Lagoa dos Patos
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Lagoa dos Patos | |
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Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, Brasil. A direita, o Oceano Atlântico | |
Localização | |
Localização | Rio Grande do Sul |
País | ![]() |
Localidades mais próximas | Arambaré, Viamão, Tapes, São Lourenço do Sul, Pelotas, Rio Grande, São José do Norte, Mostardas, Tavares, Capivari do Sul, Camaquã, Turuçu. |
Características | |
Tipo | Laguna |
Altitude | 5 m |
Área * | 10 144 km² |
Comprimento máximo | 265 km |
Largura máxima | 60 (máx.) km |
Profundidade média | 3 m |
Profundidade máxima | 7 m |
Bacia hidrográfica | Jacuí |
Afluentes | Rio Jacuí ou Lago Guaíba, Rio Camaquã, São Gonçalo |
Efluentes | Oceano Atlântico |
Ilhas | 5 |
* Os valores do perímetro, área e volume podem ser imprecisos devido às estimativas envolvidas, podendo não estar normalizadas. |
A Lagoa dos Patos é uma laguna localizada no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, sendo a maior laguna do Brasil e a segunda maior de toda a América Latina (perde apenas para o Lago de Maracaibo, na Venezuela). Tem 265 quilômetros de comprimento, 60 quilômetros de largura (na sua quota máxima), 7 metros de profundidade (na sua quota máxima), e uma superfície de 10 144 km², estendendo-se na direção nor-nordeste-sul-sudoeste, paralelamente ao Oceano Atlântico.
História
O nome estaria ligado às tribos de índios que habitavam a região do Rio Grande do Sul, conhecidos como "patos". Outra versão conta que a origem do nome desta laguna teria ocorrido em 1554, quando viajavam para a região do Prata algumas embarcações espanholas, que, acossadas por um temporal, viram-se na contingência de procurar abrigo na barra do Rio Grande. Aí deixaram fugir alguns patos que traziam a bordo e de tal modo se deram bem as aves com o lugar, que se reproduziram assombrosamente, chegando a coalhar a superfície das águas da laguna, dando-lhe o nome, fato que não encontra corroboração em registros históricos.
No extremo sul, a Lagoa dos Patos é ligada ao mar por um estreito canal e sua água é salobra.
Os primeiros mapas da Lagoa dos Patos
Em 1548, consta no mapa de Mercator uma foz sem nome que parece ser a mais antiga menção documentada e atualmente acessível da Lagoa dos Patos. Porém, a falta de indicações não permite conclusões definitivas. Os primeiros esboços da lagoa (então considerada o próprio Rio Grande) já eram demonstrados em mapas holandeses décadas antes da colonização portuguesa na região. Pelo que se sabe até agora, o primeiro cartógrafo dos Países Baixos a registrar o Rio Grande foi Frederick de Wit, em seu atlas de 1670. Já o primeiro registro cartográfico feito por um neerlandês a mostrar o suposto rio com um formato próximo ao que é conhecido hoje da Laguna dos Patos foi Nikolaus Visscher, em 1698. Apesar de ele não ter sido o primeiro a mencionar os índios Patos que habitavam suas margens e boa parte do litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, foi ele quem associou esse nome à referida laguna. Por volta de 1720, açorianos vindos de Laguna chegaram à região de São José do Norte para buscar o gado cimarrón vindo das missões, possibilitando a posterior fundação do Forte Jesus, Maria, José e de Rio Grande, em 1737.[1]
Geografia
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A nordeste encontra a lagoa do Casamento e a noroeste o Lago Guaíba, que faz a transição entre a Lagoa dos Patos e o delta do Rio Jacuí, formado pelos Rios Caí, Gravataí, Jacuí e Rio dos Sinos.
Perto do seu estuário, ao sul, encontram-se as cidades de Rio Grande e São José do Norte, que delimitam o Canal do Norte, na Barra do Rio Grande, onde ela se liga ao oceano.
Comunica-se com a Lagoa Mirim, ao sul, pelo Canal de São Gonçalo.
Ela é navegável por embarcações fluviomarítimas de até 5,10 metros de calado, de Rio Grande a Porto Alegre. A fim de garantir o acesso de embarcações de maior porte, mantém-se a profundidade através de dragagem sistemática e constante em alguns pontos. As condições de navegação[2] na Lagoa dos Patos podem tornar-se desfavoráveis sob condições de ventos fortes, principalmente para embarcações de pequeno e médio porte. Com ventos fortes, normalmente formam-se pequenas vagas e carneiros em toda extensão da Lagoa.
A lagoa é uma fonte quase que inesgotável de água para irrigação agrícola, sendo importante para o sustento e o desenvolvimento socioeconômico do local. Porém, na metade sul, em tempos de estiagem, a água pode sofrer salinização, prejudicando seu uso para a agricultura.
Lagoa, lago ou laguna?
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/86/Laranjal.jpg/250px-Laranjal.jpg)
A bibliografia sobre a Lagoa dos Patos é muito escassa. Fontes como a Delegacia da Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul, na cidade de Pelotas, fazem referência às dúvidas que atualmente são levantadas sobre a denominação correta - se seria lagoa, lago ou laguna - principalmente em função da ligação direta com o mar, através da barra na Praia do Cassino, no município de Rio Grande.
Os geógrafos e os geólogos consideram-na uma laguna, pela ligação direta com o oceano e por sua água salobra (com salinização variável, dependendo da época do ano e das ocorrências de estiagens). Enquanto os especialistas não chegam a um acordo, permanece a tradicional e consagrada denominação de Lagoa dos Patos.[3]
Apesar de alguns mapas já citarem como Laguna dos Patos a referida laguna, a maioria dos mapas oficiais continua referindo-se a ela como Lagoa dos Patos, de uso mais consagrado. Da mesma forma que o Mar Cáspio, na realidade, não é um "mar", mas um "lago", e continua a ser nomeado como mar.
Municípios da costa
- Barra do Ribeiro
- Tapes
- Arambaré
- Camaquã
- São Lourenço do Sul
- Turuçu
- Pelotas
- Rio Grande
- São José do Norte
- Tavares
- Mostardas
- Palmares do Sul
- Capivari do Sul
- Viamao
Referências
- ↑ A Origem do Nome do Rio Grande do Sul, FARIAS, B. M., setembro de 2008.
- ↑ ROSA, Mário. Geografia de Pelotas. Pelotas: Editora da Universidade Federal de Pelotas, 1985, pág. 106.