Maduro iniciado a partir de 10 de janeiro, quando se inicia mais um período de governo, recordando que desse dia em diante o órgão legislativo será o único poder legítimo que o povo da Venezuela terá.[23][24][25]
Assunção à Presidência da Venezuela[editar | editar código-fonte]



Depois do que ele e outros descreveram como a "ilegítima" posse de Nicolás Maduro em 10 de janeiro de 2019, Guaidó anunciou que ele iria disputar a reivindicação de Maduro[26][27]. No dia seguinte, ele organizou um comício, no qual a Assembleia Nacional anunciou que ele tinha assumido o cargo de Presidente e que eles continuariam a planejar a remoção de Maduro.
Em 13 de janeiro de 2019, Guaidó foi preso pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional.[28] No mesmo dia, ele foi solto.[29] Ainda no mesmo dia, ele se redeclarou como presidente em exercício da Venezuela.[30]
No dia 23 de janeiro de 2019 Guaidó se declarou perante o povo venezuelano em Caracas o presidente da Venezuela, e foi reconhecido como presidente interino do país pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, logo em seguida.[31][32] O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e vários outros países de todo o mundo também reconheceram Juan Guaidó como presidente interino.[33][34][35]
Logo depois outros diversos países europeus e de outras partes do mundo declararam apoio a Juan Guaidó. Entre eles, Espanha, Alemanha, França, Reino Unido, Israel e outros.[36]
Agressões físicas[editar | editar código-fonte]
Em 28 de junho de 2017, Juan Guaidó foi agredido por efetivos da Guarda Nacional Bolivariana durante uma marcha na Avenida Francisco de Miranda. O deputado recebeu tiros de balas de borracha nas costas e no pescoço. Mesmo assim ele expressou sua rejeição à repressão policial.[37][38][39]
Tentativa de golpe contra o governo Maduro[editar | editar código-fonte]
No dia 3 de maio de 2020, o governo Venezuelano anuncia que frustou uma tentativa de invasão vinda da Colômbia, na costa marítima da cidade de Macuto, onde ocorreu um confronto deixando 8 mortos e 16 presos. O ex-militar americano Jordan Goudrou, proprietário da empresa de segurança Silvercorp[40], admitiu que planejou uma operação militar contra Maduro chamada de "Operação Gedéon"[41], onde nesta operação dois ex-militares americanos contratados pela Sivercop participaram da tentativa de assalto[42].Dados divulgados por veículos de comunicação dizem que após os EUA ofereceram uma recompensa de U$ 15 milhões pala prisão de Maduro, acusando o presidente de 'narcoterrorismo', surgiram supostos esquemas para a captura do líder do Palácio de Miraflores, com dezenas de empresas de segurança envolvidas nos planos.[43][40]
Ao decorrer destas ação surgem acusações contra Guaidó, dizendo que o mesmo estava envolvido diretamente com o atentado contra o governo venezuelano, o ex-chefe do comitê de estratégia de Juan Guaidó, Juan Rosé Rendón, numa entrevista a CNN en Espanhol disse que negociou planos com mercenários da Silvercorp para a captura de Maduro[44] .
Guaidó negou qualquer envolvimento ou responsabilidade dele ou da sua equipe na Operação Gideon.[45] Maduro afirma que suas forças sabiam tudo sobre a operação, apesar de não haver evidências diretas de contato próximo entre o mercenário Jordan Goudreau e o governo Trump ou qualquer pessoa próxima a ele.[46]
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Crise na Venezuela
- Escassez na Venezuela
- Henrique Capriles
- Lilian Tintori
- María Corina Machado
- Política da Venezuela
- Protestos na Venezuela
Notas e referências
- ↑ a b c d e f «Diputado por Vargas Juan Guaidó». www.voluntadpopular.com (em espanhol). Vontad Popular. Consultado em 17 de novembro de 2018
- ↑ «Maioria dos países da União Europeia reconhece Guaidó como presidente interino da Venezuela». O Globo. Consultado em 5 de abril de 2020
- ↑ «Parlamento europeu reconhece Guaidó como presidente interino da Venezuela». G1. Consultado em 5 de abril de 2020
- ↑ Bolsonaro reconhece Juan Guaidó como presidente da Venezuela. G1, 23 de janeiro de 2019.
- ↑ Trump reconhece Guaidó como presidente legítimo da Venezuela. Agência Brasil, 23 de janeiro de 2019
- ↑ Marin, Denise Chrispim (11 de janeiro de 2019). «Juan Guaidó se declara presidente da Venezuela e recebe apoio do Brasil». Revista Veja. Consultado em 12 de janeiro de 2019
- ↑ «EUA não reconhecem autoridade de Maduro na Venezuela». Sputnik. 11 de janeiro de 2019. Consultado em 20 de janeiro de 2019
- ↑ «Maduro toma posse; OEA não reconhece legitimidade». Poder 360. 10 de janeiro de 2019. Consultado em 20 de janeiro de 2019
- ↑ «supremo da venezuela declara nulos atos da assembleia nacional». Consultado em 22 de janeiro de 2019
- ↑ «Supremo da venezuela declara nulos atos da assembleia nacional». G1. 21 de janeiro de 2019. Consultado em 22 de janeiro de 2019
- ↑ «Maduro rejeita declaração de Guaidó como presidente "aqui vamos ao combate" disse ele». Consultado em 23 de janeiro de 2019
- ↑ «Juan Guaidó ejerció su voto desde Macuto en compañía de su esposa e hija, participando así en la gran consulta». www.lapatilla.com (em espanhol). Lapatilla. 16 de julho de 2017
- ↑ a b «Confirman que Juan Guaidó será el próximo presidente de la Asamblea Nacional». www.el-nacional.com (em espanhol). El Nacional. 13 de dezembro de 2018
- ↑ «Divulgación Elecciones Parlamentarias - 26 de Septiembre de 2010». www.cne.gov.ve (em espanhol). CNE. Cópia arquivada em 1 de janeiro de 2011
- ↑ «Fabiola Colmenarez y Juan Guaidó serán los candidatos de Voluntad Popular en Vargas» (em espanhol). Leopoldo López. 14 de outubro de 2015
- ↑ «Divulgación Elecciones Parlamentarias - 6 de Diciembre de 2015». www.cne.gob.ve. CNE. Cópia arquivada em 22 de janeiro de 2016
- ↑ «Dip. Juan Guaidó Presidente». transparencia.org.ve (em espanhol). Transparencia Venezuela
- ↑ «Conoce a la nueva junta directiva de la Asamblea Nacional: Prensa Unidad Venezuela». www.unidadvenezuela.org. Unidad Venezuela. 6 de janeiro de 2018
- ↑ «Defensa de Leopoldo López anuncia designacion dedo del juez que conocerá apelación». www.diariolasamericas.com (em espanhol). Diario Las Americas. 8 de abril de 2016
- ↑ «Juan Guaidó afirmó que desconfía de auditoría a Pdvsa» (em espanhol). El Nacional. 12 de dezembro de 2017
- ↑ «Este fue el discurso de Juan Guaidó al asumir la Presidencia del Parlamento». talcualdigital.com (em espanhol). TalCual. 5 de janeiro de 2019
- ↑ «Las frases más impactantes del discurso de Juan Guaidó». www.el-nacional.com (em espanhol). El Nacional. 5 de janeiro de 2019
- ↑ «Lo que hará la Asamblea Nacional frente a la "usurpación" del 10 de enero». talcualdigital.com (em espanhol). TalCual. 5 de janeiro de 2019
- ↑ «AN sesionará el 8 de enero sobre las acciones a tomar el 10 de enero». www.el-nacional.com (em espanhol). El Nacional. 5 de janeiro de 2019
- ↑ «Guaidó: La AN debe generar condiciones para un gobierno de transición». www.el-nacional.com (em espanhol). El Nacional. 5 de janeiro de 2019
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- ↑ «#28Jun Diputado Juan Guaidó fue agredido por la GNB (Imágenes hechas en revolución)» (em espanhol). Sandy Aveledo. 29 de junho de 2017. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2018
- ↑ «GNB agredió con perdigonazos a Juan Guaidó en la Francisco de Miranda (+Fotos)». www.caraotadigital.net (em espanhol). Caraota Digital. 28 de junho de 2017
- ↑ «Diputado Juan Guaidó fue herido en la avenida Francisco de Miranda-Noticia al Día». noticiaaldia.com (em espanhol). Noticia Al Dia. 28 de junho de 2017
- ↑ a b Pardo, Daniel (11 de maio de 2020). «O que se sabe sobre a Silvercorp, empresa que organizou tentativa de sequestrar Maduro na Venezuela». BBC News Brasil
- ↑ «O que se sabe sobre a 'invasão frustrada' que terminou com a prisão de dois americanos na Venezuela». G1. Consultado em 16 de junho de 2020
- ↑ «Americanos capturados na Venezuela vão responder por terrorismo, afirma procurador». O Globo. 9 de maio de 2020. Consultado em 16 de junho de 2020
- ↑ «EUA acusam formalmente de 'narcoterrorismo' e oferecem recompensa de US$ 15 milhões por Maduro». G1. Consultado em 16 de junho de 2020
- ↑ «Aliado de Guaidó diz que negociou plano para mercenários capturarem Maduro». Folha de S.Paulo. 7 de maio de 2020. Consultado em 16 de junho de 2020
- ↑ Brian Ellsworth; Angus Berwick (6 de maio de 2020). «Detained American claims he plotted Maduro's capture in Venezuela TV statement». Reuters
- ↑ «Venezuela's Guaido denies invasion link». Vox.com. 5 de maio de 2020. Consultado em 22 de junho de 2020
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- ¿Quién es Juan Guaidó? Se Puede, 5 de fevereiro de 2019.