Ouro Branco (Minas Gerais)

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Ouro Branco
  Município do Brasil  
Vista da cidade a partir da Serra do Ouro Branco
Vista da cidade a partir da Serra do Ouro Branco
Vista da cidade a partir da Serra do Ouro Branco
Símbolos
Bandeira de Ouro Branco
Bandeira
Brasão de armas de Ouro Branco
Brasão de armas
Hino
Gentílico ouro-branquense[1]
Localização
Localização de Ouro Branco em Minas Gerais
Localização de Ouro Branco em Minas Gerais
Localização de Ouro Branco em Minas Gerais
Ouro Branco está localizado em: Brasil
Ouro Branco
Localização de Ouro Branco no Brasil
Mapa
Mapa de Ouro Branco
Coordenadas 20° 31' 15" S 43° 41' 31" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Itaverava e Ouro Preto
Distância até a capital 100 km
História
Fundação 12 de dezembro de 1953 (70 anos)
Administração
Prefeito(a) Helio Marcio Campos[2] (2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 258,726 km²
 • Área urbana (IBGE/2019) [1] 11,04 km²
População total (Censo IBGE/2022) [1] 38 724 hab.
Densidade 149,7 hab./km²
Clima tropical de altitude (Cwa)
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010) [3] 0,764 alto
PIB (IBGE/2021) [4] R$ 8 842 769,13 mil
PIB per capita (IBGE/2021) R$ 219 860,00
Sítio www.ourobranco.mg.gov.br (Prefeitura)
www.ourobranco.cam.mg.gov.br (Câmara)

Ouro Branco é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se na região central do estado[5] e ocupa uma área de cerca de 260 km², sendo que 11 km² estão em perímetro urbano. Sua população foi estimada em 38 724 habitantes em 2022.

Ouro Branco ocupou a 1.ª posição no ranking das melhores cidades do estado de Minas Gerais em 2010, segundo o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal.[6] O município abriga uma das mais importantes siderúrgicas do Brasil, a Gerdau Açominas.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Conforme a classificação geográfica mais moderna (2017) do IBGE, Ouro Branco é um município da Região Geográfica Imediata de Conselheiro Lafaiete, na Região Geográfica Intermediária de Barbacena.[7]

História[editar | editar código-fonte]

Igreja Matriz de Santo Antônio de Ouro Branco, do século XVIII.

Atraídos pela existência de ouro, em fins do século XVII, ex-integrantes da bandeira de Borba Gato desbravaram a região da atual Ouro Branco. O bandeirante Miguel Garcia, lá encontrou ouro que tinha uma coloração esbranquiçada, ficando assim conhecido como "ouro branco".

Em 16 de fevereiro de 1724, durante o governo de dom Lourenço de Almeida, o arraial foi elevado à categoria de freguesia colativa, sendo considerada uma das povoações mais antigas de Minas Gerais. A construção da Igreja Matriz de Santo Antônio de Ouro Branco data de 1717, tendo sido, provavelmente, concluída em 1779. A diferença de 62 anos é justificável, visto que as obras em igrejas de certa importância, nos tempos coloniais, duravam anos.

Ouro Branco foi distrito de Ouro Preto, tornando-se município em 1953. A cidade ainda guarda bens históricos como a capela Nossa Senhora Mãe dos Homens e a Igreja de Santo Antônio de Itatiaia também são do século XVIII. Em Ouro Branco também se encontra a Casa de Tiradentes, situada à margem direita da Estrada Real.

Houve vários ciclos econômicos em Ouro Branco, que iniciaram com o ciclo do ouro, depois, o ciclo da uva, posteriormente, o ciclo da batata, e atualmente, a atividade preponderante é a industrial, que iniciou-se com a instalação da então empresa estatal Aço Minas Gerais S.A.. em 1976, atual Gerdau Açominas S.A, que inaugurou o ciclo do aço.

Uma outra parte da historia[editar | editar código-fonte]

Serra do Ouro Branco com a cidade ao fundo

O povoado de Santo Antônio de Ouro Branco teve sua origem em fins do século XVII, provavelmente no ano de 1694, como consequência do processo de ocupação iniciado com as primeiras bandeiras que, subindo o Rio das Velhas à procura de ouro, desbravaram a região, assentando-se ao pé da Serra de Ouro Branco, também denominada, na época, Serra do Deus (te) Livre (tombada pelo IEPHA em 07/11/1978).[8]

Os primitivos habitantes desta região foram os índios da tribo Carijós.

Os ex-integrantes da Bandeira chefiada por Borba Gato, Miguel Garcia de Almeida Cunha e Manuel Garcia, transpondo os altos da cachoeira de Itabira do Campo (atualmente Itabirito) descobre o ouro na falha radial da Serra, onde se encontram os mananciais dos Ribeirões da Cachoeira e Água Limpa. Tal descoberta não produz o rendimento esperado: Manuel e Miguel se desentendem e a bandeira se divide.

Manuel Garcia segue na direção Nordeste, indo dar com o rico córrego do Tripuí, descobrindo o "Ouro Preto", cor produzida devido à presença do Óxido de Ferro em sua composição.

Miguel Garcia, por sua vez, desce o vale do chamado "Rio da Serra", que corre para o Oeste, paralelamente à aguda escarpa da Serra de Deus Livre. Funda um povoado nessa região, após descobrir ouro de cor amarela, clara, produzida pelo mineral Paládio a ele associado, denominado "Ouro Branco" por simples contraste cromático aparente com o "Ouro Preto" do Tripuí.

Ouro Branco foi uma das mais antigas freguesias de Minas, tornada colativa pelo alvará de 16 de fevereiro de 1724, expedido pela Rainha Maria I, durante o governo de Lourenço de Almeida. Nesse período Ouro Branco já possuía considerável importância econômica pela prosperidade de sua população.

O ouro extraído em Ouro Branco era desprezível em relação à extração praticada em Ouro Preto. Por essa época, a má qualidade das jazidas auríferas e as dificuldades de exploração, advindas do primitivo processo utilizado, fazem atividade mineradora retroceder.

A Serra do Ouro Branco[editar | editar código-fonte]

Uma vista da Serra de Ouro Branco

A Serra do Ouro Branco tem uma área aproximada de 1 614 hectares e está localizada no município de Ouro Branco. É uma elevação abrupta, formada por um paredão com cerca de vinte quilômetros de extensão a sudeste, que delimita um planalto cuja altitude varia entre 1 250 e 1 568 metros e encostas íngremes a nordeste.

Os solos, em sua grande maioria, são arenosos, oriundos de rochas quartzíticas e uma pequena porção, a nordeste, é constituída de solos argilosos, provenientes da formação mineral tipo itabirito.

É considerada o marco inicial sul da Cadeia do Espinhaço, que compreende um grupo de serras com altitudes variáveis, ao longo de 1.100 km de extensão, até a Bahia. Essa cadeia abriga um dos mais ricos ecossistemas do mundo, os campos rupestres.

A vegetação de campos rupestres é caracterizada por um mosaico de formações vegetacionais que se desenvolvem em solo arenoso e pedregoso de origem quartzítica. Esse mosaico é constituído de cinco formações: grupos graminoides, afloramentos rochosos, matas de galerias e capões, campos brejosos e campos de velózias (canela-de-ema). Essa diversidade de ambientais condiciona uma flora rica, diversificada e endêmica (ocorrência restrita). No topo da serra, o bioma tem uma biodiversidade pouco conhecida e preservada.

A Serra do Ouro Branco é uma importante área de recarga das bacias do rio Paraopeba e rio Doce. Apresenta uma grande quantidade de nascentes e cursos d’água, que, em sua maioria, formam o Lago Soledade. Além disso, fornece toda a água que é consumida pela cidade de Ouro Branco.

Educação[editar | editar código-fonte]

O município sedia duas instituições federais de ensino superior: o Câmpus Alto Paraopeba da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) situado na divisa de Congonhas e Ouro Branco e o Câmpus Ouro Branco do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG). A UFSJ oferece cinco cursos de graduação:[9]

O IFMG, por sua vez, oferece os cursos de:[10]

  • Bacharelado em Sistemas de Informação
  • Licenciatura em Pedagogia
  • Bacharelado em Engenharia Metalúrgica
  • Bacharelado em Administração
  • Ensino médio integrado aos cursos técnicos em Administração, Informática e Metalurgia.

Turismo[editar | editar código-fonte]

Além das belezas naturais, está entre as atrações o conjunto arquitetônico e paisagístico da Capela de Santana e a casa-sede da Fazenda Pé do Morro, localizado a quatro quilômetros da área urbana, aos pés da serra de Ouro Branco e às margens da Estrada Real. A origem do local é do século XVIII e pela importância patrimonial foi tombado pelo IEPHA em dezembro de 2009.[11][12]

Clima[editar | editar código-fonte]

Os verões são quentes e chuvosos. No inverno as temperaturas podem cair bastante. Geralmente as noites são agradáveis durante todo o ano. As estações do ano com temperatura mais amena e estável são o outono e a primavera.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) coletados na estação meteorológica automática da cidade, a menor temperatura registrada foi de 5,1 °C no dia 30 de julho de 2021, e a maior atingiu 36,1 °C em 7 de outubro de 2020. Contudo, vale ressaltar que a estação apresenta inconsistências e deixou de operar durante alguns períodos.[13][14][15]

Dados climatológicos para Ouro Branco, Minas Gerais - Brasil
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 28,2 28,5 28,5 27,1 25,5 24,5 24,7 25,9 26,8 27,4 27,5 27,3 26,8
Temperatura mínima média (°C) 17,6 17,7 16,8 15,0 12,3 10,2 9,8 11,1 13,8 16,0 16,8 17,2 14,5
Precipitação (mm) 252,0 184,9 155,5 69,2 27,7 12,3 10,3 11,8 48,7 123,7 202,3 305,8 1 404,5
Fonte: Tempo Agora[16] 3 de junho de 2013

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Ouro Branco». Consultado em 10 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 10 de fevereiro de 2024 
  2. G1 (1 de janeiro de 2021). «Prefeito e vereadores de Ouro Branco tomam posse; veja lista de eleitos». Consultado em 26 de novembro de 2022 
  3. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 3 de novembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 8 de julho de 2014 
  4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2021). «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2021». Consultado em 10 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 10 de fevereiro de 2024 
  5. Prefeitura (19 de dezembro de 2017). «Turismo». Consultado em 10 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 10 de fevereiro de 2024 
  6. «IFDM Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal». FIRJAN. 2010 
  7. «Divisões Regionais do Brasil | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 15 de junho de 2022 
  8. «Historia de Ouro branco». Governo de Ouro Branco 
  9. «Cursos». Universidade Federal de São João del-Rei. Consultado em 16 de janeiro de 2015 
  10. «Histórico». Instituto Federal de Minas Gerais. Consultado em 16 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 20 de janeiro de 2016 
  11. «Iepha tomba capela e casa de fazenda em Ouro Branco». IEPH. 22 de dezembro de 2009. Consultado em 4 de março de 2010 [ligação inativa]
  12. «Iepha/MG apresenta: Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Capela de Santana e da Casa-Sede da Fazenda Pé-do-Morro». IEPHA. 20 de março de 2010. Consultado em 20 de março de 2010 [ligação inativa]
  13. Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). «Estação: Ouro Branco (A513)». Consultado em 10 de fevereiro de 2024 
  14. Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). «Gráficos». Consultado em 10 de fevereiro de 2024 
  15. Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). «Banco de dados meteorológicos». Consultado em 10 de fevereiro de 2024 
  16. «Climatologia — Ouro Branco». Tempo Agora. Consultado em 3 de junho de 2013 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]